Renan tem uma vida difícil em casa, mas a amizade de Mark o ajuda a enfrentar as dificuldades, como a falta de comida e roupas. Quando o amigo se envolve com Rebeka, uma garota com a vida tão confusa quanto a sua, ele se vê em meio a segredos que não gostaria de guardar e decide que a melhor solução é fugir e deixar tudo para trás.
Parte 1 - Renan
- Acorda. – meu pai abriu as janelas do meu quarto – Vai fazer alguma coisa de útil, eu não quero você aqui. – uma almofada me acertou o rosto.
Pisquei, um pouco confuso por estar sendo acordado tão cedo, e percebi que ainda estava escuro. Não respondi nada, sabendo que era melhor não o contrariar quando estava tão irritado.
- Estou falando outra língua? – ele insistiu, raivoso – Saia agora, e só volte a noite.
Eu me sentei, o sono ainda deixando meus reflexos lentos, e vesti a calça jeans e a camiseta branca que estavam na cadeira ao lado. Estavam um pouco largas, já que eu tinha emagrecido alguns quilos, mas ainda dava para usar sem parecer que eu estava perdido dentro dos tecidos.
Meu pai saiu do quarto, e eu sabia que não voltaria. Claro que se não escutasse a porta da frente viria para me empurrar para fora de qualquer jeito, então a única escolha era ir para a rua.
Ainda era muito cedo para ir para a casa de Mark, mas era o único lugar para o qual eu poderia ir. Não estava nem um pouco disposto a andar pela cidade sem rumo, esperando o sol subir no horizonte.
Bati na janela do seu quarto algumas vezes, e logo ele surgiu, sem camisa e com o cabelo loiro completamente bagunçado.
- Renan. – ele colocou a cabeça para o lado de fora.
- Oi, Mark. – dei de ombros, evitando seus olhos.
Mark sabia as coisas que aconteciam, e eu sabia que ele não faria perguntas por me ver ali tão cedo, mas mesmo assim a situação não se tornava mais fácil.
- Renan? – a voz de Rebeka soou de dentro do quarto.
Nenhum de nós respondeu, e logo a cabeça dela apareceu ao lado da de Mark. A única coisa que eu podia perceber era a alça do sutiã meio torna em seu ombro, então mantive meus olhos cuidadosamente para o alto.
- Vou me vestir. – Rebeka também não costumava fazer perguntas.
Mark a acompanhou com os olhos por alguns instantes, depois liberou minha passagem pela janela.
O quarto estava um pouco bagunçado. Haviam algumas roupas espalhadas pelo chão, embalagens de salgadinhos vazias em cima da escrivaninha, e a cama era uma confusão de lençóis mal encaixados.
Rebeka tinha vestido apenas uma camiseta de Mark, grande o suficiente para cobrir todo seu corpo, menos as pernas compridas. Ela se enfiou embaixo dos lençóis imediatamente, enquanto eu me sentava em um canto do chão.
- Desculpa, eu não sabia que você estava aqui. – pedi com sinceridade. Eu odiava atrapalhar.
- Você é bem-vindo, Renan. – ela sorriu, deitando a cabeça no travesseiro.
- É. – Mark concordou, também voltando para a cama e passando o braço ao seu redor.
Ficamos em silêncio por um longo tempo. Rebeca estava com os olhos fechados, então imaginei que apenas tivesse voltado a dormir. Ela era muito compreensiva comigo, já que passava por algumas situações semelhantes em casa, mas Mark tinha uma família perfeita e acolhedora.
Meu amigo e eu não poderíamos ser mais diferentes, mas mesmo assim nos tornamos inseparáveis desde pequenos. Mark sempre parecia querer me defender, me proteger, e havia entrado em inúmeras brigas na escola por isso.
Minha gratidão era enorme, principalmente porque eu continuava correndo para ele toda vez que não sabia o que fazer. Não que ele pudesse me dar respostas, mas sempre havia conversa, um canto para me abrigar e, parecendo saber quando eu precisava muito, apenas o silêncio. Exatamente como naquele momento.
Vi o sol nascer, lançando luzes suaves através das frestas das cortinas da janela, e escutei Mark se remexendo na cama. Eu sabia que ele não tinha voltado a dormir, que havia ficado imóvel por causa de Rebeka, e agora iria para perto de mim.
Ele se sentou ao meu lado no chão, ainda completamente quieto, sondando se poderia entrar em uma conversa. Mark era muito cuidadoso.
- Dia ruim em casa? – arriscou.
- Provavelmente. – balancei a cabeça, ainda evitando seus olhos – Afinal, quando é que é bom?
- O que aconteceu com ele? – sussurrou, sem querer acordar a garota.
- Quem é que entende? – dei de ombros – Provavelmente havia alguma mulher em casa, e ele não queria que eu interferisse no dia deles.
Havia uma longa lista de namoradas do meu pai, a maioria durando apenas algumas semanas. Eu odiava cada uma delas, desde a primeira que havia colocado os pés na minha casa, exatamente dois dias depois da minha mãe morrer.
- Você pode ficar o quanto precisar. – Mark ofereceu, como eu sabia que faria.
- Não quero atrapalhar vocês. – respondi baixo, finalmente virando meu rosto para o dele – Não sabia que ela estaria aqui. Não sabia que vocês... – deixei no ar, sabendo que ele entenderia.
- Eu não sei bem o que estamos fazendo. – ele sorriu, os olhos focados em Rebeka.
- É a primeira noite que ela passa aqui? – eu estava um pouco curioso.
- Terceira. – o sorriso dele ficou um pouco mais largo.
Sorri também, incapaz de encontrar algo certo para falar.
Mark nunca tinha problemas em parecer interessante para as garotas, mas não notava isso. Claro que eu imaginava que ele ia se relacionar com algumas que fossem mais parecidas com ele, e não com Rebeka, que tinha uma vida tão confusa quanto a minha.
- É melhor eu acordar ela. – Mark se levantou e foi até a cama.
Ele foi muito suave ao chamá-la pelo nome, com a mão apoiada no ombro, e Rebeka se espreguiçou profundamente antes de se sentar na cama.
- É melhor eu ir logo. – se colocou de pé em um pulo, e precisei olhar para o chão para não ver nada.
- Renan, você está aqui. Eu tinha esquecido. – ela comentou, mas não pareceu nem um pouco constrangida.
- Eu não vou olhar. – coloquei as mãos em cima dos olhos para que ela pudesse se trocar.
Assim que Rebeka passou pela janela, depois de dar um beijo de despedida longo demais em Mark, finalmente eu me coloquei de pé.
- Vamos comer alguma coisa. – Mark abriu a porta do quarto, trancada a chave. Ai de mim se eu passasse a chave na porta do meu quarto, meu pai a derrubaria.
O quarto dos pais dele ficava do outro lado da casa, então Mark nunca tinha que se preocupar com barulho, e eles nunca entravam sem bater, o que eu achava incrível.
Não era uma casa enorme, mas era espaçosa. E minha parte preferida era a parede de vidro da sala, de onde era possível ver toda a área externa com a piscina e a churrasqueira. Desde o primeiro dia que coloquei os pés na casa, no aniversário de sete anos de Mark, eu tinha ficado completamente apaixonado pelo lugar.
- Bom dia, filho. – Eduardo, pai de Mark, estava virando alguma coisa na frigideira – Oi, Renan. – ele sorriu para mim, sem nenhum traço de surpresa por minha presença.
- Bom dia. – Mark respondeu, já puxando uma cadeira para se sentar.
- Bom dia, Sr. Ferreira. – eu sempre ficava um pouco sem graça por aparecer cedo.
- Me chame de Edu. – ele me corrigiu, como quase sempre.
- Renan! – a mãe de Mark, Lavinia, passou os braços ao meu redor.
Ela havia sido amiga da minha mãe e provavelmente sabia muitas coisas a respeito de meu pai e da vida que levávamos. As duas tinham conversas longas enquanto os filhos brincavam, Mark nunca pareceu notar, mas eu prestava atenção em suas cabeças próximas e nas tensões dos rostos.
- Está com fome, querido? – seus olhos eram preocupados, e tenho quase certeza que as mãos ao meu redor havia sido para averiguar o quanto eu tinha emagrecido.
- Um pouco. – dei de ombros, tentando não demonstrar o quanto estava faminto.
- Sente-se, sente-se. – puxou uma cadeira para mim.
Comi em silêncio, me controlando para não devorar tudo de uma só vez, enquanto o casal conversava sobre amenidades. Mark estava tão calado quanto eu, mas não era estranho, já que ele nunca se expressava muito perto dos pais.
- Vamos voltar para o quarto, Renan. – ele ficou de pé, empurrando o prato para longe.
- Tudo bem. – concordei, o imitando.
Eduardo e Lavinia me deram um sorriso quando saí da mesa. E, como sempre fazia, me perguntei se o homem realmente ficava à vontade com a minha presença. O pai de Mark era uma pessoa um pouco difícil de ler, diferente da esposa, que sempre se desmanchava para que eu me sentisse em casa.
- Estou morrendo de sono. – Mark se largou na cama, sem nem mesmo estender os lençóis – Deita aí. – ele foi um pouco para o lado.
Aceitei a oferta. Apesar da cama de solteiro ser estreita, o colchão era de uma maciez invejável e o estrado não estava quebrado como o meu.
- Não dormi nada essa noite. – Mark comentou, virando de lado para me dar mais espaço. – Eu estava vendo uns filmes, não esperava que Rebeka fosse aparecer.
- Como aconteceu isso entre vocês? – perguntei observando seus olhos azuis, tão iguais aos de Lavinia.
- Não sei, foi acontecendo, sabe? – ele sorriu outra vez, colocando a perna sobre a minha, uma mania que sempre teve – Eu não sabia que fazia o tipo dela.
- O que quer dizer com tipo? – insisti, mesmo que os olhos dele já estivessem se fechando.
- Não sei, eu sempre a vi com pessoas tão... – a voz dele estava mole.
- Tão o que? – estimulei, mas já sabendo o que estava em sua cabeça.
Mark não prosseguiu, já estava dormindo, o que era melhor porque eu não queria me sentir ofendido por qualquer coisa que ele pudesse dizer.
Rebeka andava com pessoas como eu, com as vidas enroladas e famílias confusas. Pessoas que não tinham piscina em casa, nem pais que respeitassem seu espaço. Tão pouco dinheiro para comprar coisas caras, frequentar cinemas ou algo do tipo.
Ela entendia pelas coisas que eu passava, por isso tínhamos criado uma pequena amizade. Não éramos próximos, mas ainda assim havia certa cumplicidade em cada olhar que trocávamos, e muitas vezes eu a vi vagando pela cidade como eu precisava fazer.
Por um tempo até pensei que poderíamos nos aproximar mais, mas eu entendia porque ela preferia Mark. Ele era seguro, confortável e podia dar luxos que eu jamais poderia sonhar.
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