Ela estava ferida. Ela foi intimidada e ridicularizada. E a única esperança que a mantinha era encontrar seu companheiro. Ela sempre foi fraca. Fraco para o mundo. Por quê? Porque ela era uma lanterna. Ela não tinha um lobo. Isso é o que todos pensavam sobre ela. Quando ela encontrou seu companheiro, ele queria que ela fosse sua puta e não uma esposa. Ela pode ser um ômega, mas isso não significa que ela vai levar deslealdade e traição de ânimo leve. Então ela fez algo que ninguém na história jamais fez. Ela rejeitou um Alfa. "Eu, Alexis Clark, rejeito Brandon Sterling, o alfa do Black Mist Pack, e me considero uma alma livre até que eu decida."; Foram suas últimas palavras antes que ela deixasse aquele lugar torturante e se tornasse uma desonesta. Um ladino que todos estavam temendo e encontrando. Por quê? Porque ela era a malvada que se tornou um dos maiores problemas de quase todas as matilhas do país. Ela era Alexis Clark. Um ladino que rejeitou um Alfa, alimentou furtivamente, matou outros ladinos, e mais do que isso foi viver com humanos e estudar com eles. O que acontecerá quando o caso dela for entregue ao alfa mais perigoso do mundo, Sebastian Sinclair, que assumiu a responsabilidade de punir esse ladino. Aquele que odiava ladinos e ômegas a um nível que estava além da compreensão. Por quê? Porque seu companheiro era um ômega, que o traiu com um ladino antes de morrer. Como Alexis enfrentará esse alfa, em cuja faculdade ela estudou e viveu escondida por quase um ano? O que Sebastian fará quando descobrir que a nova garota com quem ele estava conversando não é outra senão o ômega desonesto que ele decidiu matar? "Amar você com todas as minhas forças era meu único desejo, mas você foi o único que me deu um sofrimento sem fim. Então hoje, prometo a mim mesma não me apaixonar por ninguém."; Um ditado simples que tanto Alexis quanto Sebastian juraram. Eles serão capazes de encontrar seu amor em meio a todos esses problemas?
Ponto de vista de Alexis.
Às vezes, a vida lhe dá muitas razões para deixar as coisas acabarem, para aliviar todas as tensões e sofrimentos pelos quais você tem passado, mas você ainda se apega à única coisa que o mantém seguindo diante de todos esses pesares. Isso também aconteceu comigo.
Eu também me segurei àquilo que me mantinha seguindo em frente. Um parceiro.
Um companheiro que certamente me amaria e acabaria com todos os meus sofrimentos com seu amor imenso.
Um parceiro que me amaria tanto que não se importaria com o meu pior defeito: sou lanterna, uma lobisomem que não vira lobo.
Não consigo virar lobo e vivo como se fora rebaixada no bando. Todos os dias, os membros de minha matilha acabam comigo. Minha família me odeia e faria qualquer coisa para me descartar.
E por que não? A minha condição não era algo a se orgulhar, pelo menos, é isso o que eles me disseram.
Ainda me lembro daquele dia terrível como se fosse ontem.
Flashback
"Pode imaginar? A filha do Beta não vira lobo?"
"Caramba! Que notícia e tanto! Me pergunto o que esse orgulhoso do Beta fará agora," os membros do bando murmuravam com desprezo.
"Que aberração! Por que não vira lobo?", e de repente, me deu um forte tapa, me fazendo tropeçar ao cair no chão.
"Pai? Por favor, eu sou sua filha..." Eu não consegui nem terminar minhas palavras quando senti um forte chute no estômago, e o terrível som dos ossos quebrando ecoou no ar.
Doeu muito, mas o ódio em seus olhos me machucou mais ainda.
"Como posso ter uma filha assim? Se eu soubesse que você seria assim, eu teria te matado assim que a peguei em minhas mãos!" Ele gritou antes de me chutar repetidamente.
"Pai, por favor, acredite em mim...", eu tentei falar antes de tossir sangue.
Quando ele parou, olhei para cima, e dei de cara com minha irmã.
Um raio de esperança se acendeu em mim ao achar que ela poderia me ajudar.
"Pois bem...", ela disse ao se aproximar.
Eu pensei que ela me ajudaria a subir, mas ela apenas olhou para mim. Eu continuei olhando para ela esperançosa até que ela cuspiu em mim.
''O que é você, irmãzinha? Também é filha de Beta, mas que tipo de filha é você? A filha que não vira LOBO?", ela zombou.
"É ridículo! Olhe só para você! Não passa de uma Ômegazinha! Tenho tanta vergonha de você! Nunca mais me chame de irmã, sua criatura asquerosa e imunda!" Ela me chutou e foi embora como se eu fosse apenas uma partícula de sujeira com a qual ela não pudesse se importar.
Minha garganta estava seca demais para que eu pudesse emitir um som. Me virei para minha mãe, que era a minha última esperança. Eu tinha certeza de que ela me ajudaria e intercederia por mim.
Mas meu coração foi apunhalado quando vi seus olhos de decepção.
Eu notei um ar de simpatia passar por seu olhar frio. Mas honestamente, não tenho certeza se foi apenas minha imaginação ou não, porque ela desviou o olhar tão rápido e nunca mais me encarou.
"Sua desqualificada! Saia desta matilha e não volte mais! Eu queria que você estivesse morta!", meu pai rugiu.
Ele me agarrou pela garganta, me levantou e me jogou no chão. "Por favor...", eu disse com os olhos começando a lacrimejar. No entanto, ele me fez parar de falar enquanto pressionava meu pescoço, como se estivesse tentando quebrá-lo.
O gosto metálico de sangue instantaneamente veio em minha boca, me fazendo querer vomitar até as tripas. Minha visão começou a embaçar.
Então, ouvi a voz dele: "Vá se ferrar!"
Um rugido tão poderoso que fez com que todos prendessem a respiração. Uma figura forte correu pela multidão e parou do meu lado antes de afastar meu pai de mim.
"O que diabos você pensa que está fazendo?", ele olhou para meu pai com raiva.
Mesmo chorando eu pude ver que era ele, Brandon, o filho do Alfa.
"Ela fica", ele disse com um tom congelante. Foram as duas últimas palavras que ouvi antes de desmaiar.
Fim do flashback
Balançando a cabeça para acordar da fantasia, olhei para Brandon antes de revirar os olhos. O que diabos ele estava fazendo com aquelas fatias de bacon? Matando elas?
"Qual é, Brandon? Você é péssimo neste trabalho. Deixe-me fazer isso, certo?", Eu ri da tentativa inútil de Brandon de cozinhar para nós dois.
"Tanto faz, ômega. Só acabe com isso. Não quero que a gente se atrase para a escola", ele disse zombando ao sair da cozinha.
Bem, você deve estar surpreso como Brandon, o herdeiro de Alpha, apareceu em nossa cozinha.
Confesso que Brandon não veio aqui por mim. Mesmo que anos atrás ele me defendesse na frente de todos e me protegesse de ser expulsa do nosso bando. Agora, em vez de ser meu príncipe encantado, como todos os contos de fadas terminariam, ele se tornou o namorado da minha irmã.
Adivinhe só. Minha irmã me viu apaixonada por ele e, como qualquer outra safada, decidiu arruinar meu sonho romântico.
Embora eu fosse uma Ômega que não virava lobo, minha irmã mais velha virava e, assim, se tornou o orgulho dos meus pais.
Como ela era a grande filha de Beta, Brandon se sentiu naturalmente atraído por ela. O relacionamento deles foi aprovado por todos os membros da matilha. Eram o casal de ouro, como os chamavam.
No entanto, não consegui me livrar dessa paixão por Brandon. Eu ainda sonho secretamente com ele como meu herói, pelo menos, até encontrar um companheiro real, é claro.
"Sim, um herói que já tem sua heroína', uma voz surgiu dizendo em minha cabeça.
"Cala a boca. Me deixe viver mais um pouco, certo?", eu respondi de volta para minha consciência, que geralmente encontra todas as oportunidades possíveis para frear minha imaginação. Há alguns meses, tenho vivido imersa em fantasias. Às vezes, até me questiono se fiquei louca.
"Acho que o café da manhã está pronto", Brandon disse entrando na cozinha novamente. Ele saiu do quarto da minha irmã com um olhar estranhamente satisfeito. Eu sabia o que acontecera entre eles.
"Aqui está", respondi engolindo meu ciúme e coloquei a comida na frente dele.
"Uhmm.... Está tão bom. Você não faz ideia do quanto eu amo seus pratos. Quando o assunto é comida, é como se eu não pudesse me controlar", ele disse, e gemeu depois de dar algumas mordidas.
Seus gemidos, me fizeram corar. Eu adoraria fazê-lo gemer assim. Com seus braços em volta do meu torso enquanto nos enroscamos num abraço, diante do amor florescendo...
"Olá? Você está aí? Perguntei se precisa de uma carona para a escola. Já são 8h, e eu não acho que desajeitada como é, você será capaz de chegar a tempo", ele disse, me fazendo sorrir diante de tamanha consideração.
"Não é isso, ele está tirando sarro de você, querida", minha consciência me interrompeu novamente, me fazendo revirar os olhos.
"Não precisa. Mark vai me buscar. Ele disse que queria discutir algo sobre minha posição. Parece que preciso mentir de novo." Eu bufei, sussurrando a última parte.
Brandon perguntou: "Mark? O que ele quer com você agora?" Sua postura irritada me confundiu.
"Não disse agora mesmo? Algo sobre a minha posição na matilha", eu respondi antes de pegar um pedaço de panqueca e colocá-la na boca.
Mark era o filho do chefe do conselho e estava mais me irritando sobre minha posição na matilha nos últimos dois anos.
Sempre que eu perguntava por que eles estavam tão preocupados comigo, tudo o que respondiam era que, por eu ser uma daquelas raras pessoas que não se transformavam em lobo, eles queriam garantir que eu seria bem tratada na matilha. Eu sei que eles estavam apenas tentando cuidar de mim, mas será que ajudava mesmo?
"Esse tal de Mark é suspeito. Ele não esteve aqui na semana passada? Por que continua vindo aqui?", Brandon perguntou com um olhar indiferente, embora eu ainda pudesse sentir raiva em sua voz.
"Não sei. Ele está fazendo o que o chefe do conselho lhe mandou fazer. Talvez não tenha escolha, ou por que será que teria vindo de tão longe só para falar comigo?", eu respondi, fazendo Brandon franzir mais a testa.
"Então agora está defendendo ele?", Brandon disse, se levantando com raiva.
Espere aí!
"Ei, quando eu o defendi? Estou apenas relatando os fatos, e além disso..." O restante da frase foi cortado quando ele partiu com um olhar raivoso.
Isso foi estranho.
Não sei se era impressão minha, mas acho que Brandon tem sido meio protetor demais comigo desde o ano passado. Ou talvez seja apenas uma projeção do meu desejo. Ele é o alfa e, é claro, cuidaria de sua matilha e de seu povo.
Dando de ombros, coloquei os pratos na pia.
Mais um dia cheio de mentiras.
Honestamente, foi uma boa ideia ter encontros semanais com o conselho, mas não era como se eu estivesse dizendo a verdade.
Como vou dizer a eles que as pessoas que deveriam me amar e me valorizar me odeiam, porque eu não viro lobo? Como posso dizer a eles que minha família, que deveria ter sido a única a ficar do meu lado e me proteger de todo esse bullying, me detesta?
Eu não posso arriscar que eles descubram isso, senão vão me expulsar do bando, e a única chance e o fio de esperança de conseguir o amor de meus pais de volta serão arrancados de mim.
Eu sofria bullying, mas não ligava. Felizmente, embora eu não tenha me transformado em lobo, eu praticamente tenho alguns poderes de lobisomem, talvez porque eu tenha esses genes em mim, mesmo que não se desenvolvam.
Um desses poderes é a cura.
Estou muito feliz por ter esse poder, senão o chefe do conselho teria descoberto que, desde os 14 anos, sou perseguida pela minha família e meu pai já quase me matou, dizendo que eu sou uma vergonha para todos.
Por mais Brandon tenha se me defendido naquele dia, ele era apenas o filho de Alpha e não tinha todo o controle sobre a matilha. Ainda era difícil para mim continuar a viver em comunidade depois de ser salva por ele.
Felizmente, meus pais receberam a notificação do chefe do conselho no dia seguinte pedindo para me encontrar. Se não fosse por isso, tenho certeza de que teria morrido naquele dia. Foi a primeira vez que minha mãe falou assim comigo, e também a última vez que ela olhou para mim com simpatia.
Suspirando com as lembranças tristes, sorri para melhorar meu humor.
Um carro buzinou alta, indicando que Mark tinha chegado. Rapidamente, testei meus reflexos uma última vez antes de sair de casa.
"Ei!", eu disse para o belo lobo.
"Ei, princesa", ele disse, me fazendo sorrir.
Mark era minha segunda paixão. Como uma paixão por uma celebridade. Eu gosto do jeito que ele age com tanta calma e é sempre tão educado, além de sua bela figura. Depois de Brandon, ele foi o único cara que me tratou como uma pessoa normal e não como uma pessoa incapaz.
Olhando para seu cabelo loiro bagunçado, eu sorri, consertei o pentrado dele sorrindo, mas arregalei os olhos quando percebi o que estava fazendo.
"Meu Deus, eu sinto muito. Eu apenas...", eu comecei a dizer, mas fui interrompida pela risada de Mark.
"Está tudo bem, querida. Vamos levá-la para a escola primeiro, certo? Enquanto isso, pode me contar como foi sua semana e se alguém A incomodou. Mark disse com um olhar sério, me fazendo olhar para baixo com vergonha, porque eu sei que mentirei para ele novamente.
"Tudo bem. Fiquei trancada na sala da escola acidentalmente, porque dormi na minha última aula, e, como estava sentada no canto mais distante, ninguém me notou.
Por sorte, Brandon, que ia me dar uma carona para casa, me procurou e me achou trancada. Senão, eu teria passado a noite inteira trancada ali. Fora isso, nada de grave." Eu menti descaradamente, escondendo o fato de que quase fui espancada antes de ser trancado pelas garotas que estavam com ciúmes por eu me dar bem com Brandon, incluindo minha irmã.
"Sério?", Mark respondeu, olhando em minha direção com uma sobrancelha levantada. Não sei por que me sinto assim, mas toda vez que minto para ele, parece que ele nota, mas escolhe ficar quieto.
"Sim", eu disse, não querendo dizer mais nada.
"Que bom que o futuro alfa é justo. Me diga, o que quer de presente de aniversário? Hoje não é seu aniversário?", Mark perguntou.
Claro, como pude esquecer que hoje é meu aniversário? O mesmo dia em que, quatro anos atrás, minha vida virou de cabeça para baixo.
Ele era provavelmente a única pessoa que sabia ou lembrava que hoje era meu aniversário.
"Mande meus agradecimentos ao chefe do conselho, mas..." Engoli o resto das palavras quando Mark parou o carro fazendo cantar os pneus.
"Quem disse que estou perguntando por causa de meu pai? É interesse meu. Ele nem sabe que estou aqui hoje. Eu só queria ver você e ter certeza de que não se sentiria sozinha no seu aniversário." Mark se inclinanou para mim, me fazendo arregalar os olhos com tamanha proximidade.
O sorriso em seu rosto era tão agradável e convidativo. Às vezes, acho que ele deveria realmente ser modelo.
"Eu... eu..." Eu comecei a gaguejar sem saber o que dizer tão perto assim.
"Aqui, um presente para você." Foi um alívio quando Mark sorriu para mim e me entregou uma caixa com um laço de fita.
Como eu ainda estava imersa em meus pensamentos, Mark beijou minha bochecha, fazendo meus olhos se arregalarem demais.
Antes de se recostar em seu assento, ele disse: "Abra quando sentir que não há ninguém por perto. Não importa o que aconteça, estou e sempre estarei ao seu lado para protegê-la. É uma promessa que pretendo cumprir, princesa."
Olhando para a caixa, eu balancei a cabeça uma última vez antes de perceber que estávamos do lado de fora da escola.
"Já vou indo", murmurei antes de sair do carro, sorrindo levemente, pois este era o primeiro presente, e talvez o único, que ganharia no meu aniversário.
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