Continuo escondido atrás da sombra nebulosa do prédio que fica no beco. Inverno, em Paris, definitivamente não gosto do frio. Junto as mãos aproximando da boca para soprá-las. Encosto na pilastra, observando os casais supostamente apaixonados. Mãos dadas, abraçados, sorrindo com olhares carinhosos. Diria que é patético, mas como estamos em uma das cidades mais românticas do mundo "Vivre l'amour.'' Aguardo o homem para matá-lo. É, meu caro amigo, não é nada pessoal, mas fazer lua de mel com a amante mais jovem que sua esposa, não foi uma boa ideia. Os homens não têm noção de como uma mulher traída, e pior, por uma mais jovem, pode se tornar perigosa e vingativa. Esse ano é o quarto trabalho que aceito, onde tenho que dar fim a vida do marido traidor. Homens, se querem tanto aproveitar a liberdade, porque se casam? Aprendam comigo, pego e não se apego. Quem sabe um dia crie um manual com dicas, o título será: como não ser assassinado por minha esposa. Confiro mais uma vez o relógio, completamente entediado. Quanto tempo essa porra leva para comer um prato com tão pouca comida? Se tiver que esperar muito mais, irei mudar a cláusula do contrato de morte limpa e rápida, para lentamente torturante. Bom, vamos às opções : Primeira opção: Usar o silenciador com um tiro certeiro na cabeça de ambos. Segunda opção: Usar o fio que está guardado no bolso da minha jaqueta para enforcá-los. Ou atirar na cabeça da vadia, e espancá-lo até ficar irreconhecível. Assim iria dificultar um pouco o lado da polícia. Qual é? Ninguém nunca me falou que nessa profissão tenho que ser complacente com a polícia. Como dizem, cada qual com seus problemas. Mudo o peso do corpo de uma perna para outra. Bato o pé impacientemente no chão. A ponta do meu nariz está congelando, junto com a pele do rosto. Juro que esse velhote safado irá pagar bem caro por isso. Ouço vozes de longe, escondo o corpo ainda mais para a escuridão. Como esperado o pacote caminha em minha direção tropeçando nos próprios pés. Alguém se excedeu na bebida. Então, opto por usar o primeiro método, só quero acabar logo e ir para o hotel degustar de uma boa taça de vinho à beira da lareira, antes de partir. Abro o casaco enfiando as mãos nos bolsos internos. Pego a pistola, juntamente com o silenciador. Encaixo-o na ponta, deixando o equipamento preparado. Essa é minha última encomenda do ano, preciso de férias. Quero um lugar quente, isolado, onde possa ouvir o som da minha própria respiração. Engulo em seco, ajeito o corpo na posição mais confortável, e aguardo que se aproximem ainda mais. Balanço a cabeça ao observar o casal sensação abraçados. A jovem não tem mais de vinte e quatro anos, e o adúltero cinquenta e cinco anos, o dobro da idade. Admiro a coragem dessa princesa, mas sinto muito, você entrou em um jogo perigoso demais. Repito, não é nada pessoal. Cubro a cabeça com a touca do casaco, escondendo ainda mais minha presença. Ergo o cano da arma, miro diretamente na testa da garota, e sem dó nem piedade, faço o primeiro disparo. Certeiro e limpo. Seu corpo magro cambaleia para trás, caindo no chão como se fosse uma boneca de pano. O porco bêbado, sem entender nada a encara. Após uns segundos, recobra sua consciência e percebe que a mulher está morta com sangue escorrendo da testa. Assustado, acelera os passos olhando para todos os lados. Tenho um recado da esposa que não posso esquecer de transmitir. Antes que ele possa se afastar demais, avanço alguns passos parando em sua frente. Não sei se dou risada da sua expressão, ou se meto logo a bala nesse filho da puta. Espera. Qual era o recado mesmo? Ah, lembrei.
Prólogo
Continuo escondido atrás da sombra nebulosa do prédio que
fica no beco. Inverno, em Paris, definitivamente não gosto do frio.
Junto as mãos aproximando da boca para soprá-las. Encosto na
pilastra, observando os casais supostamente apaixonados. Mãos
dadas, abraçados, sorrindo com olhares carinhosos. Diria que é
patético, mas como estamos em uma das cidades mais românticas
do mundo "Vivre l'amour.''
Aguardo o homem para matá-lo. É, meu caro amigo, não é nada
pessoal, mas fazer lua de mel com a amante mais jovem que sua
esposa, não foi uma boa ideia. Os homens não têm noção de como
uma mulher traída, e pior, por uma mais jovem, pode se tornar
perigosa e vingativa. Esse ano é o quarto trabalho que aceito, onde
tenho que dar fim a vida do marido traidor. Homens, se querem tanto
aproveitar a liberdade, porque se casam? Aprendam comigo, pego e
não se apego. Quem sabe um dia crie um manual com dicas, o título
será: como não ser assassinado por minha esposa.
Confiro mais uma vez o relógio, completamente entediado.
Quanto tempo essa porra leva para comer um prato com tão pouca
comida? Se tiver que esperar muito mais, irei mudar a cláusula do
contrato de morte limpa e rápida, para lentamente torturante. Bom,
vamos às opções :
Primeira opção: Usar o silenciador com um tiro certeiro na
cabeça de ambos.
Segunda opção: Usar o fio que está guardado no bolso da minha
jaqueta para enforcá-los. Ou atirar na cabeça da vadia, e espancá-lo
até ficar irreconhecível. Assim iria dificultar um pouco o lado da
polícia. Qual é? Ninguém nunca me falou que nessa profissão tenho
que ser complacente com a polícia. Como dizem, cada qual com
seus problemas.
Mudo o peso do corpo de uma perna para outra. Bato o pé
impacientemente no chão. A ponta do meu nariz está congelando,
junto com a pele do rosto. Juro que esse velhote safado irá pagar
bem caro por isso. Ouço vozes de longe, escondo o corpo ainda
mais para a escuridão. Como esperado o pacote caminha em minha
direção tropeçando nos próprios pés. Alguém se excedeu na bebida.
Então, opto por usar o primeiro método, só quero acabar logo e ir
para o hotel degustar de uma boa taça de vinho à beira da lareira,
antes de partir. Abro o casaco enfiando as mãos nos bolsos internos.
Pego a pistola, juntamente com o silenciador. Encaixo-o na ponta,
deixando o equipamento preparado.
Essa é minha última encomenda do ano, preciso de férias. Quero
um lugar quente, isolado, onde possa ouvir o som da minha própria
respiração. Engulo em seco, ajeito o corpo na posição mais
confortável, e aguardo que se aproximem ainda mais. Balanço a
cabeça ao observar o casal sensação abraçados. A jovem não tem
mais de vinte e quatro anos, e o adúltero cinquenta e cinco anos, o
dobro da idade. Admiro a coragem dessa princesa, mas sinto muito,
você entrou em um jogo perigoso demais. Repito, não é nada
pessoal.
Cubro a cabeça com a touca do casaco, escondendo ainda mais
minha presença. Ergo o cano da arma, miro diretamente na testa da
garota, e sem dó nem piedade, faço o primeiro disparo. Certeiro e
limpo. Seu corpo magro cambaleia para trás, caindo no chão como
se fosse uma boneca de pano. O porco bêbado, sem entender nada
a encara. Após uns segundos, recobra sua consciência e percebe
que a mulher está morta com sangue escorrendo da testa.
Assustado, acelera os passos olhando para todos os lados. Tenho
um recado da esposa que não posso esquecer de transmitir. Antes
que ele possa se afastar demais, avanço alguns passos parando em
sua frente. Não sei se dou risada da sua expressão, ou se meto logo
a bala nesse filho da puta. Espera. Qual era o recado mesmo? Ah,
lembrei.
Você pensa demais com a cabeça de baixo, morre seu traidor
desgraçado.
Confesso que soou estranho, mas quem está pagando sempre
tem razão. E em fração de segundos, finalizo o trabalho atirando na
cabeça careca do meliante traidor. Guardo o equipamento de
trabalho rapidamente. Afasto-me com passos rápidos saindo do beco
indo em direção ao movimento. Abaixo a touca que cobria meu rosto
para deixá-lo visível, e não levantar suspeitas. Enfio as mãos no
bolso, enquanto caminho calmamente aproveitando a paisagem
como qualquer turista.
- Ei, você, ei... Ei... eu vi tudo. - Encaro a figura feminina que
está atrapalhando meu caminho e apontando o dedo para mim.
Olho de um lado para o outro para ter certeza de que essa
maluca está falando comigo mesmo. Sua voz está estranha, falando
enrolado como se estivesse bêbada. Será que ela me viu no beco.
Porra, três cadávares na mesma noite.
- Não sei do que está falando. - Disfarço, tentando desviar
contornando o corpo por trás.
De repente sou pego de surpresa, quando sua mão aperta firme
meu braço, segurando-me no lugar. Claro que se quisesse poderia
escapar, e ainda quebrar o braço dessa bêbada maluca. Mas bater
em mulher é contra meus princípios, matá-las é diferente.
- Senhorita, por favor, está me confundindo com alguém. -
Respiro fundo, tentando manter a calma.
- É você, estava de capuz, eu vi... Nossa, seus olhos são lindos.
Tem umas pintinhas coloridas.
- O quê? - questiono confuso.
Reagindo rapidamente, seguro o corpo da mulher que despenca
em direção ao chão. Além de bêbada, a criatura ainda fica
inconsciente. Preciso ter certeza se ela realmente viu algo, ou foi só
delírio alucinado. Suspendo-a no ar e a carrego nos braços. Não faço
ideia do que fazer com esse fardo, já que não estava nos meus
planos. Droga. A única opção é levá-la comigo para o hotel e tentar
descobrir mais sobre essa estranha. E assim que estiver sóbria,
decido o que realmente farei com sua vida.
Capítulo 1
Mal conheço a mulher e já estou levando prejuízo.
Desembolsei alguns euros para que a camareira me deixasse usar o
elevador dos empregados. Seria arriscado subir com ela desmaiada
em meus braços no elevador principal do hotel, sem contar o fato de
atravessar o saguão repleto de câmeras de segurança, realizando
vários closes da situação. Quando se está em um país onde milhares
de turistas circulam todos os dias, os funcionários dos hotéis, estão
acostumados com cenas como essas. Mulheres bêbadas, casais
bêbados, o que importa é o quanto você paga para que possa
receber ajuda. Salto para fora do elevador no quinto andar,
chacoalho o corpo mole e desfalecido para ver se a maluca
ressuscita, ou dê qualquer sinal de vida, mas nada. O que essa
criatura bebeu?
Por um momento sinto a fragrância exalando dos cabelos,
cheiro adocicado de tutti frutti. Seus lábios são largos e grossos, em
contraste com a estrutura óssea não muito delicada do rosto. O
corpo é magro, esguio, mas confesso que a comissão de frente é
bem satisfatória. Não tem o estereótipo de moça bêbada, drogada.
Posso estar sendo precipitado em meu julgamento, mas arrisco
dizer, que essa pessoa em meus braços totalmente inconsciente, é
uma mulher cem por cento certinha. Com uma família grande e
unida, deve ter no mínimo três gatos, isso se não tiver um cachorro
com aqueles nomes fofinhos e cheios de frescura.
Acelero os passos pelo corredor, evitando esbarrar com outros
hóspedes. Em frente à porta, não consigo pegar a porra do cartão
para abrir a fechadura. Posso deitá-la no chão por alguns segundos.
Ah, qual é, Jhon? Você é um assassino frio e calculista, mas, ainda
assim, é um cavalheiro. Respiro fundo, conto até três, suspendo-a no
ar e jogo-a por cima do ombro como um grande saco de batatas. Se
fosse batatas não daria tanto trabalho, já que não tem olhos, e muito
menos podem ser testemunhas de um crime.
Com uma mão apoio segurando sua bunda, e com a outra
enfio dentro do casaco procurando o cartão nos bolsos internos.
Sinto que estou começando suar com todo o esforço. Acho bom essa
desgraçada valer de alguma coisa, senão, realmente ficarei muito
bravo. Enfio o cartão na tranca, em seguida a luz verde ilumina o
mini painel seguido do som da trava sendo liberada. Empurro com o
corpo a porta, e entro no meu espaço seguro. Jogo o corpo da
mulher no sofá rapidamente me livrando do peso morto.
Estralo o pescoço para os dois lados balançando os braços
alongando o corpo. Depois dessa precisarei de uma massagem.
Quem diria que tão magra, poderia pesar tanto. Bom, costumam
dizer que osso também pesa. Trocadilho idiota, mas nesse momento
faz todo sentindo. Aproximo-me cuidadosamente, seguro seu pulso,
checando os batimentos cardíacos. A infeliz está bem viva, e
babando no lindo sofá do hotel.
- Preciso de uma bebida - digo em voz alta.
Sigo em direção à cozinha, abro a pequena geladeira e não
encontro nada que me agrade. Ok. Serviço de quarto. Além da
bebida, preciso de algo para comer, não tive tempo para jantar
esperando aquele casal lindo. Se os desgraçados não tivessem
demorado tanto naquela porra de restaurante.
Pelo menos morreram de barriga cheia.
Digito a senha no painel preso à parede. Claro, hotel de cinco
estrelas no mínimo tem que ter conforto e tecnologia de primeira
para satisfazer os clientes. Seleciono o cardápio na aba refeições.
Percorro a lista procurando pratos que sejam simples sem muito
requinte e nomes estranhos. Gosto do tradicional, comida típica. Não
é como se eu não soubesse aproveitar uma vida luxuosa. É que,
tudo que é demais uma hora cansa.
Ouço um barulho alto vindo da sala, não consigo identificar o
som. Em alerta, caminho nas pontas dos pés, e sou surpreendido ao
perceber que a maluca rolou para fora do sofá, caindo em cima do
tapete felpudo, virou para o lado e permaneceu dormindo. Mordo os
lábios segurando a risada que tenta escapar por entre eles. Retorno
para a cozinha e continuo na missão de encontrar algo para comer.
A cena dela caída no chão, dormindo com a boca aberta,
surge em meus pensamentos fazendo-me rir. Espero que
consigamos ter uma conversa amigável quando recuperar a
consciência. Não tenho a pretensão de matá-la, tudo vai depender
de como será ao despertar do seu sono de branca de neve.
Após uns minutos, enfim, decido qual prato irei pedir. Escolho
Galettes Bretonnes é como se fossem crepes salgados com
recheios de Fiambre, queijo e ovo. Agora, para beber, uma garrafa
de vinho Château Lagrance 2008.
O prazo para a refeição ficar pronta é de aproximadamente
quarenta minutos. Ando pelo quarto de um lado para outro. Preciso
de um banho quente para tirar o frio congelante dos ossos. Posso
confiar que ela não irá acordar, enquanto estou no chuveiro e fugir?
Posso levar o cartão de acesso comigo para o banheiro. Se mesmo
assim ainda tentar fugir pela janela e cair do quinto andar do prédio,
será lamentável, pobrezinha. Antes de sair da sala, cutuco-a sua
perna com a ponta do pé, e nada.
Sigo até o quarto, coloco o casaco em cima da cama, retiro a
arma, e outros equipamentos para guardar no cofre. Digito a senha
no pequeno quadrado de metal, abrindo-o e guardando-os. Respiro
aliviado que enfim posso relaxar. Abro o botão da calça, desço-a
levando junto a cueca até os pés. Empurro o conjunto para o canto.
Puxo por cima da cabeça meu suéter de lã, ficando completamente
nu.
Avanço os passos até o banheiro, atravesso o box de vidro,
abro a ducha deixando na temperatura mais quente. Entro embaixo
d'água. Levanto a cabeça deixando que a água aqueça minha pele,
levando quaisquer resquícios da noite. Não sinto remorso, nadinha,
quando finalizo o trabalho para qual sou contratado. Meu pai diz que
não tenho um coração batendo dentro do peito, eu diria que encaro
minha profissão como qualquer outra. Não vejo pessoas, e sim,
cifrões piscando como letreiros luminosos em suas testas. Agora, se
pagam para matá-los, vos pergunto: Quem realmente é o criminoso?
Esfrego as mãos nos cabelos, encharcando-os. Pego o frasco
de sabonete líquido preso na parede, esborrifo na mão. Fecho os
olhos, enquanto minha mão percorre o pescoço descendo para o
peito nu, aprecio a sensação do toque, mantenho os olhos
pressionados, pronto para descer a mão até tocar meu pau duro.
- O QUE É ISSO? - Ouço uma voz feminina gritando dentro
do banheiro.
Abro os olhos rapidamente girando o corpo, através do vidro,
vejo a maluca em pé segurando uma faca de cortar pão nas mãos
trêmulas. O que ela pretende com essa faca? Passar manteiga na
minha torrada?
Assustada, desnorteada, encara-me. Os olhos castanhos
nublados percorrem meu corpo até chegar a um local de suma
importância, a porra do pau duro. Arregalando ainda mais os olhos
como se fossem saltar da órbita craniana. A maluca joga a faca no
chão, e sai do banheiro, gritando.
Não tenho tempo para pensar em nada, somente reagir. Corro
para fora, atrás dela. Antes que ela possa alcançar a porta do quarto,
pulo sobre seu corpo, derrubando-a na cama. Pressiono o peso do
corpo por cima do seu, impossibilitando que fuja. Mantenho a mão
sobre sua boca para silenciá-la. Logo percebo que é do Brasil,
conheço a língua portuguesa, digamos que, tenho alguns negócios
naquele país tropical.
- Eu não vou te machucar, okay? Se quisesse fazer isso, já
teria feito há muito tempo.
Eu estava no final da cama de Amira observando-a dormir através da escuridão, olhos cansados. O vazio no meu coração mais uma vez se espalhando por deixar seu calor. Ela gemeu, como se pudesse sentir minha ausência também, mesmo em seu sono. Eu escolhi passar os últimos minutos que me restava com ela, absorvendo tudo, do seu longo cabelo bagunçado e indisciplinado cobrindo parcialmente o rosto, até os lábios carnudos e inchados, inchados pelo meu implacável e insaciável ataque. Sua pele nua e rubra, apenas uma lembrança de quantas vezes eu me perdi dentro dela. O cheiro de sexo flutuando pesado no quarto, só alimentou as memórias de quantas vezes eu fiz dela verdadeiramente minha. Sua beleza me manteve cativo. Ela estava brilhando. Serena. De tirar o fôlego.
Vou lhe contar uma história. É escura. É brutal. É real pra caralho. Para entender meu presente, quem eu sou e o que eu me tornei... Você precisa entender meu passado. O mal nem sempre se esconde nas sombras, na escuridão. Na maioria das vezes, está fora ao ar livre, em plena vista. Possuindo o homem que menos esperaria. Sabe, eu nunca imaginei outra vida até eu fazer uma para mim. Naquele tempo, eu estava muito longe, engolfado em nada além de escuridão sombria. Exatamente como era para ser. Ninguém poderia me tocar. Ninguém fodia comigo. Eu. Era. Invencível. Nada mais… Nada menos. Quando eu sonhei com o amor verdadeiro - de almas gêmeas, minha outra metade dela - a crueldade da minha vida iria me levar de volta para a minha realidade, se tornando, apenas isso mesmo, um sonho. Um que poderia facilmente se transformar em um pesadelo. Meu pior pesadelo. Toda memória, o bom, o ruim, o meio termo. Todos o eu te amo, todos os últimos eu te odeio, seu coração e alma que eu quebrei, despedaçados e destruídos ao longo dos anos, pertenciam a mim. Seu prazer. Sua dor.
Por um longo tempo, Nacy vinha incomodando seus pais para encontrar Bruce. Mas como ela nem sabia o nome dela, eles não conseguiram encontrá-lo simplesmente por causa da descrição de uma garota. "Sim Ele sempre foi muito gentil e gentil comigo desde que eu o conheci. Eu acho que realmente gosto disso. Talvez ele não goste de mim agora, mas acho que ainda terei uma chance. Encontrar o amor verdadeiro não é fácil. Agora que encontrei meu verdadeiro amor, por que não deveria tentar? Até eu tentar, nunca vou saber se vou conseguir ou não - disse Nacy com um sorriso, duas covinhas embelezando as bochechas de cada lado do rosto. Seu encontro com Bruce quando criança parecia-lhe o mesmo de ontem. "Ok Nacy, deixe-me perguntar outra coisa. O que você acha do Simon? Nathan mudou de assunto e falou com indiferença, tentando esconder a crueldade em seu coração. "Talvez ele seja apenas um amigo meu. Na verdade, eu gostei quando estávamos na escola. Mas ele não é tão ousado quanto Bruce. Ele é menos corajoso ", respondeu Nacy calmamente, com a cabeça apoiada nas mãos. "Você sabe, Nacy, às vezes, não importa quão ousado seja um homem, ele é cauteloso diante da garota que ama. Nacy, acho que você deveria pensar sobre isso e se certificar de que não sente falta de quem realmente ama você. - Nathan disse sem expressão enquanto se recostava na cadeira com as mãos cruzadas, tentando colocar um ponto morto na frente de Nacy. Nacy franziu o cenho para as palavras de Nathan. Então ela também cruzou os braços sobre o peito, virou-se para Nathan e disse: "Então, você já decidiu?" Nathan assentiu solenemente. Seu rosto se suavizou com o pensamento de Mandy. Ele disse: "Sim, eu pensei sobre isso". "Então, quando você vai contar a Mandy sobre Sharon?" Nacy mordeu o lábio e agitou os cílios quando mencionou o nome de Sharon na frente de Nathan. Toda vez que ele mencionava esse nome na frente de Nathan, seu coração tremia. Sharon, o nome acumulou muitas lembranças dolorosas no coração de Nathan. Nacy sempre esperava que ele pudesse seguir em frente. De fato, há algum tempo, ele nem se atreveu a mencionar. "Talvez depois de um tempo. Precisamos escolher um horário apropriado. Receio que você não possa aceitá-lo se contarmos agora. " Nathan tocou sua têmpora com os dedos finos. Sua cabeça doía toda vez que pensava nesse problema. No momento, Nathan estava aconselhando Nacy a não sentir falta de quem a amava. E agora, ele parecia um pouco distraído quando se tratava de seu próprio relacionamento. Se Mandy alguma vez soubesse que o verdadeiro motivo para ele se aproximar dela era por desgosto e vingança, ela ainda aceitaria? De fato, pensando bem, Nathan achou que seria melhor não deixar Mandy saber disso. Ninguém mais sabia sobre o relacionamento entre Nathan e Sharon, exceto Nacy, a menos que alguém realmente investigasse o suficiente para descobrir a verdade. "Nathan, eu tenho uma sugestão. Eu acho que é melhor não contar a Mandy sobre isso. Vamos pensar cuidadosamente sobre isso. Se você optar por ocultar algo desde o início, deverá ocultá-lo a vida toda. " Nacy mordeu o lábio e se virou para olhá-lo. Ao ver o cenho franzido na testa, ela sabia que ele já estava lutando em seu coração. Seria melhor para ele evitar revelar a verdade para Mandy. Mas, ao mesmo tempo, seria igualmente arriscado esconder a verdade também. Não importa o quão conveniente pareça agora, e se Mandy descobrisse um dia? Nathan inconscientemente tocou o queixo e o queixo ósseo com os dedos, o que costumava fazer quando estava nervoso. Nacy estreitou os olhos e sorriu. Divertia-o ver uma indecisão tão inesperada que até homens frios e dominadores como Nathan podiam passar agora.
Perigoso e temido. Essas palavras descrevem meu futuro marido. Que por acaso também é meu ex-namorado. É complicado. Dois anos atrás, ele quebrou meu coração quando me deixou para cumprir as ordens de seu pai. Depois de meses chorando, finalmente aceitei que ele havia partido e não ia olhar para trás. Que talvez ele nunca tenha me amado. Não queria ver Luca nunca mais. Agora, uma reviravolta cruel do destino me entregou a ele em um acordo cruel. Sou dele. Ele acha que me fez um favor, mas sinto que recebi uma sentença de morte. Ele não quer se casar porque ainda me ama. Não, ele fez isso por dinheiro. Mais poder. Vou ser uma esposa da máfia. E só há uma maneira de sair disso. Morta. Mas, ao que parece, outra pessoa não quer que me case com o implacável Luca Bianchi. E se ele conseguir o que quer, verei essa sepultura prematura.
— Obrigada de verdade, mas minha bolsa está bem leve. – Ela me passa um sorriso acolhedor e na mesma hora acabo me punindo por ter duvidado da boa vontade da senhorinha. Mas o que eu posso fazer? Enquanto divago tentando tirar minha mente do aperto que estou vivendo, alguns minutos se vão. — A senhora sabe me dizer qual o ponto da Quinta Avenida? – Chego a suspirar, pois desta vez não estou indo para a tão conhecida e cheia de classe rua de Nova Iorque que leva o mesmo nome e eu amava passear. — Vixi, menina. Já é no próximo ponto. – Ela olha para o fundo do ônibus onde fica a porta da saída. — Só um milagre para dar tempo de você conseguir descer do busão. – O pânico toma conta de todas as minhas terminações nervosas, pois realmente não vejo como conseguirei tal milagre, e o bus, que deveria ter no máximo cinquenta pessoas, parece que têm pelo menos o triplo. — Obrigada. – Desesperadamente, depois de quase pular para alcançar a cordinha que sinaliza ao motorista que é chegado o meu ponto, peço licença e prossigo para minha saga. Em segundos o ônibus estaciona, para meu desespero ser ainda maior estou consideravelmente longe da porta, incansavelmente peço licença, aumentando o meu tom de voz de forma que não estou habituada, as pessoas notam o meu desespero, em uma empatia coletiva, parecem viver o mesmo pânico que eu e em um ato de amor, que só usuários de transporte público vivenciam, eu ouço: — Esperaaaa aí seu motô. Morro de vergonha por chamar tanta atenção e um outro passageiro prossegue: — Segura o busuuuu pra moça...
O que Taylor Magnus está fazendo aqui? Me encostei na parede com a saia subindo pela minha bunda enquanto me ajeitava na áspera parede de estuque. Eu não a ajeitei. O belo anfitrião, vestido incrivelmente bem, definitivamente percebeu. Enquanto lambia os lábios e andava na minha direção, eu sabia que ele se perguntava se eu estava usando calcinha. - É o bar mitzvah do melhor amigo da filha dele. O que você está fazendo aqui? Senhorita... Ele inclinou a cabeça para baixo e leu o nome no meu crachá de imprensa. Fitzpatrick? Aprendi com o tempo a não ficar nervosa; as pessoas farejam aproveitadoras de longe. Respirei fundo para afastar o medo. - Essa é uma festa e tanto. Trabalho na coluna de sociedade, sabe? Noticiando todo mundo que é alguém. Dei meu sorriso característico, uma expressão bem ensaiada de inocência com uma pitada de sedução. - Muito ousada, você não devia estar aqui. Essa é uma festa particular! Estava claro que ele não ia me dedurar. - Não se eu for convidada. Me abaixei um pouco na parede, fazendo minha saia subir ainda mais. - Clara Fitzpatrick, disse ele, lendo meu crachá. - Um nome muito judeu... - Vem da minha mãe. Então, você acha que Taylor vai passar o projeto da educação? Aquele dá àqueles garotos uma chance real de se educar... com faculdade, alimentação e moradia gratuitos? Eu sabia que estava pressionando, mas o cara sabia muito mais do que estava dizendo. Acho que ele esperava algo do tipo. - Ele deve assinar essa noite. Tem algo a dizer? Endireitei a gravata dele, que estava realmente torta. - Quero dizer, você é o anfitrião do pós Bar Mitzvah, recebendo na própria casa uma lista de convidados muito exclusiva".
Durante dez anos, Daniela demonstrava amor incondicional ao marido, apenas para descobrir que ela não passava de uma piada para ele. Sentindo-se humilhada, ela se divorciou dele, determinada. Três meses depois, Daniela retornou em grande estilo, como a CEO secreta de uma marca famosa, uma designer requisitada e uma magnata da mineração, destacando seu sucesso. Toda a família do ex-marido veio até Daniela, implorando por perdão e por outra chance. No entanto, ela, agora amada pelo famoso senhor Phillips, apenas olhou para eles com desdém e disse: "Nem pensar!"
A jovem mãe era capaz de fazer qualquer coisa para ficar com o bebê, até mesmo se casar com um homem que não a amava. "Não contarei para ninguém sobre a gravidez, eu prometo", ela olhou em cada canto, procurando uma maneira de fugir daquele veículo. "Nem pense em fugir, Giulia". Revoltado, Max acertou o punho fechado na porta do carro. "Eu fui um dos melhores atletas na Universidade". O tom ríspido advertiu. "Posso ficar com o bebê? Ele é a única família que tenho". Farto daquela conversa, Maximilian trincou a mandíbula quando a encarou, "você não vai a lugar algum com o meu filho!" O tom rouco vociferou. __________________________ Maximilian Salvini, um político e CEO rígido e influente, buscava o apoio de seu avô, um poderoso mafioso, para ganhar as eleições. Giulia perdeu tudo o que tinha e, quando o pai morreu, ela fugiu da cidade logo após ser humilhada devido ao passado de sua mãe. Meses depois de passarem uma noite juntos, Maximilian reencontrou a garota grávida servindo mesas durante um evento. Ele não confiava em Giulia e temia que os seus inimigos usassem a gravidez da jovem para causar um escândalo durante a sua campanha eleitoral na região de Turim, Itália. O homem ambicioso planejava mantê-la em um casamento de conveniência por 365 dias até conseguir o que almejava. Poderia o amor surgir em um relacionamento por interesse?
Diziam que Fernanda, que tinha acabado de retornar para sua família, não passava de uma caipira ignorante com tendências violentas. Mas Fernanda apenas apenas sorriu com desdém ao saber disso. Também diziam que Cristian, normalmente racional, havia perdido o juízo, perdidamente apaixonado por Fernanda. Isso a irritou, pois ela conseguia tolerar fofocas sobre si mesma, mas não sobre seu amado! Pouco a pouco, foram reveladas as múltiplas identidades de Fernanda, como designer, jogadora, pintora... Finalmente, todos perceberam que eram eles que estavam sendo ignorantes.
Chandler Su, que havia sido traída pelo namorado, ficou bêbada em um bar. Para se vingar, ela agarrou um homem aleatoriamente e o levou para o quarto. Depois de uma noite louca, Chandler descobriu que o homem estranho era um cara super bonito na manhã seguinte. Chandler, tímida e chocada, fogiu depois de deixar 150 dólares e desprezar o homem por suas pobres habilidades na cama. No entanto, ela nunca pensou que a história se tornaria tão dramática quanto no dia seguinte, ela descobriu que o novo presidente de sua empresa era exatamente o homem com quem ela dormiu na noite passada! Pior do que isso, esse novo chefe parecia muito vingativo ao pedir a Chandler para ir ao seu escritório no primeiro dia. Ele inesperadamente propôs a ela: "Vamos pegar a certidão de casamento".
Amber nunca pensou que fosse voltar a ver aqueles olhos negros . Sua mente volta para exatos oito anos atrás quando deixou sua pequena cidade sozinha e com medo, na pequena mochila somente algumas mudas de roupas e dentro de seu coração uma mágoa impossível de esquecer . Naquela noite haveria a formatura mas Amber não estaria nela, a noite anterior lhe mostrou que não adiantava sonhar, naquela cidade ela seria sempre a menina mais feia da escola, aquela que caçoavam, ao pensar nisso seus olhos queimam com lágrimas não derramadas ao lembrar a cena da noite anterior, todas aquelas líderes de torcida e os garotos do time rindo enquanto Amber tentava em vão cobrir seu corpo nu. E ele, Peter Calahan parecendo constrangido e fingindo-se assustado ao mesmo tempo, como se a "brincadeira" fosse engraçada e ser pego ali de propósito lhe fizesse lembrar que ela era a menina mais horrorosa e que ele teve que fazer o sacrifício pro divertimento dos colegas . Mas tudo isso parecia ter ficado pra trás, até aquele dia , até Amber olhar aqueles olhos negros vasculhando se ali havia algum reconhecimento, afinal de contas Amber a menina feia desengonçada filha do bêbado agora é uma pessoa completamente diferente.... Será que o seu segredo está protegido ? Será que Peter ainda se lembra dela ? Será que ele consegue imaginar as consequências que aquela brincadeira deixou em sua vida ? Será que o rico e poderoso Peter agora se sente tão poderoso sem poder mais andar ? Amber respira fundo decidida a enfrentar seja lá o que for pelo cheque mensal que vai salvar sua vida, Porém ela precisa proteger a todo custo seu segredo , Peter Calahan não pode jamais imaginar que eles têm um filho e que Amber é a mesma garota que ele humilhou e pisou no passado
Após três anos de casamento sem amor, Katelyn descobriu a traição de Neil, seu marido, e não perdeu tempo para se livrar desse canalha. Depois do divórcio, ela se dedicou totalmente à carreira e alcançou grande sucesso como designer, médica e hacker, tornando-se um ícone respeitado. Neil, ciente de seu grave erro, tentou reconquistá-la, apenas para testemunhar o magnífico casamento dela com outro homem. Enquanto os votos eram transmitidos no maior outdoor do mundo, Vincent colocou um anel no dedo de Katelyn e declarou: "Katelyn agora é minha esposa, um tesouro inestimável. Quem quer que ouse cobiçá-la tem que ter cuidado!"