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Bastou um olhar... E quando ela o olhou de volta, não havia grade no mundo que o separasse daquela dama que ele sequer conhecia e, embora todos o convencessem a desistir, ela seria sua!
Não se sabia ao certo de onde veio ela, de quem era filha, neta ou sobrinha. Seu amigo, e também mordomo, para não dizer o mais assertivo investigador do país, não lhe deu mais que algumas vãs informações.
Grande equívoco olhar para o andar de cima do sobrado que havia em frente à sua nova mansão. Lorde Iron Hibrand teve uma séria vontade de sair nos punhos, como em tantas vezes quando crianças, por John não saber, ou simplesmente não lhe dizer, mais do que o havia informado. Com seu cuidado habitual, que Iron conhecia desde que se entendia como gente, John desinteressadamente olhou a moça no local que havia apontado. Sua mandíbula se contraiu.
Ela estava lá. Linda, triunfante. Ele era seu novo vizinho e tudo à frente dela apontava mudanças, novidades. Mas ela sequer olhou para baixo, como qualquer um teria feito. Mantinha seu olhar perdido no horizonte, como se tudo à sua volta fosse apenas vento. Era a mulher mais linda que ele já vira. A pele era de porcelana, tão delicada que parecia se quebrar ao toque. Usava um vestido cor-de-rosa, no mais suave dos tons, com rendas e fitas e um desenho perfeito, deixando suas curvas totalmente delineadas, apesar de tratar-se de um traje fino e composto. O decote expunha levemente seu colo, mas, tamanha era a pureza daquela dama que, o mesmo desejo de tocá-la acompanhava o pavor de desmanchá-la.
- Sua Graça. – John o chamou daquele jeito irritante. – Permita-me alertá-lo, quanto ao risco que se corre ao olhar desta maneira Lady Thurnbridge. – Ele falou em seu tom de comando.
- Como? – Iron foi tirado dos próprios devaneios graças à estúpida voz de John.
Iron o olhou desejando soltar um impropério, às vezes parecia que John era o senhor ali.
- Peço perdão, Sua Graça. – Ele disse, um tanto irônico, nada submisso. – Todavia, preciso repetir que se trata de uma mulher sem raízes oficialmente conhecidas e ela pertence sir Peter Gomez.
- Quem? – Iron irritou-se após compreender sua tolice, mantendo perguntas monossilábicas a John.
- Lady Thurnbridge pertence a sir Peter Gomez. Dono desta casa onde ela segue vivendo. E também dono de quase todo o bairro e quiçá toda a Espanha. – Atirou ele apático.
John tinha em seu jeito de falar algo muito dominante. Iron se via em várias de suas atitudes e imaginava que se fosse um mordomo, ao invés de duque, seria exatamente igual a John. Embora fosse seu empregado, ele jamais se viu dando ordens concretas ao amigo. Estavam muito de igual para igual, apesar da hierarquia.
Ele já ouvira falar algumas vezes sobre Gomez. Já ouvira rumores de supostas transgressões à lei, mas nada jamais fora provado e ele estava a cada dia mais rico e poderoso. Contava com uma legião de homens que lhe mantinham sua inteira fidelidade e lutavam por ele. Ele não tinha criados, mas, Deus sabia o porquê, ele tinha um exército.
Olhou mais uma vez à dama acima, suas mãos delicadas e finas, seu colo que se movia suavemente com sua respiração. E além de toda a doçura, o ardor. Quente, como o fogo, seus cabelos eram vermelhos... Dourados ele diria. Como uma chama que insiste indiferente na escuridão. Macios, naturais, não eram armados em penteados volumosos como os cabelos das damas daquela época. Ela apenas prendera seus cachos num penteado pouco elaborado e era a mais linda dama que ele teria o privilégio de colocar seus olhos na vida.
E ela o olhou. Repentinamente. O nariz empinado não negava a superioridade e orgulho. Nobreza, por assim dizer. Lady Thurnbridge não fizera mais que um movimento com as pupilas em sua direção e ele se deparou com o mais belo tom ametista nos olhos de uma ruiva.
- Sua Graça. – O tom, que deveria ser implorativo, saiu quase como uma ameaça vinda da grave voz de John, que o incitava a ir para dentro como um dono faria com o seu cão. Entretanto, desde quando Iron obedecia a seu mordomo?
Antes que pudesse ser tirado daquela agradável abstração, a senhorita se virou e caminhou para o interior da casa, deixando na sacada apenas a miragem de sua presença e, para a surpresa de Iron, um enorme samoieda branco, que também o encarava atentamente naquele momento.
- John, damas não tem poodles?
John o ignorou, o que não era incomum, e adentrou os portões dando-o boas vindas.
- Tudo já está montado conforme a orientação de sua governanta. – Contou tediosamente. – Espero que aprecie a nova casa. Seja bem vindo.
Iron sacudiu a cabeça retornando ao mundo real. E dirigiu-se às portas principais. Ele gostava da forma como os jardins estavam dispostos e do contraste das flores com a fachada clara da casa
A Sra. Millers, sua governanta, e também mãe de John, tinha um gosto indiscutível. Na falta de uma esposa para reger detalhes de enxoval, ela se saía muito bem. Era a viúva do antigo cocheiro, que morreu no mesmo acidente que seus pais quando viajavam de volta da casa de campo. A carruagem tombou e capotou serra abaixo. Então Iron era um duque quando ainda era apenas um moleque. Na época em que herdou o título não passava de um menino e a Sra. Millers o criou e educou para se portar como um verdadeiro nobre, apesar de ele com frequência ignorar algumas regras. Ou melhor, no mínimo quase, se não todas.
Assim que pisou os pés do lado de dentro da casa teve a satisfação de descobrir que sua equipe de fato o conhecia e sabia como comprazê-lo. A casa era organizada ao extremo e tudo reluzia a limpeza, resultado dos cuidados de seus criados e da dedicação da Sra. Millers. Por falar nela...
- Sua Graça! Estamos felizes com sua presença. – Ela o recebeu sorridente. – Espero que tudo esteja arranjado ao seu gosto.
Iron tirou o casaco e entregou-o a uma criada.
- Bom dia Sra. Millers. Bom dia a todos vocês. – Disse dirigindo-se também à fila que se estendia atrás da governanta. – Ao que me parece, tudo está perfeitamente ao meu gosto. E acredito não ser necessário passar cômodo por cômodo para me certificar, o que não me surpreende, pois conheço a competência de vocês. Espero que estejam satisfeitos com a nova casa, que enfim ficou pronta. Tenham um bom trabalho.
Os criados fizeram uma referência antes de se retirar.
- Permita-me acompanhar-lhe aos seus aposentos. – John disse fazendo uma desnecessária referência à escada. – Provavelmente deseja se refrescar e descansar um pouco.
- Sua Graça, pedirei que um criado suba com o chá. – Sra. Millers disse. – Imagino que não tem a intenção de descer tão cedo.
- Como sempre, imaginou certo, Sra. Millers. – Iron disse subindo às escadas. – Não descerei esta noite. Tenho a impressão que irei hibernar até o amanhecer. A viagem havia sido longa e a temperatura amena do outono era convidativa ao descanso.
Ao acabarem de atravessar o longo corredor chegaram a seu quarto, a última das portas. Iron nunca colocou o dinheiro em primeiro lugar em sua vida. Mas sentia-se bem em tê-lo e multiplicá-lo. Seu quarto era uma prova disto. O espaço era enorme, como tudo o que havia nele. Uma cama enorme, um tapete enorme, com almofadas enormes em frente a uma... Enorme lareira. John o seguia, recolhendo as roupas que ele continuava retirando enquanto dirigia-se para o banheiro.
- Quero um pijama quente, John. Viu a cor das nuvens lá fora? Será uma noite gelada.
Iron posicionou-se em frente ao espelho, acabando de se despir, observando John preparar sua luxuosa banheira para recebê-lo.
- John, não acredito que tudo o que sabe sobre a senhorita da casa da frente é apenas o que me contou.
John bufou. Tratava o patrão com respeito, mas ambos brincaram e cresceram juntos. Trocaram confidências, bolaram planos infalíveis, pescaram e nadaram no riacho, aprenderam a montar e, quando chegou a hora de assumir as responsabilidades e obrigações, ambos afastaram-se, mas apenas socialmente. Pelo menos para Iron, que continuava a vê-lo como um eterno amigo. Ou mais, um irmão.
- Sua Graça, por qual motivo deveria eu insistir em saber sobre uma senhorita cujo conselho que se tem é de nem mesmo dedicar-lhe o olhar?
- E que senhorita, John! – Iron exclamou, ignorando o aviso. – Você é um policial. Tenho a certeza de que, se a orientação é a que me deu, você já iniciou suas investigações há tempos! Ela não é esposa de Peter, se bem compreendi.
- Não que todos saibam, ou seja, não formalmente, o que já compromete sua reputação. Ele sai frequentemente com outras mulheres e já chegou a tentar levar uma delas à casa de Lady Thurnbridge. Mas ela os expulsou de lá com um simples olhar que deu ao cachorro. Gomez ficou furioso e gritava em direção à porta fechada. Foi uma cena. – Contou num reservado e entediado tom de desgosto.
- E você ficou a assistir ao espetáculo? – Questionou curioso o duque, segurando uma gargalhada, sem poder imaginar John se espreitando atrás de mexericos.
John não se interessava pela vida alheia. Tinha sempre aquele olhar indiferente e cheio de arrogância e dominação.
- Não. – Disse cortante, encerrando as brincadeiras. E, Deus bem sabia, John podia ser realmente e completamente cortante. – Eu estava cuidando da correspondência quando tudo aconteceu. Repito, Sua Graça, não desejaria me envolver com assuntos referentes à Lady Thurnbridge e seu... E Lorde Gomez.
- Então ela é ciumenta, John. Normal para qualquer mulher que tenha sangue de verdade correndo nas veias. Mas responda-me, por que borrar-se de medo do Lorde Gomez?
Seu mordomo suspirou impaciente. Iron sabia que se se tratasse de qualquer outra pessoa, John já teria se retirado, ou simplesmente partido para a violência.
- Sua Graça. – John olhou para Iron que se acomodava na banheira e começou abaixando o tom da voz. – Conhece-me o suficiente para saber que não tenho medo de ninguém. Mas preciso que saiba que, só em Londres, pelo menos dois senhores foram mortos pela tolice de tentarem se aproximar de Lady Thurnbridge. Um deles, nosso vizinho, dedicava olhares à dama sempre que a mesma observava de sua porta o pôr do sol, como já é seu costume e o senhor pôde presenciar há pouco. Outro senhor tentou cortejá-la. Entretanto, antes mesmo que ela ouvisse sua voz, o homem jazia morto à sua frente. Ordens de Lorde Peter Gomez, de acordo com fontes confiáveis.
Fontes confiáveis. Iron então sabia que John não estava mexericando. Seu amigo era um exímio investigador. Assim como lutador e atirador. E excelente mordomo, claro.
- Vocês o estão investigando? – Iron questionou.
- Apesar do ardor que dedicamos ao caso, nada pudemos provar. – Ele disse com uma apática insatisfação.
John, além do trabalho na mansão, estava no serviço de inteligência da polícia. Logo ele não trataria de informações que não tivessem fontes seguras. Iron olhou-o se mover pelo banheiro, não com a polidez de um mordomo, mas com a periculosidade e o instinto predador de quem não se importava em acabar com um bandido com as próprias mãos.
Iron pensou sobre o que ele disse. Não conhecia muito sobre Gomez, tampouco queria ser morto por apenas olhar sua dama. Mas tirar a imagem da doce senhorita de sua memória estava definitivamente longe de ser fácil. John pediu licença e saiu para arrumar-lhe suas roupas.
- Maldição! – Iron praguejou assim que a luz do sol atingiu-lhe os olhos adormecidos.
- Não acredito que seja bela a primeira palavra que o senhor diz ao acordar. – John o criticou enquanto, como um sargento, acabava de abrir as janelas e amarrar as cortinas.
- No entanto eu sei que é a palavra que você mais fala e pensa durante todo o dia. John, eu realmente não gosto de acordar e tampouco sou um recruta seu. Poderia simplesmente tirar esse traseiro do meu quarto e me deixar dormir, ao invés de me azucrinar com seu horário anormal.
- Sinto muito ser eu a fazê-lo, Sua Graça. – Ele disse com um sorriso irônico. Iron sabia que ele adorava irritá-lo pessoalmente. – Contudo, o senhor precisa se lembrar de seus compromissos. Lorde William também o visitará em algumas horas. Não acredita ser melhor começar a se despertar com um novo banho e logo o café que Sra. Millers lhe mandará para estar pronto para enfrentar o dia que, por sinal, já começou há horas?
Iron olhou seu amigo. Apesar das formalidades que mantinham, por insistência da Sra. Millers e do próprio John, não deixaria de considerá-lo como irmão. Ele era filho da governanta e foi treinado como mordomo assim que seu pai morreu. A Sra. Millers criou e educou a ambos. E, engraçado, como Iron, ele não tinha uma pretendente ou se interessado em providenciar uma esposa. Iron com seus trinta anos e John com seus trinta e dois, não tinham mulheres no topo de suas listas de interesses. Não que ambos não apreciassem a companhia e o prazer que o corpo feminino poderia proporcionar. A questão era que ambos conviveram, mesmo que por pouco tempo, com Lady Hibrand e tinham a sua delicadeza e doçura para almejar em uma mulher e, infelizmente, nenhuma se comparava a tal. Ademais, fazer dinheiro sempre havia sido uma prioridade para ambos.
Iron tinha saudades de sua mãe, mesmo após dezenove anos de sua partida. Ele se lembrava com vivacidade de quando Gerald, o cocheiro, chegou machucado, minutos antes de morrer, ao Castelo Stoneland com a notícia da morte de sua doce mãe e do seu inabalável pai, o duque de Stoneland, Lorde Charles Hibrand. Iron olhou-se ao espelho e sabia que era a imagem e semelhança daquele homem. A expressão dura e fria, formando suas feições rígidas. O corpo forte, alto e viril. Herdara apenas duas coisas de sua mãe: a cor dos olhos e dos cabelos. Todo o restante pertencia a Charles. Exatamente como ele.
Ele aprendeu a ser como seu pai. Desde criança foi encantado por sua mãe. Ele queria ser igual seu pai para conseguir uma mulher igual a sua mãe. Impossível. Até ontem nenhuma dama foi merecedora de mais que algumas horas de seu tempo de dedicada atenção. E quantas damas tentaram!
Iron sentou-se à mesa e lamentou tomar um café tão bem preparado com frutas frescas e guloseimas num quarto maravilhoso e sozinho. Não que ele estivesse necessitando de qualquer mulher, mas uma delicada esposa poderia preencher o incômodo vazio que o atormentava em algumas horas do dia, como sua mãe era para seu pai.
Ao descer as escadas encontrou William entregando seu casaco a um criado.
- Sua Graça! – William cumprimentou o amigo com uma reverência.
- Lorde Spencer. – Iron disse com ironia. – Fico honrado com sua presença, mas não precisamos dessas formalidades ridículas em meu território, você sabe. – Disse cumprimentando-o com um aperto de mãos.
William sorriu e seguiu o amigo em direção à biblioteca.
- Não tem ideia de como o inverno nos castigará em breve permanecendo aqui dentro com tantas lareiras. Saia e descubra como a temperatura faz com que lhe doam os ossos e a estação nem se iniciou.
- Não tenho medo do frio. Tampouco tenho a intenção de sair daqui. Preciso organizar meus papéis e meus livros de contas. Isso a minha governanta não saberá. Sra. Millers consegue me deixar mais calvo cada vez que tenta botar ordem nos meus papéis.
- Já o ouvi elogiar sua organização. – William falou.
- Sim, mas quanto aos assuntos da casa. Disto aqui – mostrou uma pilha de papéis sabre a mesa – eu mesmo devo cuidar.
Foram interrompidos por suaves batidas da Sra. Millers na porta.
- Os senhores desejam que traga-lhes chá ou café.
Iron olhou para William, como se questionasse sua preferência.
- Imagino que precisaremos de algo realmente forte. – O amigo anunciou com bom humor.
Iron sorriu em resposta.
- Tomaremos uísque Sra. Millers. Eu mesmo servirei Lorde Spencer.
Assim que estiveram a sós e com copos abastecidos William encarou Iron com seriedade.
- Agradeço-lhe a sua presença no funeral de meu irmão no mês passado. – William começou e Iron aceitou o agradecimento do amigo com um aceno de cabeça. – Já se mostrou fiel e companheiro, como um parente, várias vezes em que precisei.
- Você também. – O duque tentou estar mais à vontade diante do reconhecimento de William.
- Espero que sim. Mas hoje estou aqui como o melhor amigo que posso vir a ser. – William pausou para dar ênfase à importância de sua visita. – Meu irmão, como sabe, tinha apenas seus vinte e oito anos. Eu lamentei o fato de ele escolher a profissão que escolheu, mas não me intrometi. O episódio de ele ter contraído a febre espanhola se deu ao fato de viver viajando no transporte de cargas. Meu amigo, nós não trabalhamos como ele, mas não estamos livres do mesmo que o ocorreu, ou pior.
Iron levantou a sobrancelha imaginando onde William gostaria de chegar, mas não o interrompeu. Ao invés, acendeu um charuto e passou a se concentrar no assunto e apenas ouvi-lo.
- Você é filho único. Deixará toda a sua herança a Sra. Millers, se ela insistir em permanecer viva, ou aos filhos de John caso ele finalmente decida se casar? – Questionou.
- Isso não é algo com o que pretendo me preocupar. – Iron falou. – Pelo menos por agora.
- Meu amigo, precisa se casar! Precisa de herdeiros.
- Não me comprometerei com uma mulher porque preciso de herdeiros, William. – Quanto àquilo ele estava decidido.
- Por que não nos acompanha na próxima estação de bailes? As debutantes estão cada vez mais lindas e...
- Não. – Iron o interrompeu. – E este não é um assunto que estou disposto a discutir.
William respirou fundo. Iron era duro como o nome de ferro que carregava. Mas ele não tinha medo do amigo.
- Sabe onde conheci Jane.
- Sei.– William havia conhecido Jane à moda tradicional: em um baile e cortejou-a como ditava o costume. Casaram-se os dois com todas as pompas que um conde e uma condessa merecem. Hoje ele amava a esposa mais que tudo e ambos viviam o casamento de forma invejável.
- Ela está grávida, você sabe. Não caibo dentro de mim, tamanha é minha felicidade.
Iron levantou-se e caminhou até a porta de vidro que dava para os jardins. Pelo reflexo viu arder a brasa do seu charuto e soltou no vidro a fumaça, que voltou de encontro ao seu rosto.
- Jane é uma boa pessoa. Teve sorte ao encontrá-la.
- Você também pode ter a mesma sorte! Mas não se ficar preso aqui como uma toupeira. Precisa sair e socializar-se...
William continuou com a ladainha e Iron desistiu de manter sua atenção na conversa. Algo muito mais interessante havia lhe chamado à atenção. Lady Thurnbridge chegava à sua casa, acompanhada por seu cachorro, vindo, provavelmente, de um passeio ao ar livre.
- William, veja aquilo. – Iron mostrou-o interrompendo o discurso do amigo.
William posicionou ao seu lado e bufou impaciente.
- Já sabe o que quer dizer proibido. – Ele anunciou, mas Iron levantou a sobrancelha desafiando-o. – Está querendo insistir?
- Ainda não tive a confirmação de que se trata de uma dama casada.
- E o que importa? Já ouviu falar de Peter Gomez?
- E?
- É o homem mais rico e respeitado da Espanha, além da realeza espanhola, é claro. E isto se estende à Inglaterra. Está desafiando-o? Está certo disto?
- Por que acredita que o faço?
- Ninguém olha para essa mulher se quiser continuar seguindo vivo!
- Mesmo? – Iron perguntou irônico. Depois de notar que ela sumiu para o interior de sua casa ele dirigiu-se à sua poltrona e sentou-se.
- Iron, não a cobice além de seus pervertidos pensamentos. Ela pode não ser a esposa de Peter. Mas é mulher dele! Em disputa de poderes, você pode ser um duque, mas, ainda assim, é provável que saia perdendo. Não sei qual o nível da aliança dele com a realeza da Espanha e da Inglaterra, mas ouça: Você. Sairá. Perdendo. Isto, se sair vivo.
Iron tragou mais uma vez.
- Sabe onde encontro igual?
- O quê? – William perguntou com estranhamento.
- Uma daquelas. – Apontou em direção à casa da frente.
- Oh, sim. Uma bela mulher. Mas nunca vi igual.
- Então é ela quem eu quero. Disse que eu precisava me casar? Pronto. Assunto resolvido.
- Está louco? – Se não fosse tão culto, William estaria berrando, mas não escondeu a necessidade de arrancar os cabelos. – Só pode estar em delírio! Precisa de um médico!
- Como ela se chama? – Iron ousou perguntar.
William olhou em direção à casa que ele se referia e respirou fundo.
- Ok. Falaremos disto apenas hoje. E não me atormente mais com este tipo de perguntas. Eu amo minha família e quero ver meu filho nascer e crescer forte e saudável.
- Não sabia desse seu costume de borrar as calças. – Apontou sorrindo.
- Iron, não ache que é uma brincadeira ou exagero meu. – Ele disse seriamente. – Você sabe que eu não suporto este tipo de excesso. Eu não exagero. – William respirou mais uma vez e começou. – Seu nome é Ananda.
- Ananda. – Iron repetiu, gostando do modo como aquele nome soava bem saindo de seus lábios.
- Sim. Ananda Thurnbridge. Desde que Peter Gomez construiu a casa à sua frente ela mora aí, com uma penca de empregados. Deve haver um para cada cômodo. E um específico para abanar-lhe o leque e outro para limpar as necessidades do animal que ela carrega. – Iron sorriu com a imagem. – Isso não é de rir. Você não dizia que sua mãe era uma boa mulher? Bom exemplo. Lady Ananda é um péssimo exemplo de mulher. Não é nada do que você gostaria.
Iron apagou o charuto no cinzeiro da mesinha ao seu lado.
- Por que não?
- Ela é exigente além do tolerável com tudo e todos. Exige sempre o melhor, no entanto é fútil e trivial. Coleciona vestidos e sapatos. A coleira de seu cachorro é de ouro branco e diamantes e ele só come filé mignon, além de ter quem tome conta de suas unhas e pelos. Há quem cuide do pelo dele todos os dias. Estou falando do cachorro! Ela não se importa com as pessoas ao redor, não se mistura, e, se imaginar que você a deseja, caso Peter desconheça este fato, o máximo que ela fará, se chegar mesmo a fazer algo, será te olhar não por um décimo de segundo, mas por quase um segundo inteiro. Antes de torcer o nariz.
- Perito você naquilo que se trata de Lady Thurnbridge, não é? – Iron apontou irônico.
- Apenas conheci Lorde Thompson. Seu vizinho, morto no ano passado depois de tentar cortejá-la. Ademais meu irmão era um capitão de navio, ele sabia de muita coisa.
Iron acenou distraído.
- Onde está Peter? Ainda não o vi.
- Sempre viajando.
- Interessante.
- Não. Não é. – Interrompeu-o William. – Ele sempre sabe o que acontece, onde e quando. Ele não está disponibilizando a sua... Mulher.
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