É cansativo não poder confiar em ninguém. É cansativo tratar cada aliado político como um inimigo em potencial, porque lealdade é um conceito há muito esquecido e a palavra de alguém não vale mais nada. Acordos assinados não valem mais nada, muito menos a suposta honra de um governante. Meus irmãos sempre me chamaram de paranoico quanto a isso. A atividade preferida de Stephen é pegar no meu pé com meu excesso de zelo e desconfiança constantes. Richard, o mais velho e rei de Delway, entende minha preocupação, já que, de nós três, é o que mais lida com politicagem, mas até mesmo ele teve certeza de que eu estava exagerando algumas vezes. Adivinha só? Eu não estava. Os filhos da puta que apareceram quando estávamos mais vulneráveis, jurando aliança e apoio, agora estão prontos para fazer demandas. É claro que estão. Nada vem de graça quando o assunto é poder. - De novo! - grito, mãos atrás das costas, olhos ferozes e atentos sobre os soldados que repetem a sequência de golpes na aula de artes marciais. Ninguém se atreve a reclamar de cansaço, mesmo que eu saiba que estou exigindo muito mais deles hoje do que o normal. É o que acontece quando estou puto. Não demoro a perceber que apenas assistir ao treinamento não vai ajudar a acalmar minha agitação. Mantenho os olhos atentos sobre eles enquanto enrosco ataduras nos nós dos dedos, sabendo que estão nervosos com a minha presença nem tão rotineira assim. Nervosismo esse que aumenta quando percebem que estou entrando no tatame também. - Não precisam parar - aviso, transitando entre as pessoas que depositam aqui cada gota de energia que têm para oferecer. Conserto algumas posturas, corrijo golpes feitos errados, dou mais meia dúzia de instruções. Quando a minha proximidade deixa de ser um problema e todo mundo está concentrado de novo no que deve fazer, começo a treinar também. Não demora para alguns soldados se animarem com a perspectiva rara de treinar comigo, e é um ótimo lembrete de que é aqui que me sinto em casa.
capítulo um
É cansativo não poder confiar em ninguém.
É cansativo tratar cada aliado político como um inimigo em
potencial, porque lealdade é um conceito há muito esquecido e a palavra
de alguém não vale mais nada. Acordos assinados não valem mais nada,
muito menos a suposta honra de um governante.
Meus irmãos sempre me chamaram de paranoico quanto a isso. A
atividade preferida de Stephen é pegar no meu pé com meu excesso de
zelo e desconfiança constantes. Richard, o mais velho e rei de Delway,
entende minha preocupação, já que, de nós três, é o que mais lida com
politicagem, mas até mesmo ele teve certeza de que eu estava
exagerando algumas vezes.
Adivinha só? Eu não estava.
Os filhos da puta que apareceram quando estávamos mais
vulneráveis, jurando aliança e apoio, agora estão prontos para fazer
demandas. É claro que estão. Nada vem de graça quando o assunto é
poder.
- De novo! - grito, mãos atrás das costas, olhos ferozes e
atentos sobre os soldados que repetem a sequência de golpes na aula
de artes marciais.
Ninguém se atreve a reclamar de cansaço, mesmo que eu saiba
que estou exigindo muito mais deles hoje do que o normal. É o que
acontece quando estou puto. Não demoro a perceber que apenas assistir
ao treinamento não vai ajudar a acalmar minha agitação. Mantenho os
olhos atentos sobre eles enquanto enrosco ataduras nos nós dos dedos,
sabendo que estão nervosos com a minha presença nem tão rotineira
assim.
Nervosismo esse que aumenta quando percebem que estou
entrando no tatame também.
- Não precisam parar - aviso, transitando entre as pessoas que
depositam aqui cada gota de energia que têm para oferecer.
Conserto algumas posturas, corrijo golpes feitos errados, dou mais
meia dúzia de instruções. Quando a minha proximidade deixa de ser um
problema e todo mundo está concentrado de novo no que deve fazer,
começo a treinar também. Não demora para alguns soldados se
animarem com a perspectiva rara de treinar comigo, e é um ótimo
lembrete de que é aqui que me sinto em casa.
Muito do meu trabalho é burocrático agora, cuido de estratégias
militares, coordeno equipes. Gosto da possibilidade de manter olhos
atentos sobre a minha família e garantir que estão bem, mas sinto falta
de estar aqui com mais frequência. Suado, com a pele quente, a
ansiedade e preocupações diminuindo conforme meus batimentos
cardíacos aumentam.
Desvio de alguns socos, esquivo de chutes precisos, mas,
eventualmente, um me acerta. A dor irradia pela minha mandíbula onde
Brian me acertou, e estou sorrindo quando volto a olhar para ele. Meu
segundo em comando sorri também, uma expressão provocativa no rosto
ao indicar com as mãos para que eu pare de enrolar.
A luta se torna entretenimento para os outros soldados, que deixam
seus próprios treinamentos de lado e passam a nos assistir com
entusiasmo. Brian desvia da maior parte dos golpes que desfiro, quase
me acerta alguns outros, mas, no fim, no resultado é o previsto e ele
termina com as costas no tatame, o peito subindo e descendo em uma
respiração ofegante depois que o derrubo com um gemido doloroso.
- Estão liberados - instruo para os demais enquanto estico a
mão para ajudar Brian a se levantar.
Ele aperta meu ombro e solta uma risada baixa quando está de pé.
- Eles vão falar disso a semana toda, você sabe - diz divertido,
afastando-se de mim em busca de água.
Arranco a camiseta suada pela cabeça e livro-me das ataduras das
mãos.
- Da próxima vez, não cai com tanta facilidade e isso não vai ser
um problema.
Brian me mostra o dedo do meio, balançando a cabeça. Sem se
virar para mim, mexendo em alguma coisa dentro da sua mochila, ele
pergunta:
- Você vai me dizer qual o problema agora?
Encaro suas costas, considerando o que dizer. Sua postura é firme,
rígida como a minha. A pele escura está coberta de suor, os ombros
estão tensos. Brian trabalha comigo há tempo o suficiente para saber que
alguma coisa não está certa. Não consigo explicar uma situação que
ainda não compreendo. Estou em um campo minado, tomando cuidado
com meus passos.
- Ainda não sei - ofereço por fim. - Richard e eu vamos nos
encontrar com o rei de Devondale em algumas horas.
Isso chama a sua atenção. Brian me olha por cima do ombro,
erguendo uma sobrancelha.
- O rei em pessoa? - pergunta devagar. Limito-me a erguer as
sobrancelhas em uma concordância contrariada. - O que esse filho da
puta quer?
Rio pelo nariz, jogando os olhos ao teto.
- É exatamente isso que quero descobrir.
Brian estreita os olhos e não precisa dizer nada. Estamos na
mesma página quanto a Elijah Denver: ele não confia no homem, eu
confio menos ainda.
Meus irmãos fizeram um ótimo trabalho em transgredir todas as
regras e tradições nos últimos anos. Stephen cumpriu o acordo político
feito por nossos pais e se casou com Louise, é verdade, mas nos colocou
em uma situação delicada com suas transgressões depois disso. E
Richard... O maior defensor das tradições seculares da nossa família
chocou a todos nós quando recusou o seu próprio casamento político e
fez de uma plebeia a rainha de Delway. Heather arrebatou seu coração
de tal forma que o rígido rei foi contra tudo o que acreditava até então,
por ela.
Louise e Heather trouxeram luz para a vida dos meus irmãos, e eu
mataria pela felicidade deles. Do mesmo jeito que eu faria qualquer coisa
para proteger minhas cunhadas e sobrinhos. Mas não vou negar que
ambos os casamentos trouxeram tensão política para o país. Stephen
ultrapassou alguns limites que os mais conservadores acharam
inaceitáveis, e Richard cementou o rebuliço ao trazer Heather para o
trono.
Foi quando sua competência como regente começou a ser
questionada. Muitos antigos aliados questionaram como poderiam confiar
em um governante que não seguia as regras do próprio país. O mais frio
e prático dos homens foi chamado de fraco e passional em mídia
internacional. E um governante fraco representa um país fraco. Um país
fraco se torna vulnerável.
É o meu trabalho impedir que isso aconteça.
Não demorou para que outros líderes mundiais emitissem suas
opiniões sobre o assunto - a favor ou contra, todos tiveram algo a dizer.
A balança pendeu para o nosso lado, no fim, quando a maioria dos
nossos parceiros comerciais decidiu que não podiam se importar menos
com o relacionamento de Richard desde que pudessem continuar tendo
todas as vantagens que alianças conosco proporcionam.
É aí que Elijah Denver entra.
O rei de Devondale nunca foi minha pessoa preferida, mas Richard
não quis quebrar mais essa tradição. São poucas as monarquias
restantes, e meu irmão segue à risca o código moral de apoio mútuo.
Então, aceitou a aliança oferecida. Aceitou o anúncio público de apoio
militar, de vantagens comerciais; aceitou os aliados que vieram a tiracolo.
E agora Denver quer alguma coisa em retorno.
O que, eu ainda não sei. Mas vou descobrir em breve.
Richard está nervoso. Meu irmão tenta disfarçar, mas as rugas que
se formam em sua testa não abrem espaço para dúvida. De pé ao seu
lado com os braços cruzados, assisto enquanto tamborila os dedos na
mesa, confere a hora no relógio de pulso, se remexe na cadeira. Elijah
está atrasado, e duvido que seja acidental.
Quando o homem finalmente chega, acompanhado dos seus
próprios guardas, tem um sorriso grande no rosto, como se estivesse se
encontrando com um grande amigo.
- Richard! - diz, abrindo os braços para um abraço que não vai
receber. Não acho que estivesse esperando um, de qualquer forma,
porque logo se senta na cadeira no lado oposto à mesa, cruzando os
dedos sobre o colo. - Theodore - estende o cumprimento a mim com
um aceno de cabeça.
Percorro o olhar pelo seu rosto, tentando desvendar o que ele quer
na expressão despreocupada. As rugas da idade começam a aparecer
pela pele escura, os olhos experientes podem até estar recobertos de
tranquilidade, mas não escondem o brilho malicioso.
- Fez boa viagem? - Richard pergunta assim que o homem
parece confortável no lugar.
- Ótima, Majestade - responde, levando a mão ao peito em uma
reverência que parece irônica demais e me faz estreitar os olhos. - Sei
que você é um homem muito ocupado, então irei direto ao assunto.
Richard assente, cruzando os dedos sobre a mesa, e espera.
- Como sabe, Devondale prestou apoio em um momento difícil,e
é de meu interesse que esse continue sendo o caso. Seria uma pena
terminarmos em lados opostos - começa, e arrumo a postura, jogando
os ombros para trás, tenso. Não gosto de onde isso está indo, da
ameaça velada na frase simples.
- E o que faria com que a situação mudasse, Denver? - meu
irmão pergunta, a voz seca indicando que também pescou o que ele quis
insinuar nas entrelinhas.
- Tudo o que peço é reciprocidade - responde. - Apesar de
estarem com a reputação balançada pelos últimos eventos, sua família
tem um histórico impecável, seu país é próspero. É de meu interesse que
essa aliança se amplie.
Seus olhos vêm até mim, e um arrepio me corta a coluna. Sei para
onde essa conversa está se encaminhando.
- Se o que você está pedindo são mais vantagens comerciais, nós
podemos...
- Estou pensando em uma aliança permanente - Elijah
interrompe meu irmão, o olhar ainda sobre mim.
Trinco os dentes, respiro fundo.
- Casamento - ofereço, cuspindo a palavra como uma praga.
O sorriso do velho aumenta, e ele anui.
- Se não estou enganado, Theodore está prestes a fazer trinta
anos e sei que não vai demorar muito para que seja a vez dele de
encontrar uma esposa. Gostaria que fosse Madelaine a ocupar esse
cargo - diz de uma vez, encerrando os rodeios.
Solto uma risada seca, a atenção presa a Elijah. Não preciso olhar
para Richard para que sinta o olhar dele sobre mim. Meu irmão não diz
nada pelo que parece uma eternidade, mas sei que não é. É possível que
apenas alguns segundos tenham se passado, mas é tempo o suficiente
para que eu construa todos os cenários possíveis em minha mente. Não
gosto de nenhum deles.
Quando finalmente fala alguma coisa, seu tom é profissional e
político.
- Madelaine Denver é a sua filha mais velha, a primeira na linha
do trono - Richard diz, a pergunta embutida no tom. Vasculho a
memória em busca de imagens da mulher em questão. Não encontro.
Tenho os nomes decorados, os títulos, o histórico, mas raramente perco
tempo decorando rostos. - Você está pedindo que eu entregue meu
general para se tornar príncipe consorte de outro país.
Elijah estala a língua, movendo a mão em um gesto impaciente e
irritadiço.
- Por favor, não. Madelaine não vai assumir o trono, nunca foi uma
possibilidade. - Elijah ameniza suas feições, deixando crescer no rosto
uma expressão amorosa ao falar da filha, que não tenho certeza de que
é verdadeira. - Tudo o que quero é uma vida segura e confortável para
ela. O que sei que ela terá aqui.
Outro momento de silêncio tenso cresce pela sala. Denver alterna o
olhar entre meu irmão e eu e, seja lá o que vê nos nossos rostos
impassíveis, é o suficiente para que dê o assunto por encerrado.
- Vou deixar que pensem no assunto. Não é realmente um grande
feito, se formos honestos. Theodore está fadado a um casamento por
conveniência de qualquer forma, não estou sugerindo nada que não
fosse ser feito em algum momento - declara, levantando-se da cadeira.
Coloca de novo aquele sorriso falso nos lábios, a mão indo ao peito. -
As portas da minha casa estão abertas quando tomarem uma decisão.
Richard apenas acena em despedida e espera que o homem saia
do escritório, acompanhado dos seus guardas, para que respire de novo.
Um palavrão escapa da boca do meu irmão assim que a porta se fecha,
deixando-nos sozinhos aqui.
- Não era isso que eu estava esperando - diz baixo, esfregando
o rosto. - Por que eu tive a impressão de que não é uma sugestão que
pode ser negada?
- Porque não pode - respondo, recostando na parede. - Não
pacificamente.
- Filho da puta - Richard murmura, largando o peso do corpo nas
costas da cadeira. - Não confio nele. Não confio de colocar alguém da
sua família dentro da nossa casa.
Assinto em concordância, os lábios pressionados em uma linha
reta.
A porta se abre em súbito de novo, e dessa vez é Stephen que
entra. Com o sorriso arteiro de sempre, os cabelos castanho-claros
caindo pela testa, ele traz uma lufada de leveza ao cômodo apenas por
se aproximar.
- O que ele queria? - pergunta, jogando-se na cadeira em que
Elijah estava.
- Theodore - Richard responde.
- Como assim o Theo? - Stephen pergunta, olhando de mim
para Richard.
- Você não precisa aceitar - Richard diz para mim ao invés de
responder Stephen, e isso é o suficiente para chamar minha atenção.
Olho para ele, as sobrancelhas franzidas.
Na minha frente, não é o meu rei falando, é o meu irmão.
Reconheço a mudança sutil no seu rosto, a preocupação no olhar. É um
cuidado fraternal, um que não é lógico nem racional. O rei sabe que
preciso, sim, aceitar. Meu irmão me oferece a chance de fuga.
Por mais que eu adore poder encher a boca para dizer que avisei,
essa não é uma situação em que estou feliz por estar certo. Meus
homens estão prontos, se for preciso. Meu exército é bem treinado, e eu
nunca fugi de uma boa briga, mas o que está em risco agora é muito
mais do que apenas uma aliança política.
- Eu preciso.
É da felicidade dos meus irmãos que estamos falando. A
tranquilidade dos seus casamentos. Posso oferecer paz de espírito a
eles. Tirar dos seus ombros o peso e a culpa pelas consequências que
vieram por seguirem seus corações, por buscarem sua felicidade pessoal
acima da obrigação. E por eles, eu faço qualquer coisa.
Até ir para a cama com o inimigo.
capítulo dois
Faz dois dias que cheguei em Devondale, depois de uma longa
discussão com Richard sobre o que faríamosagora. Como se houvesse
escolha. Não anunciei minha presença, não aceitei o convite do rei de me
juntar a eles. Vim conhecer o país, apenas, mas não me iludo achando
que Elijah não sabe da minha presença. Não duvido que esteja
mantendo o olho em mim. É o que eu faria em seu lugar.
Não precisei de mais do que algumas horas após sair do aeroporto
para reconhecer o estado deplorável que Elijah deixou seu país chegar.
Devondale está caindo aos pedaços. Há um círculo de riqueza ao
redor do castelo e nada mais. O restante do país está pagando um preço
alto pelos luxos da famíliareal. Não é falta de dinheiro, eles não estão à
beira da falência. Só fica claro para quem quiser ver onde suas
prioridades estão - e elas residem da porta do castelo para dentro.
Como se eu precisasse de mais motivos para detestar o homem.
Estou ainda menos surpreso agora com a oferta de casamento. Se
a forma como governa o país reflete a forma como criou seus filhos,
Elijah colocou no mundo pessoas mimadas, egoístas e desonestas. É
claro que Madelaine está ansiosa para renunciar ao trono; para que se
dar ao trabalho de ao menos fingir que está disposta a governar um país
quando pode apenas continuar se banhando em ouro enquanto o resto
da população sofre?
Minha irritação aumenta por saber que seus confortos agora virão
do dinheiro de Delway.
Não vou ser hipócrita e fingir que não aproveito dos meus
privilégios e regalias, mas Delway tem um bom governo. Tem um rei
dedicado, um príncipe que se preocupa com o bem-estar dos mais
vulneráveis e um general dedicado. Richard, Stephen e eu, cada um ao
seu modo, cuidamos do nosso país.
Ao contrário da família que agora será unida a mim por casamento.
Esfrego o rosto, soltando um palavrão. Arranco a jaqueta e a jogo
sobre a cama do hotel, estalo o pescoço e respiro fundo a caminho do
banheiro. Apoio as mãos na pia, encarando-me no espelho. Meu cabelo
está um pouco maior nos últimos meses em que não tenho mantido o
corte militar perfeitamente alinhado e começa a cair pela minha testa.
Uma barba curta cobre meu rosto, e sei que minha aparência um pouco
desordenada é reflexo de como estou me sentindo por dentro agora. Ao
invés de resolver isso, decido me aproveitar da mudança de aparência
por um tempo.
Eu estava no final da cama de Amira observando-a dormir através da escuridão, olhos cansados. O vazio no meu coração mais uma vez se espalhando por deixar seu calor. Ela gemeu, como se pudesse sentir minha ausência também, mesmo em seu sono. Eu escolhi passar os últimos minutos que me restava com ela, absorvendo tudo, do seu longo cabelo bagunçado e indisciplinado cobrindo parcialmente o rosto, até os lábios carnudos e inchados, inchados pelo meu implacável e insaciável ataque. Sua pele nua e rubra, apenas uma lembrança de quantas vezes eu me perdi dentro dela. O cheiro de sexo flutuando pesado no quarto, só alimentou as memórias de quantas vezes eu fiz dela verdadeiramente minha. Sua beleza me manteve cativo. Ela estava brilhando. Serena. De tirar o fôlego.
Vou lhe contar uma história. É escura. É brutal. É real pra caralho. Para entender meu presente, quem eu sou e o que eu me tornei... Você precisa entender meu passado. O mal nem sempre se esconde nas sombras, na escuridão. Na maioria das vezes, está fora ao ar livre, em plena vista. Possuindo o homem que menos esperaria. Sabe, eu nunca imaginei outra vida até eu fazer uma para mim. Naquele tempo, eu estava muito longe, engolfado em nada além de escuridão sombria. Exatamente como era para ser. Ninguém poderia me tocar. Ninguém fodia comigo. Eu. Era. Invencível. Nada mais… Nada menos. Quando eu sonhei com o amor verdadeiro - de almas gêmeas, minha outra metade dela - a crueldade da minha vida iria me levar de volta para a minha realidade, se tornando, apenas isso mesmo, um sonho. Um que poderia facilmente se transformar em um pesadelo. Meu pior pesadelo. Toda memória, o bom, o ruim, o meio termo. Todos o eu te amo, todos os últimos eu te odeio, seu coração e alma que eu quebrei, despedaçados e destruídos ao longo dos anos, pertenciam a mim. Seu prazer. Sua dor.
Por um longo tempo, Nacy vinha incomodando seus pais para encontrar Bruce. Mas como ela nem sabia o nome dela, eles não conseguiram encontrá-lo simplesmente por causa da descrição de uma garota. "Sim Ele sempre foi muito gentil e gentil comigo desde que eu o conheci. Eu acho que realmente gosto disso. Talvez ele não goste de mim agora, mas acho que ainda terei uma chance. Encontrar o amor verdadeiro não é fácil. Agora que encontrei meu verdadeiro amor, por que não deveria tentar? Até eu tentar, nunca vou saber se vou conseguir ou não - disse Nacy com um sorriso, duas covinhas embelezando as bochechas de cada lado do rosto. Seu encontro com Bruce quando criança parecia-lhe o mesmo de ontem. "Ok Nacy, deixe-me perguntar outra coisa. O que você acha do Simon? Nathan mudou de assunto e falou com indiferença, tentando esconder a crueldade em seu coração. "Talvez ele seja apenas um amigo meu. Na verdade, eu gostei quando estávamos na escola. Mas ele não é tão ousado quanto Bruce. Ele é menos corajoso ", respondeu Nacy calmamente, com a cabeça apoiada nas mãos. "Você sabe, Nacy, às vezes, não importa quão ousado seja um homem, ele é cauteloso diante da garota que ama. Nacy, acho que você deveria pensar sobre isso e se certificar de que não sente falta de quem realmente ama você. - Nathan disse sem expressão enquanto se recostava na cadeira com as mãos cruzadas, tentando colocar um ponto morto na frente de Nacy. Nacy franziu o cenho para as palavras de Nathan. Então ela também cruzou os braços sobre o peito, virou-se para Nathan e disse: "Então, você já decidiu?" Nathan assentiu solenemente. Seu rosto se suavizou com o pensamento de Mandy. Ele disse: "Sim, eu pensei sobre isso". "Então, quando você vai contar a Mandy sobre Sharon?" Nacy mordeu o lábio e agitou os cílios quando mencionou o nome de Sharon na frente de Nathan. Toda vez que ele mencionava esse nome na frente de Nathan, seu coração tremia. Sharon, o nome acumulou muitas lembranças dolorosas no coração de Nathan. Nacy sempre esperava que ele pudesse seguir em frente. De fato, há algum tempo, ele nem se atreveu a mencionar. "Talvez depois de um tempo. Precisamos escolher um horário apropriado. Receio que você não possa aceitá-lo se contarmos agora. " Nathan tocou sua têmpora com os dedos finos. Sua cabeça doía toda vez que pensava nesse problema. No momento, Nathan estava aconselhando Nacy a não sentir falta de quem a amava. E agora, ele parecia um pouco distraído quando se tratava de seu próprio relacionamento. Se Mandy alguma vez soubesse que o verdadeiro motivo para ele se aproximar dela era por desgosto e vingança, ela ainda aceitaria? De fato, pensando bem, Nathan achou que seria melhor não deixar Mandy saber disso. Ninguém mais sabia sobre o relacionamento entre Nathan e Sharon, exceto Nacy, a menos que alguém realmente investigasse o suficiente para descobrir a verdade. "Nathan, eu tenho uma sugestão. Eu acho que é melhor não contar a Mandy sobre isso. Vamos pensar cuidadosamente sobre isso. Se você optar por ocultar algo desde o início, deverá ocultá-lo a vida toda. " Nacy mordeu o lábio e se virou para olhá-lo. Ao ver o cenho franzido na testa, ela sabia que ele já estava lutando em seu coração. Seria melhor para ele evitar revelar a verdade para Mandy. Mas, ao mesmo tempo, seria igualmente arriscado esconder a verdade também. Não importa o quão conveniente pareça agora, e se Mandy descobrisse um dia? Nathan inconscientemente tocou o queixo e o queixo ósseo com os dedos, o que costumava fazer quando estava nervoso. Nacy estreitou os olhos e sorriu. Divertia-o ver uma indecisão tão inesperada que até homens frios e dominadores como Nathan podiam passar agora.
Perigoso e temido. Essas palavras descrevem meu futuro marido. Que por acaso também é meu ex-namorado. É complicado. Dois anos atrás, ele quebrou meu coração quando me deixou para cumprir as ordens de seu pai. Depois de meses chorando, finalmente aceitei que ele havia partido e não ia olhar para trás. Que talvez ele nunca tenha me amado. Não queria ver Luca nunca mais. Agora, uma reviravolta cruel do destino me entregou a ele em um acordo cruel. Sou dele. Ele acha que me fez um favor, mas sinto que recebi uma sentença de morte. Ele não quer se casar porque ainda me ama. Não, ele fez isso por dinheiro. Mais poder. Vou ser uma esposa da máfia. E só há uma maneira de sair disso. Morta. Mas, ao que parece, outra pessoa não quer que me case com o implacável Luca Bianchi. E se ele conseguir o que quer, verei essa sepultura prematura.
— Obrigada de verdade, mas minha bolsa está bem leve. – Ela me passa um sorriso acolhedor e na mesma hora acabo me punindo por ter duvidado da boa vontade da senhorinha. Mas o que eu posso fazer? Enquanto divago tentando tirar minha mente do aperto que estou vivendo, alguns minutos se vão. — A senhora sabe me dizer qual o ponto da Quinta Avenida? – Chego a suspirar, pois desta vez não estou indo para a tão conhecida e cheia de classe rua de Nova Iorque que leva o mesmo nome e eu amava passear. — Vixi, menina. Já é no próximo ponto. – Ela olha para o fundo do ônibus onde fica a porta da saída. — Só um milagre para dar tempo de você conseguir descer do busão. – O pânico toma conta de todas as minhas terminações nervosas, pois realmente não vejo como conseguirei tal milagre, e o bus, que deveria ter no máximo cinquenta pessoas, parece que têm pelo menos o triplo. — Obrigada. – Desesperadamente, depois de quase pular para alcançar a cordinha que sinaliza ao motorista que é chegado o meu ponto, peço licença e prossigo para minha saga. Em segundos o ônibus estaciona, para meu desespero ser ainda maior estou consideravelmente longe da porta, incansavelmente peço licença, aumentando o meu tom de voz de forma que não estou habituada, as pessoas notam o meu desespero, em uma empatia coletiva, parecem viver o mesmo pânico que eu e em um ato de amor, que só usuários de transporte público vivenciam, eu ouço: — Esperaaaa aí seu motô. Morro de vergonha por chamar tanta atenção e um outro passageiro prossegue: — Segura o busuuuu pra moça...
O que Taylor Magnus está fazendo aqui? Me encostei na parede com a saia subindo pela minha bunda enquanto me ajeitava na áspera parede de estuque. Eu não a ajeitei. O belo anfitrião, vestido incrivelmente bem, definitivamente percebeu. Enquanto lambia os lábios e andava na minha direção, eu sabia que ele se perguntava se eu estava usando calcinha. - É o bar mitzvah do melhor amigo da filha dele. O que você está fazendo aqui? Senhorita... Ele inclinou a cabeça para baixo e leu o nome no meu crachá de imprensa. Fitzpatrick? Aprendi com o tempo a não ficar nervosa; as pessoas farejam aproveitadoras de longe. Respirei fundo para afastar o medo. - Essa é uma festa e tanto. Trabalho na coluna de sociedade, sabe? Noticiando todo mundo que é alguém. Dei meu sorriso característico, uma expressão bem ensaiada de inocência com uma pitada de sedução. - Muito ousada, você não devia estar aqui. Essa é uma festa particular! Estava claro que ele não ia me dedurar. - Não se eu for convidada. Me abaixei um pouco na parede, fazendo minha saia subir ainda mais. - Clara Fitzpatrick, disse ele, lendo meu crachá. - Um nome muito judeu... - Vem da minha mãe. Então, você acha que Taylor vai passar o projeto da educação? Aquele dá àqueles garotos uma chance real de se educar... com faculdade, alimentação e moradia gratuitos? Eu sabia que estava pressionando, mas o cara sabia muito mais do que estava dizendo. Acho que ele esperava algo do tipo. - Ele deve assinar essa noite. Tem algo a dizer? Endireitei a gravata dele, que estava realmente torta. - Quero dizer, você é o anfitrião do pós Bar Mitzvah, recebendo na própria casa uma lista de convidados muito exclusiva".
Durante três anos, Emily se esforçou para ser a esposa perfeita de Braiden, mas ele sempre foi frio e distante com ela. Quando ele exigiu o divórcio para se casar com outra mulher, Emily concordou e foi embora. No entanto, ela reapareceu mais tarde, assombrando-o. Dispensando seu ex com um sorriso malicioso, ela disse: "Interessado em uma colaboração? Mas quem é você, afinal?" Aos seus olhos, os homens não serviam para nada e ela preferia ser independente. Enquanto Braiden tentava conquistar o coração da ex, ele descobriu as identidades secretas dela: hacker renomada, chef, médica, escultora de jade, pilota... Cada revelação aumentava a perplexidade de Braiden. Por que as habilidades de Emily pareciam infinitas? Uma coisa era clara: ela se destacava em todos os aspectos!
Corinne dedicou três anos de sua vida ao seu namorado, mas ele, que a via como nada mais que uma caipira, a desprezou e a abandonou. Determinada, Corinne recuperou sua identidade como neta do homem mais rico da cidade, herdou uma vasta fortuna e subiu ao topo da classe social, o que atraiu a inveja de muitas pessoas. Enquanto ela enfrentava os encrenqueiros que constantemente tentavam levá-la à ruína, o senhor Hopkins, famoso por sua crueldade, a encorajou. "É assim que se faz, querida!"
Abandonada no altar pelo noivo que fugiu com outra mulher, Linsey, furiosa, agarrou o braço de um estranho e sugeriu: "Vamos nos casar!" Ela agiu por impulso, percebendo tarde demais que seu novo marido, Collin, era conhecido por ser inútil. Os outros, incluindo seu ex-noivo, zombaram dela, mas ela retrucou: "Collin e eu estamos muito apaixonados!" Enquanto todos pensavam que Linsey estava apenas delirando, Collin se revelou ser o homem mais rico do mundo. Na frente de todos, ele se ajoelhou e ergueu um deslumbrante anel de diamante, declarando: "Estou ansioso pelo nosso para sempre, querida."
Parte 1 - Kevin Harrison Giordano é um poderoso CEO que esconde uma identidade obscura como chefe da máfia. A vida dele vira de cabeça para baixo quando se envolve com Justine, cuja gravidez desencadeia uma série de conflitos. Após um divórcio tumultuado e a revelação de um romance dela com seu inimigo, Kevin se vê forçado a encarar o passado anos depois, quando seu filho precisa de uma transfusão de sangue. Entre segredos, lealdades divididas e ressentimentos, Kevin e Justine terão que enfrentar escolhas difíceis sobre amor, redenção e justiça. Parte 2 - O destino de Bryan Harrison muda para sempre quando ele se apaixona por Bella, a filha do temido Don Gambino, chefe da máfia. O que começa como uma simples aposta entre amigos se transforma em um romance perigoso, onde o amor desafia os limites da lealdade familiar e os códigos da máfia. À medida que seus sentimentos por Bella se tornam cada vez mais intensos, a revelação da aposta destruiu o relacionamento e colocou Bryan em conflito com o poderoso Don Gambino. Será que o amor será mais forte do que o passado? Parte 3 - Aos 21 anos, Giovanna Harrison estava presa num acordo de casamento arranjado. Sem saída, decidiu aproveitar a despedida de solteiro do seu futuro noivo. Foi aí que conheceu Eros Velentzas. Para uns, ele era um poderoso magnata, para outros, um mafioso grego perigoso e absurdamente sedutor. O plano dela era simples: passar uma noite com ele e usar isso para escapar do casamento. Mas bastou um toque e um sussurro rouco no escuro, até que ela se viu rendida ao homem experiente. O que começou como um jogo, virou paixão, desejo, perdição. As coisas estavam indo bem até Eros descobrir que a garota mascarada era a noiva de seu filho. Quando isso veio à tona, ambos perderam tudo. Giovanna voltou para a Itália, tentando colocar a vida em ordem, enquanto Eros enfrentava a queda de seu império. Meses depois, ela está prestes a se casar sem amor, mas não chegou ao altar. Eros a raptou e a levou para uma ilha deserta, Em busca de redenção, ele faz de tudo para reconquistá-la, mas a jovem italiana só quer a sua liberdade para viver em paz. Será que o que existiu entre eles realmente acabou? Ou a brasa da paixão ainda queima sob as cinzas de tudo que se perdeu?
Há muito tempo, dois reinos conviviam em paz. O reino de Salem e o reino de Mombana... Tudo correu bem até o dia em que faleceu o rei de Mombana e um novo monarca assumiu, o príncipe Cone, que estava sempre sedento por mais e mais poder. Depois da sua coroação, ele atacou Salem. O ataque foi tão inesperado que Salem nunca se preparou para isso. Foram apanhados desprevenidos. O rei e a rainha foram assassinados, o príncipe foi levado para a escravidão. As pessoas de Salem que sobreviveram à guerra foram escravizadas, suas terras foram saqueadas, e suas esposas foram transformadas em escravas sexuais. Tudo foi perdido. O mal caiu sobre a terra de Salem na forma do príncipe Cone, e o príncipe de Salem, Lucien, na sua escravidão, estava cheio de tanta raiva que jurou vingança. *** *** Dez anos depois, Lucien, de 30 anos, e seu povo lançaram um golpe e escaparam da escravidão. Eles se esconderam e se recuperaram. Treinaram dia e noite sob a liderança do intrépido e frio Lucien, que foi impulsionado com tudo o que havia nele para recuperar sua terra e tomar a terra de Mombana também. Levou cinco anos até que eles armassem uma emboscada e atacassem Mombana. Mataram o príncipe Cone e reivindicaram tudo. Enquanto gritavam sua vitória, os homens de Lucien encontraram e imobilizaram a orgulhosa princesa de Mombana, Danika, filha do príncipe Cone. Enquanto Lucien olhava para ela com os olhos mais frios que alguém poderia possuir, sentiu a vitória pela primeira vez. Ele caminhou em direção à princesa com o colar de escravo que tinha sido forçado a usar por dez anos e com um movimento rápido, o amarrou ao pescoço dela. Então, ele inclinou o queixo dela para cima, olhando para os olhos mais azuis e o rosto mais bonito já criado, lhe deu um sorriso frio. "Você é minha aquisição. Minha escrava. Minha escrava sexual. Minha propriedade. Eu lhe pagarei por tudo o que você e seu pai fizeram comigo e com meu povo", disse ele secamente. O puro ódio, a frieza e a vitória era a única emoção no seu rosto.
Seu noivo e sua melhor amiga conspiraram juntos contra ela. Ela perdeu tudo e morreu na rua. No entanto, ela ressuscitou em um mundo paralelo. No momento em que ela abriu os olhos, seu marido neste mundo estava tentando estrangulá-la. Por sorte, ela escapou da morte desta vez. Depois, ela assinou o acordo de divórcio, pronta para enfrentar uma vida miserável novamente. Para sua surpresa, sua mãe neste mundo tinha lhe deixado muito dinheiro, então ela decidiu inverter as situações e se vingar. Tudo estava indo bem até que seu ex-marido reapareceu.