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É um fim de tarde de sábado comum, ordinário, banal, lá fora o sol cai sem pressa e sem alarde, algumas nuvens passam se espreguiçando no horizonte, assisto tudo da varanda e me lembro do verso de Manoel de Barros: é no ínfimo que eu vejo a exuberância. Volto pra sala e acendo um incenso de lavanda. Ele está no sofá lendo um livro, assim como a tarde estupidamente comum, ordinário, banal, com uma roupa velha de ficar em casa.
forto dessa casinha que chamamos de nossa, cada coisinha que compramos juntos, as almofadas, o tapete, a luminária de sal rosa do him
e o presente é suficiente - sei e sinto e preciso me lembrar constantemente porque é tão fácil esquecer. É tão fácil colocar a felicidade lá na frente e achar que só serei feliz e rea
i dividir a vida. Até quando, não sei. Não sei se acredito em pra sempre. Mas acredito profundamente na infinitude desse momento. Quando a gente sabe estar presente não falta tempo. Olho pra ele e o vejo. Andei trabalhando demais esses dias, focada, determinada... obcecada, na verdade, talve
nto. Ele está sorrindo e faz de conta que quer continuar a ler, mas eu sei e ele também sabe que a leitura chegou ao fim. Tudo começa comum, ordinário, banal. A gente se beija. A gente se olha nos olhos. A gente ri e tira a roupa sem fechar as cortinas. A gente não liga se alguém espiar a gente. A gente se toca como já se tocou um milhão de vezes. A gente se chupa n
sobre o clitóris. Respiro fundo e deixo meu corpo amolecer. Não gemo. Ainda não. Ele faz o que faz de melhor: escava e estuda meu interior, compenetrado e sério, o olhar cravado no meu rosto, o
e o toque dele também - ele pressiona po
fundo é o êxtase. Já aprendi que contrair os músculos e tensionar o corpo pode até acelerar o orgasmo, mas é um orgasmo que não tem tempo de adentrar fundo na carne dura. A carne mole não oferece resistência: o prazer penetra fundo e cresce por dentro
lindo, duro, grosso e rosa empunhado na minha direção. Eu coloco as pernas pra cima e ele coloca uma almofada debaixo da minha bunda. Eu gosto dessa posição porque assim ele toca meu p
porque a gente tá contente agora e porque há amor aqui. Deitada no sofá e no seu peito, rindo de qualquer besteira, estou no fundo me lembrando que por tanto tempo busquei a intensidade, as paixões loucas, violentas, por tanto tempo achei que amar era uma dor no peito, uma agonia constante... e agora tenho essa oportunidade incrível de reaprender o amor, esse amor que é nin