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Era uma cidade pequena, escondida no coração da Itália, mas seus campos se estendiam como mares verdes, e as colinas douradas ao longe bril
que carregava respeito... e rancor. Porque onde havia riqueza, havia disputa. E essa vinha de mui
se orgulho envenenado causava. Perdi meu tio Álvaro por causa de uma vingança mal curada, uma morte
s cairiam. Foi por isso que deixei tudo para trás. Renunciei à casa onde cresci, aos sonhos que meus pais projetaram para mi
de Renzo, e eu repeti esse nome tantas vezes na cabeça que ele já fazia parte de mim. A felicidade que eu sentia era absurda, difí
ria mil vezes isso do que carregar o peso de uma guerra que não escolhi. Meu chefe havia me escalado para um dia intenso: des
as eu não reclamava. O salário era justo. E o mais importante: longe dali, ninguém pensava em mim
ue ninguém mais sabia como havia começado. Um olhar atravessado, uma ofensa mal interpretada... e pronto. A faí
recuava, como maré baixa. Mas bastava um encontro no mercado, um tropeç
ao invés do sangue do campo. Porque meu filho
, à primeira vista, nem parecia tão antiga. O brilho da pintura desgastada ainda resistia ao tempo, e os metais
o par
e, sempre que possível, resgatava peças úteis para dar vida a outras locomotivas que seriam exibidas no museu f
s cheias de nostalgia e sabedoria. Para mim, ele era mais do que um colega. Era a figura patern
ele, era quase uma traição. Mas, felizmente, ele ainda tinha Hugo - meu irmão mais velh
fosse uma guerra nobre, um dever sagrado. Discutíamos sempre que o assunto surgia. Eu tentava mostrar que era
ou no bolso. Era o nome de Henry q
quanto de Hugo. Ele nunca teve filhos, e sempre insinuava que deixaria sua fortuna para um de nós - o que soava completamente insano, considerando que ele era um dos
afastando uma eno
rte era que meu chefe era tranquilo, daqueles que confiavam q
eu tanto gostava. Sempre tivemos uma conexão especial. Henry me tratava com carinho, com um tipo de afeto que meu pai parecia incapaz de oferecer. -
ntindo o pes
generosidade. E ainda acho que um dia você vai enc
ue comandava salas de reuniões em prédios de vidro espelhado. N
essor, goste ou não. - O tom agora era sério,
em direito a voto? - brinqu
fazendo rir. - Mas falando sério... estou na cidade. Quero te ve
, meu sorriso
conteciment
apenas ao trabalho e à gravidez de Polina. Não tinha falado com
fora de si. Disse que mataria Luca e toda a família Giordano. Por isso vim
ômago a
s Giordano. Ambos morreram na prisão, um suposto suicídio duplo que ninguém acreditou de verdade. Desde então, restaram ap
tamente para não herdar essa maldita guerra. - Falei, andando em círculos, com o celular pressionado contra o o
Eu te conheço. Não baixe a g
ue desmontava a máquina com u
para sair mais cedo. V
iguei para meu pai também, várias vezes. Nada. Nenhum deles
para ir direto para casa, proteger Polina. Mas, naquele momento, uma
nunca mais pisar. Não estava pensando, só sentia. A esperança era chegar a tempo, convencê-los a largar tudo. A gue
oximei, senti
ela casa, ao anoitecer, tudo se apagava como um ritual. E a porta..
passo parec
indo mais fraca do que im
veio antes da visão
tão
que escorria lentamente pelo chão de madeira. Aquela cena estilhaçou algo dentro de
as saíam engasgadas, misturadas às lágrimas que há anos eu me recusava a derramar. Nem quando meu pai
como o mármore de um
ais alguém. A casa estava vazia. Som
pés correram de volta para casa, o coração pulando no peito como se quisesse escapar
já
siado. Nossa casa era distante da cidade, cercada por árvores secas
oite, tudo pa
todas assim que o sol começava a cair. Ela odiava
ebrada pela ansiedade. - Amor, r
ênc
e sangue marcavam o chão de madeira, grandes demais para serem dela.
casa da irmã. Talvez t
pânico. Rezei por qualquer explicação racional. Qualquer uma.
li
, onde sorria sempre que eu a surpreendia com flores... agora estava ali,
elhos c
eus pés, implorando por um sinal de vida. - Por
a
um chute, qualquer movimento. Mas tudo que senti
ma lâmina me atravessasse por dentro. Quis morrer. Quis t
. Eu devia ter te tir
em suas roupas. Pela primeira vez, desejei nunca ter nascid
ão que ou
a. Gélida c
ni... - disse el
nha. Ali estava ele. Luca Giordano. O homem qu
hos não tinham alma. Apenas ódio. E uma estranha cor avermelhada, c
or, mas também de prazer. Um prazer doentio. - Foi... divertido matá-los. Sua mãe. Essa puta que você
ão profunda que me fez esquecer o medo. Por anos fugi disso. Do ódio, da
ou nada de mim
mais. Os punhos cerrados, o coração em chamas. Não havia p
na. Meu filho. E o desgraçado responsável por isso estava bem ali, di
ria ma
meus dedos. Sentir o sangue dele sujar minha pele como u
tava em d
um grito, nem uma maldição. Luca agiu com
ranho se espalhou pela minha pele, e depois veio a dor - lenta, profunda, ardente como se me rasgasse por den
s, tudo ao meu redor
sim, enc
dito
le que jamais esquecerei: um brilho de prazer. Como se cada morte que c
irou e f
icar se eu morreria. E
im desejava que a morte viesse logo. Porque o homem que fui morreu com Polina. O Giovanni que sonha
gora era um vaz
ueria so
meu filho, era uma conde
s. E deixei a