Está é uma obra de ficção apenas com o intuito de entreter o leitor. Falas, ações e pensamentos de alguns personagens não condizem com os da autora. O livro contém descrições eróticas explícitas, cenas gráficas de violência física, verbal e linguajar indevido. Indicado para maiores de 18 anos. Como a história se passa na Rússia, o significado das palavras estrangeiras encontra-se num glossário oferecido no início do livro. Sobre trademark ™, a autora reconhece aos legítimos donos das empresas e marcas citadas nesta ficção o devido crédito, agradecendo o privilégio de citá-las pelo grau elevado de importância e credibilidade no mercado. PERIGOSAS ACHERON PERIGOSAS NACIONAS Glossário Otets: Pai. Mat': Mãe. Beret: Boina. Blagadaryú: Agradeço. Daragáya: Querida. Mílaya: Querida (sentido romântico). Bratstvo prezhde vsego: A Irmandade acima de tudo (Juramento e lema da irmandade) Kheruvim: querubim Suka: Cadela (suki: cadelas) Zavtrak: Café da manhã. Koroleva: Rainha Ne: Não Da: Sim Sinochek: Filho. Doch: Filha. Bolotnik: Uma besta imunda que vive no PERIGOSAS ACHERON PERIGOSAS NACIONAIS pântano, disfarçada de monte, devorando suas vítimas. Svolach: Idiota. Vot eto pizdets: Que droga! Pizdets: Droga! Idi na hui: Vá se foder! Mudak: Homem que se comporta de forma imprudente Gandon: A palavra é usada em referência a uma pessoa desagradável, mas é bastante vulgar, pode ser usada como nome de rua para preservativos. Zhizn 'ebet meya: A vida está fodendo comigo. Ye-bat: Porra! Suchka: Cadela, ou uma forma carinhosa das mulheres se xingarem tipo: Sua cretina. A palavra é mais usada entre as mulheres. Gavno: Merda! Pakhan: Chefe/Papa Avtoriyet: Segundo em comando. PERIGOSAS ACHERON PERIGOSAS NACIONAIS Sovietinik: Conselheiro Derzhatel: Apoio Obshchak: Grupo de segurança. Obschaka kniga: secretário/livreiro. Boyevik: Guerreiros/soldados Shestyorka: iniciantes/associados Pidoras: gay Kisca: gatinha Sirniki: sobremesa, a massa pode ser frita ou assada, recheada com queijo cottage. Chak-chak: É feito com massa de farinha de trigo e ovos crus em forma de palitos e bolas. Os chak-chak prontos são colocados em um prato e regados com um xarope quente feito à base de mel. Smert': Morte. Ya skuchal po tebe: senti sua falta. Ya lyublyu tebia: eu te amo. Zólattse mayó: meu ouro.
Kyara Smirnov
"Pode abrir os olhos, meu amor. Você já
está em casa."
As palavras pareciam gentis, contudo, foi a
voz que imediatamente reconheci que me fez abrir
os meus olhos, em pânico.
- Boris?
Tentei me levantar, mas eu me sentia
aturdida, então, apenas me rastejei pela cama
tentando colocar o máximo de distância possível
entre nós dois. A minha cabeça pesava e eu sentia
como se meu corpo tivesse sido sacudido e girado
em várias direções.
- Onde eu estou? - indaguei fracamente
- O que estou fazendo aqui, Boris?
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Aos pouquinhos, parte do que eu
conseguia recordar vinha como flashes em minha
mente. A visita de Sonya, o presente de casamento
que ela disse que iria me dar.
Meu casamento.
- Dmitri!
Ao chamar por ele, os olhos cheios de
rancor de Boris caíram sobre mim, ele avançou em
minha direção, agarrando forte meus braços.
- Nunca mais suje sua boca com o nome
dele - ordenou ele, fixando os olhos carregados de
ódio nos meus.
Sempre temi a Boris, conhecia seu lado
cruel e como ele se transformava em uma pessoa
emocionalmente instável, mas nunca senti tanto
pavor como agora. Ele tinha ultrapassado todos os
limites e seria capaz de qualquer coisa.
- Você me sequestrou - acusei-o e
tentei me soltar sem sucesso - Um dia antes do
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meu casamento.
Um dos meus braços foi liberado quando
ele passou a mão em meu rosto. Isso me lembrou
Dmitri e de seu toque suave em mim.
- Nunca permitiria que se casasse com
ele - avisou Boris - Eu já disse, Kyara, você é
minha. Sempre foi e sempre será.
Boris era louco, não havia outra forma de
poder descrevê-lo. Amar alguém não era forçá-la a
ficar com você, mas sim, deixar que ela decidisse
se queria ficar, como Dmitri havia feito na Suíça.
- Você tem que me libertar, Boris -
disse angustiada - Se Dmitri...
Ele segurou firme o meu queixo, apertando
forte meus lábios, impedindo que eu continuasse a
falar. Lágrimas se formaram em meus olhos, de dor
e de desespero.
- Já disse para não falar dele. Não me
obrigue a ser violento com você para que entenda,
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Kyara.
Ao som de sua ameaça, entendi uma coisa,
não havia nada que eu pudesse dizer para conseguir
fazê-lo mudar de ideia, pelo menos não agora. Eu
tinha era que me manter viva, até encontrar uma
forma segura de sair daqui, porque eu sairia daqui
ou morreria tentando.
Isso me fez lembrar de algo que Irina me
disse uma vez sobre Dmitri. Excluindo os dias que
estive trancada no quarto e passei fome, nunca tive
realmente o desejo de fugir dele, não como sentia
com Boris. Porque por mais que eu tenha sido
mantida contra a minha vontade por algum tempo e
sido privada de minha liberdade, eu nunca consegui
ver nos olhos de Dmitri o mesmo tipo de escuridão
e maldade.
- Eu sei que você pode estar confusa
agora - disse ele ao me soltar - Estava prestes a
realizar o sonho de toda garota na Bratva, ser a
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escolhida do Pakhan.
Nunca almejei esse sonho, pelo contrário,
sempre desejei ir para bem longe desse mundo. Eu
me apaixonei por Dmitri e não pelo o que ele
representava. Aceitava e entedia o Pakhan porque
era parte de quem ele era, mas eu sempre iria
preferir sermos apenas Kyara e Dmitri, o casal que
teve dias incrivelmente lindos nas montanhas.
- Você ainda irá conseguir isso, minha
pequena - Boris se afastou da cama e eu me
encolhi mais contra a cabeceira - Vou acabar com
o Milanovic e serei o novo Pakhan.
Sem que eu pudesse controlar, um ganido
angustiado escapou de minha garganta. Pensar que
Boris pudesse ao menos tentar ferir Dmitri me
aniquilava por dentro.
- Vou dar um tempo para que assimile
tudo - disse ele antes de caminhar em direção à
porta - Descanse e depois voltamos a conversar.
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Vou esperar que esteja mais acolhedora.
Saltei da cama quando a porta do quarto
fechou logo após Boris sair. Uma vertigem me fez
tatear o ar até encontrar a parede onde consegui me
equilibrar. Poderia ser algum sintoma da gravidez,
mas eu tinha certeza que ainda era efeito do
clorofórmio que Sonya usou para me manter
desacordada e, assim, poder me sequestrar.
Será que teria algum efeito colateral para o
meu bebê? Apoiei as costas contra a parede e levei
a mão ao meu ventre.
Lágrimas pesadas deslizaram pelo meu
rosto. Eu nem havia contado a Dmitri sobre o nosso
filho, e me arrependia tanto por isso. Agora, eu
estava longe, nas mãos de um louco que poderia
fazer qualquer coisa comigo e com nosso filho
porque odiava o pai dele.
Não, eu precisava manter isso em segredo.
Precisava manter a calma e tentar agir com
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racionalidade. Eu não deixaria que Boris ou
qualquer outro colocasse em risco a vida de um
inocente que nem tivera a oportunidade de vir ao
mundo, cruel, mas que teria pessoas que o
amariam.
Rastejei-me até a porta, estava trancada,
isso não foi surpresa alguma para mim, mas eu
precisava tentar. Fiz o mesmo caminho de volta,
sustentando-me na parede, já que ainda não tinha
total controle do meu corpo, no entanto, fui em
direção à janela em vez da cama.
Esta não era a mansão Kamanev, percebi
isso assim que abri os olhos. Este quarto não era
igual a nenhum dos que tinha em minha antiga
casa. Quando puxei a cortina, o pânico começou a
me fazer suar frio.
Existiam grades com espaço apenas para
uma mão. O material da janela antiga e os ferros
novos soldados nele indicavam que foram
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colocados há pouco tempo. O pouco que conseguia
ver ao redor da casa também não animava muito.
Muitas árvores revelando um floresta densa e
muros altos.
Isso queria dizer que Boris estivera o
tempo todo arquitetando seu plano monstruoso de
me arrancar de Dmitri, e Sonya, a quem sempre
amei e protegi, havia agido ao lado dele, traindo a
minha confiança. Tudo o que eu vivia agora era
culpa dela, pois, eu teria fugido de Moscou naquela
mesma semana em que ela pediu minha ajuda para
enganar Boris e o médico dele.
Eu não conseguia me arrepender
totalmente por ter saído em socorro de Sonya –
embora ela nunca tivesse merecido a minha ajuda –
porque com isso, mesmo com a confusão inicial,
duas coisas maravilhosas tinham acontecido em
minha vida: Dmitri e nosso bebê.
Também havia todas as outras pessoas que
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entraram em minha vida para ficar e que jamais me
fariam sofrer como Sonya fazia. Vladic e seu jeito
irônico, sempre arrancando um sorriso de mim;
Irina com sua inteligência, fazendo-me olhar com
coragem meus sentimentos, e me tratava com mais
consideração e respeito do que minha irmã de
criação a vida toda; Amarillo, Darya, Kalina e seus
avós. Tantas pessoas boas que eu queria muito
rever, pessoas que eu desejava compartilhar minha
felicidade.
Fiquei olhando para o céu escuro. Eu
gostava de observar a lua e descobri que Dmitri
também apreciava. Pensar nele me causava um
novo tipo de dor, uma dor literalmente física que
começava em meu coração e irradiava por todo o
meu corpo. Enquanto novas lágrimas deslizavam
por meu rosto, eu pensava em tudo o que poderia
estar acontecendo em casa.
Quando ele havia percebido que eu já não
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estava mais lá? Ele acharia que fugi ou perceberia
logo de início que eu havia sido levada à força?
Quanto tempo Dmitri e Vladic levariam para me
encontrar? Eles conseguiriam me encontrar? Como
ele estava se sentindo ao saber que horas antes de
fazermos nossos votos um ao outro, eu tinha sido
arrancada dos seus braços? Ele saberia que foi o
Boris ou imaginaria que foi algo da Tambovskaya
em retaliação?
Eram tantas perguntas rondando minha
cabeça que cheguei a me sentir fraca. Olhei para a
lua uma última vez e voltei para a cama. Escorei
contra os ferros da cabeceira e ergui minhas pernas
abraçando os joelhos, enquanto o choro
inconsolável que eu tentava com muito custo
controlar, vencia a batalha sobre mim.
Como eu sentia falta dele. Do seu abraço,
do seu carinho, de me sentir protegida do mundo
com ele.
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- Dmitri - solucei enquanto me afogava
nas lágrimas banhando meu rosto - Venha nos
encontrar, meu amor.
Eu repetia isso como se fosse uma oração.
Por minutos, por horas, não sei dizer, mas nunca
pareceu o suficiente.
Só percebi que havia cochilado quando a
porta foi novamente aberta e Boris entrou ao lado
de um homem alto e musculoso. Aquele era Feliks,
o Boyevik que sempre andava com ele e que agora
deveria ter se tornado o segundo em comando,
depois que Boris se tornou o Kapitan Kamanev.
- Você está horrível, mílaya - disse
Boris ao avançar pelo quarto em direção a mim.
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- Não me chame assim! - as palavras
escaparam da minha boca antes que eu pudesse
controlar minha raiva.
Apenas Dmitri usava essa forma carinhosa
comigo, Boris não tinha o direito de manchar isso.
- Por que não? - seu olhar duro caiu
sobre mim.
Precisava pensar rápido, eu não podia
dizer meus reais motivos a Boris, não tinha a menor
ideia de como ele iria reagir à resposta sincera.
- Era como Roman me trava - disse,
sabendo que a desculpa era fraca demais, mas no
momento era tudo que eu tinha - Me traz
lembranças desagradáveis.
A arrogância de Boris era tão grande
quanto sua tolice. Porque somente um tolo teria
coragem de enfrentar Dmitri como ele fazia.
- Eu dei um jeito nele, não foi? - ele
acariciou as maçãs do meu rosto com o polegar e o
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gesto fez meu estômago revirar - Farei com que
esqueça completamente Roman e o desgraçado do
Milanovic.
Roman foi só um encantamento juvenil
por quem eu sentia mais ter sido a razão dele ter
perdido a vida do que amargava lembranças
românticas interrompidas.
Mas com Dmitri? Ele era e sempre seria o
homem da minha vida. Nunca poderia amar alguém
como eu o amava. Ele estava dentro do meu
coração como em meu ventre.
- Mas olha para você - disse Boris,
movendo meu rosto de um lado a outro para me
assustar - Milanovic não a tratava bem, não é?
Eu havia perdido um pouco de peso com o
início da gestação, mas o Dr. Kushin disse que era
normal e que após o primeiro trimestre isso
mudaria, mas eu não podia dizer isso ao Boris,
então, me mantive em silêncio enquanto ele me
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analisava com seu olhar asqueroso.
- Eu vi que não queria ficar com ele no
dia que fui trocar a Sonya por você - confessou
ele - É claro que tive que dar um castigo nela
quando aquilo não foi possível.
Eu não queria ter qualquer sentimento de
empatia pela Sonya, por tudo que me fez, mas
nesse caso, não conseguia evitar. Parte da razão de
ela ser assim foi a criação que teve e por crescer
vendo Boris conquistando tudo o que queria pela
força. Fjodor Kamanev foi bom comigo, mas fez
um péssimo trabalho na construção do caráter do
filho.
- Tome um banho, há roupas que
comprei para você no guarda-roupa, depois, aprecie
o seu jantar. Eu te faria companhia, mas preciso
cuidar de alguns detalhes. Você entende, não é?
Queria Boris o mais distante possível de
mim. Queria nunca mais ter que colocar meus olhos
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nele. E pensar que minha última preocupação em
relação a Kamanev foi que não comparecesse ao
meu casamento.
- Depois, descanse um pouco, nos
veremos amanhã - disse ele - Teremos muito
tempo para ficar juntos, Kya. A vida toda.
Não se dependesse de mim. Observei
Boris sair novamente, dessa vez, com alívio. Pelo
menos ele ainda não havia forçado a barra, o que
poderia acontecer a qualquer momento.
A porta fechou-se atrás dele mais uma vez,
aguardei um pouco até ir à bandeja de comida. Eu
não agiria aqui como agi nos primeiros dias com
Dmitri, ficando dias sem comer. Além de precisar
de força para aproveitar o melhor momento para
escapar, tinha que pensar em meu filho.
Enchi minha boca até que as minhas
bochechas virassem duas bolas enormes e usei um
pouco de chá para engolir tudo.
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Então era isso. Eu precisava armazenar o
máximo de energia que conseguisse, manter a
frieza e estudar todas as possibilidades que me
ajudariam a escapar deste lugar.
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Capítulo 37
Dmitri Milanovic
Finalizei minha reunião com Ivan e decidi
ir embora. Agora, os detalhes do que fazer com os
Kapitany e Boris ficariam com ele. Além de ser o
chefe de segurança, Ivan, o terceiro homem de
confiança, na ausência de Vladic, seria o escolhido
para ser o Avtorieyt, devido a seu bom treinamento
e habilidades.
Mas eu não conseguia ver qualquer outra
pessoa trabalhando diretamente ao meu lado além
de Vladic. Se eu havia sido bem preparado para me
tornar Pakhan, Guriev foi moldado para ser o
Avtorieyt. E agora, com meu casamento no dia
seguinte, ele exerceria sua função ainda mais. Se
havia alguém no mundo em que eu confiava, além
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da mulher que escolhi para dividir a vida comigo,
era Vladic.
- Não se preocupe, irmão - senti seu
aperto forte em meu ombro e desviei o olhar da
janela do carro e o encarei - Tudo está sob
controle.
- Espero que tenha razão, Vladic.
- O que está incomodando, Dmi? É por
causa da arena? Teme o que Kyara irá dizer?
- Não. Isso não é algo que ela irá
apreciar, mas quando a pedi em casamento, deixei
claro o que somos e o que fazemos.
Eu não sabia como explicar o que me
incomodava. Ivan tinha repassado os planos de
segurança durante a cerimônia, os três dias de festa,
a noite na arena, até minha viagem de lua de mel.
Contudo, eu tinha uma incômoda sensação de que
algo estava fora do lugar.
- Não sei dizer, Vladic. Talvez sejam só
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coisas da minha cabeça.
Ou estivesse preocupado demasiadamente
com Kyara. Ela andava tensa com o casamento e
fazendo muitas perguntas sobre os Kamanev, em
busca de repostas que eu não poderia dar ainda. A
preparação do casamento já vinha sendo exaustiva
demais para ela. Embora ela tivesse tentado
disfarçar, notei sua perda de peso e ar fadigado. No
entanto, o que realmente me deixou preocupado foi
tê-la encontrado desmaiada no banheiro.
Eu amava Kyara, mas só tive noção da
grandiosidade de meus sentimentos por ela quando
a vi caída. Não conseguia entender como meu pai
suportou a partida de seu grande amor. Em uma das
poucas conversas que tive com Vladic, inclusive
naquele mesmo dia, a única explicação que ele
sugeriu era que tinha sido por mim e pela Bratva.
Já eu acreditava que foi pela Bratva, não
porque ele não me amasse, mas o trabalho passou a
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ser sua mulher, e quando não estava mergulhado
nele, ficava na estufa, pensando e lembrando de seu
amor perdido. Meu otets podia achar que eu não
soubesse, mas na estufa ele costumava conversar
com mat' em voz alta, como se ela ainda estivesse
viva.
- Você só tem que se preocupar em
colocar o terno e se divertir - disse ele abrindo um
sorriso - O resto deixe com a gente.
Assenti e tornei a olhar pela janela.
Provavelmente a maior parte de minha tensão era a
grandiosidade do evento. Toda a Bratva estaria
presente, além de que eu deixaria claro a todos que
não era um homem a quem se devia ameaçar.
Quando finalmente chegamos em casa,
Vladic foi para escritório e eu subi a escada em
direção ao quarto. Enviei duas mensagens a Kyara,
uma, quando saí da sala de Ivan e outra, na metade
do caminho, avisando que estava chegando. Em
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ambas não obtive resposta, por isso acreditava que
ela estivesse no quarto tirando um cochilo.
Um sorriso veio ao meu rosto ao pensar na
forma que iria acordá-la. O sexo entre a gente
estava cada vez mais quente, mas nessa última
semana andei pegando um pouco mais leve,
poupando suas energias. A partir de hoje isso
mudaria.
- Kyara? - chamei no quarto vazio,
pois, a porta do banheiro estava fechada e não
entreaberta como ela costumava esquecer.
Fiquei bastante incomodado em ver que
ela também não estava ali e que seu telefone se
encontrava em cima da cama. Dei uma olhada
rapidamente e vi que minhas mensagens não
tinham sido visualizadas por ela. Franzi a testa, não
havia mais nada que precisasse ser verificado em
relação a cerimônia e comemoração, e mesmo que
tivesse, dei ordem expressas a Savin e Ertel que
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Kyara não deveria mais ser incomodada com isso,
então, duvidada que estivesse presa no escritório
dando andamento em alguma complicação de
última hora, mas ela poderia estar passando tempo
no computador. Porém, o único na sala era Vladic.
- Precisa de algo?
- Achei que Kyara pudesse estar aqui.
Não está no quarto e nem com o telefone dela.
Vladic se ergueu da mesa, vindo até mim.
- Já verificou na biblioteca?
Não o respondi, fui em direção à
biblioteca, tendo Vladic a me acompanhar. Assim
como nos lugares que verifiquei, Kyara não estava
lá.
- Talvez tenha ido na estufa? - sondou
Vladic mais uma vez.
Andei apressadamente até a estufa e de lá,
para a piscina, Kyara não se encontrava em
nenhuma das duas. Então, chamei o primeiro
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Boyevik que esbarrei pelo caminho, e ordenei
imediatamente que reunisse mais homens e
fizessem uma busca detalhada por toda a
propriedade.
Meu maior terror era que Kyara tivesse
passado mal mais uma vez e não tivesse tido a sorte
que teve no banheiro, e bateu com a cabeça em
algum móvel. E se...
- Nós vamos encontrá-la - disse Vladic
ao voltarmos para o escritório, depois de ter ido aos
outros cômodos verificar se em algum momento
nossos caminhos haviam se desencontrado - A
casa é enorme. Ela pode ter parado em algum lugar
para descansar e ter pegado no sono.
Vladic estava sendo otimista, eu pensava
em coisas bem mais preocupantes, mas não era do
tipo de fazer alarde, embora a inquietação que tive
por todo o dia parecesse finalmente ter encontrado
uma explicação.
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Uma hora depois, o chefe de segurança da
casa surgiu com dois de seus homens.
- Procuramos em cada canto, senhor -
ele baixou os olhos diante do meu olhar frio e
implacável sobre ele - Aqui, a Srtª. Smirnov não
está.
Avancei até ele, agarrando sua camisa pela
lapela, e apesar de ser um homem
consideravelmente robusto, ergui-o tanto ao ponto
de fazê-lo ficar nas pontas dos pés.
- Onde está minha mulher?
Eu já a considerava assim por direito. Os
papéis que iríamos assinar e a bênção religiosa
passavam apenas de meras formalidades diante de
meu povo.
- Calma aí, Dmitri - disse Vladic ao me
puxar para longe do homem - Matá-lo não terá
muita serventia, pelo menos, não agora.
Vladic tinha razão, eu puniria esse
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imprestável outra hora, minha missão agora era
encontrar Kyara.
- Talvez ela tenha ido embora - sugeriu
o Boyevik - Minha irmã desistiu do casamento na
porta da igreja.
A calma que decidi manter saiu voando
como um pássaro pela janela. Meu punho foi
certeiro em direção à face do Boyevik que tinha
ousado sugerir isso.
- Se vocês não têm nada inteligente para
dizer - disse Vladic quando veio me conter pela
segunda vez - Fiquem calados, porra!
- Ela não fugiu - disse aos homens, mas
encarava Vladic - Pode me soltar.
Levei a mão ao queixo e comecei a andar
lentamente de um lado ao outro enquanto tentava
manter minha serenidade e refletir com clareza.
- Reúnam todos os empregados - disse
ao chefe de segurança - Alguém deve ter visto ou
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ouvido alguma coisa.
Assim que os três homens saíram, Vladic
se colocou à minha frente, dando voz a um dos
meus pensamentos obscuros.
- Você acha que a Tambovskaya teria
tanta ousadia?
Eu tinha levado um deles diante de seus
olhos, então, a vingança poderia ser esperada. Mas
havia também uma segunda opção e essa eu não
queria sequer imaginar.
- Eu sei que Kyara não fugiu, Vladic -
o aperto em meu peito foi forte o suficiente para me
fazer respirar fundo - Vou descobrir onde ela está
e seja lá quem for que a levou de mim, irá lamentar
ter nascido.
E eu sempre cumpria cada promessa
minha.
Não foi preciso interrogar todos os
empregados. Assim que Darya, assustada e em
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prantos, foi colocada diante de mim, meu mundo
desmoronou à minha volta.
Sonya tinha vindo visitar Kyara e foi após
a visita dela que Kyara não tinha sido mais vista
pela casa.
- Ela disse que veio falar com a irmã -
pranteou ela, torcendo o avental em seu uniforme
- A Srtª Kyara disse que iria recebê-la na sala. Eu
não sabia que...
Ela caiu sobre meus pés manchando os
sapatos pretos com suas lágrimas.
- Por favor, Papa - implorou ela - Eu
não sabia.
No momento, pouparia Darya por dois
motivos. O primeiro, o erro tinha surgido dos
Boyevik responsáveis pela segurança que haviam
permitido que Sonya Kamanev, com seu sorriso
falso e palavras adocicadas, entrasse. Segundo,
Kyara tinha um grande carinho por Darya, e ficaria
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furiosa comigo se eu fizesse algo drástico com ela.
Porque eu iria recuperar Kyara de volta, era só uma
questão de tempo.
- Contate o Ivan - disse a Vladic
enquanto ia até uma das gavetas de minha mesa
onde tirei um revólver - Reúna os Boyevik, vamos
até a casa Kamanev.
Enquanto eu meditava durante o caminho
se arrancava todos os dedos de Boris por ter ousado
tocar em Kyara, ou cada um de seus olhos pelo
atrevimento de sequer olhá-la, isso só para
começar, Vladic cuidava dos detalhes em relação a
invasão à mansão Kamanev.
Sonya também não ficaria de fora. Ela
lamentaria amargamente ter abusado da confiança
de Kyara e, principalmente, por ter invadido minha
casa, tirando dela o que eu tinha de mais precioso.
- Ivan já está lá - disse Vladic ao me
encarar com certo alarme - Olha, Dmitri, eu sei
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que você está puto, e tem toda a razão de estar, mas
vamos manter a cabeça fria, ok. Não queremos que
a Kyara se machuque e isso inclui ela se magoar se
você sair ferido.
- Estou calmo, Vladic - o tranquilizei.
O que era realmente verdade. O ódio
explodindo em mim por Boris Kamanev servia
como um analgésico que me fazia ficar calmo o
suficiente para confrontá-lo.
- É isso que me preocupa - disse
Vladic.
Eu precisava recuperar Kyara e levá-la de
volta para casa. Depois, eu brincaria com o que
seriam meus novos ratinhos preferidos, Boris e
Sonya Kamanev.
- Vamos acabar logo com isso - disse a
Vladic e mal esperei o carro ser estacionado em
frente à casa cercada de carros pretos.
Ivan veio imediatamente ao meu encontro
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quando saí.
- É tudo muito estranho - disse ele -
Tem uns dez minutos que chegamos e nenhum
Boyevik de Kamanev veio verificar tanta
movimentação.
Direcionei meu olhar para o grande portão.
Não havia sinais de segurança ali, como também
não parecia existir em volta da casa.
- Vamos entrar e passem por cima de
quem tentar resistir.
Embora eu quisesse ser o primeiro a entrar
na casa, o protocolo de segurança exigia que a vida
do Pakhan fosse protegida. Em momentos como
esse eu desejava ser um homem comum,
enfrentando um verme.
Após se prepararem e gestos de comando
dado por Ivan, um grupo de Boyevik de ação frontal
invadiu a propriedade. Outros passaram pelo
portão e escalaram muros até que eu tivesse sinal
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positivo para entrar. Contudo, nossa ação ofensiva
se mostrou desnecessária. Nem Boris, Sonya e
Kyara se encontravam ali. Só havia serviçais
assustados na casa, a quem começamos a
interrogar.
- Chega! - disse ao Boyevik com alicate
na mãos, após ele arrancar o sexto dente de um
empregado que estava quase desmaiando diante
dele - Estamos perdendo tempo.
Eu não teria problema algum se
arrancassem todos os membros do homem, se
suspeitasse que ele realmente sabia de alguma
coisa. Estava claro que Boris deixara aquelas
pessoas ali apenas com intuito de nos confundir e
perder tempo, enquanto levava Kyara sabe-se lá
para onde.
- Vejam os aeroportos, portos, estradas e
cace cada Kapitan envolvido com Boris - disse a
Ivan e virei em direção a Vladic - Nós vamos
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retornar para a minha casa e fazer uma base de
investigação lá. Vou encontrar Boris Kamanev nem
que eu tenha que ir até o inferno.
- Nós atravessaremos esse portão juntos
- disse Vladic se colocando ao meu lado - Eles
não sabem com quem mexeram.
Principalmente Kamanev, com esse eu
queria lidar pessoalmente.
Levaria algum tempo, infinitamente longo
para mim, para que uma base de investigação e
segurança fosse instalada num dos cômodos
inativos na casa. No momento, não havia nada o
que fazer além de esperar, e se eu queria recuperar
Kyara das mãos do desgraçado do Boris, tinha que
pensar e agir friamente. As minhas emoções
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precisavam ser desligadas e isso estava acabando
comigo por dentro.
Na primeira formação da Bratva, os
primeiros bárbaros, também conhecidos como
ladrares, criaram um código de conduta: Os
Ladrões Dentro da Lei, com 18 leis. A primeira
delas era abandonar seus parentes. A segunda era
não ter família própria. Sem esposa, sem filhos. Os
antigos Vor acreditavam que esse elo deixaria os
guerreiros fracos. Os cargos eram disputados na
arena, através de lutas sangrentas e mortais.
Isso em nossa irmandade foi mudando
quando o terceiro Pakhan, Vasiliy Bondarenko,
atreveu-se a se apaixonar pela filha bastarda de um
guerreiro. A Bratva foi dividida no que é hoje, e da
outra metade surgiu a Tambovskaya, que ainda
segue essas práticas em relação a ascensão dos seus
líderes. Por isso que na Bratva, um filho matar o
pai, irmão contra irmão, não era considerado crime
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desde que o assunto fosse resolvido em família. E
era nas práticas da Tambovskaya que Boris
acreditava e queria que a irmandade voltasse a
seguir.
Só que a Tambovskaya é um grupo de
selvagens parados no tempo, mais preocupados em
guerrear entre si do que evoluir e combater os
inimigos de verdade. A Bratva não perdeu sua
essência como os antigos Vor suspeitaram, ela
ficou organizada e mais forte. Temos em nossas
mãos governos, países, outras organizações, e eu
iria provar a Boris e a qualquer membro da
Tambovskaya que ficamos cada vez mais fortes.
- Vamos lutar, Vladic - disse ao
entramos em casa.
- É claro que vamos.
Quando cheguei à escada, virei para ele
que claramente não tinha compreendido o que eu
realmente havia falado.
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- Vamos lutar agora... - continuei a
subir a escada - no pátio.
- Você quer treinar agora?
Vladic foi um dos primeiros a enxergar
meus sentimentos por Kyara, se não o primeiro.
Acho que ele percebeu antes de mim. Ele sabia que
internamente eu estava destruído. Mas um Pakhan,
mesmo na Bratva, tinha que se mostrar sempre
firme. Meu pai, embora tenha morrido por dentro
junto com minha mãe, não deixou cair uma lágrima
até o sepultamento dela. Nós tínhamos que provar
que estar apaixonados não nos deixava fracos.
- Quanto tempo levará para Ivan chegar e
ajeitar tudo?
- Conhecendo Ivan, não mais do que uma
hora.
- Então, teremos uma hora de treino -
disse a ele e fui em direção ao meu quarto -
Encontro você no pátio em cinco minutos.
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Fechei a porta deixando-o no corredor com
o olhar confuso. Escorei-me contra a porta olhando
em volta. Silencioso e muito vazio sem Kyara aqui.
Meus olhos caíram em um cabide com uma enorme
capa protetora.
Segui desnorteado até ela. O vestido de
noiva de Kyara. Passei a mão no plástico escuro,
recordando que ela tinha avisado que queria fazer
mais um ajuste essa manhã e que eu nem deveria
chegar perto do quarto sem avisá-la primeiro.
- Onde você estiver - sussurrei
encostando minha testa contra o embrulho - Fique
bem. Eu vou te encontrar, eu juro.
Permaneci ali parado por mais dois ou três
minutos até abrir o closet e buscar uma de minhas
roupas de treino. Vladic já fazia o aquecimento
quando cheguei ao pátio. Sempre preferi treinar
com ele porque além de ser um dos homens mais
fortes que já conheci, era um lutador espetacular e
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não pegava leve comigo por ser o filho do Pakhan.
- Pronto? - indagou ele flexionando os
braços.
Apenas assenti, me coloquei em posição
de ataque e avancei sobre ele, acertando o primeiro
golpe. Eu precisava disso, extravasar minha fúria e
frustração em algo. Vladic sabia que meu ataque
não era contra ele. Minha raiva não era com ele e o
ódio que parecia querer me cegar não era para ele.
Contudo, era seu corpo sofrendo as consequências.
Nariz escorrendo sangue e lábio cortado.
Eu também não estava apenas batendo,
levei uns precisos e merecidos socos que cortaram
o supercílio direito e outro que fazia meu queixo
arder feito o inferno. Nesse momento, estávamos
apenas vestidos com as calças. Com peito e braços
nus, suávamos do cabelo às juntas dos dedos dos
pés. Em certo momento da luta, Vladic preparou a
montada sobre mim e fez um golpe de queda me
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arremessando contra o chão, dando em mim uma
gravata que me manteve imobilizado contra o solo.
- Já chega, Dmitri! - rugiu ele forçando
meu rosto contra o chão enquanto eu tentava me
soltar.
Fui capaz me virar, mas tudo que consegui
foi que Vladic aplicasse um novo golpe, desta vez,
de estrangulamento.
- Não está lutando - disse Vladic
lentamente diminuindo a pressão em meu pescoço
- Está agindo como um garoto de rua brigando.
Ele tinha razão. Depois da primeira gota
de sangue que tirei dele ao dar o primeiro golpe
com o pé, senti necessidade de mais e mais. Eu
queria ver muito sangue.
- A gente vai procurar e recuperar a
Kyara. Enquanto fazemos isso, você pode dar
quantos socos em mim quiser, meu irmão - disse
ele ao tirar o braço do meu pescoço - Mas
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enquanto isso, não vou deixar você enlouquecer.
Você é Dmitri Milanovic, o Pakhan.
Vladic, por toda a vida, e agora Kyara, a
mulher que meu coração escolheu amar, eram os
únicos que conheciam o Dmitri, as outras pessoas
conheciam o filho e, agora, atual Pakhan. Esses
dois eram as pessoas mais importantes da minha
vida, por significados diferentes. Eu não conseguia
ver minha vida sem eles. Acabaria como o meu pai,
somente com o Pakhan sob minha pele seca.
- Vladic - murmurei em um tom
abalado, ele continuou me mantendo preso ao chão,
mas sabia que não precisava mais me conter.
Não precisava dizer mais nada, Vladic
entendia tudo através do meu olhar. Saindo de cima
de mim, ele esticou a mão para me ajudar a ficar
em pé. As pessoas que haviam parado seus afazeres
para nos ver lutar, rapidamente voltaram às suas
atividades.
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Eu estava no final da cama de Amira observando-a dormir através da escuridão, olhos cansados. O vazio no meu coração mais uma vez se espalhando por deixar seu calor. Ela gemeu, como se pudesse sentir minha ausência também, mesmo em seu sono. Eu escolhi passar os últimos minutos que me restava com ela, absorvendo tudo, do seu longo cabelo bagunçado e indisciplinado cobrindo parcialmente o rosto, até os lábios carnudos e inchados, inchados pelo meu implacável e insaciável ataque. Sua pele nua e rubra, apenas uma lembrança de quantas vezes eu me perdi dentro dela. O cheiro de sexo flutuando pesado no quarto, só alimentou as memórias de quantas vezes eu fiz dela verdadeiramente minha. Sua beleza me manteve cativo. Ela estava brilhando. Serena. De tirar o fôlego.
Vou lhe contar uma história. É escura. É brutal. É real pra caralho. Para entender meu presente, quem eu sou e o que eu me tornei... Você precisa entender meu passado. O mal nem sempre se esconde nas sombras, na escuridão. Na maioria das vezes, está fora ao ar livre, em plena vista. Possuindo o homem que menos esperaria. Sabe, eu nunca imaginei outra vida até eu fazer uma para mim. Naquele tempo, eu estava muito longe, engolfado em nada além de escuridão sombria. Exatamente como era para ser. Ninguém poderia me tocar. Ninguém fodia comigo. Eu. Era. Invencível. Nada mais… Nada menos. Quando eu sonhei com o amor verdadeiro - de almas gêmeas, minha outra metade dela - a crueldade da minha vida iria me levar de volta para a minha realidade, se tornando, apenas isso mesmo, um sonho. Um que poderia facilmente se transformar em um pesadelo. Meu pior pesadelo. Toda memória, o bom, o ruim, o meio termo. Todos o eu te amo, todos os últimos eu te odeio, seu coração e alma que eu quebrei, despedaçados e destruídos ao longo dos anos, pertenciam a mim. Seu prazer. Sua dor.
Por um longo tempo, Nacy vinha incomodando seus pais para encontrar Bruce. Mas como ela nem sabia o nome dela, eles não conseguiram encontrá-lo simplesmente por causa da descrição de uma garota. "Sim Ele sempre foi muito gentil e gentil comigo desde que eu o conheci. Eu acho que realmente gosto disso. Talvez ele não goste de mim agora, mas acho que ainda terei uma chance. Encontrar o amor verdadeiro não é fácil. Agora que encontrei meu verdadeiro amor, por que não deveria tentar? Até eu tentar, nunca vou saber se vou conseguir ou não - disse Nacy com um sorriso, duas covinhas embelezando as bochechas de cada lado do rosto. Seu encontro com Bruce quando criança parecia-lhe o mesmo de ontem. "Ok Nacy, deixe-me perguntar outra coisa. O que você acha do Simon? Nathan mudou de assunto e falou com indiferença, tentando esconder a crueldade em seu coração. "Talvez ele seja apenas um amigo meu. Na verdade, eu gostei quando estávamos na escola. Mas ele não é tão ousado quanto Bruce. Ele é menos corajoso ", respondeu Nacy calmamente, com a cabeça apoiada nas mãos. "Você sabe, Nacy, às vezes, não importa quão ousado seja um homem, ele é cauteloso diante da garota que ama. Nacy, acho que você deveria pensar sobre isso e se certificar de que não sente falta de quem realmente ama você. - Nathan disse sem expressão enquanto se recostava na cadeira com as mãos cruzadas, tentando colocar um ponto morto na frente de Nacy. Nacy franziu o cenho para as palavras de Nathan. Então ela também cruzou os braços sobre o peito, virou-se para Nathan e disse: "Então, você já decidiu?" Nathan assentiu solenemente. Seu rosto se suavizou com o pensamento de Mandy. Ele disse: "Sim, eu pensei sobre isso". "Então, quando você vai contar a Mandy sobre Sharon?" Nacy mordeu o lábio e agitou os cílios quando mencionou o nome de Sharon na frente de Nathan. Toda vez que ele mencionava esse nome na frente de Nathan, seu coração tremia. Sharon, o nome acumulou muitas lembranças dolorosas no coração de Nathan. Nacy sempre esperava que ele pudesse seguir em frente. De fato, há algum tempo, ele nem se atreveu a mencionar. "Talvez depois de um tempo. Precisamos escolher um horário apropriado. Receio que você não possa aceitá-lo se contarmos agora. " Nathan tocou sua têmpora com os dedos finos. Sua cabeça doía toda vez que pensava nesse problema. No momento, Nathan estava aconselhando Nacy a não sentir falta de quem a amava. E agora, ele parecia um pouco distraído quando se tratava de seu próprio relacionamento. Se Mandy alguma vez soubesse que o verdadeiro motivo para ele se aproximar dela era por desgosto e vingança, ela ainda aceitaria? De fato, pensando bem, Nathan achou que seria melhor não deixar Mandy saber disso. Ninguém mais sabia sobre o relacionamento entre Nathan e Sharon, exceto Nacy, a menos que alguém realmente investigasse o suficiente para descobrir a verdade. "Nathan, eu tenho uma sugestão. Eu acho que é melhor não contar a Mandy sobre isso. Vamos pensar cuidadosamente sobre isso. Se você optar por ocultar algo desde o início, deverá ocultá-lo a vida toda. " Nacy mordeu o lábio e se virou para olhá-lo. Ao ver o cenho franzido na testa, ela sabia que ele já estava lutando em seu coração. Seria melhor para ele evitar revelar a verdade para Mandy. Mas, ao mesmo tempo, seria igualmente arriscado esconder a verdade também. Não importa o quão conveniente pareça agora, e se Mandy descobrisse um dia? Nathan inconscientemente tocou o queixo e o queixo ósseo com os dedos, o que costumava fazer quando estava nervoso. Nacy estreitou os olhos e sorriu. Divertia-o ver uma indecisão tão inesperada que até homens frios e dominadores como Nathan podiam passar agora.
Perigoso e temido. Essas palavras descrevem meu futuro marido. Que por acaso também é meu ex-namorado. É complicado. Dois anos atrás, ele quebrou meu coração quando me deixou para cumprir as ordens de seu pai. Depois de meses chorando, finalmente aceitei que ele havia partido e não ia olhar para trás. Que talvez ele nunca tenha me amado. Não queria ver Luca nunca mais. Agora, uma reviravolta cruel do destino me entregou a ele em um acordo cruel. Sou dele. Ele acha que me fez um favor, mas sinto que recebi uma sentença de morte. Ele não quer se casar porque ainda me ama. Não, ele fez isso por dinheiro. Mais poder. Vou ser uma esposa da máfia. E só há uma maneira de sair disso. Morta. Mas, ao que parece, outra pessoa não quer que me case com o implacável Luca Bianchi. E se ele conseguir o que quer, verei essa sepultura prematura.
— Obrigada de verdade, mas minha bolsa está bem leve. – Ela me passa um sorriso acolhedor e na mesma hora acabo me punindo por ter duvidado da boa vontade da senhorinha. Mas o que eu posso fazer? Enquanto divago tentando tirar minha mente do aperto que estou vivendo, alguns minutos se vão. — A senhora sabe me dizer qual o ponto da Quinta Avenida? – Chego a suspirar, pois desta vez não estou indo para a tão conhecida e cheia de classe rua de Nova Iorque que leva o mesmo nome e eu amava passear. — Vixi, menina. Já é no próximo ponto. – Ela olha para o fundo do ônibus onde fica a porta da saída. — Só um milagre para dar tempo de você conseguir descer do busão. – O pânico toma conta de todas as minhas terminações nervosas, pois realmente não vejo como conseguirei tal milagre, e o bus, que deveria ter no máximo cinquenta pessoas, parece que têm pelo menos o triplo. — Obrigada. – Desesperadamente, depois de quase pular para alcançar a cordinha que sinaliza ao motorista que é chegado o meu ponto, peço licença e prossigo para minha saga. Em segundos o ônibus estaciona, para meu desespero ser ainda maior estou consideravelmente longe da porta, incansavelmente peço licença, aumentando o meu tom de voz de forma que não estou habituada, as pessoas notam o meu desespero, em uma empatia coletiva, parecem viver o mesmo pânico que eu e em um ato de amor, que só usuários de transporte público vivenciam, eu ouço: — Esperaaaa aí seu motô. Morro de vergonha por chamar tanta atenção e um outro passageiro prossegue: — Segura o busuuuu pra moça...
O que Taylor Magnus está fazendo aqui? Me encostei na parede com a saia subindo pela minha bunda enquanto me ajeitava na áspera parede de estuque. Eu não a ajeitei. O belo anfitrião, vestido incrivelmente bem, definitivamente percebeu. Enquanto lambia os lábios e andava na minha direção, eu sabia que ele se perguntava se eu estava usando calcinha. - É o bar mitzvah do melhor amigo da filha dele. O que você está fazendo aqui? Senhorita... Ele inclinou a cabeça para baixo e leu o nome no meu crachá de imprensa. Fitzpatrick? Aprendi com o tempo a não ficar nervosa; as pessoas farejam aproveitadoras de longe. Respirei fundo para afastar o medo. - Essa é uma festa e tanto. Trabalho na coluna de sociedade, sabe? Noticiando todo mundo que é alguém. Dei meu sorriso característico, uma expressão bem ensaiada de inocência com uma pitada de sedução. - Muito ousada, você não devia estar aqui. Essa é uma festa particular! Estava claro que ele não ia me dedurar. - Não se eu for convidada. Me abaixei um pouco na parede, fazendo minha saia subir ainda mais. - Clara Fitzpatrick, disse ele, lendo meu crachá. - Um nome muito judeu... - Vem da minha mãe. Então, você acha que Taylor vai passar o projeto da educação? Aquele dá àqueles garotos uma chance real de se educar... com faculdade, alimentação e moradia gratuitos? Eu sabia que estava pressionando, mas o cara sabia muito mais do que estava dizendo. Acho que ele esperava algo do tipo. - Ele deve assinar essa noite. Tem algo a dizer? Endireitei a gravata dele, que estava realmente torta. - Quero dizer, você é o anfitrião do pós Bar Mitzvah, recebendo na própria casa uma lista de convidados muito exclusiva".
Todos não sabiam que eu era uma menina e me olhavam como se eu fosse um homem, um príncipe. Os Urekais, conhecidos como os seres mais fortes e imponentes do mundo, sempre compavam seres humanos para satisfazer seus desejos lascivos. E quando eles vieram ao nosso reino para levar minha irmã, eu intervim para protegê-la. Foi assim que acabaram me comprando também. Meu plano era escapar, mas minha irmã e eu nunca tivemos uma chance. Como eu poderia saber que nossa prisão seria o lugar mais fortificado deles? Eu deveria permanecer discreto, pois eles não viam utilidade em mim, alguém que eles nunca deveriam ter comprado. Mas então o Urekai mais poderoso dessa terra, seu implacável rei, se interessou nesse "lindo príncipezinho". Como poderíamos sobreviver neste reino brutal, onde todos odiavam nossa espécie e não demonstravam misericórdia? E como alguém, com um segredo como o meu, podia se tornar uma escrava sexual? Nota do autor: Este é um romance sombrio para adultos, com vários tópicos delicados, como violência. Se você é um leitor experiente do gênero e está procurando por algo diferente, pronto para começar sem saber o que esperar, então mergulhe nesta aventura! Do autor do best-seller internacional "A escrava mais odiada do rei".
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