Minha perdição.

A sociedade tem aquele costume maravilhoso de julgar a todos que não se encaixam nos padrões, seja você alto, baixo, magro,gordo, deficiente e seja lá mais oque.

Em minha vida já ouvi tantos apelidos sem graça, insultos, palavras maldosas e toda essa merda desse blá-blá-blá que a maioria das pessoas costumam dizer. Agora se eu permito que isso me abale já é outra história meu amor.

Se tem uma coisa que minha rainha me ensinou é que ninguém vai pagar minhas contas ou estender a mão quando eu precisar, então não devo me importa com a opinião alheia.

Todos os dias quando eu acordo, faço questão total de me olhar no espelho e repetir para mim mesma o quanto sou gostosa. E para quem não acha, bom. Não tenho culpa se a pessoa tem mal gosto.

Minha vida pessoal é uma loucura assim como minha história, sou filha mais nova de uma brasileira e um estadunidense. A história de meus pais é bem louca se assim posso dizer.

Quando mais novo meu pai havia ido ao Brasil com alguns amigos, para passar o Reveillon, e não deu outra, quando ele bateu os olhos na morena cor do pecado, de cabelo cacheado que estava junto com as amigas.

Foi amor a primeira vista como ele costuma dizes, bom, ao menos para ele. Já que o gringo teve que ralar para conquistar minha coroa. Logo de início quando ele chegou nela, ela estava namorando.

Meu pai quase levou uma surra do tal cara, e saiu todo desconsolado. Passou o tempo e ele voltou para os Estados Unidos, Um ano depois ele voltou ao Brasil, para passar novamente o Reveillon.

E o destino com as palhaçadas dele fez ambos se encontrem. Meu pai todo bobo pela dona Sandra, acabou derrubando champagne na roupa que minha mãe usava.

Segundo ele, o mesmo sente até hoje a dor do tapa que ela deu na cara dele. Depois de xingar o mesmo de tudo quanto é nome, ele até se ofereceu para ajudar. Mas ela lhe deu um fora e saiu com algumas amigas.

Não preciso dizer que o coroa voltou arrasado para o Estados Unidos, porém dois meses depois ele precisou retornar ao Brasil a trabalho, e quando pisou o pé no Brasil ao invés de ir direto para o hotel ele mandou apenas as malas.

Segundo ele, o mesmo bateu o Rio de Janeiro inteiro atrás de minha mãe. Imagina a cara da minha mãe, quando o gringo doido que ah perseguiu nos Reveillon apareceu justamente na loja que ela trabalhava.

Daí para frente foi só para trás, ele lhe contou que não teve a intenção de parecer um maníaco e blá-blá-blá, ela aceitou as desculpas. E no tempo que ele esteve aqui, ambos ficaram juntos.

E desse juntos, nasceu meu irmão mais velho, Gabriel, atualmente aquela praga que eu chamo de irmão, tem 26 anos, 1,92 de altura e é formado em arquitetura. O coroa surtos quando descobriu que seria pai e pediu a transferência para a filial da empresa aqui no Brasil. Eles se casaram com 7 meses de namoro.

Contra a vontade da minha mãe, se assim posso dizer, ela achou que era muito cedo. Mas meu vô era osso duro então disse que se tava junto, tinha que casar. Dois anos depois veio a surpresa.

A surpresa atualmente tem 24 anos, 1,90 de altura e se chama Diogo, Está cursando neurocirurgia. E fazendo residência em dos melhores hospitais do país.

E então quando meus pais pensavam que não poderia haver mais surpresas, pois minha mãe estava tomando anticoncepcional, e havia uma tecnologia enovadora chama DIU.

Bom, Eis aqui o resultado do DIU. 1,68 de pura gostosura meu amor. E aí de quem disser o contrário, nasci três anos e meio depois das pragas número um é dois. E cá entre nós, por isso que falam que depois do rascunho vem a perfeição.

Porque eu lhes garanto que meus coroas capricharam viu. Meu nome é Melina, Melina Ross Montenegro, tenho 22 anos. E tenho um curso de administração de empresas, e estou buscando minha graduação em Arquitetura e urbanismo.

Pretendo um dia montar minha empresa, mas ate lá, trabalho como secretária em uma das maiores multinacionais dos Estados Unidos. Trabalho para o senhor Senhor Garcia a cerca de um ano e meio.

Um homem extremamente adorável, o mesmo me trata como uma filha e sempre faz questão de ressaltar isso. Ele diz que sou a filha que ele nunca teve, o mesmo possui por volta de seus setenta anos. E está prestes a se aposentar.

Contudo continuarei a trabalhar com seu sucessor. Se eu oh conheço, bom. Nunca o conheci, apenas sei que ele se chama Henrico e segundo o senhor Garcia, o mesmo deve chegar em breve do Canadá para a serimonia de posse.

Torço todos os dias para que ele não seja um babaca, e sim um homem honrado como o pai. Na verdade nunca soube nada do mesmo e talvez seja apenas mais um senhor em seus quarenta e tantos anos.

Assim eu espero, mas voltando a falar da minha vida. Tenho dupla nacionalidade devido a meus pais, nasci no Brasil e morei lá até meus doze anos.

Foi quando meu pai precisou voltar para os Estados Unidos, e bom. Oque era para ser uma estadia temporária, acabou se tornando permanente, quando ele virou gerente Ceneor da empresa onde trabalhava.

No começo foi difícil de me adaptar, não pelo idioma pois meu pai fez questão de nos ensinar desde pequenos. Mas em boa parte pelo preconceito das pessoas, sofri Bullying nos dois primeiros que estudei aqui.

Mas isso não demorou muito, apenas o suficiente para que pudesse virar a escola de cabeça para baixo. Por incrível que pareça americanos tem um enorme fetiche por brasileiras.

Isso desde de muito novos, e eu devo admitir que soube como usar isso a meu favor, de patinho feio da escola. Passei a ser a pessoa que os garotos brigavam para estar perto e as garotas detestava.

Eu nunca liguei para isso, esse povo é louco isso sim. No ensino médio acabei sendo expulsa da escola porque uma maluca sismo que eu estava ficando com o namorado dela. E veio querer me bater, da para acreditar nisso.

Logo eu, que cresci no Rio de Janeiro, entre o morro que minha vó morava e o asfalto onde ficava a minha cada. Acontece que a história da garota me tocou, tudo oque ela queria era voltar para casa.

E como ótima pacifista que sou, tentei mandar a piranha de volta para casa. Mas acabei sendo mal interpretada e expulsa da escola, não fui a única. O ser que começou a briga também foi expulsa. Aquela coisa básica da vida.

༆༆༆

Em fim, chega de falar de mim. Estou em minha mesa quando vejo as portas do elevador se abrirem.

- Bom dia senhor Garcia. - digo com um sorriso no rosto ao ver meu patrão entrando.

- Bom dia Melina. - ele diz com sorriso doce. - Poderia vir a minha sala por favor, preciso que faça algo para mim. - ele diz educadamente e segue em direção a sua sala.

Levantou-me e organizo minha mesa, em seguida vou em direção a sala do meu chefe. Bato na porta e ouço um breve "entre". Adentro na sala e o mesmo se encontra sentado, com os olhos focados no livro a sua frente.

- Senhor Bennet. - chamo atenção do mesmo que sorri e pede para que eu me sente.

- Mel, você tem trabalhado para mim nesse um ano e pouco, e tem sido uma das melhores secretárias que já tive. Por isso gostaria de pedir-lhe um favor, A partir de segunda feira, meu filho Henrico e sua noiva Katherine estarão retornando do Canadá. Henrico assumirá a empresa, gostaria de pedir que você oh ajudasse no que ele precisar. - o mesmo diz com um sorriso doce em seus lábios.

- Será um prazer senhor Garcia. - digo com um sorriso no rosto. - Então esse é o seu último dia como meu chefe ? - pergunto ao mesmo e sinto meus olhos marejados.

- É sim criança, mas não se preocupe. Sempre estarei por aqui para visitar meu filho e você poderá nos visitar quando quiser. Marissa irá adorar te-lá em nossa casa. - O mesmo diz me estendendo um lenço para que eu seque as lágrimas.

Pode parecer bobagem, mas o senhor Garcia sempre foi como um segundo pai para mim, Ainda mais por que moro longe de meus pais, ambos moram em outro estado e eu quase não os vejo.

Após a conversa o dia seguiu tranquilamente. Ao fim de mais um turno me despedi do senhor Garcia com um abraço apertado, e segui meu caminho para minha casa.

Como será o meu novo chefe ?