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o descendo à terra me atormentava, um peso esmagador no meu peito. A polícia suspeitava que aquele misterioso acidente tinha motivações criminosas, iniciando uma investigação para verificar a fundação dessa teoria. Eu acreditava firmemente que os investigadores estavam certos. Certamente, aquele acidente poderia ter sido criminoso, dado o fato de meu pai ser um excelente motorista, incapaz de perder facilmente o controle do carro. Talvez sua posição poderosa como chefe do departamento de investigação da p
Precisava ser forte, não só por mim, mas pela minha mãe, que precisaria de mim quando acordasse. As lembranças do último feriado de Corpus Christi pareciam agora uma cruel ironia. Naquele dia, a cidade estava vestida de cores vibrantes e celebrações, mas agora, tudo se tingia de um cinza sombrio e pesado. Enquanto eu tentava lidar com a dor esmagadora da perda, as pergu
ravessar. Enquanto aguardava notícias sobre a investigação policial, que se arrastava como uma eternidade, eu me via revivendo os momentos felizes que compartilhamos como família. As risadas durante os jantares, os conselhos sábios que ele sempre tinha na ponta da língua, os abraços calorosos que agora pareciam tão distantes. Cada lembrança era uma faca de dois gumes, trazendo tanto conforto quanto dor. Minha mãe, ferida pelo acidente, lutava pela própria recuperação, e eu estava ciente que el
r que me restava. Seu pior defeito sempre foi querer ser protetor além do limite, mas eu não o julgava, considerando sua posição como o mais velho. Naquele momento, ele era meu único apoio. Descobri recentemente que Guilherme seguia os passos de nosso pai, trabalhando para a polícia federal. El
asse sobre mim. Eu me sentia perdida, parada no tempo, sem saber o que o futuro me reservava. Dias e noites de angústia se sucediam, chorava em um profundo silêncio. Somente eu sabia a magnitude da dor que sentia. Não seria uma tarefa fácil, pois nunca tinha ficado longe dos meu
a morte de nosso pai. Em meio a esse turbilhão emocional, a presença de Maia trazia uma sensação de normalidade à casa. Seu cuidado e compreensão suavizavam um pouco a dor que todos compartilhávamos. No entanto, a sombra da investigação pesava sobre nós, e eu não conseguia ignorar a ansiedade que crescia cada vez que Guilherme saía para
s após o
ama, envolvida pela tristeza que me consumia. Minha mãe continuava internada, sua figura frágil na cama de hospital era uma tristeza constante que eu relutava em enfrentar. As
logo ela acordará! - Ele sentou a
sei se tenho estrutura para suportar mais uma perd
Pode ser amanhã ou daqui a um ano. - Ele tentou explicar com calma. - Recomendo que não venha vê-la com tanta frequência, i
o fazer isso? - Suspire
lgo que te faça bem. - Ele
lavras. Talvez encontrar algo que me proporcionasse um alívio temporário fosse possível. Num lampejo, sentei-me na beira da cama, permanecendo por mais algum tempo ao lado da minha mãe antes de decidir que er
o está certo; preciso mudar minha rotina. Não posso mais ficar tra
lo de chocolate e comecei a folhear as páginas. Distraída com algumas fofocas das celebridades locais, meus olhos atentos pararam na sessão de vagas de emprego. Ao percorrer as opções disponíveis, deparei-me com uma que me interessou bastante; o anúncio dizia: "Contrata-se acompanhante." Sem experiência anterior, pensei que
ai? - Ele perg
ga de emprego! -
andando sozinha por aí! Seu "modo super irmão" foi ativado. Após a morte do nos
asar! - Revirei os olhos, tentando disfarça
o pai deixou é suficiente para nós! - Ele tentou me conve
o departamento de investigação? O que nosso pai deixou não é suficiente
tuação é complicada e delicada! - Ele r
me distrair e quero muito essa vaga. Vamos logo ou ire
ndo em silêncio até o local desejado. O ambiente no carro estava tenso, com sentimentos não ditos pesando sobre nós. Cada rua percorrida parecia uma extensão da di
*
ma era sombrio e pesado, as sombras das árvores dançavam ao ritmo do vento, criando um cenário quase assustador. Gui estacionou o veículo e me analisou com olhos queacompanhe! - Disse, tentando manter a calma enquan
u atrás de você! - Respondeu, com um tom
tia. Ao empurrar a porta pesada, fui recebida por um ambiente estranhamente acolhedor, contrastando com o exterior. Uma mulher de cerca de cinquenta
rguntou ela, com um tom simpático que
e acompanhante! - Expliquei, e percebi seu olhar s
rpresa era evidente, e aquelas palavras me deixaram um t
desse responder
mes, deixando-me sozinha na recepção. O ambiente silencioso só aumentava minha curios
Apesar de não ter sido convidada a me sentar, acabei escolhendo uma poltrona confortável e peguei uma revista para folhear. As páginas brilhantes e cheias de imagens não conseguiam prender minha atenção, a curiosidade e a ansiedade falavam mais alto. Levantei-me, incapaz de conter
ua voz suave era quase hipnótica, e eu a segui automaticamente. Ela abri
e tangível. As sombras dançavam nas paredes, criando uma atmosfe
seu nome e idade, querida? - P
mbria no fundo da sala. Meu instinto aguçado me alertava que aquela sombra m
la Oliveira, tenho
móvel por um instante
veira? - A menção ao nome do meu pai fez meu coração disparar,
tentando manter a calma enquanto obs
s segredos que parecia guardar. Seus olhos penetrantes fixaram-se nos meus, e senti um arrepio percorrer minha espinha. Seu
ada de uma emoção contida. - Sou Antonio Ortega. Você é uma jovem muito bonita, vou adorar
i, extremamente confusa, tentando ent
avaliando minha coragem e determinação. Meu coração batia descompassado, e a curiosidade se transformava em um misto de m
r tudo que quero, pagarei em dobro! - Seus olhos brilharam com uma empolgação inquietante,
agar em dobro? Será que ele está pensando que sou uma garot
houve um grande mal-entendido. - Expliquei,
um som que reverberou pela
vaga fosse para cuidar de um idoso. Peço desculpas pela con
braços com uma força surpreendente. Tentei me soltar, mas apesar da idade, ele era bastante forte. O desespero tomou conta de
idamente, suas mãos agarraram-se aos meus cabelos, arrastando-me para o fundo da sala. - Socorro, alguém me ajude! - Gritei inúmeras vezes, mas minha voz parecia ser engolida
o aconteça!" Pensei, envolvida em um completo desespero. O medo e a raiva se m
e levantei, correndo em direção à porta. Meus dedos tremiam enquanto tentava girar a maçaneta. Atrás de mim, ouvi os passos pesados de Ortega se aproximando novamente. Mais uma vez ele me agarrou pelos cabe
te que alguém ouvisse e viesse em meu auxílio. A situação tornava-se desesperadora, e por uma fr
nhando minha demora?" ponderava, enq
a, mas Guilherme foi incrivelmente ágil, disparando duas vezes contra ele. O som dos tiros era surreal, como se estivesse ocorrendo em um pesadelo. Ortega cambaleou, seus olhos arregalados de surpresa e dor. Em um movimento lento e quase teatral, ele deslizou até o chão, formando uma imensa poça
bem? - Ele pergunt
mal saindo. Os olhos fixos no corpo sem vida de O
u para cima, me a
- Ele disse, me guiando rap
que eu havia acabado de vivenciar. Gui me ajudou a entrar no carro, e
iência havia me transformado, trazendo à tona uma força e uma determinação que eu não sabia que possuía. As mãos de Guilherme tremiam, e eu pod
leti, mantendo-me paralisada. As imagens do ocorrido passavam em minha mente como um filme de terror, e a real
homem! - Arregalei os olhos, fora de
m cima de você, acabei enlouquecendo! - Guilherme saltou do carro e andou de um lado para o outro, eu desci logo atrás dele. - Ele queria pegar uma