, você é
r, pois na realidade, eu simplesmente não sabia. Respondi que não, claro, nunca me disseram que eu era. Nunca t
eu não soubesse do diagnóstico – pois eu realmente não sabia – todas as dificuldades estavam comigo. Eu amava poemas e hist
r uma forma de me intrometer. Nunca parava uma aula de forma deselegante. Era muito educada e todas as dúvidas que eu tinha, definitivamente precisava tirá-las. Alguns professores perguntam se os alunos têm algo a perguntar, mas isso nunca acontecia em minha turma, pois eu sempre tinha algo a perguntar. Era isso que eles queriam? Alguns, não. Pensavam: "Mas essa garota se acha!", só que eu realizava o desejo de todo docente. Eu participava de cada momento, pois queria aprender. Tinha sede de aprender. Não era para mostrar que sou inteligente, n
ntervalos! Eram os meus únicos amigos de intervalos, aliás. O recreio era um tormento, mais do que isso, era meu inferno particular. Quase como se eu estivesse em outra dimensão, a dim
que não me machucassem física e verbalmente. É melhor se isolar logo antes que outras crianças lhe empurrem, não acha? Eu tento explicar, mas existem pessoas que não compreendem, não conseguem visualizar o tamanho da maldade que eu sofria na infância e adolescência. Talvez este livro ajude. Talvez, relatando com detalhes
uma completa incapaz. Sabe coisas tão incríveis, tira notas tão maravilhosas, escreve textos como adultos, lê um livro inteiro em um dia, decora o significado das palavras de maneira surreal, mas é incapaz de se lavar sem ajuda de um adulto. Como eu
parava, conversava comigo e esperava minha crise nervosa passar, eu absorvia e aprendia tudo o que era dito. Eu só funcionava com carinho e ficava extremamente magoada, rancorosa e ferida se alguém gritasse, batesse ou usasse mét
não me abria tanto com minha psicóloga, pois sentia que era apenas uma conversa normal e um divertimento. A criança não leva tudo tão a sério na hor
lho e minha mãe me ajudou em todo processo. Minha professora ficou com muito medo de estragar e quase estragou, então ela resolveu colocar num local seguro e longe das outras crianças. Eu nã
!". Lembro que eu sempre tinha a mesma resposta na ponta da língua, pois era sincera demais. Respondia: "Mas professora, a gente só aprende com a dúvida.". Eu aprendi isso com minh
a simplesmente que não sabia, mas que gostaria de entender melhor do assunto e passar a saber. Alguns insistiam e eu era sincera, falava que poderia chutar alguma resposta, mas eu não seria honesta fazendo isso. Muita gente ria e apontava que era uma burrice, mas eu sempre dizia que, bem
como? Ela fez uma pergunta tão ridícula semana passada e agora tira dez? Só pode ser para chamar atenção! E não era. Era uma real dúvida ridícula que me deu bons resultados. Mas a criança ou o adolescente julga demais, sempre pensa que aquele
coisa de criança, não é? Minha mãe achava graça e ria. Lembro dela comentando com minha tia: "Olha que bonitinho, ela está lendo e escutando música infantil!". Eu pensava: "Mas ué, sou criança, estou brincando!", porque para mim a leitura era uma brincadeira e a mús
ia surreal do meu colégio. Saindo um pouco da infância,
a, e que carregava sempre um caderno e um livro de poe
a sala de aula? – Eu d
Minha mãe riu, sem entender. – Vá, Letíc
olvi escutar a conversa das pessoas, talvez fosse
o! – disse a fulana, rind
nca bebi, na verdade, nem frequento festas e b
– disse a mãe de outra fu
e que eu sou ingênua, não?
, perguntei para uma adulta q
r favor, cadê
a tá no cé
eia chamar uma moça de trinta anos de "senhora". Apenas pensei que seria uma forma educa
se colégio! – pe
e o meu diagnóstico de autismo? S
– E não era! – Ah, descul
a, só podia ser a s
que recebi meu diagnóstico, reconheci que o que eu tenho é sensibilidade auditiva.
erd? – Perguntou uma g
ra um livro infanto-juvenil, eram poesias do Carlos Drummond de Andrade. Eu não tinh
não gosto mui
gar e dizer que sim, responder com alguma piad
, com
seria