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Alicia - Para sempre

Alicia - Para sempre

5.0
29 Capítulo
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Sinopse

Índice

Após uma guerra devastadora entre anjos e demônios, Alicia fez um pedido silencioso ao único ser que poderia conceder-lhe: Metatron, seu pai. Ela queria uma nova chance, um futuro na Terra como humana, ao lado de Caled, Sophia e sua família. Mas não apenas isso-Alicia desejava apagar as cicatrizes do passado, voltar ao momento antes do acidente que levou sua mãe. Metatron atendeu ao seu desejo, mas com uma condição cruel: apenas ela se lembraria de tudo. Sophia, Caled e Caliel teriam suas memórias apagadas, e suas histórias reescritas. Ainda assim, Alicia aceitou. Tudo valeria a pena, se significasse uma nova chance. O que ela não esperava era que nove anos poderiam mudar tanto. Embora Sophia ainda fosse sua melhor amiga, o mundo ao seu redor já não era o mesmo. Helior, seu ex-namorado, está de volta, reacendendo sentimentos que Alicia pensou que ela teria deixado para trás. Mas nada a fere tanto quanto descobrir que Caled não se lembra dela-e, pior ainda, agora pertence a outra. Húlia, sua antiga inimiga, conseguiu tudo o que sempre quis: o coração de Caled. Sem passado, sem promessas e sem memórias de seu amor, Caled não vê motivo para esperar por Alicia. Para ele, ela não passa de uma estranha. Mas Alicia sente cada batida do coração que um dia foi dela, e a dor de sua ausência é insuportável. Será que o destino permitirá que eles se reencontrem? Ou algumas histórias simplesmente não foram feitas para serem reescritas?

Capítulo 1 1º capítulo

Desci lentamente as escadas, tentando absorver a serenidade daquele momento. A visão da minha mãe, com seu avental azul e os cabelos presos em um coque desajeitado, me trazia uma paz que eu nunca imaginara sentir novamente. Ela cantarolava uma melodia suave enquanto espanava a estante, e por um momento, eu me permiti acreditar que tudo aquilo era real, que os últimos nove anos não tinham passado de um pesadelo distante.

- Está tudo bem, querida? - a voz doce da minha mãe me trouxe de volta à realidade.

Assenti, sentindo um calor aconchegante no peito.

- Sim, só... Estou feliz por você estar aqui.

Só depois de falar é que percebi o quanto isso soava estranho, dado o fato que ela nunca soube o que era ficar sem mim, apenas eu tinha essas tristes lembranças, ainda assim ela me olhou e sorriu.

- É claro que está, o que seria de você sem mim? – Gargalhou voltando a concentração para o que estava fazendo, eu sorri e assenti, sim exatamente isso, o que seria de mim sem ela?

Fiquei parada ali, observando cada movimento dela, como se quisesse gravar tudo na memória. O cheiro de lavanda que vinha das roupas limpas, o barulho suave do espanador deslizando pela estante, tudo parecia tão simples e, ao mesmo tempo, incrivelmente precioso.

- Quer ajuda? - ofereci, mesmo sabendo que ela provavelmente recusaria.

Ela riu baixinho, balançando a cabeça.

- Não precisa, querida. Você já tem muito com o que se preocupar.

Suspirei e me sentei no degrau da escada, abraçando os joelhos.

- Mãe... Você acha que tudo acontece por um motivo?

Ela parou por um instante, pensativa, antes de responder.

- Acho que sim. Mas, às vezes, somos nós que damos significado às coisas, não acha?

Fiquei em silêncio, absorvendo suas palavras. Talvez ela estivesse certa. Talvez tudo isso estivesse acontecendo para me mostrar que eu finalmente poderia ter um novo começo.

- Você vai ficar atrasada para a escola. - ela disse com um sorriso suave.

Levantei-me, sentindo-me mais leve.

- Sim, eu sei. Obrigada, mãe.

Ela me deu um beijo carinhoso na testa.

Saí pela porta, respirando fundo o ar fresco da manhã. O mundo parecia mais leve agora, mais colorido. Eu não precisava me preocupar com o que os anjos aprovariam, ou com o que dos demônios fariam, eu só precisava deixar a vida seguir seu curso, quando eu pedi para que Metatron me trouxesse de volta a terra como humana, salvasse Caled e permitisse que Caliel também tivesse uma chance aqui, ele me disse que não poderia mudar o livre arbítrio de cada um e que antes de fazer qualquer coisa, eles teriam que aceitar essa mudança, porém para Caled ou Caliel tinha sido muito diferente, ao aceitarem voltar para a terra, eles também abriram mão de suas memórias anteriores, então para eles, a mudança tinha sido muito maior, pois eu sabia exatamente quem eles eram, mas eles obviamente não me conheciam nessa vida, com essa mudança Caled também nunca ultrapassou os limites, e o acidente da minha mãe nunca aconteceu, eu nunca vivi em um orfanato, e nada que eu vivi com ele durante o ano passado tinha acontecido também.

Lembro-me de Metatron entrar na minha mente no dia em que fiz a escolha.

- Tem certeza de que é isso que quer? Lembre-se Alicia, não terá volta, essa é a última chance de vocês, o que está pedindo mudará tudo, você saberá quem ele é, mas ele não, tem certeza de que é assim que quer que seja?

- Eu e Caled fomos feitos um para o outro, nosso amor é de outras vidas, sempre encontraremos um jeito de nos encontrar Metatron, eu viverei esses nove anos novamente, ao lado de minha mãe e então nos mudaremos para Toronto e quando eu o conhecer, você vai ver, vai ser como se o tempo não tivesse passado.

- Alicia escute, você vai voltar nove anos no passado, muitas coisas vão acontecer nesse período, para você e para ele, o que te garante que ele esperará por você? Nessa nova realidade, ele não saberá quem é você, não saberá que você vai chegar um dia, talvez ele nem esteja mais morando em Toronto, talvez ele se mude e faça a vida dele em outro lugar.

- Ainda assim eu vou arriscar. – Eu disse, com determinação. – Pode demorar mais que nove anos, mas quando nos vermos novamente saberemos que fomos feitos um para o outro.

Dito isso, ele fez a mudança necessária e eu voltei no tempo... E durante nove anos, eu esperei, eu vivi tudo que eu não tinha vivido com minha mãe, tudo que a vida tinha me roubado, e ao fazer quinze anos eu pedi para que nos mudássemos para Toronto, para perto da tia Helena, minha mãe negou no começo, achou um absurdo, mas com o passar dos dias, eu acabei convencendo ela de que morar em Toronto seria melhor para nós e assim foi feito, no dia em que fui à casa de Sophia eu a reconheci de imediato, eu sabia que seriamos amigas, pois já tínhamos vivido isso, e coincidentemente foi o dia em que eu o revi pela primeira vez, Caled, meu maravilhoso e perfeito Caled, sem nenhum arranhão diferente, nós nos vimos, nos cumprimentamos e nos olhamos, o choque elétrico que percorreu nossas mãos ao se encontrarem deixou claro que eu sempre estive certa, nada mudaria.

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