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Violet Jones é a babá de Graham Grayson, um homem importante e bem sucedido, mas que esconde um segredo. Logo, os dois não aguentam ao desejo que sentem um pelo outro. Graham Grayson, o CEO dono de uma empresa multimilionária que perdeu a esposa num trágico acidente, o mesmo acidente que tirou a sua memória. Anos mais tarde ele a reencontra. Sua esposa não estava morta como pensou, mas sim havia mudado de nome e feito uma nova vida para si. Curioso, ele a contratou como babá e se aproximou dela para tentar descobrir o que tinha por trás de tudo aquilo. Mas apesar da raiva que sentia, era impossível negar que se sentia atraído por ela.
Violet segurou o violão e se inclinou um pouco antes de deixar seus ombros relaxarem e a voz sair da sua garganta. Ela cantava naquele bar desde que Terence, seu namorado - embora ela já não soubesse se ele era mesmo isso - a apresentou ao dono. Terence trabalhava ali como garçom, servindo bebidas e se apresentando às vezes. Ele era um ótimo músico. Foi isso o que atraiu Violet quando o conheceu, e é claro, ele era muito charmoso. Mas o seu temperamento era péssimo. E ele era um babaca. Tudo mudou quando Violet descobriu que Terence a traiu com uma garçonete.
Ela não queria escutar as desculpas que ele vinha guardando, e nem ficava por muito tempo no mesmo lugar que ele. Na verdade, quase não foi até o bar, mas precisava do dinheiro da apresentação. Música sempre acalmava seu ânimo, e nos últimos dias, seu humor estava péssimo. Ela devia tudo isso a Terence.
Quando finalmente terminou sua apresentação, os aplausos se seguiram como uma pequena explosão. Sempre era assim; sempre havia aplausos e sorrisos. Ela era boa com a música. Gostava disso. Não que a música lhe desse algum dinheiro. Na verdade, ela trabalhava como babá. A música era um hobbie que Violet levava a sério, mas não era o seu maior sonho.
Ela guardou os instrumentos e se preparou para ir embora. Não queria ter que lidar com Terence.
- Você foi ótima - ele se aproximou e se recostou no balcão. Violet olhou para ele e o ignorou. - O sr. Montgomery quer que se apresente de novo na próxima semana. Eu até disse a ele que você estaria ocupada, mas...
- Não preciso que diga nada - ela olhou para ele. - Posso dizer ao sr. Montgomery se vou estar livre para vir ou não. Agora, se me der licença, eu gostaria de me deixasse em paz. - Ela colocou uma mecha vermelha atrás da orelha e pegou o violão, se despediu das garçonetes e passou por Terence.
Violet não tinha tempo para uma discussão. Na verdade, não tinha tempo para nada. Precisava voltar para casa e descansar. Amanhã teria uma entrevista de emprego, e nada melhor do que uma boa noite de sono para lhe deixar preparada para o que vinha pela frente.
Quando alcançou a saída, Terence a seguiu e pegou o seu braço. Violet olhou para ele e franziu o cenho. Ela não queria outra discussão como a que tiveram antes de tudo terminar. Talvez Terence achasse que Violet lhe devia algo. Talvez ele achasse que o fato de ela continuar virgem fosse sua responsabilidade. Violet nem o reconhecia mais. Ele não era mais o homem gentil e carinhoso pelo qual se apaixonou, ou talvez ele sempre tenha sido assim e ela nunca percebeu. De toda forma, ela preferia ignorá-lo. Talvez ele só queria tê-la. Era por isso que todos os homens olhavam para ela, com os olhos cheios de desejo. Isso devia irritá-lo. Ele não conseguiu o que queria, por isso conseguiu em outro lugar.
- Me escuta - disse ele, tentando ter a atenção dela. - Eu sei que está com raiva, sei que você não quer me ouvir, mas também sei que ainda sente algo por mim. - Ela não sentia. Talvez nunca tenha sentido. Violet engoliu em seco e tentou se desvencilhar dele. Terence era mais forte. - Eu só quero que me escute.
- Me solta!
- Não, Violet! Você vai me escutar.
- Não tenho que fazer nada!
- Você está com raiva, só isso. Eu tenho certeza de que isso vai passar, você vai ver. - Ela tentou empurrá-lo, mas não conseguiu. Terence a encarou com um olhar furioso e a segurou com mais força.
Ele pegou o queixo dela e olhou em seus olhos.
- Não me obrigue a machucar você, Vi! - A voz dele estava cheia de ódio e desejo, uma combinação que resultava em asco.
Um carro estacionou no meio-fio e um homem saiu. Ele bateu a porta com força e se virou na direção de Terence e Violet. Violet não viu quando o homem se aproximou e deu um soco em Terence, que caiu no chão. Ela olhou por cima do ombro e viu o homem movendo a mão no ar, como se o soco que acabou de dar tivesse doído. Primeiro, ela olhou com espanto, depois, se sentiu agradecida. Era lógico que Terence estava bêbado.
Ele não tinha superado o término.
- Ele machucou você? - Perguntou o homem. Ele olhou para ela com preocupação. Violet não percebeu, mas estava tremendo. O medo em seus olhos falava por si só. - Eu devia ter impedido ele antes de você ter saído, vi o jeito como ele importunou você a noite toda. Sinto muito que tenha passado por isso. - Ele tocou o braço dela com cuidado. Uma lágrima nos olhos de Violet ameaçou manchar seu rosto, mas ela fechou os olhos e respirou fundo. - Eu estava no bar... Eu vi.
Ela assentiu.
- Obrigada, mas não precisa - ela disse.
Terence se ergueu.
- Quem é ele? - Perguntou Terence segurando o queixo. O soco o atingiu bem ali. - Por acaso é o seu novo namorado? Foi por isso que terminou comigo? Que está me ignorando? - Ele gritou. Violet encolheu de vergonha. Ela não sabia por que Terence estava agindo daquele jeito.
- Ele não vai parar - disse o homem. - Vai ficar mais segura se sair daqui.
- Eu vou para casa... eu...
Mas antes de mexer um músculo, Violet sentiu uma náusea, e depois tudo começou a escurecer e girar. Ela se desequilibrou. O homem a pegou nos braços. Terence fez menção de se aproximar, mas recuou quando o homem lhe ameaçou com o olhar. Ele a levou para o seu carro e gentilmente colocou dentro. Esperou que ela acordasse até poder ter certeza de onde podia levá-la.
- Você acordou - disse ele. - Que bom que está bem. Achei que devia levar você ao hospital.
Violet olhou para ele.
- O que estou fazendo aqui?
- Você desmaiou. Eu trouxe você até aqui. Está segura. Não vou machucar você, eu juro.
- Obrigada. Não precisava fazer nada.
- Eu só queria ajudar. Não tinha certeza se aquele cara podia cuidar de você. Eu posso dar uma carona, se quiser. Além do mais, está muito tarde.
- Não precisa - disse Violet. - Obrigada por tudo o que fez por mim. Devo ter desmaiado porque não comi nada. Não precisa se preocupar. - Ele assentiu. - Eu moro perto. Tenho uma Lambreta - ela apontou para a moto estacionada perto do carro. - Foi muito gentil o que fez, mas não quero abusar. Boa noite.
- Boa noite - ele disse.
Ele sorriu e a viu se afastar.
Ela era a mulher mais linda que já viu.
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