eus cabelos estavam soltos e em meu pescoço havia um colar dourado com pingente de uma borboleta contrastando com minha primeira tattoo feita aos quatorze anos, uma borboleta erguendo vôo, porque
tava. Na verdade, não enxergava nada além do meu amigo, só estava estressada porque o cara insistia demais e misturado com o álcool acabei brincando com seus sentimentos, se eu batesse no desconhecido poderia arrumar problemas pra mim, de novo. Depois disso acabei me afastando um pouco dele, só que não era justo. Eu vacilei. Pedi mil desculpas e lhe expliquei meu ponto de vista. Sei que ele é apaixonado por mim desde o inicio, mas amo sua amizade e me sinto bem com ele, embora à
arilia! - Gritei
para uso obrigatório. - El
om aquilo. - Juízo sim, c
ocê já viu como é o Sus do Brasil? Vai morrer na fila antes de conseguir tomar um
muito engraçadinha. - Falei
ainda abraçad
io. - Minha mãe gritou da porta quando eu já
nas sabem se cuidar soz
de você então... - Ela gesticulou com as mãos. - Mas eu s
e amo! - Falei rindo
ízo! - Ela disse e
res se encontraram ele baixou os olhos, me encarou novamente e desviou o olhar. Encarou Mario ao meu la
prefiro mais baladas e etc. Mas a Mari e a Sol também estariam lá então poderia ser legalzinho... Entramos na chácara que logo de cara dava pa
m beijo na bochecha e sorriu. Também não gosto muito desse tipo de toque int
- Fa
a realmente acontecendo a festa. Fomos diretamente para os fundos da casa onde uma aglomeração nata acontecia. Musica alta, cachaça a rodo e muita gente dançand
em! - Mari f
- Tá bebendo o que
- Ela me ofe
. - N
que essa é a minha bebida favorita
Sorri p
e sorriu e saiu do meu campo
usa do som. Havia começado a cantar pingo de dó
hora dessas! - Revi
mais para a pista. Formamos um par de três e começamos
arado e traiu ela com uma prima – assim era como ele chamava a amiga na frente da Sol – e ela aind
ou a tocar um samba. A melhor parte das festas brasileiras é q
u choro, c
é de que
gada eu
r o bairro
r claramente a dor da minha mãe ao assistir o acidente fatídico que tirou do Brasil uma enorme artista e humana. Minha mãe chorou como se estivesse perdendo a irmã. Até ho
oventa anos no corpo de vinte dois, deu meia noite e eu já estava louca para ir embora. Meu grupo e
- Falei pro meu grupo qua
ario falou soltando
co! - Mari falou bebendo e
sono. - Falei d
xando para um abraço. Quando ela bebe fica um
is, e daqui a pouco já
ouco! - Ela f
a além disso. Me conformei em dançar com o Mario uns forrozinho, revezando com as meninas. Sentei um pouco quando começou os funk brabos, essa era a parte em que eu olhava a batalha das emocionadas te
ado de fora. Compartilhei a rota com o Mario, é uma segurança já que o Uber é homem e sabemos que a taxa de estupro e feminicidio só aumenta
nda cantamos juntos uns forrós doidos. Desci e fui até a janela da frente. Abri a bolsa e tirei meu cartão de débito. - No débito. - Ele assentiu, eu pa
co muito tonta. Ok. Errei alguns passos? Errei. Mas consegui chegar até a frente da porta. Abri minha bolsa pra procura
, rodeei a casa e retirei um misse de dentro da minha bolsa, sempre fica lá. Abri a porta do fundo te
to, sorri enquanto analisava a linda imagem que havia tirado. Claro, estava um pouco embaçado pelo alto teor de álcool tomando conta da minha visão, mas quando eu ficasse sã, amaria essa foto. Joguei-me na poltrona por um momen
YE
utro no quarto utilizando o termo que chamo meu
. Sua voz grossa e autoritária só me deixav
Estou cansado. Podemos conversar mais ta
em, Meyer. Tenha isso em
mental para a nossa saúde biológica e a diferença em nosso fuso horário mostra isso mais do
te cedeu. - Estarei ai n
pedi e desliguei antes que ele
os para muitas empresas, mas nada melhor - segundo Heiko - do que vender para o consumidor físico também. Então há anos atrás surgiu à ideia de abrir de fato a casa noturna Meyer Haus, que era apenas uma laranja no registro. A casa noturna hoje é onde tudo acontece, é aonde negociamos tudo com todos os compradores seja jurídico ou físico, e ainda ganhamos mais com as apresentações, bebidas e clientes que vão lá só para curtir. É como matar diversos coelhos com uma cajadada só. O que eu acho de tudo isso? Não era bem a vida que eu queria pra mim. Nem sempre é tudo tão calmo e nesse ramo é preciso escolher entre duas opções: Ter sentimentos ou ser um Meyer. Eu sou obrigado a ser um Meyer a cada
bêbada parece pura e inocente quanto a Jasmim. Enxuguei meu cabelo com a toalha, coloquei uma calça moletom e me sentei na cama mexendo aleatoriamente no insta. Novamente uma movimentação do lado de fora da minha janela. Meu olhar parou diretamente na Jasmim varanda a fora com a câmera apontada para o céu. Ela daria uma bela obra de arte agora. Eu se lembraria disso depois. Eu não seria desenhista como queria aos meus dezoito anos, mas velhos hábitos nunca morrem... Ainda desenho quando quero extravasar minha frustração, raiva ou tristeza. Ela se sentou na poltrona e ficou ali fixada em seu próprio mundo, a encarei. Ela tinha algo que me deixava intrigado, não sei o quê, mas me chamava bastante atenção. Deixei meu corpo cair na cama sorrindo ao me lembrar dela tentando achar a chave de casa e praguejando sem sucesso. Logo após um filme se passou
cê não tem tempo pra isso! - Bati em minha testa novamente.
nela ela já não estava mais lá. Bufei. Levantei, fechei a cortina e me jo
SM
o dia com minha mãe baten
cabeça debaixo do travesseiro. Eu
nha mãe bateu
tirando o travesseiro e me
Ela perguntou do o
- Falei visivelm
na cama com um sorr
. - Res
tar. - Minha mãe fal
- Falei colocando o trave
om a Giovanna. - Ela falou agora
os olhos e a encarei. Vir
e eu sabia disso. - Você vai fazer desfeita pra mulher que
indo os olhos novamente com dificuldade
lou cruzando os braços e fazendo biquinho. - Mas eu não
onversa fora numa tarde de domingo. - Fal
a de domingo com minhas duas amigas. - Minha mãe abriu um s
nta-se á vontade para fazer novos a
casa noturna que estão abrindo lá ao lado do nosso rest
ufei. - Esto
espeito suas ressacas. É aqui na frente, você pode almoçar e vir embora se qu
uase nunca saía de casa para qualquer coisa que não fosse trabalho e rotina. Eu não a deixaria frustrada nisso e
ilia, ta. - Bu
de e já é meio dia. - Ele se levant
antando da cama, não sem antes imaginar o sorriso de um certo vizinho novo. Ás uma em ponto estávamos nós atravessando a rua para a casa da dona Giovanna. Minha mãe estav
lado do rosto e abraçando minha mãe. Eu havia colocado um vestido de alça branco com flores lilás, ele era rodadinho com cinco palmos acima d
ente para a TV, uma mesinha de vidro pairava no centro com algumas revistas, e no canto da sala havia uma enorme estante de vidro. Seguimos para a sala de jantar onde uma mesa de seis cadeiras jazia no centro, a sala de jantar era toda de vidro dando vista para a co
Giovanna numa conversa completamente empolga
mesa. - No português claro macarrão rústico ao queijo com cebola crocan
- Minha mãe falou
o sabor. - Ela falou empolgada. - Vamos no
arcava esses almoços de domingo para não ficarmos sozinhas du
- Eram todas bruxas. - As duas riram. - Não tínhamos aproximação com nenhuma, éramos só nós du
de? - Minha mãe falou
Giovanna falou após termi
a. Lembra que ela falava que o Pedro era homem de várias porque na
ua. - Giovanna
flashback de uma vida feliz que só conhecia como reflexo. Eu sabia muito de minha mãe, mas havia muito ali que eu também não sabia. Quando percebi que elas estavam num mundo só delas e eu já não existia mais, me retirei sorrateiramente indo para o
a o sorriso quase invisível. Sua expressão estava fechada, seus cabelos estavam molhados. Ou ele e
Ele assentiu também olh
- O encarei
almoço? - E
uma enxaqueca terrível. Tinha que me lembrar de
bem? - Ele
lei voltando a
as sobrancelhas o encarando. - Como... C
quei. - Você bebe demais e parec
te estava bêbada. Ontem. - Ele di
. - Desvie
ue conseguiu entrar. - Um ri
no quarto. E detesto acord
entiu. - Por que est
quando a casa estava vazia eu costumava vir para cá. Ficava a
entava esta casa?
desde que me conheço por gente, imaginei que os donos tivessem morrido. Então eu costumava son
ngou. Desisti de tentar enten
erigosa, Senhor M
reitou os olhos de
o! Eu abro portas e invado propriedades. - Su
m um sorriso de canto. - Quando quiser se sentar nest
nvadir sua propriedade. - Falei agora o o
Senhora Jasmim... - Ele falou baix
fingindo estar pensati
pecifico, punir criminosas que invadem a minha propriedade
has por alguns segundos. Aquilo foi um golpe.
tro lado e riu volt
tirar fotos? - Pergu
ar... - Não foi uma perg
Ele me encarou com uma exp
rosseguir. - Quando os dedos de um grande poeta tocam uma página é de uma forma pesada, seu corpo se debruça sobre a página porque sua alma mergulha sobre ela. Mas com os grandes desenhistas e pintores é diferente. Quando um desenhista ou pintor se expressa ele não pesa, ao tocar uma folha e
penas por me ver uma vez com um cadern
- O encarei estr
Sua expressão abriu. - Não é algo que eu faça o tempo todo e não a
nti sor
Ele perguntou agora apoiando
usa. Será que ele havia me fl
a noite completamente bêb
Eu tirei fot
u. - E
e? - Pe
u. - El
ver tirando fotos do céu, completamente bêbada? - Perguntei. Sen
com meu pai. - Ele abr
- Perguntei arqueand
ele suspirar. Ao vê-lo mencionar o pai dele senti que
vos do Haiti. Então por aqui nós dormimos, e você continua sendo um gra
dando de ombros com uma ex
mácia comprar um remédio para minha ressa
dor se quiser. - Ele deu
quero sim. - Falei quando
cozinha e ele abriu uma das gavetas procurando pelo remédio. Retirou um comprimido da embalagem, foi até a geladeira pegou
ada até a farmácia vinte e quatro
caminhar. - Ele me enc
corpo foi atropelado por um
usa isso? - Ele arqueou
igerante e energético. Acho que foi só isso. - Falei
orriu. - Basta
principalmen
o. Senti meu coração parar d
? - Falei encarando as duas mulheres na s
me encarou. -
ara me retirar sorrateiramente. P
ntiu. - Bom desc
meu esconderijo – para ver o que era. Abaixei por um momento para responder a mensagem de Mario perguntando se estava tudo bem, pois
a cabeça para olhar para a minha nu
eito. Tê-lo olhando para aquele lugar em
zando os braços. - Perdoe-me se eu es
são ilimitada. E por fim ela se torna uma borboleta, com uma visão ampla do infinito de possibilidades que a vida oferece e disposta a bater asas e voar em suas novas aventuras. A borboleta é intensa porque sabe que a vida dura pouco e tudo é feito de momentos, por isso ela está sempre voando pelos melhores ares. Mas em algum momento você a verá parada, porque mesmo tendo um mundo pela frente e tão pouco tempo para aproveitar, ela precisa repousar um pouco no lugar seguro. - Falei peEle sussurrou olhando n
ando mais próximo de mim, abriu a boca para falar algo, mas logo fechou. O ar ao nosso redor estava tenso, eu queria que ele se aproximasse mais ao mesmo tempo em que queria correr dali. Sua expressão se fechou. Como se tudo que eu havia visto de sentimento houvesse sumido, como numa grande peça de teatro onde
alei gesticulando com a m
assentiu.
pudesse derreter em seus braços, me obriguei
entando dissipar a adrenalina que aquele pequeno momento havia me causado. Bendito Meyer. Bendito Meyer. Bendito Meyer. Como? Eu estava a ponto de surtar. Suspirei. Não. Eu havia acabado de o conhecer, ele só havia sido gentil, não foi um flerte e eu não tinha tempo para
uma menti