u lentamente da cama, o quarto pareceu se tornar ainda menor, mais claustrofóbico. As palavras que ficaram suspensas no ar não foram suficientes para preench
ento e medo, como se seu próprio reflexo fosse o de uma estranha. Mas, por mais que Ana tentasse analisá-la, nada podia acalmar o turbilhão que ardi
como se estivesse procurando a forma certa de se expressar, de encontrar algo que pudesse reverter o irre
até ela mesma. Seu coração batia descompassado, e a raiva a impelia a manter distância, a evit
pela traição. Com um suspiro, Clara deu um passo em direção a Ana, mas, em vez de se aproximar, provocou a reação oposta. Ana recuou instintivamente, um passo, depois out
sdém. - Que eu sinto muito? Que me arrependo? Eu sei, eu errei. Mas, por favor, entenda
imagem de Javier e Clara entrelaçados na cama ainda estava viva em sua mente, e ouvir as justificativas de Clara só f
não queria ouvir nenhuma outra desculpa, nenhuma tentativa de redimir o que
inha visto antes. Naquele momento, Clara já não era a mulher com quem ela compartilhava risos, confidências e memórias de toda uma vid
a em silêncio, entre a raiva e a confusão. Cada parte de seu ser queria sentir compaixão pela mulher que havia sido sua amiga, mas o sofrimento que ela causou a impedia
a sua bochecha, e com ela veio uma avalanche de dor. Era uma dor que ela não podia processar, uma sensação de rasgo que a
ar entre elas. Era a tristeza de alguém que já não sabia como voltar atrás,
tentasse chegar até Ana com uma sinceridade que, naquele momento, parecia inútil. - Mas e
ue um simples "desculpe" poderia apagar a imagem dela, nua na cama de Javier, traindo a amizade que compartilharam por anos? Não, Ana já não podia a
, olhando para uma Clara que, por mais que estivesse quebrada naquele momento, já não tinha mais lugar
não havia nada que pudesse dizer que mudasse a realidade do que Ana havia vivido. As palavras não podiam reparar o dano, não podiam apagar a dor da traição. Depois de um longo silên
nuava batendo forte no peito, mas agora havia uma clareza fria dentro dela. Ela já não era mais a mesma pessoa que havia entrado n
s, naquele silêncio, naquela solidão, ela começou a entender algo fundamental: ela não podia mais viver em um mundo de mentiras, não podia mais se apegar a algo qu
ra o caminho a percorrer fosse longo e doloroso, Ana sabia que precisaria percorrê-lo, por ela mesma. A traição havia roubado muito dela, mas