te lento, como se o próprio prédio estivesse conspirando contra a minha pressa. Eu me encostei na parede metálica, fechando os olhos por um momento. O silêncio den
eu imaginava, e o som dos meus passos ecoava suavemente pelo espaço vazio. Assim que abri a porta do apartamento, fui recebida pelo cheiro familiar da c
, já trabalhava conosco desde meu nascimento e eu tinha um carinho gigante por ela. Peguei o prato, aqueci no micro-ondas e me sentei à mesa, que parecia enorme naquele silêncio. Enquanto mastigava, meus pensamentos vagavam para Tay e Gael. Eles eram o oposto de tudo que eu sentia naquele momento. S
coloquei o prato na lava-louça rapidamente e fui para o quarto. Enquanto tirava a roupa, senti o cansaço latejar em cada músculo do me
sava para dançar. Prendi o cabelo em um coque simples e me encarei no espelho. A luz do quarto parecia mais fr
a ainda mais lento agora e que certamente eu ia me atrasar. Quando finalmente cheguei ao térreo, o calor
e resina preencheu minhas narinas. Aquele aroma tinha algo de mágico, algo que imediatamente começava a dissolver o peso que eu carregava. De uma da
e convidativo, quase como se estivesse dizendo: "Você pertence a este lugar." O professor estava ajustando o aparelho de som,
do tivesse parado de girar. Meus pés começaram a se mover, guiados por uma força que não era apenas minh
ão de que, apesar de tudo, eu estava ali. E naquele espaço, entre uma pirueta e ou
os. Era como se cada passo, cada giro, fosse uma fuga perfeita, onde tudo parecia certo demais, bonito demais, intenso demais para ser ignorado. Mas, no fundo, eu
mim como uma verdade não dita. Antes mesmo de recuperar o fôlego, meu profess
no tom dele, um "mas" que eu não estava preparada para ouvir. – Contudo, pe
rava as coisas. Eu me odiava por isso. Por permitir que meu
espreocupado. – Só estou cansada. Minha rotina tem sido puxada, col
ele, eu sabia que não tinha sido sufi
um peso que eu não esperava. – Nesse caso, May,
escorregar deba
so continuar! – tentei argument
, me cortando com um
r. A questão aqui não é técnica, é física. Seu corpo está gritando por descanso, e se você nã
de frustração, vergonha e, talvez, um toque de alívio me atingiu. Contra
. Para a rotina. Para o mundo. Para si mesma, se necessário." E agora, parecia que todos ao meu redor esta
meu ombro como se carregasse não apenas as roupas de dança, mas todas as minhas exau
lgo mais forte, algo que me prendia ao caos da minha rotina. Não era apenas a dança, os estudos ou a correria diária; er
espaços que eu preenchia com movimento. E o silêncio era perigoso, porque nele, eu teria que encarar a verdade.
vencendo de que eu seria suficiente sozinha, que o amor era algo a ser lido nos romances perfeitos, algo que não precisava ser vi
o para sentimentos. Não havia brechas para o amor, porque eu acreditava que, se ele entrasse, arruinaria tudo. Ele des
rar, meu professor tinha razão, Tay tinha razão. Eu sabia que precisava descan
r, com toda a sua intensidade e imprevisibilidade, me encontrasse. E o amor, na vida real, não era como n
as agora, enquanto caminhava para casa, sozinha, com o sol queimando minha pele e o silêncio preenchendo cada c
sso que me assustava mais do que o cansaço, mais do que qualquer apresentação ou rotina puxa
_
nca. Larguei minha bolsa perto do sofá, sem forças pra ir até o quarto. Sentei, com o corpo implorando por um descanso que eu vinha ignorando há dias. Antes me
de centro. Pisquei, confusa, tentando entender onde estava. O céu lá fora já estava escuro
iu rouca, denunciando o so
você sumiu. Que horas você vem pra cá? – Ele r
, passando a mão no rosto. – Me
e no caminho, tá? – ele
o cochilo ou a ideia de uma noite com pizza e risadas que me dava um pouco de ânimo. Levantei ,