Gui
s nunca são passageiras, elas só vêm para destru
ndo a ideia que ela me deu de passar uns dias nessa cidade minúscula e me
são chamaria uma tropa? Laura e Theo, tão confiáveis, traíram a mim e à amizade que diziam ter com Nico. Eles só dariam justificativas que pra mim não servem de nada. Não é para existir segredo e traição entre pessoas que se gostam. Aquela sensação de acolhimento e pertencimento que sentia com eles jamais será a mesma. Pensando por esse lado, até deve ser bom me afastar um pou
O combinado é que eu saia daqui amanhã cedo, mas mudo de ideia. Rapidamente arrumo uma mala, em que coloco todas as roupas que eu posso precisar, e em
troco o chip que estava no meu celular, assim não fico com nenhum número antigo de ninguém e se tentarem ligar pra mim, não vão me achar. Apenas anoto meu número novo em um pedaço de papel e coloco no closet de roupas da minha mãe, para que ela ligue se quiser. Ela às vezes é marion
o banco traseiro do meu carro. Verifico a gasoli
o gosto de frio. Mas enquanto dirijo e fico só com minhas reflexões, penso que esse pode ser um momento que sempre quis ter: não vou morar com meus pais, vou poder fazer o que quero sem prestar esclarecimento
posso comprar algumas coisas para me distrair. Por dentro estou decepcionado e confuso, mas assim que
nos dois lados da rodovia, o trânsito é bom. O GPS me indica que daqui a trezentos metros tenho que entrar em um desvio que me coloc
s, fábricas abandonadas e algumas casas bem velhas, uma bem longe da outra, afastadas e cada uma com um terreno atrás, passam a sensação de que são afastadas de propósito. Mas são menos de cinco casas em
espiro fundo, já ficando preocupado. Olho para o GPS e me
a rodovia, os mesmos três quilômetros que faltavam quando entrei nesse desvio que o próprio aparelho orient
o estar passando por aqui. Estico meu braço até o GPS para tentar ver o que posso fazer, mas não consigo segurá-
e luz branca. Eu decido que é melhor parar para eu procurar o aparelho do GPS e ver o que há de errado, porque eu preciso de ajuda para prosseguir. Olho para os lados da estrada
lo aparelho. Não acho rápido e meu pescoço começa a doer. Então mudo de posição: inclino meu tronco pra frente e ponho minha cabeça embaix
tou a entrar nesse desvio esquisito. Penso que o sinal nesse local deve
endo possível ver o de cima por conta de um muro alto de concreto; duas janelas e um portão médio de madeira escura, telhas onduladas, há uma grande árvore plantada na parte traseira, com muitas folhas que crescem já para fora do muro da casa. Está tudo apagado e silencioso e tenho dúvidas se mora alguém ali. E na frente dessa casa há um tipo d
chão, no muro da casa e na parede do bar e forma quase que uma fumaça com os reflexos, o que dá uma impressão muito assustadora. O silêncio e esse abandono só me deixam mais ansioso. Esse lugar parece o próprio fim do mundo. Não sei se Petros
era
estou pensando
eias. Olho para baixo, o aparelho do G
digo para mim mesmo assim que
tino. O trajeto permanece o mesmo, mas os tais três quilômetros do início agora é apenas um quilômetro. Não sei porque demorou tanto, mas pare
arro nã
ndo. Giro novamente a chave, mas de novo o carro não liga. En
ante, começo a suar. Eu não e
ue me faltav
não é tão forte, mas consigo ver que não tem nada cortado ou f
agora. Eu sou um imbecil pensando que estou crescendo ou me ajudando, mas eu sempre pioro as coisas. É tanta raiv
i tenha razão e eu seja só um mimado ingrato que sempre recebeu tudo o que quis. Esse era o começo
inha cidade, me sentindo acolhido... e agora estou aqui. Eu nem sei onde é aqui, mas é um lugar assustador, no meio do nada; estou sem ninguém,
em todos os aplicativos, a tentativa desesperada de conseguir ajuda mesmo sem nenhuma conexão. Eu realmente não sei o que fazer. Sinto que vou ficar
recisa d
m a pele morena, coxas grossas e quadris largos. Não que eu esteja olhando tanto assim, mas ela veste apenas um top preto, que deixa todo o seu abdômen de fora, e um short também preto com algumas linha
ei!? - Ela arregala os olho
espondo.
gora há pouco, ela continua escura e silenciosa. Essa garota não saiu dali, eu teria perc
você saiu?
e, pensei que fosse algum acidente. Mas pelo
ue eu podia ter capotado
até a minha frente. Reparo que está descalça. -
tá pegando. -
gasolina?
o me
á fazendo aqui a e
im. Estou indo para P
uro essas estradas são muito perigosas. Todo mundo s
ez seja por isso que meus pais quisessem que eu só viesse amanhã de manhã. Mais uma vez o idiota está erra
ce Petros? -
Sei onde é. Conh
inho pelo meno
os por aqui. Você deve ser sortu
i o
endido a situação toda apenas com essa informação. - N
tro a próxima palavra ou próximo passo do que fazer. Mas minha mente não formula nada além de
i. Ele vai saber como
fazer isso. - Tento impedi-la.
zer? Ficar parado aí?
r sinal de internet ou tel
tend
e em seus pés descalços. Continuo lhe observando e ela passa direto pela casa escura e o bar abandonado,
olho fixamente, como se isso fosse trazer um sinal do além. O máximo que acontece é acender apenas uma das barrinhas, fraco demais para fazer qualquer coisa, e el
o nos filmes. Talvez até eles evitem esse lugar. Fecho os meus
Ouço batidas na janela do carro e, sem nem mesmo
lo visto foi ignorado. O pai dela também é baixo e também tem a pele morena, os olhos bem escuros, sobrancelhas grossas, o cabelo corta
carro, meu jovem? - ele
senhor. Dei uma parad
vantou
tem nada
u ver a parte de baixo pra você - ele avis
s dele. A filha dele também nos segue, e vej
sem nem hesitar coloca metade
e a caixa, retira uma lanterna média mas com uma luz fortíssima, e
oas do interior são humildes, mas como ter certeza se eles estão fazendo isso só para ajudar mesmo, ou se estão almejando algo em troca? É difícil saber. Eles nem mesmo puxam um assunto ou tr
Vejo o homem tentar sacudir o carro, deixan
ou alguma coisa? -
fazer o carro morrer. Mas vamos tentar. - Ele respira fundo e en
risco a tentar perguntar se é essa mesmo, apenas a seguro e a repasso para o homem rapidamente. Ele não reclama, na
artel
teladas lentas, mas com pouco intervalo. E logo depois, barulho nenhum. Levanto-me do chão ao perceber que o homem começa a sa
tenha a ver com o tanque de gasolina. - Pausa para soltar
banco e tento ligar o carro com a chave. De primeira não pega. Na segunda vez, c
ou! - dig
uma encaixadinha, é melhor você ve
desligar o carro. Tiro minha carteira do bolso de trás da calça e a
da e a balança de um lado pro outro. - Não
salvou minha viagem e minha vida. Aliás, vocês. -
a a traseira do carro. - Então você está viajando? - confirmo e ele prosseg
sou surpreendido por uma expressão de desg
altar uma hora, no máximo. A estrada é bem ali na frente. -
do, senhor...? - Estico mi
le aperta minh
u me chamo
uilherme! Esper
fecho a porta. Ainda falo uma última vez com
! - só Rica
nada. Eu não sei se o problema está aqui neste lugar bizarro, na relação deles de família, ou até mesmo na minha futura cidade. Agora é tarde demais para refletir, e saio dirigindo sem pensar muito no que acabou de acontecer. A noit
irigindo só. Tem algumas voltas e os vidros do carro ficam embaçado pela umidade desse lugar alto. Petros fica nas montanhas, mas pelo visto também perto de cachoeiras e vales. Eu fico cansado, quase
de parece ser residencial e, como já é tarde, está deserta. Mas sigo dirigindo, confiante de que vou achar algo sozinho. Porém, de repente, acontece o que eu menos queria: começa a chover. Está escuro e não consigo me guiar direito por essas ruas desconhecidas. Minhas vistas t
inclino novamente o banco. Ligo o rádio mas nenhuma estação pega, então sou acomp
para dormir. Mas como a chuva só aperta, mantenho minha decisão de