Nicolas Harrington é um dos CEO da empresa de tecidos importados da família. Um homem que buscava manter sua imagem impecável com a fama de ser profissional e sério quando se tratava do trabalho perante aos sócios da empresa, e por muito tempo, o foco da sua vida era o trabalho. Até se encantar por uma dançarina que bailava no ritmo de suas emoções descobertas. Emelly era uma garota sorridente, dedicada a sua dança e aos amigos ao seu redor, a mulher que Nicolas pediu aos deuses, contudo, nem tudo pode ser um mar de rosas. Emelly Carmichael carrega nas costas um sobrenome forte e poderoso. Não estava em seus planos, se entregar verdadeiramente ao belo homem que surgiu em sua vida. Trazendo-lhe amor, carinho e atenção, tudo que não fora lhe dado no decorrer de sua curta vida, e abrir mão disso por conta de um segredo, não passou por sua mente. Talvez eles não estivessem mentindo para machucar um ao outro, todos sabiam que na elite de uma cidade onde o dinheiro e poder veem em primeiro lugar, o amor é apenas uma palavra sem valor. Talvez se eles soubessem a verdade desde o inicio não tivessem ido longe demais, e no fim, teriam que lidar com suas próprias decisões.
A iluminação e o estrondo alto da música preenchiam toda a rua da boate Seven Night na noite de quinta-feira.
Pessoas do lado de fora lamentavam pelo tamanho enorme da fila que, infelizmente, dava volta no quarteirão do bairro chique para entrar na boate do momento naquela noite quente. Na portaria, um segurança de braços fortes e barriga saliente, vestido adequadamente para o serviço da noite, encarava a quantidade de pessoas presentes ao seu redor. Muito pouco se importava com quais queriam entrar logo.
A boate estava lotada, e para o azar de alguns, cheia de estudantes da academia de dança de alguns quarteirões atrás dos amigos preferidos de Duke, o segurança. E claro que ele jamais cogitaria que entrasse qualquer um para se misturar aos dançarinos.
- Pode me dizer novamente o que nós viemos fazer aqui? – A voz fria do moreno de terno escuro sem gravata soprava nos ouvidos do amigo mais à frente. - Como vamos passar por toda essa gente? E com que propósito? Entrar em um lugar como este? Eu não gosto de lugares como esse. Vai saber que tipo de gente nós podemos encontrar - Lamuriou o homem arrumando o cabelo para trás, seu penteado já estava para se desmanchar igual a sua paciência que ficou no banco de trás do carro do seu amigo.
Nicolas Harrington um homem sério, emburrado e conhecido demais para uma ida à boate famosa do momento. Um ser desprovido de bom humor, cheio de regras, crenças e justo... A pele clara começava a brolhar por conta do suor, os olhos negros brolhavam de uma forma diferente, carregado de ódio e desprezo desde para com seu colega, a os outros ao seu redor.
Que, com seus vinte e nove anos, lutava para merecer cada dia mais o posto máximo da cadeira da diretoria na empresa principal da família, onde foi posto e ordenado a atuar no cargo maior da empresa no lugar de seu pai. E com uma imagem exemplar para continuar a fazer com que todo mundo em seu local de trabalho o visse como um homem correto para está ali, uma ida a um lugar como aquele era como destruir algumas gerações que viria a seguir.
- Relaxa meu amigo! Sério. Você quase não sai e ainda reclama quando te chamo para fazer alguma coisa. Você precisa relaxar. – James Murphy, seu melhor amigo e diretor do financeiro da empresa, acusou-o em meio à multidão com um sorriso largo no rosto. Acenou para o segurança e puxou o diretor pelo braço assim que surgiu a oportunidade. - Duke, como vai? Essa noite está agitada, não? – O homem lhe perguntou sacana, com um aperto de mãos deixando uma quantia em dinheiro dentro do terno do segurança.
- Seja muito bem-vindo outra vez, Murphy. – Respondeu o homem de corpo largo, com um sorriso camarada para o loiro, e deu passagem para que os dois homens entrassem.
Com a entrada livre, James trouxe seu amigo para adentrarem no lugar barulhento e pouco iluminado. As luzes piscavam sem parar a cada batida da música eletrônica absurdamente alta. Nicolas tocou em sua cabeça e balançou a mesma, negativamente, furioso.
Como pôde novamente confiar em seu melhor amigo? Perguntou-se mentalmente, antes de uma turma de mulheres bêbadas, e nada cheirosas, passarem ao seu lado, tocando-o. Ele irritou-se ainda mais, e procurou por James mais à frente. Seguiu seu amigo, pois pela velocidade, sabia exatamente para onde ele ia.
- Eu demorei a sair porque quando confio em você, sempre me traz a lugares assim. – Esquivou-se de outra mulher. - Aqui não é o tipo de lugar que um CEO deveria andar. Não há ninguém interessante, desde mulheres a contratos que poderia acontecer. – Pigarreou ele, irritadíssimo.
- Não é hora de falar em trabalho. E você precisa arrumar alguém para trans4r. – Balbuciou James, virando para ver o amigo que se irritava a cada minuto que passava ali dentro. - Estresse é falta de sex0, amigo. E desse jeito você vai ficar louco. – Ironizou sorridente.
- Você acha mesmo que eu teria coragem de ficar com alguma prostituta? - Eles olharam ao redor - Nenhuma dessas mulheres parecem interessantes para mim.
- Ei, calminha aí! – James se pôs a defender o lugar. - Em algum lugar assim deve ter uma mulher que pode te deixar feliz apenas em conhecer. Você não deve ser tão ruim de agradar. – Indagou o loiro, confiante.
E para seu azar, no mesmo momento sentiu um corpo ser jogado contra o seu. Nicolas perdeu toda a paciência que guardava. A mulher, possivelmente bêbada, jogou-se propositalmente sobre si. E contra a vontade de Nicolas, tentou lhe beijar que rapidamente a deteve bem a tempo e com vergonha da tentativa falha com aquele homem se pôs a gargalhar sem ânimo algum.
Nicolas fitou o estado dela e, raivosamente, levantou o rosto para ver seu amigo sorrir amarelo. Lançou-lhe um olhar assustador, capaz de espantar qualquer um. O outro tremeu as pernas puxando o braço da garota rapidamente em outra direção que não fosse à de Nicolas, que passou a mão em seu terno caro e olhou novamente para James.
- Tá – o amigo manuseou a mão no ar dando de ombros. - Menos aquela mulher, e mais algumas, mas isso não vem ao caso. Tem alguma mulher para você em todo lugar, só basta prestar mais atenção.
- Esse não é o tipo de lugar que eu queria encontrar uma namorada, uma esposa, uma possível ficante. Esse não faz o meu estilo. Vamos embora agora – Bradou o CEO.
- Calma Nicolas – O loiro rodeou a mão por cima dos seus ombros, animadamente. Nicolas fechou os olhos, ainda irritado com o que aconteceu há poucos minutos. Além de que, o cheiro de tanta bebida misturada estava o deixando enjoado. - Vamos tomar uns drinks.
- Prefiro tomar em casa – Ressaltou andando. - A música está alta demais e esse cheiro de perfume barato está ficando impregnado na minha roupa.
- Você é tão humilde – James revirou os olhos. E enfim, chegou ao seu destino. - Você é muito chato, vamos tomar alguma coisa, então aproveite e relaxe. – Pediu o loiro, animado. Virou-se para o garçom que abria uma cerveja para outro cliente. - Vou querer um drink de limão e Vodka, – Pediu educadamente ao homem que sorriu assentindo - E você, Nicolas, vai querer o que?
- Uma dose tripla de uísque escocês – murmurou e fitou a garçonete ao lado que riu maliciosa, mostrando seu generoso decote, antes de sumir em meio à multidão. Será que ele não conseguia passar despercebido mesmo?
Nicolas encostou-se ao balcão ainda com raiva por ter sido levado àquele lugar. Era sujo, mais do que um Harrington podia suportar, era vulgar além da medida, era demasiadamente repugnante para seu gosto. As mulheres e homens dançavam aleatoriamente. De um lado para o outro como se a qualquer momento fossem se pegar ali mesmo na pista de dança. Não era de fato um lugar para beber depois do trabalho.
Não seguiria mais James para canto nenhum, nem se sua vida dependesse daquilo.
- Aqui está – alarmou o garçom a James e a garçonete logo reapareceu com a bebida, que nem sequer a olhou. - É a primeira vez de vocês por aqui. – O garçom murmurou aos dois, principalmente e Nicolas que o fitou de canto de olho.
- E a última – Respondeu, enquanto bebericava sua bebida gelada pelos cubos de gelo. - Não gosto de lugares onde só tem pessoas fúteis e sem classe. É muita vulgaridade.
O uísque desceu queimando pela garganta do moreno, incendiando até o último suspiro. Ele riu. O líquido tinha um gosto ardentemente bom.
- Ofendeu gatinho – A garçonete debruçou-se sobre o balcão deixando à mostra seu decote do vestido minúsculo. - Você precisa relaxar de vez em quando! – Exclamou sorridente. James entendeu as segundas intenções da moça e riu com aquilo, reparando bobamente no volume dos seios.
- Relaxo muito mais sentado em uma poltrona na minha casa – o sorriso insinuativo da mulher sumiu quase que imediatamente.
- Nicolas para de ser tão rabugento – Brigou James, sem parar de prestar atenção no grande volume dos seios da mulher.
Nicolas pensou em falar certas verdades para o loiro descuidado e idiota, mas achou melhor se calar por hora, girou seu corpo para o outro lado e seus olhos encontraram algo bem melhor, um alguém muito melhor. Nicolas abaixou as sobrancelhas admirando a mulher encostar sua delicada barriga na beira do balcão sujo. Um sorriso singelo enfeitava seu rosto alvo e bonito. Seu mundo pareceu parar ao redor, seu coração palpitou por dentro de emoção e um desejo recém-descoberto.
Ele tirou a atenção do sorriso dela e desceu para o corpo pecaminoso, sei0s bem guardados dentro de um vestido verde, meio desalinhado no corpo pequeno, mas ainda assim, muito elegante para a noite. Eram notáveis as belas curvas, a silhueta era de uma mulher desejosa e encantadora. Seu rosto denunciava um ar de timidez, mas estava naquele lugar repugnante, um lugar onde não combinava com sua beleza.
Os lábios pintados de uma cor fraca abriram e fecharam ao falar com o garçom, e Nicolas deleitou-se da movimentação sensu4l. O cabelo era delicadamente comprido em tom negro destacando-se na pele branca. Encontravam-se meio desalinhados, mas continuavam bonitos, dando-lhes um ar de exótica, totalmente custosa de se esquecer.
Uma bela mulher.
- [...] não é Nicolas? – James olhou para o amigo, e este estava concentrado demais na mulher na sua frente para se importar com perguntas idiotas. - Ei cara está me ouvindo?
James chamou sua atenção e só depois focou na direção em que o moreno olhava fixamente, e encontrou a mulher com um sorriso gracioso. Mas diferente de Nicolas, James não teve o privilégio de reparar melhor no corpo pequeno, porém, deslumbrante, pois logo a moça segurou duas garrafas de água e foi embora. E ali ficaram dois homens olhando para o vazio que ela deixou.
- Nossa! - James exclamou atordoado e ainda buscando achar a visão da mulher entre milhares de cabeças. Nicolas virou para se encontrar com o amigo outra vez. - Fiquei encantando aquele rosto... Uau. – Brincou o loiro virando-se para o bar novamente.
Nicolas não disse nada. Olhou a silhueta da mulher caminhar e desapareceu no meio de toda aquela gente. Voltou-se igualmente para o bar e olhou para seus pés, em seguida subiu a visão para o amigo, levando novamente o copo de uísque à boca para saborear.
- Como era bonita – James voltou a comentar.
- Hm... – Encarou o copo em cima do balcão na sua frente. - Deve ser apenas mais outra aqui desse lugar asqueroso. Vamos embora! – Declarou.
- Na verdade não, meu caro senhor – O garçom chamou atenção de ambos. - Emelly é uma aluna da Academia de Dança mais popular do bairro. Adora essa boate porque gosta de dançar. Nunca a vi com algum homem, e olha que muitos deles dão em cima esperando conseguir alguma coisa. O negócio dela é apenas a dança, por isso, corta todos que se aproximam, e ninguém nunca sabe por quê.
Ele explicou lentamente, enquanto limpava uma taça vazia com um pano branco.
- Até homens mais sérios, como vocês, que parecem ser de uma classe mais alta, insinuaram em tê-la em sua cama, o que foi em vão. Então não é qualquer pessoa que se aproxima. E ela não é qualquer uma.
Os dois se olharam e riram baixinho. De fato, aquilo parecia impressionante para uma beleza exuberante como a menina possuía.
- Emelly de quê? Não tem um sobrenome? – Quis saber James, mais empolgado, tanto pela fama, quanto pelo corpo. Se nenhum homem conseguia se aproximar, era um desafio a conquistado.
- Ninguém aqui sabe. E até acho melhor. Não sabemos muito sobre ela, apenas que gosta de dançar e que é doce e gentil, amável, boa pessoa. E tem muitos amigos.
Nicolas deu mais uma olhada para trás, buscava encontrá-la outra vez, se a sua fama fosse realmente essa, se perguntava duramente o que ela fazia em um lugar como aquele? James, mais interessado ainda, procurou saber mais pelo garçom que lhe respondeu segundos atrás. Quando Nicolas voltou sua atenção para o amigo, percebeu que o loiro já falava alto o suficiente para se mandar.
Botou a mão no bolso de trás em busca de sua carteira, pagou sua bebida e olhou para o amigo.
- Vamos – Ordenou Nicolas roucamente, entregando outra nota a mulher oferecida ainda lhe encarando cada vez mais "apaixonada".
- Parece criança, todo emburrado. – James sussurrou debochado. Arriscou uma olhada para Nicolas e se arrependeu ao encontrar um olhar frio e maldoso. Engoliu a seco e virou-se na mesma hora. - É, vamos! Não quero treta com você.
- Ótimo.
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As noites que tiravam para dançar junto das amigas e seus colegas da academia eram as mais esperadas para os alunos, porém, não era sempre que as coisas davam certo. No auge da sua música preferida, a mulher de olhos puxados e lábios finos avistaram ao longe um vulto conhecido pelo grupo de amigos, um que não era bem-vindo entre eles. Sua presença causava medo, repulsa e o mais importante, desorientação a sua melhor amiga, e isso não podia acontecer.
Suspirou procurando pela garota até encontrá-la e não pensou duas vezes em chamar sua atenção.
- Emelly - Parou ao lado da menina a trazendo para mais longe da multidão, - Precisamos ir embora?
- Do que está falando? Ainda não deu meia-noite, prometemos que sairíamos depois das duas da manhã. - Lembrou-a vagamente a vendo sorrir minimamente antes de olhar ao redor. Emelly fez a mesma coisa notando o desespero de sua amiga. E apenas com uma estudada no espaço notou aquela criatura grotesca e insensível não muito longe de si - Lin - sua mão fechou ao redor do braço de sua amiga sentindo o corpo estremecer.
- Vamos embora. "ele" está aqui, então provavelmente tentará alguma coisa – Emelly inspirou, precisava de fôlego para não viver mais uma noite de terror.
- A Nicolly não vai querer ir embora com a gente agora. Ela gostou do Mason, que... – procurou pela amiga achando a ter visto com seu ficante fixo, mas acabara a encontrando com outra pessoa -... Quer saber, não vamos nos meter nisso agora.
- Esquece isso. O mais importante no momento é você. - Não queria ter que lidar novamente com sua colega de quarto talarica que leva todos os seus ficantes. - Eu vou te tirar daqui antes que ele se aproxime.
Agarrou o braço de Emelly que já se encontrava pálida e caminhou com ela por entre aquela gente toda. As pessoas dançando, suor escorrendo pelo corpo, as luzes brilhantes e a música alta, eram assim que as duas amavam estar, mas no momento de fuga, nada as faria ficar no lugar.
Na entrada encontraram mais pessoas, loucas para sair e o dobro para entrar, Emelly riu de canto vendo sua amiga colocar as mãos na cintura mostrando seu desespero.
- E uma facilidade para entrar – Emelly murmurou.
- E uma briga para sair. – Completou a outra, suspirando.
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Nicolas juntou-se à multidão bem na hora que um grupo excessivo entrou. Infelizmente, um empurra-empurra se instalou no local, Nicolas fechou os olhos para poder reter sua irritação e a vontade de mat4r James.
- Você devia saber o quanto eu odeio lugares assim – chiou Nicolas mais carrancudo do que segundos atrás.
- Calma! Isto é apenas um contratempo. - Tentou amenizar a raiva do amigo, mas seria em vão.
Nicolas bufou de raiva. No aperto, infestado por perfumes baratos e sufocantes, o moreno se viu irradiando arrogância e ódio. Uma irritação profunda, capaz de superar todas as pessoas juntas existentes no lugar.
Em meio a aquele turbilhão de irritação, Nicolas sentiu seu coração acalentar-se de repente, o que não podia acontecer quando se estava no meio de uma grande multidão malcheirosa. Mas tudo ficou calmo, o ritmo das batidas foi ficando lento, reconfortante, suportável. Um calafrio passou por seu corpo, e ele se agitou, ajeitando o paletó em seu belíssimo corpo.
E como se o destino não gostasse dele, – assim ele entendeu – a briga aumentou, tanto para quem queria entrar, quanto para quem suplicava para sair. As pessoas empurravam umas às outras, e foi quando um corpo foi jogado contra o seu. Nicolas xingou alto, porém, diferente da mulher de outrora, essa cheirava agradavelmente bem.
- James – Nicolas chamou olhando para os lados enquanto segurava a pessoa em seus braços. - James?
Ele olhou para frente e pôde serenamente enxergar os olhos doces e claros da garota em seu peito, que admirou minutos atrás, ela apoiou seus braços sobre os dele e parou para repará-lo.
Emelly o olhou intensamente, Nicolas era um homem bonito, tão lindo, muito mais que qualquer outro homem. Seu rosto pálido aparentava arrogância e raiva naquele momento, porém, desenhado pelos anjos da guarda, e lábios chamativos como nunca havia visto. Tomou uma coloração avermelhada em seu rosto, o que deixou Nicolas ainda mais fascinado pela beleza da garota. Apoiou-se ainda mais sobre os braços fortes, e um desejo correu por suas veias. Emelly arfou nervosa. Sentia uma eletricidade passar por seu corpo que a deixou abobalhada por alguns segundos.
Tal como ele.
A voracidade que a eletricidade tomava no seu corpo era malévola, tenebrosa e assustadora. Ele pestanejou. Seus olhos dilaceraram os dela tão brilhantes e reluzentes. A garota soltou um grunhido ali. Estavam sendo sugados para um mundo sem nome. Ele frisou seus lábios convidativos, suas mãos desceram até sua cintura consensualmente, sem nunca distanciar ou desviar seu olhar do dela.
Depois que a multidão se dissipou, ele pôde folgar um pouco a distância entre os corpos. Nicolas sentiu o peito se incendiar, como nunca tinha acontecido. Um olhar tímido e sensual estava direcionado a ele.
Mesmo sendo tão tentadora, era ao mesmo tempo tímida e gentil.
Já ela estava ali, novamente petrificada e encantada por toda a beleza e masculinidade que ele irradiava. Era alto moreno, e dono de olhos negros tão profundos. Um corpo bem delineado dentro do paletó escuro, contornando sua musculatura estável. Mesmo com a boate escura, eles se viam a cada piscar das luzes eletrônicas. Encaravam-se possessivamente.
Emelly logo voltou ao seu mundo. Olhou a sua volta preocupada, procurando "ele". Agradeceu por não o ver ali, e voltou a admirar aquele em sua frente dando um sorriso maior.
- Me desculpe – Pediu ela, ajeitando o vestido. Trêmula e intimidada por ele. Ajeitou o cabelo limpando o canto de seus lábios. - Eu me desequilibrei, tinha muita gente em volta.
- Hm – Nicolas olhava-a sem ter o que dizer, aquela mulher era linda da cabeça aos pés, de fato uma mulher atraente o bastante para que qualquer homem a desejasse, mesmo sabendo que eles não teriam chance alguma.
Até mesmo ele.
- Bom – Emelly estava encantada, um grunhido baixo soou de sua garganta e ela mordeu seu lábio inferior reprimindo mais alguns que queriam vir. Ele notou cada detalhe, sem saber o que dizer. Era certo falar alguma coisa naquele estado? E onde estavam? Não era de fato um bom lugar para flertar, mas parecia mais forte que ele. - Eu perdi minha amiga, preciso encontrá-la. Obrigada por me segurar.
- Hm – Resmungou novamente sob os seus lábios tentadores para a pequena e delicada mulher à sua frente.
Emelly ficou olhando para aquele homem tenebroso, bonito e intrigante. Um pensamento devasso passou por sua pequena mente e ela riu saindo de perto dele, se ele tivesse interessado certeza que viria atrás. Ou não. A eletricidade que percorreu suas correntes sanguíneas ao se tocarem não se dissipou quando ambos se distanciaram.
Nicolas olhou ao seu redor e viu que mais gente entrava. Procurou por seu amigo e nada lhe apareceu, voltou a olhar para sua frente e também já tinha perdido a mulher de vista. Seu olhar passou de desejo para um ódio, ódio tão grande de James, que talvez ele mesmo não fosse suportar. Mas, quando deu o primeiro passo para tentar sair daquele lugar repulsivo, ele parou, e brevemente lembrou-se das últimas palavras da menina:
"Eu perdi minha amiga". Ou seja, ela estava sozinha e pior, sozinha naquele lugar.
- Droga.
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