se indagava se não estaria ficando louca. Só podia ser isso. Afinal, n
numa das mais conceituadas firmas de advocacia de no bairro de Faria Lima, São Paulo, e dirigira até o Rio de Janeiro com o único objetivo de ajudar um homem que n
e tão segura da inocência dele, que sua primeira preocupação em relação ao encontro que estava para acontecer não dizia respeito à segurança pessoal, e sim ao medo de não ser re
a e pedira-lhe que desse um recado a Bruno, deixando claro como a situação a preocupava. Também mencionara o fato de terem frequentado a mesma escola e se colocara à disposição pa
er... Vou citar as palavras textuais:
ida. Convencer-se de que procurara ajudar Bruno e tivera seu oferecimento recusado. Então entraria no carro e voltaria correndo para s
ontudo também a haviam ensinado a honrar suas dívidas. No momento, via-se dividida entre
rdara em pedir à direção do presídio que permitisse um encontro entr
país, Clarisse inspirou profundamente antes de dar os primeiros passos. Mostrou a identificação ao guarda uniformizado junto ao portão que, por sua vez, checou a lista com os nomes dos
ão ao visitar, clientes presos, pois se sabia trancada num prédio com centenas de condenados. Entretanto, hoje, o que a enchia de expectativa e fazia seu coração bater forte no peito era a ideia de ver-se trancafiada num v
la luz e as paredes pintadas de verde não podia favorecê-la menos. "Não que isso tenha qualquer importância!", Clarisse apressou-se a dizer a si me
tirar alguns dias de folga, nem aproveitar o sol como gostaria.
s suaves do seu cabelo cor de chocolate e o tom de mel presente em seus olhos. Não que isso tivesse qualquer importânc
eta quando um guarda entrou e inspecionou ra
utos - ele avisou, sain
e cinco de altura, ele dominava o ambiente. Vestido de maneira simples, com uma calça jeans, camisa
o de São Paulo onde ambos haviam crescido. Nas condições mais favoráveis, uma pessoa de vinte e nove anos não pode ser a mesma do que era aos dezoito, e Clarisse tinha bons motivos para suspeitar que a vida de Bruno não fora das mais fáceis, pelo menos at
eza do aço enquanto a examinavam
e bem por que, Clarisse levantou-se e estend
Bruno.
endida e cruzando os braços sobre o peito, numa atitude de desafi
isse só conseguia pensar em como aquela mesma voz podi
deixando o braço cair ao longo do corpo e esforçando-se para
resposta também tivesse
eja uma pessoa que se desencor
impulso que a tenha trazido até aqui, ele sabia que er
o de estar fazendo a coisa certa, a reação d
isso - ela
não? A ve
tou colocar um pouco mais de vivacidade na própria voz - Por
acredita que os meus pensamentos poderã
, acre
do castelo Ra-Tim-Bum? - Agora pairava um meio sorriso pela
por bem não falar sobre a es
udo é o que deveria ser... Nem mesmo naquel
ontra o friozinho insistente na boca do estômago. - Agora, se você já ter
trabalho al
ancado numa cela muito menos luxuosa do que esta salinha, eu diria que tem
ao rosto masculino, porém imediatamente Bruno adotou um
cê acha que estou
se na cadeira e o fitou com uma tranquilidade que estava longe de sentir. - Graças ao Sr. Fernandes
ícias viaja
to. Sei que a polícia o encontrou na cena do crime e que a arma usada, uma pistola semiautomática, estava registrada no seu no
de copas e
eu encaro a situação, você nem sequer mostrou as cartas. O Sr. Fernandes me co
s, aquele homem
é um tipo
o sor
s ou após você viajar quil
um pouco a postura após sua
- Bruno ficou em silêncio; alguns segundos, um
o. Anos de tribunal a tinham ensinado a manter a voz firme, apesar do tumulto interior. - E mu
nho um a
o todo defensor público, acumula causas demais e tempo de meno
to para a tarefa! Não
me dizendo que atirou
se encaravam em silêncio, a sala subitamente
isparou o tiro que matou a vítima e minhas impressões di
Também existem centenas de modos de arranjar os fatos para que um homem inocente pareça culpado, no entanto, não pretendia falar sobre suas suspeitas agora, pois a batalha no moment
sposta. Não estou
u as mãos na mesa, encarando-o fixamente. - Você acha que se
a, inicialmente, por um senso de dever e gratidão, mas agora diante da figura de Bruno, outros sentimentos e lembranç
á enganado. Muito enganado. O sistema lega
ico indício de que sua couraça de indiferença estava rachada eram os braç
iu até agora, uma cela limpa e minimamente organizada, não é nada comparado ao que virá pela frente, caso seja considerado culpado do assassinato. Como o julgamento ainda não aconteceu, voc
tudo sobre o
u, sustentando o olhar mas
sado dominou a sala. Então Bruno aproxi
último homem que defendeu das acusações de assassinato de
ncia de um rapazinho. Aquele corpo musculoso exalava virilidade por todos os poros e ameaçava sufocá-la. A sensação era tão intensa, que por um momento, Clarisse experimentou uma pontada daquilo que
- ele repeti
u antes. Aliás, não há nenhuma garantia de que essa acusação contra
paciente. - Então me conte qual foi o último cliente ac
pela maneira como ele estava atingindo
ira deixá-la incomodada
o do corpo enquanto começava a dar lentos passos pela sala, sem quebrar o
alisava os sinais de desconforto que seu corp
é possível que após sair da US
língua e ajeitou sua postura antes de continuar, com o que torcia, ser uma voz mais segura - De fato, acabei de fechar um ca
emonstrando uma ad
tal presidente
ega na sua óbvia armadilha - Vamos, pode continuar a rir de mim, não me importo. Aqu
inclusive alguns que não tinh
pelos braços, simulando um arrepio, mas o olhar e o tom debochado deixavam claro que estava totalmen
só que isso não nos
e progresso na direção da sua tentativa de me ajudar. - Agora me diga, tirando essa história de malver
sistido totalmente de se manter na defensiva, pois mesmo não tendo atuado na ár
riu uma expressão sutilme
em sentir-se ridiculamente triunfante, mas enfim achando um e
ndi uma cliente acusada
e co
is de alguns drinques, e no caminho p
á ch
magnetismo que fez com que o ar do ambiente ficasse rarefeito, dificultando a respiração. Os sons fora daquela sala sumiram, deixando apenas que as batidas ritmadas e aceleradas se sobressaíssem, O que fez c
um tom que não admitia recusa. - O q
ia a descia mostrando sinais de uma respiração intensa, seu corpo começou a aquecer enquanto vibrações surgiam por sua coluna e reverber
. - Arfou sem ainda conse
ite,
ambos saberem que Clarisse não chamaria ninguém
está aqui. - Novamente uma p
re o que aconteceu no jornal e ac
este
ato a perturbava. Ao mesmo tempo que a ascendia e espalhava uma eletricidade por todos os seus poros, cau
nto escrutinava cada canto do seu rosto como se pudesse ver algo além de Clarisse, algo dentr
o meio dos destroços, me aparece uma mulher desconhecida, ins
te, até sentir novas ondas de eletricidade pelo corpo e desviar o olhar outra vez. Bem, se pretendia convencer Bruno de que era uma
la totalmente e nem de se afastar. A respiração brincando no rosto de Clarisse, fazia uma pequena mexa de cabelo se movimentar em
çar os sentimentos feridos e a m
s horas, apesar de você estar no último ano da escola,
elo, ainda sem se afastar. Na verdade, pareciam estar mais próximo do que quando estavam se tocando
ue as lembranças daquela época nunca a tinham abandona
legial, não me lembro da gramática ingles
lha
o da frase, começando a colocar uma certa distânci
ue você está q
o. Advogados sem causas se encontram aos montes por aí e a concorrência no mercado profissional é grande. Quem sabe v
e causavam. O controle que estava lutando para recuperar, voltando ao corpo.
nal é muitíssimo bem-sucedida. Não preciso sair à c
certeza de que não sou o único formando do Colégio José Bonifácio a parar atrás das grades nesta
o absorver suas palavras - Quanto é que você espe
orar as demais perguntas ao deixa
o por q
ustração, saudade adolescente e fantasia adulta que se escondia sob as razões legítimas e nobres que a tinham levado até ali. E
mente circu
isso si
rcebi que não estava completamente satisfeita com o rumo que minha carreira tomava. - Isso não era uma in
de coisas
inham ao caso. - As causas que defendi nos últimos meses não eram bem aquilo que sonhei fazer
o anjo vingador
r. - Tudo o que sei é que estou cansada de adv
bmundo do crime. É isso? - Bruno levantou uma sobrancelha, cruzando os braços novamente, inclinado le
maneira de ex
otícia a meu res
econheci
tima chance de fazê-la lidar com o lad
por que não concordamos que eu aceitarei receber em caso de exito? Dessa
ou qualquer contato visual, virando-se em direção à porta. -
cê não quer a aj
que você é mais inteligente e pe
da porta, disposto a dar
jando entrar no tribunal e d
essão zombeteira do rosto subs
m, é
ue não sej
culpado? - Os olhos acobread
ora, em especial porque estava mais convencida do que nunca da inocênci
zendo que você
pressionou impaciente. - Você n
que faz questão de mostrar ao mundo, pulsa o coração de um homem cujo instinto básico é ajudar
que lhe ia à alma,
de sexto
iu com v
advogada, entretanto aceite o meu con
endo-o dar-lhe as costas. - Vá em frent
E o que pre
u ta
com isso? - Bruno indagou entre os dentes, fi
anto, o verdadeiro assassino está à solta e pretendo encontrá-lo. - O queixo de Clarisse se erg
agarrados pelos dedos longos. Bruno segurou-a no ombro. Clarisse preparou-se para ser sacudida com força e estava disposta a grit
ente apertou-a, obr
a? - perguntou, num mu
s decidida do que nunca sobre o que pr
coisas que a incomodavam com o rumo atual que sua carreira havia tomado. Se envolver em uma causa que julgava certo defender,
. O Rio de Janeiro pode ser um lugar
rescendo a cada segundo. - Claro que o homem que procuro
ando-o de maneiras que pensou nem ser possível - Além de não me conhecer, você tampouco conhece esta cidade Por isso, está fadada a vagar por lugares suspeitos e meter o nariz em coisas que não lhe dizem respeito, coisas que podem acabar levando-a enfrentar sérios problemas... Ou algo pior
o hábito de procurar con
no peito e o sangue correr quente nas veias, Clarisse lembrou-se daquela noite escura em que Bruno e ela haviam estado juntos num lugar onde não deviam. Ela, com a blusa aberta até a
roblemas. - Considerando a situação, sua voz soav
e o ombro delicado. - Além disso, não gosto da ideia de vê-la esmiuçando minha vida, fazendo um punhado de per
ão pela qual devo seguir. - A voz de Clarisse continha uma súplica sutil, um fio de esperança. Parecia que e
que você deve segui
de um lado para o outr
ariz onde não é chamada, não é? Não imp
rdou e bruno p
ê não permite
ra neutra. - Não há como retroceder. Sei aceitar os fatos. As evidências estão contra mim e estou pronto para pagar o preço. É tudo o que quero. Começar a pagar logo
condenado por assassinato cons
entualmente, ser solto por bom comportamento após cumprir um terço da pena. - Soltou os ombros de Clarisse devagar, uma mão passando pelo cabelo, novamen
dos músculos da garganta de Luke enquanto ele
Jogou a cabeça para o lado, enqu
etrantes davam a impress
o deixá-lo ainda mais na defensiva, dando a impressão de que o atacava no seu brio masculino. - Quero dizer medo de alimenta
ou-a com c
É isso mesmo. Não suport
tro, acabou pousando os dedos trêmulos sobre o peito largo. O breve contato confirmou que a força emanada daquele corpo sólido não era mera
Sei que as coisas não foram fáceis na sua infância e adolescência e imagino que nem tudo tenha acontecido da m
a cabeça, uma expressão solene no rosto.
nte tem para tentar de novo, como se a melhor coisa a faz
Soube definir de maneira bastante apura
se preocupar - ela o cortou
r, porém, os modos quase relaxados foram substitu
abeça, sorrindo confia
não será traído desta vez, nem se desa
Bruno levantou as mãos e f
uas semanas para tentar reverter esse quadro e modificar a
ça. - Nada de fiança. Cada dia passado aqui dentro diminu
scute - Clarisse implorou. - Me deixe conseguir a fiança e
anas? - Bruno indagou, ainda de má vontade,
por isso que preciso tê-lo por perto, Machado. Não metido num lugar que me obrigue a dirigir vários quil
creditar que estou
estou disposta a seguir em frente. Enfurnado aqui dentro, será impossível você evitar que eu meta o nariz onde não sou chamada e muito menos impedir que acabe descobrindo lugares perigosos. E
a desde quando chegou, que ele não queria notar, mas notou, até suas roupas bem cortadas e modo de se portar. Ela poderia ser advogada, mas não era aquele o seu ambiente, muito menos por onde teria que andar para fazer a investigação que prometia fazer. Claris
nfer
ente, estar na ofensiva -, você deve ter alguns assun
go que cuidasse
assuntos pessoalmente, o que é muito melhor e mais seguro, diga-se de
assou a mão pelo
anas? - ind
S
gnifica que tenha mudado de opi
nten
e seus movimentos, de cada partícula de
entre nós dois. Que tal?
e ser recusada. - Conseguiu dei
Sér
semanas e depois você vai embora do Rio e volta para ca
a total. - Você não se arrependerá, Bruno. Vim até aqui para salvá-lo e pretendo ir até o fim da jornada. - Nem que para isso seja obrigada a salvá-lo de si, pensou, mas não
homem parado logo atrás, que continha um olhar de dúvida e algo a mais que não soubera decifrar no momento, mas não queria pensar nisso agora. Fez um pequeno aceno com a cabeça e saiu. Deixando para trás um Bruno pensativo. Numa outra circunstância, poderia até achar a