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Stalker

Stalker

5.0
5 Capítulo
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Sinopse

Índice

Marina, uma universitária de 25 anos, se vê obcecada por Gustavo, um colega de classe que parece ter uma vida perfeita e intocável. Fascinada por sua confiança e carisma, Marina decide que não vai desistir de conquistá-lo, mesmo que isso signifique ultrapassar limites. À medida que ela se aprofunda em sua busca, Marina começa a desvendar segredos obscuros de Gustavo, revelando um lado sombrio que ninguém conhecia. Entre encontros inesperados e revelações perturbadoras, Marina se vê em um jogo de sedução e manipulação, onde a linha entre amor e obsessão se torna cada vez mais tênue. Determinada a conquistar seu objetivo, ela descobre que, às vezes, o que parece ser um sonho pode se transformar em um pesadelo.

Capítulo 1 Capitulo 1: Ele é Perfeito

Salvador, 2025. O sol já começava a despontar por entre os prédios da cidade quando Marina se viu sentada, mais uma vez, no banco do jardim da universidade, sua mente vagando longe das discussões acadêmicas que ecoavam ao redor. O movimento dos estudantes, o calor abafado, nada disso importava naquele momento. Seus olhos estavam fixos na figura à frente: Gustavo Borges. Alto, cabelos pretos e ondulados, e os olhos castanhos que pareciam nunca se incomodar com o mundo ao redor. Ele era perfeito.

Desde o primeiro dia de aula, Marina sabia que havia algo diferente em Gustavo. Todos o admiravam, professores e alunos. Ele era o tipo de pessoa que parecia estar sempre à frente, brilhando sem precisar se esforçar. O gênio número um da turma de Ciência da Computação, com uma mente afiada, projetando códigos complexos que deixavam até os professores impressionados. Mas não era apenas sua inteligência que chamava a atenção. Gustavo era bonito, com traços marcantes e um físico atlético, resultado de treinos diários. Ele corria todas as manhãs, nadava nas tardes de sexta-feira, e mantinha um estilo de vida disciplinado, algo que, de longe, parecia inacessível para alguém como ela.

Marina, por outro lado, se via como o oposto. Uma designer de interiores sem muito destaque, aluna mediana, sempre escondida atrás dos óculos de grau e do cabelo preso em um rabo de cavalo apressado. Ela não era o tipo de garota que chamava atenção. Não como as outras, aquelas que desfilavam pela universidade com suas roupas perfeitamente combinadas e seus cabelos sempre arrumados. Não, ela preferia a discrição. E talvez fosse isso que a permitiu ficar tão próxima de Gustavo sem que ele ao menos percebesse.

Ela começou a observá-lo de forma casual, quase inocente. Um olhar aqui, uma pesquisa rápida sobre ele ali. As redes sociais foram o primeiro passo. O perfil de Gustavo era meticulosamente organizado, sem exageros, postagens discretas sobre trabalho, programação e algumas fotos de lugares que ele gostava de frequentar. Ele não era do tipo que compartilhava muito de sua vida pessoal, e isso a intrigava. Por que alguém tão inteligente, tão perfeito, parecia tão... distante?

Com o passar dos meses, a simples curiosidade de Marina virou algo mais intenso. Ela aprendeu seus horários, sabia os dias em que ele ia à biblioteca, aonde ele corria de manhã e até qual café ele frequentava nas tardes de terça e quinta. Foi fácil adaptar sua rotina à dele, como se o universo conspirasse para que seus caminhos se cruzassem.

Hoje, Gustavo estava sentado no gramado, digitando algo em seu laptop, alheio ao burburinho ao redor. Marina observava de longe, o coração acelerado. Seu desejo de se aproximar crescia a cada dia, mas o medo a segurava. E se ele a achasse estranha? E se ele nunca a notasse da forma que ela queria? A única certeza que ela tinha era de que, em sua mente, Gustavo era perfeito.

Ela sorriu para si mesma. Ele não fazia ideia de que estava sendo observado. Não sabia que Marina sabia tanto sobre ele. Isso a confortava, de certa forma. Havia uma beleza no controle silencioso que ela exercia, mesmo que de longe. Para Gustavo, ela era só mais uma estudante na multidão. Mas para ela, ele era o centro de tudo.

Ela se levantou, sentindo o calor do sol sobre sua pele pálida, o cabelo preso balançando levemente com a brisa. Um dia, ela estaria ao lado dele. Um dia, ele perceberia que ela era a garota perfeita para ele, mesmo que ele não soubesse disso ainda.

Com passos lentos, mas decididos, Marina começou a caminhar na direção de Gustavo, o plano começando a se formar claramente em sua mente. Era apenas questão de tempo. Afinal, ela o conhecia melhor do que qualquer um. E, em breve, ele conheceria ela também.

Marina respirava fundo enquanto se aproximava da cafeteria do campus. Era uma terça-feira como qualquer outra, o sol de Salvador implacável no céu, deixando o ar pesado e quente. O lugar estava lotado de estudantes, alguns concentrados em seus laptops, outros conversando em grupos. Seu coração batia acelerado, as mãos suadas segurando firmemente sua mochila. Hoje era o dia. Hoje, ela finalmente colocaria o plano em prática.

Ela viu Gustavo antes de entrar. Ele estava sentado sozinho, como de costume, seus olhos fixos na tela do laptop, os dedos digitando rapidamente. Marina passou uma mão trêmula pelo cabelo preso em um rabo de cavalo, ajustou o boné que escondia parte de seu rosto e forçou seus pés a avançar. Ela sabia exatamente o que fazer: um esbarrão casual, seus livros caindo no chão, e então uma desculpa perfeita para iniciar a conversa. Ela tinha ensaiado aquilo por semanas.

Quando estava a poucos metros de distância, sentiu seu corpo congelar por um breve momento. E se tudo desse errado? E se ele percebesse? Não havia tempo para pensar. Sem outra opção, Marina respirou fundo, fez um movimento deliberado para desviar seu caminho e - esbarrou nele.

Os livros e o laptop que ela carregava caíram ao chão com um estrondo. Ela sentiu o sangue correr para seu rosto em um misto de vergonha e pânico. "Merda, merda, merda!", pensou. Mas antes que ela pudesse se abaixar para recolher suas coisas, Gustavo já estava de pé, ao seu lado, estendendo a mão para pegar o primeiro livro.

- Me desculpa, eu sou tão desastrada - Marina gaguejou, mal conseguindo olhar diretamente para ele.

- Não se preocupa, acontece - Gustavo disse com um sorriso discreto enquanto recolhia o laptop dela e alguns livros do chão. Seus dedos tocaram os adesivos no laptop de Marina por um momento e ele ergueu a sobrancelha, curioso. - Você também gosta de One Piece e Naruto?

Ela piscou, surpresa. Seu coração saltou. Ele notou os adesivos. Marina sempre pensou que eles passavam despercebidos, afinal, era algo que ela usava para expressar discretamente seu gosto por animes. Ela tentou responder, mas a voz parecia não sair. Seu cérebro lutava para encontrar as palavras certas enquanto sua boca permanecia seca.

- E-err... sim... eu gosto - murmurou, desviando o olhar para qualquer lugar que não fosse os olhos dele.

Gustavo riu de forma amigável, e a expressão relaxada dele a fez sentir um pequeno alívio. Ele parecia genuinamente interessado. - Que legal, eu também gosto. Não tenho muito tempo para assistir, mas Naruto e One Piece são dos meus favoritos. Qual parte você está?

Ela queria responder, mas a ansiedade a estava esmagando. Ele parecia tão natural, tão à vontade, e ela não conseguia sequer manter contato visual. Seu plano era ser discreta, conduzir a situação, mas agora tudo parecia estar fora de controle.

- Ah... eu... bom, não sei ao certo... não lembro agora - Marina respondeu, tropeçando nas palavras, sentindo o rosto esquentar mais a cada segundo.

Gustavo pegou um dos livros que estavam no chão, um título de ciências sociais que chamou sua atenção. Ele o segurou por um momento e sorriu. - "Ciências Sociais e Habilidades de Comunicação", hein? Interessante. Está estudando isso para algum projeto?

Ela queria desaparecer. Ele estava sendo tão gentil, puxando conversa, e tudo o que ela conseguia fazer era gaguejar. Como ela poderia explicar que aquele livro era uma tentativa desesperada de aprender a socializar, de ser uma pessoa que pudesse, ao menos por um instante, estar no mesmo nível dele?

- É... mais ou menos. Eu... eu gosto de ler... essas coisas... - balbuciou, lutando para controlar a voz.

A cada palavra que saía de sua boca, Marina sentia que estava afundando mais. Não era assim que deveria ser. Ela havia planejado tudo com tanto cuidado, mas agora se via incapaz de manter a compostura. Gustavo, por outro lado, parecia determinado a continuar a conversa, como se realmente quisesse conhecê-la melhor.

- Isso é muito legal. Eu acho importante desenvolver essas habilidades, sabe? Para quem é da área de tecnologia, como a gente, muitas vezes falta essa parte mais humana da coisa. A programação é incrível, mas o contato humano é essencial - ele falou com um sorriso, tentando quebrar o gelo. - Você está em qual período mesmo?

Marina não suportava mais. O nervosismo, a proximidade dele, o calor sufocante do dia. Tudo estava desmoronando. Ela precisava sair dali.

- Ah, eu... desculpa, eu... tenho que ir - disse, sentindo a voz falhar no final. Ela pegou seus livros e o laptop apressadamente, quase derrubando tudo de novo, e correu em direção à saída, sem olhar para trás.

Gustavo ficou parado por um momento, surpreso, observando Marina desaparecer entre os estudantes. Ele não sabia o que havia acontecido, mas algo em sua fuga apressada o intrigou.

Enquanto Marina corria para longe, ela se xingava mentalmente. Como pôde ser tão desajeitada? Ela tinha planejado aquele encontro por tanto tempo, e na hora H, tudo desmoronou. A vergonha queimava em seu peito enquanto suas pernas a levavam para o lado mais tranquilo do campus. Ao chegar lá, ela se encostou em uma árvore, respirando fundo, tentando se acalmar.

"Ele é perfeito", pensou, com o coração ainda disparado. E era exatamente isso que tornava tudo tão difícil.

Mais tarde, naquela noite, Marina se trancou em seu quarto. Vestia seu moletom preto com capuz, sentindo o conforto do tecido macio enquanto olhava para a tela do computador, revendo as redes sociais de Gustavo mais uma vez. O encontro daquele dia não havia sido como ela imaginava, mas algo na maneira como ele havia tentado manter a conversa a fez se sentir estranhamente esperançosa. Talvez, só talvez, não estivesse tudo perdido.

"Ele é perfeito", repetiu para si mesma mais uma vez, agora com um sorriso cansado. "E um dia, ele vai perceber que eu sou perfeita para ele."

A noite descia sobre Salvador, e o apartamento de Marina era um reflexo do caos em sua mente. O pequeno espaço estava repleto de livros espalhados, esboços de seus trabalhos de design jogados pelo chão, e uma suave névoa cinzenta de fumaça preenchia o ar enquanto ela se afundava em pensamentos. As luzes fracas da cidade piscavam pela janela, mas tudo o que ela conseguia ver eram as cenas daquele dia, se repetindo incessantemente em sua cabeça.

Ela estava deitada no chão, lágrimas silenciosas escorrendo por seu rosto enquanto preparava o bong com uma familiar precisão, como se aquele ritual fosse a única coisa que ainda estava sob seu controle. Ela se perguntava, entre tragos profundos, o que Gustavo pensaria dela se soubesse. "Ele deve me achar patética", pensou, com os olhos fixos no teto, enquanto soltava uma longa nuvem de fumaça.

Era como se ela fosse duas pessoas diferentes. Para os outros, Marina era uma aluna mediana, discreta, que passava despercebida na maior parte do tempo. Mas por dentro, ela era um turbilhão de emoções e pensamentos, sempre à beira de explodir. Era linda, sabia disso. Seu corpo atraía olhares por onde passava, mas ela preferia esconder tudo, com roupas largas e o boné que quase sempre cobria seus cabelos loiros e seus olhos azuis penetrantes. O contato físico, o calor das pessoas ao seu redor, tudo a incomodava. Ela não se encaixava no mundo delas.

Computadores, por outro lado, eram simples. Previsíveis. Marina se perdia em horas de programação e design, criando mundos que ela podia controlar, onde nada era tão complicado quanto interações humanas. Mas Gustavo... Gustavo era diferente.

Enquanto tragava novamente, sentiu seu corpo começar a relaxar, os músculos se soltando com o efeito da maconha. Seus pensamentos, no entanto, eram tudo menos relaxados. Ela lembrava do toque dele, tão breve, mas ainda assim tão marcante. Ele a havia ajudado a levantar, seus dedos roçando os dela. Lembrou do cheiro de Gustavo quando ele se aproximou, aquela fragrância suave e masculina que ficou com ela o resto do dia. Seus braços, tão fortes e definidos, os movimentos dele enquanto a ajudava. Seu coração acelerou, e ela não conseguiu evitar que sua mente começasse a divagar.

Ela imaginou como seria beijá-lo. O gosto de seus lábios, quentes e firmes contra os dela. E então, antes que percebesse, sua mente estava muito além. Como seria o toque de Gustavo em seu corpo? Como seria sentir aqueles braços fortes a puxando para perto? Seu corpo respondia àquelas imagens que a maconha ajudava a intensificar, e ela sentiu suas mãos deslizando lentamente por sua própria pele, seguindo o rastro de seus pensamentos. Ela se perdeu nas fantasias, cada detalhe se tornando mais vívido, mais real, enquanto o efeito da droga a fazia viajar.

Mas então, em meio a toda aquela névoa de pensamentos e sensações, uma ideia surgiu. Uma ideia que parecia tão clara e irresistível quanto as fantasias que ocupavam sua mente. "Eu vou roubar algo dele", sussurrou para si mesma, enquanto seus dedos traçavam uma linha imaginária por seu corpo.

No dia seguinte, ela daria um jeito de pegar algo de Gustavo. Uma peça de roupa, qualquer coisa que tivesse o cheiro dele, algo que pudesse guardar, algo que a faria sentir como se tivesse uma parte dele só para si. O plano começou a se formar na mente dela, e quanto mais pensava nisso, mais o desejo crescia. Não era suficiente apenas segui-lo, observá-lo à distância. Ela queria algo concreto, algo real.

Com esse pensamento em mente, Marina terminou de fumar, suas mãos agora tranquilas, e lentamente se levantou. O cheiro da erva ainda pairava no ar, mas sua mente, apesar da fumaça, estava clara. Ela sabia o que precisava fazer. Sabia que, de algum jeito, o próximo passo a levaria mais perto de Gustavo.

"E amanhã...", ela sussurrou para o vazio de seu quarto, com um sorriso enigmático no rosto. "Amanhã eu começo de verdade."

Enquanto ela apagava as luzes e se deitava, a excitação pelo que estava por vir a envolvia. Gustavo não fazia ideia, mas ele já estava preso em sua teia. E, com sorte, no dia seguinte, ela teria uma parte dele só para ela.

A noite em Salvador estava quente e abafada, mas no interior de Marina, uma tempestade estava apenas começando.

O sol nascia sobre Salvador, pintando o céu de tons alaranjados, mas Marina mal percebia a beleza daquela manhã. Ela acordou atrasada, com o coração acelerado e a cabeça cheia de pensamentos sobre seu plano. Na noite anterior, havia formulado cada detalhe, e agora, nada a impediria de colocá-lo em prática.

Ela rapidamente vestiu suas roupas de costume – jeans largos, camiseta velha e o boné que escondia seus cabelos desarrumados. Os óculos de grau repousavam no rosto, dando-lhe o ar de estudiosa que usava como escudo contra o mundo. Marina tinha poucos amigos, e Rafael Besane era um dos únicos que se aproximavam dela.

Rafael era um cara estranho, um contraste curioso em sua vida. Ele era baixo, com 1,60m de altura, e tinha um físico atlético que deixava muitos em sua turma com inveja. Passava horas na academia, de segunda a sexta, e nos finais de semana, saía com a namorada. Trabalhava em um supermercado perto da faculdade para manter as contas em dia e, nas horas vagas, vendia maconha para complementar sua renda. Marina era uma de suas clientes, embora ele raramente cobrasse dela. A amizade que compartilhavam era um tanto funcional, mas eficaz para ambos.

Marina sabia que precisaria da ajuda de Rafael para realizar o plano. Ela o encontrou perto do refeitório do campus, e, como sempre, ele estava de bom humor, a cabeça já cheia de pensamentos sobre a academia e o que faria depois.

- Fala, Marina! - disse ele, sorrindo enquanto guardava o celular no bolso. - Atrasada de novo, né?

Ela ignorou o comentário e foi direto ao ponto.

- Hoje tem aula de educação física, né? - perguntou, tentando parecer casual, embora o nervosismo estivesse estampado em sua voz.

Rafael franziu a testa, intrigado.

- Tem sim. Por quê?

Marina respirou fundo, preparando-se para soltar a proposta.

- Preciso que o vestiário masculino esteja desocupado durante a aula. Ninguém pode estar lá - disse, olhando para o chão.

Ele riu, achando que era uma piada.

- Tá, mas por quê? Que ideia é essa?

Ela levantou a cabeça, seus olhos fixos nos dele, e respondeu com um tom sério.

- Se me ajudar, te dou 200 reais.

Rafael ficou em silêncio por alguns segundos, processando a oferta. Ele podia ser um cara relaxado, mas 200 reais não eram algo para se ignorar. Ele sorriu de canto, achando tudo um pouco estranho, mas ao mesmo tempo, intrigado.

- Seu desejo é uma ordem - disse ele, com um tom brincalhão, mas já decidido a ajudar.

Com o acordo fechado, Marina se sentiu mais segura. Agora, tudo dependia de esperar o momento certo. O plano era simples: enquanto a aula de educação física acontecia, ela invadiria o vestiário masculino e pegaria uma peça de roupa de Gustavo. Algo que carregasse o cheiro dele, que ela pudesse manter como uma lembrança, um troféu pessoal.

O tempo passou devagar naquele dia, mas finalmente, a aula de educação física começou. Marina observava de longe, nervosa, mas determinada. Quando o vestiário ficou vazio, Rafael deu o sinal. Ele estava na entrada, disfarçadamente fazendo guarda para garantir que ninguém entrasse de surpresa.

Marina respirou fundo e entrou.

O vestiário masculino tinha o cheiro típico de suor e desodorante barato. Seu coração batia mais rápido a cada passo, mas seus olhos já estavam focados no que importava: o canto onde Gustavo costumava guardar suas coisas. Lá estava a mochila dele, jogada no banco de madeira. Ela abriu com cuidado, vasculhando rapidamente até encontrar o que procurava: uma camisa que ele havia trocado após a aula.

Ela a pegou com delicadeza, sentindo o tecido macio entre os dedos. O cheiro era inconfundível. Gustavo. Ela fechou os olhos por um breve momento, imaginando-o vestindo aquela peça, o corpo suado, os músculos tensos. A excitação voltou a crescer dentro dela, mas ela sabia que não podia demorar. Guardou a camisa em sua bolsa e saiu do vestiário o mais rápido que pôde.

Rafael a esperava na entrada, com um sorriso debochado no rosto.

- E aí, missão cumprida?

Ela assentiu, sem dizer nada, a adrenalina ainda correndo em suas veias. Sem olhar para trás, ela saiu em direção ao seu quarto, o coração batendo forte, mas agora por um motivo completamente diferente.

Naquela noite, enquanto segurava a camisa de Gustavo contra o rosto, sentindo o cheiro dele misturado com o calor do tecido, Marina soube que não havia mais volta. Cada passo a levava mais fundo em sua obsessão, e agora, ela tinha algo físico, algo real que a conectava a ele.

O plano estava apenas começando.

A noite estava quente, mas nada se comparava ao calor que consumia Marina por dentro. Deitada na cama, a escuridão do quarto parecia dar espaço para seus pensamentos mais intensos, seus desejos mais reprimidos. A camisa de Gustavo estava firmemente pressionada contra seu rosto, o cheiro dele invadindo suas narinas como uma droga que a deixava cada vez mais entorpecida. Ela nunca havia sentido algo assim, nunca tinha se permitido ceder a essas vontades com tamanha intensidade. O desejo por Gustavo havia atravessado uma linha invisível naquela noite.

Ela se tocava freneticamente, o corpo entregue a um prazer novo, visceral, enquanto os pensamentos sobre ele dominavam sua mente. Cada toque parecia mais intenso, mais necessário. Gustavo se tornara o centro de seu universo, e cada vez que sentia o tecido da camisa contra o rosto, o prazer aumentava. A imagem dele invadia sua mente, seus braços fortes a segurando, o gosto imaginário do beijo que ela tanto desejava, o toque que ela ansiava. Tudo parecia incontrolável.

Os minutos passaram lentamente. 21h. 22h. 23h. O prazer parecia infinito, mas o cansaço finalmente tomou conta de seu corpo. Ela parou, ofegante, com as pernas trêmulas, o suor escorrendo por sua pele. Exausta, sentou-se na cama, o efeito da maconha começando a desaparecer, mas seus pensamentos ainda estavam completamente focados nele.

"Eu vou dar um jeito de fazer aquele homem ser meu... meu e de mais ninguém", sussurrou para si mesma, sentindo o gosto das palavras em sua língua como uma promessa. "Aquele ser perfeito será meu, nem que seja a última coisa que eu faça nesta vida."

Ela se deitou, ainda sentindo a camisa de Gustavo em suas mãos, a mente inundada por fantasias e cenas obscenas. Cada detalhe sobre ele era perfeito em sua mente, cada traço, cada gesto. Marina nunca tinha desejado alguém assim, nunca havia permitido que seus sentimentos tomassem conta dessa forma. Mas agora, algo havia mudado. Ela se sentia mais determinada do que nunca.

Naquela noite, ela teve o sono mais relaxante de sua vida. Pela primeira vez em muito tempo, sua mente estava em paz. Ela sabia o que precisava fazer. Seu plano estava apenas começando, e não importava o que fosse necessário, ela faria com que Gustavo fosse dela. A qualquer custo. A qualquer preço.

O dia seguinte seria o primeiro de uma nova fase. Marina sabia que tudo mudaria a partir daquele momento. Não havia mais volta.

Ela fechou os olhos, um sorriso satisfeito desenhado no rosto. O sono a envolveu, e o sonho de tê-lo ao seu lado parecia, a cada momento, mais próximo da realidade.

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