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Guerra do Amor

Guerra do Amor

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5 Capítulo
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Sinopse

Índice

Sinopse No bairro de Polanco existem duas famílias vizinhas que sempre vivem de briga e comparação, perfeitos vizinhos rivais. Lucia é uma jovem garota sonhadora que sempre sonhou conhecer o amor, o que ela não sabia era que se apaixonaria pelo garoto no qual as famílias de ambos viviam sempre brigando. Lucia se apaixonou por Gael, seu belo vizinho da casa ao lado, um cara que sempre a tratava mal, mas a olhava com malícia. Lucia sabe que deve esquecer Gael, mas a coisa vira impossível quando ele está morando tão perto dele.

Capítulo 1 Os vizinhos

Na cidade do México, bem no sul de Polanco havia um pacato bairro com uma adorável vizinhança onde todos eram amigos uns dos outros e cuidavam-se entre si, se uma família ficava enferma, os vizinhos ajudavam, se alguma família ficava com fome, os vizinhos davam de comer e assim aquele bairro foi vivendo feliz e conciliado por muito tempo, até no dia em que os Alonzo resolveram se mudar para aquele bairro bem ao lado da casa dos Barreros, apenas tendo uma cerca branca curta de madeira separando uma casa da outra.

Terem novos vizinhos não era nenhum problema para os Barreros, afinal, eles eram racionais e não saíam por aí surtando apenas por causa de novos vizinhos, o problema era que os Alonzo, os novos vizinhos, levavam uma vida bastante parecida com a deles, quase idênticas, na verdade, e os Barreros não estavam satisfeitos em perder a exclusividade no bairro.

Você podia achar todo tipo de profissão naquela vizinhança no extremo sul de Polanco, desde o pedreiro ao barbeiro, carpinteiro ao cozinheiro, desde o ferreiro ao zelador, porém nenhuma daquelas cultas famílias tinham o mesmo trabalho, a mesma marca de viatura e até mesmo papel de parede na cozinha (a senhora Francisca descobriu isso logo que foi fazer uma visita de boas vindas aos vizinhos do lado quando estes se mudaram pra lá). Até aquele ponto aquilo já era demais, as famílias começaram a se desentender aos poucos, embora mostrando sorrisos falsos não querendo demonstrar que se odiavam bem lá no fundo.

- Francisca! Vem ver uma coisa aqui! – Lucía ouviu seu pai gritando chamando por sua mãe ainda na rua, a menina deixou de escrever palavras românticas e sonhadoras com um certo vizinho em seu diário e saiu do seu quarto por curiosidade, foi parar na varanda abraçando seu travesseiro rosa na qual era inseparável desde a nascensa, ficou olhando com um biquinho nos lábios sua mãe descendo os quatro degraus da porta de frente limpando suas mãos no avental amarrado a sua cintura, indo as pressas ao encalço de seu marido que estava parado próximo a sua viatura encarando a outra viatura bem na sua frente com um rosto nada amigável.

- O que foi agora, meu marido? – A mãe de Lucía quis saber, ela já sabia que iria envolver os Alonzo ali, ultimamente aquela família estava tirando a paz dos Barreros. O homem bufou em forma de riso escarnecedor apontando a viatura dos vizinhos que estava na sua parte de estacionamento.

- Me diga se isso aqui não é provocação?! – Falou com o dedo em riste apontando-o a viatura branca dos vizinhos, a mesma cor da viatura deles.

- Oh, céus! – A mãe da Lucía exclamou com os olhos arregalados com um certo horror. – Como puderam?

- Essa gente é sem civismo, sem cultura. Selvagens! Não conseguem respeitar nem o espaço pessoal dos outros! – O alto homem, chefe do agregado da família Barreros, gritava em plenos pulmões. Lúcia pôde até ver alguns transeuntes na rua pacata, reparando a cena com um ponto de interrogação. Por que diabos o senhor barrigudo estava gritando numa tarde tão linda de primavera? Eles poderiam estar se questionando, parando um pouco de prestar atenção em suas próprias vidas, suas atenções interrompidas por um instante pela pequena contenda ali na frente das duas casas vizinhas. "Vai começar.." Pensou Lucía vendo o senhor Alonzo saindo de sua casa indo em direção ao pai de Lucía.

- Que algazarra é essa aqui na porta da minha casa? – Sr. Alonzo exigiu saber.

- Está perdendo a visão, vizinho? Não está vendo que eu estou na porta da minha casa? – O pai de Lucía até abriu os braços e os girou com certa petulância para mostrar o espaço onde ele estava em pé, ele realmente estava do lado da sua casa. – Então já estou no meu espaço, posso gritar o quanto quiser! – Terminou a frase gritando em plenos pulmões.

- Mesmo que você esteja no seu espaço, isso não te dá o direito de perturbar os seus vizinhos com essa gritaria toda! – Sr. Alonzo não desistiu, Lúcia notou que a mulher dele e o filho também estavam indo se juntar ao pai. Lucía demorou o seu olhar no rapaz, ela o achava belo e atraente, Lucía tinha um fraco por ele desde o primeiro dia em que o tinha visto, quando os vizinhos novos se mudaram há alguns meses atrás. De repente como que pressentindo que estava sendo olhado, Gael olhou pra Lucía, naquele momento eles estavam se encarando bem nos olhos... E ele sorriu de canto e piscou o olho pra ela... Ruborizada, Lucía desviou os olhos e abraçou mais o seu travesseiro, aquele garoto sempre fazia aquilo com ela, sempre a provocava... – Se recomponha ou então serei obrigado a chamar a polícia. – Sr. Alonzo alertou ao pai de Lucía que irrompeu em uma risada debochada.

- A polícia? Hahahahaha! Pode chamar! Chame então aí eu faço uma queixa direta sobre o abuso que o senhor está cometendo para comigo! Ou você acha que estacionar essa sua lata velha no meu lado do estacionamento não é abusivo o bastante!?

- O carro de quem que o senhor está chamando de lata velha? Acabei de comprar esse carro! Já o seu, o motor está tão velho que já não se suporta mais!

- Ao contrário do seu, o meu carro é bem resistente! Tão resistente que você foi lá e comprou o mesmo carro que o meu!

- O senhor está insinuando que meu marido é um imitador, sr. Barrero? – A mãe do Gael inquiriu dando um passo em frente, se metendo assim na confusão.

- Ele não está insinuando nada, seu marido é sim um grande imitador! – A mãe de Lucía respondeu defendendo o marido.

- Como pode? – A mãe do Gael parecia horrorizada com todas aquelas calúnias contra o seu marido.

- Vocês imitam tudo da gente! Seus camaleões! – Senhor Barrero não parou com as ofensas.

- O que camaleão tem haver com isso? – Alonzo parecia não saber como enquadrar o réptil na conversa.

- Você acabou de chamar minha mulher de camaleão? – O pai de Lucía já estava fervendo de raiva.

Então os adultos ali estavam brigando e se atirando farpas, Lucía tinha corrido até eles pra ver se segurava os pais, ela estava tão preocupada, não queria que os pais se metessem em brigas.

- Por favor, mãe e pai. Deixa eles, vamos pra dentro. – Ela tentava, mas os pais mal lhe davam ouvidos estando bastante envolvidos na contenda com os vizinhos da casa ao lado.

- A culpa é toda sua, garotinha boba. – Ela sentiu Gael sussurrando aquelas palavras bem no pé do ouvido dela, ele estava atrás dela, seu corpo a centímetros do dela, o peitoral dele quase roçando as costas dela. Ela deu um pulinho se afastando do garoto, tinha se arrepeiado toda, mas não ia demonstrar aquilo.

- Culpa minha? Seus pais que ficam provocando os meus pais! – Ela se irritou, porquê aquele garoto estava a culpando? Ela estava tão nervosa, não estava conseguindo conciliar suas ideias. Então o empurrou e o viu cair de bunda no pequeno jardim na frente da casa dos Alonzo, estalou a língua e puxou os pais em direção a dentro de casa os afastando da confusão, assim que entraram, ela preparou água com açúcar pra eles que ainda expumavam de raiva.

- Esses grandes idiotas! O que eles pensam que são? – O seu pai dizia inconformado.

- Eles não tem noção das coisas, só pode! – Essa era a mãe dela.

- Eu vou pro meu quarto. – Declarou após entregar a eles os copos de água com açúcar.

Lucía não podia acreditar naquilo, tinha se metido na briga dos pais com a família do rapaz que ela gostava. Ela tinha brigado com o rapaz que gostava, ela tinha o empurrado e o feito cair no chão! De certeza que ele passaria a odiá-la agora, se é que já não odiava...

- Ah não... – Murmurou desgostosa se jogando na sua cama abraçando seu travesseiro, ela tinha estragado tudo, ela sempre estragava tudo... Se levantou após um tempo e foi se sentar em sua poltrona ao pé da janela, de lá ela sempre tinha o hábito de olhar a casa dos vizinhos, na janela do Gael pra ver se ele estava lá, Gael sempre deixava a janela aberta, tinha vezes que ele via Lucía olhando pra ele da janela, mas parecia não se incomodar, muito pelo contrário até, ele parecia gostar, dava um sorrisinho pra Lucía e voltava a fazer o que costumava fazer. Porém hoje aquela janela estava fechada não permitindo que Lucía visse o seu interior, de certeza que Lucía tinha estragado tudo naquele dia. Tudo por culpa dos seus pais.

Lucía mal dormiu naquela noite, os pensamentos do Gael caindo de bunda na relva e falando pra ela que era tudo culpa dela certamente não estavam a deixando dormir, a menina levantou-se e arrastou até o banheiro para se arrumar para o colégio, afinal, não era porque ela estava cabisbaixa que as aulas iam terminar. Depois de um banho, botou o seu uniforme escolar e dividiu o seu cabelo escuro em dois os prendendo em duas chiquinhas, como sempre fazia, segurou na sua bolsa e foi tomar o seu habitual café. Hoje ela mal comprimentou os pais, estava os culpando por ela ter agido daquele jeito com o garoto que ela gostava na tarde anterior.

- Quando você voltar da escola vem direto pra casa viu, filha? Senão esses vizinhos doidos que a gente tem podem tentar fazer mal a você. – A mãe a alertou enchendo o copo dela com suco de laranja, Lucía bufou.

- Ai, mãe. Não exagera, os vizinhos não são nenhum criminosos.

- Ugh. – O pai desdenhou enquanto lia o jornal sentado á mesa junto com elas. – Eles se mudaram a pouco tempo pra cá, a gente não sabe nada sobre eles. Eles podem muito bem ser criminosos! – Ele falou convicto. Lucía suspirou e se levantou da cadeira pegando sua bolsa, já estava ficando cheia daquilo.

- Eu vou é no colégio, to atrasada! – Foi saindo as pressas de casa, sua mãe veio correndo atrás dela a seguindo.

- Luci, minha flor. Espere, a sua lancheira! – Ela conseguiu alcançar a filha na rua quando a menina parou, a mãe abriu a bolsa da filha e botou a lancheira lá dentro. – Deve comer toda maçã, entendeu? Pro seus dentes ficarem firmes!

- Tá bom, mamãe... – A filha anuiu fechando o zíper da bolsa, a mãe sorriu, deu beijinhos no rosto da filha e ajeitou o cabelinho dela, embora Lucía sentisse vergonha alheia daquilo pois as pessoas certamente estavam olhando a deixando envergonhada, mesmo assim ela gostava daquele carinho todo, sua mãe sempre fazia aquilo.

- Tenha um ótimo dia, flor!

A escola de Lucía não era tão longe assim, ficava a alguns quarteirões então ela podia muito bem caminhar até lá, era o que ela fazia sempre. Enquanto caminhava, ela olhou atrás de si pra ver se sua mãe ainda estava olhando pra ela com um sorriso bobo, sua mãe bobona sempre fazia isso, e hoje não era diferente. Ela acenou se despedindo e foi caminhando se afastando da visão da mãe. Ela esperava que o dia corresse melhor do que a noite anterior. Enquanto caminhava, ouviu um som da moto vindo por trás dela, ela afastou-se mais pra berma evitando assim qualquer acidente, mas o motoqueiro subiu com a moto na calçada da berma e parou a moto bruscamente na frente dela, Lucía deu um pulinho de susto botando a mão na boca e arregalando os olhos. O motoqueiro subiu o lente escura do seu capacete fazendo Lucía se aperceber de quem se tratava, era Gael. Ele estava olhando pra ela daquela moto, o coração de Lucía estava batendo tão forte. Será que ele ia atropelar ela? Será que sua mãe estava certa e os membros da família Alonzo eram mesmo criminosos? Até o filho deles..? Gael fez um sinal com a cabeça.

- Sobe. – Apenas disse.

Lucía estava estática sem saber o que fazer... Se subisse na garupa da moto do Gael, será que ele a fazia algum mal? Embora com bastante medo, ela não podia evitar de se sentir tentada...

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