Luca Moretti é um dos mafiosos mais temidos de Nova York. Frio, implacável e imune a fraquezas, ele construiu um império baseado no medo e no respeito. Mas tudo muda quando ele conhece Helena, uma jovem reservada que passa os dias entre as páginas dos livros e as noites trabalhando em uma pequena livraria. Ela nunca ouviu falar de Luca. E ele nunca se importou com alguém como ela-até agora. O que começa como uma simples curiosidade logo se transforma em uma obsessão perigosa. Ele quer conhecê-la, protegê-la... possuí-la. Helena, no entanto, não pertence ao mundo dele. E Luca está disposto a tudo para dobrá-la à sua vontade, mesmo que, para isso, precise se curvar diante da única mulher que pode destruí-lo. Entre o desejo e o perigo, até onde um homem pode ir por amor?
A livraria cheirava a papel novo e café fresco. O sino sobre a porta tilintou quando Helena ergueu os olhos do romance que lia atrás do balcão. Mais um cliente. Nada fora do comum.
Ou assim pensava ela.
Luca Moretti entrou sem pressa, movendo-se com a confiança de quem está acostumado a ter o mundo a seus pés. Seus olhos escuros percorreram o ambiente, mas foi quando pousaram nela que ele parou.
Helena sentiu o peso daquele olhar. Profundo, intenso. Seu coração bateu mais rápido, mas ela se forçou a ignorar. Afinal, ele era só mais um homem à procura de um livro.
- Posso ajudá-lo? - perguntou, fechando o livro e se endireitando na cadeira.
Ele demorou a responder, como se estivesse absorvendo cada detalhe dela. O cabelo preso em um coque desajeitado, os óculos escorregando pelo nariz, a forma como ela segurava a caneta entre os dedos. Pequenos detalhes que ele não deveria notar, mas que agora pareciam importantes.
- Estou procurando... algo especial - sua voz era rouca, carregada de um sotaque italiano suave.
Helena arqueou uma sobrancelha.
- Algum gênero específico?
O canto da boca dele se ergueu, quase um sorriso.
- Digamos que estou interessado no que você gosta de ler.
Ela piscou, surpresa. Ninguém nunca tinha perguntado isso.
- Eu gosto de romances clássicos - disse, hesitante.
- Clássicos... - Luca murmurou, percorrendo a estante ao lado. - Isso significa que acredita no amor verdadeiro?
Ela riu de leve.
- Acredito que o amor verdadeiro nos livros é mais seguro do que na vida real.
Ele inclinou a cabeça, intrigado.
- E se alguém provasse o contrário?
Helena engoliu em seco. Havia algo na forma como ele falava, como se estivesse propondo um desafio.
- Acho que isso exigiria muito esforço - respondeu, tentando soar casual.
Luca sorriu, mas nos olhos dele havia algo perigoso. Um brilho de decisão.
- Eu gosto de desafios.
Sem dizer mais nada, pegou um livro qualquer da prateleira e o levou até o balcão. Helena passou o código de barras e ele estendeu uma nota de cem dólares.
- Pode ficar com o troco - disse, antes de pegar o livro e se virar para sair.
Mas, antes de cruzar a porta, ele olhou por cima do ombro.
- Vejo você em breve, Helena.
Ela ficou imóvel, o coração ainda martelando contra as costelas. Não sabia o porquê, mas algo lhe dizia que aquele homem não era um simples cliente.
E que aquilo era apenas o começo.
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