"Desejo Súbito" mergulha nas reviravoltas intensas da vida de Rafaela, filha de um respeitado chefe de investigações, cuja existência é drasticamente transformada pela misteriosa morte de seu pai em um acidente de carro. Com sua mãe em coma, decorrente do mesmo incidente, as suspeitas de um crime premeditado pairam sobre a tragédia, instigando Rafaela a buscar uma válvula de escape em uma jornada em direção ao desconhecido, ansiosa por recomeçar. Nesse caminho inesperado, Rafaela cruza destinos com Gael, um ex-mafioso que deixou para trás um passado sombrio para se tornar um CEO de sucesso na indústria hoteleira. Quando uma tentativa de abuso resulta em tragédia, Rafaela se vê envolvida em um turbilhão de segredos, vinganças e paixões proibidas. Gael, impulsionado pela descoberta de que o irmão de Rafaela está vinculado à morte de seu próprio pai, inicia uma perigosa busca por retaliação. No entanto, suas intenções se desviam ao se deparar com uma atração irresistível por Rafaela. O que começa como um jogo perigoso de sedução rapidamente se transforma em um romance ardente e proibido. No epicentro de suas vidas tumultuadas, Rafaela e Gael enfrentam obstáculos inesperados, navegando por uma teia intrincada de conspirações, traições e revelações surpreendentes. Descobrirão que o amor verdadeiro pode surgir nos lugares mais inusitados, desafiando as expectativas e lançando luz sobre um futuro incerto. "Desejo Súbito" é uma narrativa envolvente que explora a força do amor diante das complexidades do passado, desvendando os mistérios da vida e do coração.
RAFAELA
Mais um feriado de Corpus Christi desenrolava-se, e celebrar esse dia com toda a família reunida já era um ritual estabelecido. Contudo, de maneira abrupta, tudo mudou. Aquela data se tornou uma das piores da minha vida, e, sinceramente, eu não sabia como superaria a perda do meu pai. Quem poderia imaginar que o perderia em um terrível acidente de carro? Desolada, retornei para casa após o ato fúnebre. "Sem dúvidas, o funeral dele ficará marcado para sempre na minha memória!", ponderava. A imagem do caixão descendo à terra me atormentava, um peso esmagador no meu peito. A polícia suspeitava que aquele misterioso acidente tinha motivações criminosas, iniciando uma investigação para verificar a fundação dessa teoria. Eu acreditava firmemente que os investigadores estavam certos. Certamente, aquele acidente poderia ter sido criminoso, dado o fato de meu pai ser um excelente motorista, incapaz de perder facilmente o controle do carro. Talvez sua posição poderosa como chefe do departamento de investigação da polícia federal tenha contribuído para a tragédia. "Tenho certeza que esse cargo pode ter levado meu pai à morte!", pensei, enquanto lágrimas quentes rolavam pelo meu rosto. Ele havia feito muitos inimigos ao longo dos anos, pessoas dispostas a qualquer coisa para calá-lo. Minha mãe também estava no carro e, felizmente, sobreviveu, mas estava internada em coma fisiológico. O médico mencionou que a pancada que ela levou na cabeça quase foi fatal. Ela ainda não sabia que havia perdido o homem que mais amava.
A cada visita ao hospital, meu coração se apertava. Observava sua figura frágil na cama, rodeada por máquinas que a mantinham viva, e desejava poder trocá-la de lugar. A casa, antes cheia de risos e conversas, agora estava mergulhada em um silêncio ensurdecedor. Fotos da nossa família feliz olhavam para mim das paredes, cada uma trazendo uma onda de memórias dolorosas. Precisava ser forte, não só por mim, mas pela minha mãe, que precisaria de mim quando acordasse. As lembranças do último feriado de Corpus Christi pareciam agora uma cruel ironia. Naquele dia, a cidade estava vestida de cores vibrantes e celebrações, mas agora, tudo se tingia de um cinza sombrio e pesado. Enquanto eu tentava lidar com a dor esmagadora da perda, as perguntas sobre as circunstâncias do acidente pesavam incessantemente em minha mente, como um fantasma que se recusava a ser exorcizado. Cada detalhe do funeral estava gravado em minha memória, desde as condolências dos amigos, carregadas de pesar e empatia, até o som solene e ritmado dos passos dos carregadores de caixão, que parecia marcar o batimento de um coração partido.
A incerteza sobre a natureza do acidente apenas intensificava minha angústia, como uma ferida que não parava de sangrar. Eu me encontrava mergulhada em um turbilhão de emoções, uma montanha-russa sem fim de dor, raiva e incredulidade, lutando para aceitar que o meu pai, um homem íntegro e dedicado à justiça, havia sido tirado de nós de maneira tão abrupta e inexplicável. Ele era o pilar da nossa família, a rocha sobre a qual nos apoiávamos, e sua ausência era um abismo que eu não sabia como atravessar. Enquanto aguardava notícias sobre a investigação policial, que se arrastava como uma eternidade, eu me via revivendo os momentos felizes que compartilhamos como família. As risadas durante os jantares, os conselhos sábios que ele sempre tinha na ponta da língua, os abraços calorosos que agora pareciam tão distantes. Cada lembrança era uma faca de dois gumes, trazendo tanto conforto quanto dor. Minha mãe, ferida pelo acidente, lutava pela própria recuperação, e eu estava ciente que ela dependia de mim mais do que nunca. O peso da responsabilidade recaía sobre meus ombros, um fardo que eu carregava com dificuldade, mas também com determinação. Eu me via confrontada não apenas com a perda irreparável, mas também com o desafio de manter as forças intactas diante daquela circunstância. No silêncio da noite, quando tudo parecia mais escuro e a ausência dele mais palpável, eu jurava a mim mesma que encontraria respostas, que descobriria a verdade sobre o que realmente aconteceu.
E, de alguma forma, encontrar a paz que parecia tão inalcançável naquele momento. A partir daquele dia, éramos apenas eu e meu irmão Guilherme. Com vinte e seis anos, ele sempre foi uma figura misteriosa, mas ainda assim, um bom irmão. Embora não fôssemos muito próximos, ele era o único familiar que me restava. Seu pior defeito sempre foi querer ser protetor além do limite, mas eu não o julgava, considerando sua posição como o mais velho. Naquele momento, ele era meu único apoio. Descobri recentemente que Guilherme seguia os passos de nosso pai, trabalhando para a polícia federal. Ele pensava que eu não sabia, e eu preferia que continuasse assim. Nunca concordei com seu envolvimento no mundo da investigação, especialmente porque antes da morte de nosso pai, nossa família sofria constantes ameaças. No entanto, Guilherme já era um homem adulto, e eu respeitava suas escolhas.
Após a morte de nosso pai, Maia, noiva de Guilherme, iria morar conosco, oferecendo apoio emocional. A presença dela trouxe um novo calor à casa que antes parecia vazia e silenciosa. Sentia-me grata por tê-la por perto, mesmo que a sombra dos perigos que nosso pai enfrentava pesasse sobre mim. Eu me sentia perdida, parada no tempo, sem saber o que o futuro me reservava. Dias e noites de angústia se sucediam, chorava em um profundo silêncio. Somente eu sabia a magnitude da dor que sentia. Não seria uma tarefa fácil, pois nunca tinha ficado longe dos meus pais por muito tempo. Estava acostumada a não ter Guilherme por perto, pois ele nunca tinha o costume de permanecer em casa. Sua presença era estranha quando decidia voltar. As paredes da casa pareciam ecoar com a ausência do riso de meu pai e dos passos animados de minha mãe.
O ambiente que antes irradiava calor e segurança agora se tornava uma sombra de lembranças felizes. Guilherme, mergulhado em sua própria dor, tornou-se mais reservado do que nunca. Seus olhos, outrora cheios de determinação, agora refletiam uma tristeza profunda. Eu podia sentir que, assim como eu, ele carregava o peso da incerteza sobre a morte de nosso pai. Em meio a esse turbilhão emocional, a presença de Maia trazia uma sensação de normalidade à casa. Seu cuidado e compreensão suavizavam um pouco a dor que todos compartilhávamos. No entanto, a sombra da investigação pesava sobre nós, e eu não conseguia ignorar a ansiedade que crescia cada vez que Guilherme saía para cumprir seus deveres profissionais. Ainda assim, éramos uma família ferida, mas unida pela tragédia. O futuro permanecia incerto, e eu, mesmo perdida em meu próprio luto, estava determinada a tentar sobreviver à minha tormenta. A jornada seria difícil, mas eu encontraria forças onde pudesse para enfrentar os desafios que estavam por vir.
Dois meses após o funeral...
Dois meses haviam se passado desde que perdi meu pai. A dor ainda era profunda, uma ferida aberta que parecia nunca cicatrizar completamente. Às vezes, mal conseguia sair da cama, envolvida pela tristeza que me consumia. Minha mãe continuava internada, sua figura frágil na cama de hospital era uma tristeza constante que eu relutava em enfrentar. As poucas vezes que reuni coragem para vê-la naquela situação foram angustiantes. Um dia, o neurocirurgião responsável pelo seu caso veio até mim, percebendo meu estado de pânico.
- Olá, Rafaela. Fique tranquila, logo ela acordará! - Ele sentou ao meu lado, tentando me confortar.
- Você pode me garantir isso? Já perdi meu pai, não sei se tenho estrutura para suportar mais uma perda! - Minhas lágrimas escorriam livremente pelo rosto.
- Eu não diria para você ficar tranquila se não soubesse que ela vai acordar. No entanto, não posso precisar o dia e a hora. Pode ser amanhã ou daqui a um ano. - Ele tentou explicar com calma. - Recomendo que não venha vê-la com tanta frequência, isso está afetando você negativamente. Prometo ligar assim que ela acordar. Tente mudar um pouco sua rotina, busque distrações.
- Distrações? Como posso fazer isso? - Suspirei, sentindo-me perdida.
- Seja criativa. Encontre algo que te faça bem. - Ele se levantou e saiu do quarto.
As palavras do médico ecoaram na minha mente enquanto eu contemplava o vazio. A ideia de me distrair parecia impossível diante da intensidade da minha dor. No entanto, aos poucos, comecei a considerar suas palavras. Talvez encontrar algo que me proporcionasse um alívio temporário fosse possível. Num lampejo, sentei-me na beira da cama, permanecendo por mais algum tempo ao lado da minha mãe antes de decidir que era hora de ir embora. Naquela manhã de segunda-feira, após retornar da visita ao hospital, fui direto para casa. Ao entrar no meu quarto, deitei-me e cobri minha cabeça com o edredom, mergulhada em pensamentos.
- Estou decidida! - Exclamei em voz alta para mim mesma. - O médico está certo; preciso mudar minha rotina. Não posso mais ficar trancada no quarto o dia todo, correndo o risco de cair em depressão.
Levantei-me da cama com determinação, olhei no espelho e passei um batom clarinho. Desci as escadas com passos decididos e fui até a cozinha para tomar o café da manhã. Servi-me com um copo de leite gelado e observei o jornal do dia sobre a bancada. Peguei o mesmo para dar uma olhada, sentei-me à mesa, cortei um pedaço de bolo de chocolate e comecei a folhear as páginas. Distraída com algumas fofocas das celebridades locais, meus olhos atentos pararam na sessão de vagas de emprego. Ao percorrer as opções disponíveis, deparei-me com uma que me interessou bastante; o anúncio dizia: "Contrata-se acompanhante." Sem experiência anterior, pensei que cuidar de um idoso não seria difícil. "É provável que precise dar banho, alimentar e fazer companhia até que algum familiar chegue!", pensei, sentindo uma pontada de nervosismo e empolgação ao mesmo tempo. Mal terminei de comer, peguei minha bolsa e já estava prestes a chegar à porta quando a voz do Guilherme me interrompeu:
- Aonde você vai? - Ele perguntou, curioso.
- Vou ver uma vaga de emprego! - Tentei ser breve.
- Vou levar você; depois do que aconteceu com o nosso pai, não quero que fique andando sozinha por aí! Seu "modo super irmão" foi ativado. Após a morte do nosso pai, Guilherme ficou protetor além do necessário, o que estava me irritando.
- Certo, então vamos logo, não quero me atrasar! - Revirei os olhos, tentando disfarçar meu desconforto por seu cuidado excessivo.
- O correto seria você ficar em casa. O dinheiro que nosso pai deixou é suficiente para nós! - Ele tentou me convencer a desistir, mas eu já sabia que ele não concordaria.
- É mesmo, querido irmão? E por que você continua tentando entrar para o departamento de investigação? O que nosso pai deixou não é suficiente? - Perguntei com ironia, vendo sua expressão se contrair de irritação.
- Não misture as coisas, Rafa. Minha situação é complicada e delicada! - Ele respondeu com as sobrancelhas franzidas.
- Isso é sério, Gui? Eu não vou discutir agora; preciso me distrair e quero muito essa vaga. Vamos logo ou irei sozinha! - Decidi, abrindo a porta de casa para sair.
Percebendo que poderíamos passar o dia discutindo, ele soltou um longo suspiro de desapontamento, não insistiu mais e simplesmente pegou as chaves do carro, dirigindo em silêncio até o local desejado. O ambiente no carro estava tenso, com sentimentos não ditos pesando sobre nós. Cada rua percorrida parecia uma extensão da distância emocional que se formava entre mim e meu irmão. O luto e a frustração permeavam o ar, e o silêncio entre nós era tão denso quanto a tristeza compartilhada.
***
Ao chegar no local indicado no anúncio, senti uma certa desconfiança. Esperava encontrar o endereço de uma casa comum, mas diante de mim havia um imenso galpão. O clima era sombrio e pesado, as sombras das árvores dançavam ao ritmo do vento, criando um cenário quase assustador. Gui estacionou o veículo e me analisou com olhos que refletiam a mesma apreensão que eu sentia. Antes que ele tentasse me convencer a desistir, abri a porta do carro rapidamente, sentindo o frio do metal na palma da mão.
- Ei, pode ficar esperando aqui. Não preciso que me acompanhe! - Disse, tentando manter a calma enquanto apoiava-me na janela para trocar algumas palavras.
- Certo, vai lá, mas se demorar muito, vou atrás de você! - Respondeu, com um tom ameaçador na voz que me fez engolir seco.
Revirei os olhos e caminhei em direção à porta de entrada. A cada passo, o som das minhas botas ecoava pelo espaço vazio, aumentando a tensão que sentia. Ao empurrar a porta pesada, fui recebida por um ambiente estranhamente acolhedor, contrastando com o exterior. Uma mulher de cerca de cinquenta anos, com um sorriso que não chegava aos olhos, aproximou-se. Seu cabelo grisalho estava bem arrumado, e suas roupas indicavam uma certa formalidade.
- Em que posso ser útil, querida? - Perguntou ela, com um tom simpático que me fez sentir um pouco mais à vontade.
- Oi, meu nome é Rafaela Oliveira! Vim pela vaga de acompanhante! - Expliquei, e percebi seu olhar se intensificando enquanto me observava atentamente.
- Tem certeza disso? Você é tão jovem e bonita! - Sua surpresa era evidente, e aquelas palavras me deixaram um tanto confusa, como se houvesse algo que eu não soubesse.
Antes que eu pudesse responder, ela continuou:
- Vou anunciar ao senhor Ortega da sua presença! - Disse, retirando-se com passos firmes, deixando-me sozinha na recepção. O ambiente silencioso só aumentava minha curiosidade e nervosismo sobre quem seria o tal senhor Ortega e que tipo de lugar era aquele.
A espera parecia eterna. Cada segundo passava arrastado, enquanto eu observava cada detalhe ao meu redor. Quadros antigos adornavam as paredes, retratando cenas que pareciam sair de outra época. A ansiedade crescia em meu peito, misturada com a expectativa e o medo do desconhecido. Apesar de não ter sido convidada a me sentar, acabei escolhendo uma poltrona confortável e peguei uma revista para folhear. As páginas brilhantes e cheias de imagens não conseguiam prender minha atenção, a curiosidade e a ansiedade falavam mais alto. Levantei-me, incapaz de conter minha inquietação, e comecei a explorar a área de entrada. Uma prateleira chamou minha atenção; ao invés de fotos, os porta-retratos exibiam documentos misteriosos. Peguei um deles, tentando entender o que significavam, mas fui obrigada a colocá-lo de volta ao ouvir a voz da senhora.
- Querida? Por favor, me acompanhe. O senhor Ortega irá lhe atender! - Sua voz suave era quase hipnótica, e eu a segui automaticamente. Ela abriu uma porta imponente, me pediu para entrar e se retirou silenciosamente.
Encontrei-me numa sala pouco iluminada, onde o silêncio era quase tangível. As sombras dançavam nas paredes, criando uma atmosfera inquietante. De repente, uma voz masculina rompeu a quietude.
- Por favor, sente-se. Qual é seu nome e idade, querida? - Perguntou a voz, ainda sem rosto.
Por um momento, procurei a origem daquela voz, até que percebi uma figura sombria no fundo da sala. Meu instinto aguçado me alertava que aquela sombra me observava com intensidade. Cautelosamente, me sentei e respondi à pergunta:
- Meu nome é Rafaela Oliveira, tenho vinte e três anos.
A sombra permaneceu imóvel por um instante, mas a voz continuou:
- Hum, Oliveira? Você tem algum parentesco com José Alberto Oliveira? - A menção ao nome do meu pai fez meu coração disparar, e vi a sombra se mover lentamente, caminhando em minha direção.
- Sim, ele era meu pai! - Respondi, tentando manter a calma enquanto observava a silhueta que se aproximava.
À medida que a figura se aproximava, comecei a distinguir seus traços. Ele era alto, com um rosto marcado pelo tempo e pelos segredos que parecia guardar. Seus olhos penetrantes fixaram-se nos meus, e senti um arrepio percorrer minha espinha. Seus cabelos eram brancos, feitos de bolinhas de algodão, e ele possuía um sotaque diferente de todos que eu já havia escutado.
- Oh, sinto muito pela sua perda. Seu pai foi um grande homem! - Pigarreou, sua voz carregada de uma emoção contida. - Sou Antonio Ortega. Você é uma jovem muito bonita, vou adorar ficar com você, querida! - Seus olhos percorreram-me de cima a baixo, e senti um calafrio.
- Como assim ficar comigo? - Perguntei, extremamente confusa, tentando entender o que ele realmente queria dizer.
O silêncio voltou a preencher a sala, enquanto a sombra de Ortega pairava sobre mim, como se estivesse pesando minha alma, avaliando minha coragem e determinação. Meu coração batia descompassado, e a curiosidade se transformava em um misto de medo e excitação. Estava prestes a descobrir os segredos que aquele lugar guardava, e sabia que não havia como voltar atrás.
- Você será minha acompanhante de luxo! Pagarei por horas trabalhadas e, se me deixar fazer tudo que quero, pagarei em dobro! - Seus olhos brilharam com uma empolgação inquietante, e um longo sorriso se formou nos seus lábios. Meu estômago revirou ao ouvir suas palavras.
"Acompanhante de luxo? Deixar ele fazer tudo que quer? Me pagar em dobro? Será que ele está pensando que sou uma garota de programa?" Pensei, enquanto tentava manter a compostura.
- Desculpe-me, senhor Ortega, mas acho que houve um grande mal-entendido. - Expliquei, tentando controlar o tremor na minha voz.
Ortega deu uma risada baixa, um som que reverberou pela sala como um trovão distante.
- Eu não estou aqui para esse tipo de trabalho. Pensei que a vaga fosse para cuidar de um idoso. Peço desculpas pela confusão que fiz! - Levantei-me e comecei a caminhar até a porta.
O homem se moveu rapidamente, bloqueando a passagem antes que eu pudesse alcançá-la. Seus olhos escureceram e ele segurou meus braços com uma força surpreendente. Tentei me soltar, mas apesar da idade, ele era bastante forte. O desespero tomou conta de mim quando percebi suas intenções. Ele desceu uma das mãos, tentando levantar meu vestido, enquanto tentava me beijar à força.
- O que pensa que está fazendo? Tire as suas mãos de mim! - Tentei empurrá-lo, mas fui impedida por suas mãos fortes. Em um gesto bruto, ele me empurrou e eu caí no chão. Rapidamente, suas mãos agarraram-se aos meus cabelos, arrastando-me para o fundo da sala. - Socorro, alguém me ajude! - Gritei inúmeras vezes, mas minha voz parecia ser engolida pelo silêncio pesado da sala. - Me solta, pelo amor de Deus! - Implorei, enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto. Ele fingiu não ouvir, ignorando meus gritos e súplicas.
"Meu Deus, esse nojento não pode fazer isso comigo! Não posso permitir que isso aconteça!" Pensei, envolvida em um completo desespero. O medo e a raiva se misturaram dentro de mim, e senti uma força inesperada crescer em meu interior.
Com um movimento rápido, aproveitei um momento de distração dele e mordi sua mão com toda a força que consegui reunir. Ortega gritou de dor, afrouxando o aperto em meus cabelos. Aproveitei a oportunidade e me levantei, correndo em direção à porta. Meus dedos tremiam enquanto tentava girar a maçaneta. Atrás de mim, ouvi os passos pesados de Ortega se aproximando novamente. Mais uma vez ele me agarrou pelos cabelos, me puxando com brutalidade. A dor era lancinante, mas uma nova onda de adrenalina correu pelo meu corpo, e soltei um grito de socorro que parecia ecoar mais alto, rompendo o silêncio opressivo do galpão.
- Socorro! Por favor, alguém me ajude! - Berrei com todas as minhas forças, ansiando profundamente que alguém ouvisse e viesse em meu auxílio. A situação tornava-se desesperadora, e por uma fração de segundos, minha mente se voltou para meu irmão, que aguardava do lado de fora do galpão.
"Será que ele me ouviu? Estará estranhando minha demora?" ponderava, enquanto a angústia tomava conta de mim.
De repente, um estrondo ensurdecedor ecoou da porta. O barulho, impactante, reverberou pelo ambiente. Enquanto era lançada para um canto qualquer, pude vislumbrar a silhueta de meu irmão adentrando a sala. Tudo parecia transcorrer em câmera lenta. Ortega tentou alcançar uma arma escondida na mesa, mas Guilherme foi incrivelmente ágil, disparando duas vezes contra ele. O som dos tiros era surreal, como se estivesse ocorrendo em um pesadelo. Ortega cambaleou, seus olhos arregalados de surpresa e dor. Em um movimento lento e quase teatral, ele deslizou até o chão, formando uma imensa poça de sangue ao seu redor. O cheiro metálico do sangue misturou-se ao ar, tornando a cena ainda mais perturbadora. Permaneci estática, em choque, minha mente à beira da insanidade ao compreender o que havia acabado de ocorrer. Guilherme correu até mim, seu rosto uma máscara de preocupação e alívio.
- Rafa, você está bem? - Ele perguntou, a voz tremendo.
- Eu... eu acho que sim... - Respondi, minha voz mal saindo. Os olhos fixos no corpo sem vida de Ortega, a cena gravada na minha memória para sempre.
Guilherme me puxou para cima, me abraçando com força.
- Vamos sair daqui, agora! - Ele disse, me guiando rapidamente para fora do galpão.
Do lado de fora, o ar fresco do dia parecia surreal depois do horror que eu havia acabado de vivenciar. Gui me ajudou a entrar no carro, e nós partimos rapidamente, deixando para trás aquele lugar de pesadelo.
Enquanto o carro avançava pela estrada deserta, as luzes da cidade surgindo ao longe, eu sabia que minha vida nunca mais seria a mesma. A experiência havia me transformado, trazendo à tona uma força e uma determinação que eu não sabia que possuía. As mãos de Guilherme tremiam, e eu podia escutar sua respiração entrecortada à distância. Após dirigir por um tempo, ele parou o carro no acostamento de uma rodovia e respirou fundo.
"Meu Deus, era apenas uma entrevista de emprego! Como isso se transformou abruptamente em um assassinato?" Refleti, mantendo-me paralisada. As imagens do ocorrido passavam em minha mente como um filme de terror, e a realidade do que havia acontecido começava a se infiltrar em minha consciência, deixando-me cada vez mais assustada.
- Gui, você enlouqueceu? Você matou um homem! - Arregalei os olhos, fora de mim e incapaz de controlar as emoções.
- Ele estava tentando algo contra você, o que queria que eu fizesse? Escutei seus gritos e entrei na sala para ver o que acontecia. Quando vi ele em cima de você, acabei enlouquecendo! - Guilherme saltou do carro e andou de um lado para o outro, eu desci logo atrás dele. - Ele queria pegar uma arma, tive que atirar. Era eu ou ele, não tive escolhas! - Colocou as mãos sobre a cabeça, e eu sabia que ele tinha razão. Ele apenas me defendeu.
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Stella Richard se casou com Rene Kingston no lugar de sua irmã Sophia. Mas desde o início ela sabia que seu casamento era apenas um contrato de prazo e, uma vez que o tempo acabasse, ela teria que ir. Para RK, esse casamento foi apenas um fardo, mas para ela foi um presente de Deus. Porque RK era o homem que ela amou durante toda a sua juventude... Então, durante o casamento, Stella fez o possível para que esse casamento desse certo. Mas no dia em que ela descobriu que estava grávida, seu marido lhe deu o papel do divórcio e disse... "Eu não quero essa criança. Não se esqueça de abortar." Essas palavras saíram de sua boca, como uma bomba para Stella, e mudaram a vida dela... Ela assinou seu nome no papel do divórcio e saiu de casa... Porque ela não queria ficar mais com um homem de coração tão frio... Cinco anos depois... RK comprou a empresa em que Stella trabalhava. Mas Stella fez o possível para não ter nada a ver com ele... Porque ela tinha um filho e não queria que ele descobrisse sobre ele... Mas um dia, quando Stella buscava seu filho na escola, ele a viu... RK: "Como você ousa ter um filho com outro homem?" Stella: "Acho que não tem nada a ver com você." RK estava prestes a dizer mais quando seu olhar caiu sobre a criança ao lado dela... Seu rosto parecia o mesmo de quando ele era jovem...
Por dois anos, Bryan só via Eileen como sua assistente. Ela precisava de dinheiro para o tratamento da mãe, enquanto ele achava que ela nunca iria embora por causa disso. Para Bryan, parecia justo oferecer ajuda financeira em troca de sexo. Porém, ele não esperava se apaixonar por ela. Eileen o confrontou: "Você ama outra mulher, mas sempre dorme comigo? Que desprezível!" No momento em que ela tirou os papéis do divórcio, ele percebeu que ela era a esposa misteriosa com quem ele se casou seis anos atrás. Determinado a reconquistá-la, Bryan dedicou muito carinho a ela. Quando outros zombavam da origem dela, ele deu a ela toda a sua riqueza, feliz por ser o marido que a apoiava. Agora como uma CEO renomada, Eileen tinha tudo, mas Bryan se viu perdido em outro turbilhão...
Meus pais me forçaram a casar com ele por causa da companhia deles. Eu nunca quis. Três anos depois, finalmente posso ser livre! Chegou a hora em que posso encontrar minha felicidade, fazer o que sempre quis e não pensar nos meus pais ou que eles estão em cima de mim. Quando conseguir assinar os papéis do divórcio, sairei deste país, para nunca mais voltar... Meu nome é Mason, atualmente tenho 34 anos, há três anos me casei porque meus pais me obrigaram. Sempre amei a mesma mulher, aquela que não é, nem foi minha esposa. Hoje finalmente estou livre e posso ser feliz ao lado do amor da minha vida. Eu tenho tudo planejado, tudo vai ser perfeito... Ou foi o que eu pensei. O que acontece quando você percebe que não ama mais a pessoa que pensava ser o amor da sua vida? Você pode voltar com um ex-parceiro? É possível começar a ter sentimentos por minha ex-mulher?
Janice, a filha biológica há muito esquecida, finalmente voltou para sua família. Para conquistar o reconhecimento da família, ela teve que abrir mão de sua própria identidade, suas credenciais acadêmicas e seus trabalhos criativos em favor da irmã adotiva. No entanto, apesar dos sacrifícios, Janice não recebeu o calor de lar que esperava, mas sim humilhação maior. Determinada, ele cortou todos os laços com eles. Em pouco tempo, ela ficou conhecida como mestre em artes marciais, médica extraordinária, designer renomada... Com firmeza, ela declarou: "De hoje em diante, eu mando nesta família!"