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vestre, como um animal selvagem que não pode nem deve ser domesticado. Sua natureza era e sempre foi e sempre será: ser livre. Ela não pertencia a nada e a ninguém, vivia um dia
asil pegando carona, parando em praias, chapadas e comunidades alternativas. Ela não precisava de luxo e só usava roupa de brechó. Onde ela ia t
ão dos outros, ainda tentava provar tanto de mim, provar
vã, de que adiantava provar qualquer coisa pros outros se eu ainda duvidava
ra como um rio, como águas que correm sem saber pra onde, só correm. Ao mesmo tempo ela era tão... terrena. Tinha as cores e a corpulência da terra, ce festa, ela estava dançando de saia rodada e pés descalços sob a luz das estrelas e da lua crescente que sorria pra nós, algo em mim, na mi
ntemporânea na faculdade porque sempre amei dançar, mas que na verdade não me sentia boa o suficiente, que culpava meus pés pelo meu desequilíbrio na vida... esta
scalços numa comunhão tão profunda com a terra e com meu próprio corpo que às vezes parecia um gozo. Não parecia, era. Quando conseguimos transar com a dança a ponto de se fundir com ela, de não ser mais a dançarina, mas a própria dan
ntes, toda ninfa, serpente, odalisca da praia, os dela eram fortes e possessos, toda índia,
gente encaixou as pernas num nó e esfregamos as bucetas uma na coxa da outra - a força da gravidade dela me puxava pra baixo, pra lava do centro da terra, pra lava
cia tão mais confortável que eu, tão mais experiente, confessei: não sei o que fazer. Ela deslizou a mão até minha buceta, enfiou dois dedos dentro de mim com maestria e disse: me mostra tua força. Não entendi com o pensamento,
uma energia selvagem chacoalhou pra fora da minha pele os medos, receios, nóias, quando parei de tremer fechei os olhos por um segundo, não escutei nada além do vento, do mar e do meu coração batendo forte no peito, e nessa escuridão e nesse quase silêncio me veio uma clareza, uma lucidez intensa: senti meu corpo forte, bonito, senti minha co
ntindo agradecida,
, iluminada pela meia luz da lua. Com meus olhos de clareza