olhando diretamente para ele, com o rosto apontado para o lado. - Por favor. Você precisa sair daqui. Talvez ele possa me ouvir se eu pensar alto o suficiente. Mas isso é bobagem. As pessoas não pod
o suficiente para quebrar as paredes entre nós. Matteo 8 anos O travesseiro está molhado sob meu rosto quando me lembro do que aconteceu. Meu pai não pode estar morto. Não, papai. Por favor, papai. Você precisa estar vivo. Não pode me deixar como a mamãe fez! Não pode me deixar aqui. Por dentro, meu peito dói como se eu estivesse levando um soco. Por que esses homens machucaram meu pai? Ele nunca fez nada a ninguém. Ele sempre foi gentil com todas as pessoas que estavam na loja. E o que aquele homem disse sobre meus irmãos não pode ser verdade. Eles vão me encontrar. Eles não desistirão. Talvez eu possa lhes enviar uma mensagem de alguma forma. Mas não sei onde estou nem quem são essas pessoas. Só quero sair daqui. Mas para onde quer que eu olhe, há alguém me observando. Agnelo, aquele homem mau, foi embora depois de me contar sobre papai e meus irmãos. Eles nunca deixaram que esses estranhos me levassem. Talvez ele os tenha machucado como papai. Eu me lembro do homem mau. Lembro-me dos outros também. Havia quatro deles na manhã em que nos levaram da padaria. Papai e eu estávamos lá bem cedo. Ele estava preparando tudo antes de as pessoas começarem a chegar. Ele não me levaria naquele dia, mas eu implorei para ir. Meus irmãos sempre diziam que eu era chato, então eu queria ficar com meu pai e não com eles. Mas então aqueles homens bateram à porta e nada mais foi como antes. - Matteo, você poderia me passar essa caixa que está ao seu lado? - pergunta papai, colocando alguns cupcakes em um prato redondo. Desço da banqueta, pego o prato do balcão e o levo até ele. - Isso parece tão gostoso! Posso vir, hum? - Olho para os cupcakes de chocolate Oreo e desejo que papai me deixe comer um no café da manhã. - talvez depois do almoço, - diz ele, bagunçando meu cabelo enquanto pega a caixa de mim. - Tudo bemmm! - Volto para a cadeira para poder olhar minha revista em quadrinhos. Ao tentar voltar para a cadeira, escorrego e a cadeira cai em cima de mim quando caio de costas. - Ai! - Você está bem? - Papai se aproxima correndo, levanta a cadeira de cima de mim e me ajuda a levantar. - Acho que sim. - Esfrego a bochecha onde me machuquei. - Vamos nos sentar no sofá. - Papai coloca a mão em meu ombro e caminhamos lado a lado. - Olá, tem alguém em casa? - alguém chama do lado de fora, batendo bem alto. Meu pai para se mexer e, quando olho para ele, seus olhos são redondos e