Gui
rar no semáforo é passar alguns segundos no próprio inferno. Não sou muito fã desse calor, mas essa sexta-feira é tão especial que eu não teri
elhor amigo, Nico. A turma marcou de começar a festa às nove da noite, daqui a cinco minutos, mas prefiro chegar
de casa mostrando seu look, um vestido preto rodado de comprimento que para acima do joelho, amarrado na parte de trás do pescoço. Seu cabelo castanho está enrolado em uma tranç
a camisa xadrez branca e vermelha, os primeiros dois botões deixei abertos. Os caras devem estar desse
o boa e também estranha de ver a cidade... Como se eu estivesse reparando pela primeira vez como esse lugar é familiar e quão bem eu me encaixo aqui. Quando esses pensamentos se interrompem, eu rio. Eu nunca penso cl
gente toda. Eu já observo e reconheço algumas pessoas da faculdade fumando no lado de fora, outras saindo dos carros e entrando rapidamente; falo com alguns deles mas não perco muito tempo. Mostro minha identidade para os dois seguranças de preto, eles conferem meu nome na lista de
digo dando um meio abraço em
que bom que v
ver se estava aberta. Estava. O líquido desce bem gelado pela minha garganta, tão rápi
ara prepara uma bebida de cor forte para uma plateia de curiosos animados, a maioria da nossa turma. Estou olhando na direção deles quando sinto algo g
tou em dúvida se realmente quero ser mais um médico na família, porque isso não era bem o que queria antes. Ainda não é... Quando estou treinando ou estudando sozinho, penso em desistir da fa
meu cabelo castanho e sem graça. Eu uso óculos pra ler, já ele malha e parece um surfista. Parecemos um o oposto do outro, mas nos damos muito bem. Ainda temos o terceiro membro dos três mosqueteiros, Theo, que chegou depois mas também é muito amado. Ele é o mais tranquilo de nós, também o único que não está namorando. Na
aniversariante e também o centro das atenções. Vou num canto onde estão as mesas mas
tremerem, mas nada me anima a ir lá dançar sozinho, tenho muita vergonha disso. Fico absorto vendo esses futuros médicos curtindo a vida antes de terem t
Sinto um corpo pequeno roçando no meu, mas o que me faz te
urando por você
m aquele olhar esperto e um sorriso único. Une suas mãos atrás do
mpo? - ela pergunta
u menos.
va... no
la parece estar mais fingindo e
do bem? -
im. Não s
orri fraco
a vai chegando e tudo ficando mais agitado. Os caras vão conversando e me animando cada vez mais. Zoamos muito com Nico, jogamos bebid
es e o calor que não me fazem bem. Tento manter minha cabeça pra cima e controlar a respiração. Porém, no outro canto, na direção do banheiro feminino, algo incomum me chama atenção: reconheço meu amigo Theo entrando naquele espaço restrito, olhando par
li, no banheiro feminino, enquanto estão todos aqui fora festejando. Eu
guém sai daquele banheiro. A ideia de que esses dois estejam fodendo ali dentro, na festa de aniversário
, não quero que ninguém me veja. Contorno o caminho por trás das mesas e cadeiras, na lateral mais escondida da boate. Chego
faça
anheiro, protegendo a entrada como se fosse sua própria vida. É aí que des
diga que você
só não quero que entre aq
o é o mais falso e de
ito que está m
amos chamar a atenção das pes
a. - Você está deixando a namorada do meu melhor amigo trai-lo no dia
os sair daqui - ela rebate sem nu
o vou deixar que isso aconteça deba
xo! Eu juro que vou te explicar o que vo
rado que estava f
plicação! Que tip
amos nos meter nisso. - Ela segu
- Nico surge ao nosso lado, um sorri
ralmente imploram por silêncio a
nada. Tá
entreo
mas não espera nenhuma resposta. - Falando nisso, cadê a
ocurá-la! - Laura aponta na
costa, me olhando confuso enquanto eu falo. Laura surge atrás de mim, protesta com gritos, mas é inútil. Eu não posso enga
ta entrando ness
- Ele levan
- chama Laura
eo entrando ali um pouco an
i até lá, passando e esbarrando com certa força em mim. Ele abre a porta em um só golpe com a mão; ela bate contra a parede e pela primeira ve
está hav
banheiro. É instintivo, devo protegê-la nem sei de quê, mas há uma sensaç
lado a lado, vestidos, mas com uma cara de surpresa e talvez também medo. Tina usa um vestido branco colado e tem o c
baixo há uma pia de mármore preenchida por várias torneiras eletrônicas. Já no lado esquerd
que está acontecendo? - Ni
omeça Tina. - Estava enjoada e pensei que fosse desm
lherme viu ele entr
heo me olha um
z sentido - r
e segura o queixo dela, eu presumo q
parar de mentir
ntando puxá-lo de volta pela camis
teceu nada, você que não qu
heo. - Seja homem e assuma que você estava comendo a minha namora
as, vai! - peço e a vejo c
or favor, deixa ele. Vamos lá pra for
endido? V
m a porta aberta. Ele logo sai de lá com uma embalagem rasgada de camisinha.
ra,
um mal entendido? - pe
ode ser de qualquer ga
e em vez dela admitir pra tornar tudo menos pior, não, ela segue
nha que você compra. Eu sei!
- Tina
ita. Theo e eu ficamos cada um de um lado tentando sepa
ssurro para meu amigo. - Vai ag
pa
abar mal pra mim. Mas não
a força do soco. Nico também vai ao chão e fica por cima de Theo, socando e xingando-o sem parar. O nariz dele começa a sangrar. Tento me a
m, vocês vão se machuc
xa Nico pela camisa,
ico tudo, pa
nha surpresa, ele não deixa isso se acalmar. Pelo contrário. Theo corre até Nico e o empurra com força contra o espelho na parede, e boa parte dele se qu
e olha uma última vez para os dois se q
o ferozes, vão acabar se matando. Só que, finalmente, dois seguranças de preto entram e agem. Gritam e, ainda que também saiam atingido
ta. Este mais baixo, cabelos grisalhos, blus
ebrado do espelho, manchas de sangue, marcas de sapato e até mesmo a embalagem da camisinha, m
cia - ele anuncia, deix
ia - reajo mesmo sabendo
olescente e fez um acordo comigo, qualquer confusão era polícia na hora. - O h
stá interrompida ou se só consigo ouvir
rulho lá fora diminuem conforme os minutos passam. Não vi Laura depois que tudo aconteceu, mas estou com muita raiva dela. Por que não me contou? Por que deixou que meus dois melhores amigos chegassem a esse ponto? Porque ela sabia, ela é a melhor amiga de Tina e vive com ela em todos os cantos. Ela estava ali perto do banheiro caso alguém chegasse. Ela sabia que
seguida, entra meu pai. Fico arrepiado dos pés à cabeça. Ele provavelmente estava dormindo, a julgar pela sua cara,
mos para que ele não ficasse pior
vo agradece
icial, e descul
tudo
então
embora,
ui-lo assim
r de idade, droga! Não fiz nada de errado. Nem sei se fiz alguma coisa.
a ponto de lhe fazer aparecer rugas, isso para ela seria como a morte. Ela é alta, mais alta que ele inclusive, cabelos loiros de farmácia, sedosos e brilhantes. A pele bronzeada, olhos castanhos, está sempre arrumada e segura de si. Eu não sei como eles me deixam sair com meus ami
ue estou com as chaves do meu c
luzes acesas, bem incomum nessa hora da madrugada. A viagem toda foi no silêncio. Meu pai paga ao motorista e não pede troco. Desço primeiro do
eda branca até o pé, o cabelo preso num coque alto e a cara cheia d
do seu filhinho, Va
ão fiz nad
r, mas se não tivesse feito n
na festa d
nheiro, bebida alcoólica para
fiz nada
m, meu filho? - minha mãe pergu
brigaram. Eu
s mãos coladas nas costas, suor escorrendo pela testa e
foi parar num lug
á. Eu sempre estou com eles. Hoje as
do de irritação e l
amigos? - ele me pergunta. - Eu sei que eles são importantes, mas você é muito mais. Você tem
al. Eu já falei que foi um imprevisto e eu não fiz nada de erra
a seu indicador pra mim e eu reparo em seus
ferro velho, dormiram pelados na praia, e v
não faç
passou de todos os limites! Eu preciso te ori
izesse parecer mais um de vocês. Devia parar de se im
Você é meu filho, tem meu sobrenome, e não vou deixar que arruíne tudo por causa de sua ignorâ
hos. - Vai me prender, vai me amarrar,
e escorrega no nariz e novamente me aponta s
u te transferir de faculdad
pergunto alt
eu amor? - minha mãe pe
nverter a situação. Vamos mandá-lo a uma outra cidade, sem os amiguinhos dele e com metade da mesada.
reclamo alto. - A vida é min
oxima e me enc
médico de verdade, a vida é minha. Eu dei
ontr
o vou mesmo
uiser, já tomei minha deci
Ela fica sempre do meu lado, nã
Guilherme. Depois conv
o eu esto
, me comporto como eles querem, eu tenho pelo menos o direito de ficar onde eu quero e com quem eu quero. Não sei o que fiz pra merecer essa injustiça toda. Não pedi para nascer, e se tivesse opção,
a já com o rosto sem a máscara verde. Ela fecha a porta de leve e coloca alguns fios de c
i,
, mãe? Fez ele tirar ess
ra fundo
rosseguir com sua mudança. E, pra falar a v
até mesmo afastou umas garotas com quem eu tinha interesse para não atrapalhar nossa relação. Eu já a perdoei por isso, até por
Veja só o tanto de confusão que seus amigos já
com i
am pra fazer amizade com eles. Agora que dá certo, vocês querem me
partes ruins, mas agora que aconteceu e q
a sentir meus olhos se arregalando. - Eu t
ue fazer e isso me deixa em desespero interno. Sento-me na beira da minha cama e inclino
é a primeira vez... Dessa vez nós não estamos te controlando, é realmente para te proteger.
ndonar tudo, mãe - é t
os fazer um acordo aqui entre nós dois: você passa uns dias fora e, se você não se adaptar de jeito nenhum, eu prometo
na minha mente eu só consigo neg
onvencer seu pai, hm? - Ela me acaricia novamente. - Promete pelo menos
ra encerrar esse assunto
machucado. Minha mãe é esse jogo de oito ou oitenta, ela me protege e me ampara quando estam
a que mudaria minha vida e meu futuro, qu