Psiquê é uma jovem jornalista que, depois de se formar numa das melhores universidades de NY, procurava uma grande reportagem para alavancar sua carreira e uma proposta um tanto inconvencional se torna o único caminho para conseguir tal feito. Nesse momento, os deuses parecem não só conspirar ao seu favor, como lhe acertam com a flecha do amor ao colocá-la frente a frente com o maior astro da música atual, o misterioso e sedutor Eros, um homem que encanta e seduz a todos com sua voz, mas que nunca mostrou o seu rosto para ninguém, sendo ele o maior segredo cobiçado pelo mundo das fofocas. O que não é segredo é a chama da paixão que ardeu entre eles desde primeiro momento em que se encontraram e, lentamente, se revelou ser um amor sensual e recheado de mistérios, inclusive a identidade do próprio Eros, que permaneceria escondida pela máscara até que fosse ele a mostrá-la. Essa era a única regra, uma regra que Psique não tem certeza se conseguirá seguir, para além de ser constantemente testada pela sua ambição de se tornar uma jornalista reconhecida. Será que ela irá ceder ao desejo de ter fama e reconhecimento ao revelar a todos quem é o grande Eros, ou se deixará levar pelo amor?
"Psiquê... que raios de nome é esse?", ela se perguntava, irritada, enquanto descia as escadas do pequeno apartamento onde morava.
Psiquê era seu nome, mas não fazia ideia do porque seus pais a nomearam como tal. Sabia que aquele era o nome de uma princesa grega, ou algo assim, mas em nada ela se parecia com uma princesa, não financeiramente ao menos.
Em beleza, dependendo da perspectiva, Psiquê talvez se passasse como a realeza. Seus cabelos, longos e naturalmente claros, lhe conferiam um aspecto jovial, seus olhos vívidos e brilhantes tinha um tom de verde similar aos de uma esmeralda e seus lábios, naturalmente rosados, eram grossos e bem desenhados, cheios e, aos olhos de muitos, até apetitosos.
No entanto, sua aparência não lhe trouxe muitas oportunidades na vida, não como todos a fizeram acreditar na infância. Sempre ouvira de seus pais que seria algo grande, que não nascera com tanta beleza por nada. As pessoas sempre foram gentis com ela, desde sempre a tratavam como um pequenino diamante até que, em um belo verão, ela entrou na selva que chamavam de universidade.
Haviam outros que pareciam não se importar com sua beleza ou com suas necessidades e Psiquê descobriu, da pior maneira possível, que pouco importava sua aparência se, no fim, ela não ocupasse seu espaço de forma a se destacar com algo que não fosse seu rostinho bonito.
Enquanto passava pela porta do seu prédio, tentando equilibrar a bolsa nos ombros, ela corria em direção a cafeteria mais próxima, descendo a avenida Pioneer St. Morava no Brooklyn desde que terminara sua faculdade de jornalismo e, ao menos de sua perspectiva, as coisas não estavam indo tão bem.
A loira virou a direita e sem sequer olhar para frente, entrou na pequena cafeteria. Assim como todos os prédios do bairro, aquele também apresentava um estilo de construção antiga, industrial, mas muito bem conservada e bem reformada pelos donos, que já conheciam a loira apressada e, assim que a avistaram foram preparar seu café.
- Atrasada de novo? - perguntou Peggy, a atendente que, vez ou outra, batia papo com Psiquê quando ela não estava com pressa, o que raramente ocorria.
A garota usava uma calça jeans e uma blusa de mangas longas verde que mal podia ser vista, com exceção das mangas, pois era ocultada pelo avental cor de rosa que tinha a logo da cafeteria. Seus cabelos escuros estavam escondidos dentro de uma touca e, diferente do tratamento que ela dava aos demais clientes, Peggy não forçava a simpatia exagerada para Psiquê, estava relaxada.
- E quando eu não estou? Parece que a vida me odeia! - reclamou a loira, pegando seu celular e abrindo o aplicativo para pedir um Uber, torcendo para que não custasse muito caro. - Vou ter que pegar um Uber, de metrô não vai dar pra chegar.
- Seu salário vai todo nessas coisas - Peggy falou revirando levemente os olhos. - Nisso e em café puro e Donuts com cobertura de chocolate, você ainda vai morrer por comer só porcaria.
Dito isto, a garçonete entregou a ela uma bandeja para viagem, um pouco a contra gosto. Apesar da pouca intimidade, Peggy era uma das poucas pessoas com as quais Psiquê realmente conversava quando não estava atolada de trabalho ou levando cafezinho para sua chefe.
- Tá chamando os produtos da sua cafeteria de porcaria? - a loira retrucou, pegando a bandeja e erguendo uma das sobrancelhas enquanto abria o instagram com a outra mão.
- Não posso dizer que é a coisa mais saudável do mundo - murmurou a garçonete, revirando os olhos. - Olha lá, chegou seu carro.
Quando a frase chegou aos ouvidos da jornalista, a loira agarrou com certa força sua bandeja e correu para fora entrando no carro de forma desajeitada e sequer pondo o cinto. Enquanto acompanhava o instagram com os olhos, usando a outra mão para abrir a caixa e comer o que seria sua refeição do dia com toda pressa do mundo, mais uma vez, Psiquê se deparou com alguns tabloides de fofoca e notícias mais curtidas de colegas de curso que, diferente dela, já haviam conseguido conquistar seu papel na industria jornalistica.
"É, garota, parece que só você se ferrou", pensou ela, pegando o primeiro donut e dando uma mordida desgostosa, aproveitando o sabor doce e torcendo para que aquilo melhorasse seu humor. "Que deprimente."
Apesar de saber que, diferente de suas amigas, ela havia conseguido uma vaga numa das revistas mais famosas do estado, The Clio, e, supostamente, em sua área favorita, o glamour não era como imaginava. Mesmo tendo o cargo de jornalista estagiária, não conseguiu conquistar seu espaço e seu tempo estava acabando.
Quando seu estágio chegasse ao fim, não teria outra oportunidade, sendo assim, teria uma carreira falida.
- Mas como eu vou subir nessa porra se todo mundo passa por cima de mim? - ela perguntou, sem sequer notar que havia pensado alto, percebendo o motorista olhar para ela com uma expressão confusa. - Desculpe!
"Preciso mudar isso, preciso de um furo!", ela repetia, para si mesma, enquanto olhava os destaques do Twitter.
Precisava de algo para procurar, de uma notícia tão bombástica que faria todos se lembrarem de seu nome por muito tempo e, com isso, conseguiria ser promovida, quem sabe ganhar até seu próprio tabloide, aquele era seu sonho.
Sabia que no começo, havia tirado a sorte grande por conseguir a vaga, mas nunca imaginou que as coisas seriam tão difíceis. Longe de seus pais, morando num apartamento mediano e tentando sobreviver ao maldito estágio, ela começava a se sentir desesperançosa quanto a sua futura profissão e começava a cogitar retornar para a casa de seus pais e ceder aos pedidos deles para que se envolvesse no negocio de vinho da familia.
Mas seu sonho de ter sucesso na selva de pedras que era New York a impedia de desistir e correr de volta para os braços de seus pais. Não queria passar a vida como suas irmãs, pacatas donas de casa que tinham seus maridos e faziam pilates, sabia que seu destino era outro, precisava ser.
Queria construir sua carreira e aquele estágio era a melhor oportunidade que teria, não havia lugar melhor.
The Clio, com certeza, deixou sua marca no ramo do qual fazia parte. Era uma revista que tratava de diversos temas, desde fofocas até questões sobre saúde e bem estar. Mas, obviamente, o carro chefe eram os tabloides que atualizavam as curiosas de plantão sobre os principais nomes de Hollywood ou sobre os astros da música.
Era, sem dúvida alguma, uma das revistas de mais público e com mais seguidores no instagram e no twitter. Havia lugar melhor para alavancar sua carreira?
"Eu só preciso de uma coisa bombástica", ela pensou, suspirando e enfiando a mão na caixa de donuts.
A loira balançou levemente a cabeça, repreendendo-se internamente enquanto enfiava o último donut na boca sujando os lábios quase que completamente com a calda de chocolate e deixando as bochechas estufadas e cheias da massa doce e com um leve gosto de limão.
Enquanto olhava pela janela, Psiquê viu o grande prédio, com a fachada completamente envidraçada, se apresentar logo à frente. As letras em dourado, que brilhavam com a luz do sol, não deixavam que ele passasse despercebido, The Clio era o maior da região e representava muito bem a posição da revista diante de suas concorrentes, afinal, dentre os tabloides de fofoca ele era o melhor e mais atualizado.
Enquanto tirava apressadamente o dinheiro do bolso, a loira ajeitava a bolsa sobre o ombro com a mão livre. Assim que encontrou os poucos doláres que ainda lhe restavam do salário do último mês, ela praticamente os jogou no banco do carona e, ao mesmo tempo, abriu a porta, pulando para fora do carro e levando consigo sua caixa e seu copo de café, intocado até então.
Seus passos eram apressados, como os de todos os trabalhadores que ainda não estavam dentro do prédio, estava quase atrasada e todos sabiam que Clio odiava atrasos.
Enquanto jogava sua caixa vazia na primeira lixeira que havia visto pela frente, Psiquê pensava em como alguém tinha tamanha pretensão de nomear uma revista de fofoca com seu próprio nome, porém apesar da clara demonstração de ego, Clio havia tirado a sorte grande, afinal, havia construído um império invejável.
- Foi por pouco hoje, em! - ela ouviu a voz de Pollux ecoar pelo grande corredor que levava até os elevadores.
- Você não me deixa em paz, né? - reclamou ela, afinal, o homem quase nunca a deixava sozinha, principalmente nas primeiras horas da manhã.
Pollux era seu superior, um dos jornalistas que tinha a confiança de Clio, isso lhe dava alguns privilégios. Junto a seu irmão, que estranhamente se chamava Castor, ambos formavam uma dupla que, depois da chefe, era a mais temida de todos os 30 andares que compunham a sede da Clio.
Enquanto Castor supervisionava as equipes já experientes, Pollux sempre cuidava dos estagiários e, em especial, das estagiárias. Sendo um dos braços direitos da chefe, a maioria das moças caíam em suas graças para conseguir uma promoção mais rápida para a equipe sênior.
Obviamente Pollux adorava aquilo e, na maioria das vezes, ele conseguia ficadas longas e muito divertidas com todas as estagiárias, menos com uma, e isso o fazia tornar o trabalho dela duas vezes mais difícil. Psiquê sabia como o esquema funcionava, suas colegas já haviam dito a ela, várias e várias vezes, como conseguir a promoção mais rápido. Porém, ainda não estava tão desesperada.
Não que Pollux fosse horrendo, pelo contrário, tinha cabelos ruivos e uma barba que chegava a ser charmosa, apesar de ser pequeno e um pouco irritante. Mas Psiquê ainda tinha um pouco de dignidade, não estava em seus planos transar por uma promoção.
- Eu ainda sou seu chefe, sei que em dois meses você vai ser chutada daqui, mas ainda me deve respeito - ele retrucou, já irritado com a fala sarcástica da loira. - Clio mandou que você levasse o café.
Dito isto, Pollux seguiu para a direção oposta, estranhamente, naquela manhã, ele parecia mais interessado em outras coisas do que em tirar a paz da estagiária. Enquanto levava seu próprio copo de café aos lábios, constatando que a sua bebida quente favorita agora estava gelada e intragável, a loira apertou o botão do 20° andar.
Não demorou muito para que ela chegasse até lá, seguindo de forma desanimada em direção a copa para preparar o café da chefe. Enquanto caminhava pelo corredor, sentia um olhar ou outro sobre suas costas. A maioria dos funcionários se perguntava porque ela ainda estava ali se, mesmo tendo cursado sua faculdade numa das melhores do norte do estado, parecia não passar de um enfeite na equipe.
- Bando de abutres - murmurou, entrando na copa e começando a preparar o café da forma que sabia que Clio gostava.
Demorou cerca de quinze minutos para voltar ao elevador com a bandeja em mãos, nela repousava uma pequenina garrafa térmica, uma xícara e um pequeno potinho com cubos de açúcar que ela sabia que não seriam usados. Em menos de 5 minutos a porta se abriu, dando a ela passagem livre para o último andar do prédio e, consequentemente, a colocando na frente da sala da sua chefe.
Após bater três vezes, torcendo para conseguir equilibrar a bandeja em somente uma das mãos enquanto o fazia, ela entrou na sala, que permanecia silenciosa. Clio estava em sua mesa com seu notebook aberto e os olhos castanhos concentrados na tela. Atrás dela, uma parede repleta de prêmios, tanto dela quanto da revista.
O local era enorme, com uma parede toda em vidro que dava uma vista exuberante da cidade que nunca dormia. Havia poucos móveis, nada além de um sofá bem confortável, uma mesa de centro sobre o carpete felpudo que a fazia andar desajeitadamente enquanto tentava se equilibrar. Além disso, havia uma grande estante numa das paredes e, depois, somente a grande mesa que ocupava o centro e a poltrona branca onde, confortavelmente, Clio se acomodava.
Via-se de longe que ela era uma mulher firme, para não dizer rude. Tinha 47 anos e uma expressão de poucos amigos no rosto bonito, sua pele era negra e sua cabeça era raspada, deixando nada além de marcas baixíssimas dos fios. Tinha lábios grossos e um nariz bem marcado, vestia-se de forma elegante e, qualquer um que a visse, saberia que ela era uma mulher extremamente importante somente por sua postura.
- Senhora, eu trouxe seu... - mas Psiquê não teve tempo de terminar sua fala.
- Eu não entendo porque uma figura pública esconde o rosto assim - reclamou Clio, sem sequer erguer os olhos. - Isso é tão antiquado...
A voz dela era reflexiva, porém, sua expressão mostrava sua irritação. Lábios comprimidos, sobrancelhas franzidas, ela certamente estava de péssimo humor.
Naquele momento, Psiquê entendeu porque Pollux a havia mandado ali, certamente queria se vingar pelos foras frequentes que recebia colocando-a na linha de fogo da chefe em um de seus piores dias.
- Perdão... mas do que está falando? - perguntou ela, tentando aproveitar-se do momento para estabelecer um diálogo.
Para o azar de Pollux, ela sempre foi muito observadora e, enquanto esperava sua resposta, deixou o café sobre a mesa exatamente como já havia visto os outros fazerem vez ou outra, quando os acompanhava para carregar papéis ou caixas com as edições da semana.
- Como assim do que estou falando? - a mulher perguntou, finalmente erguendo o rosto e pegando a xícara, olhando para ela como se fosse uma completa idiota. - Dele, é claro!
Clio virou o notebook para Psiquê, que viu uma matéria da própria revista sobre o homem que estava no auge há quase dois meses. A agenda lotada, o carisma digno de um astro do Rock, além da sensualidade que fazia todas as moças do estado e de fora dele soltarem suspiros apaixonados mesmo sem nunca terem visto o rosto dele.
Aquele era Eros, o homem que era o sonho erótico de todas a smulheres que o conheciam e o pesadelo de qualquer paparazzi. Ninguém sabia quem ele era de fato, qual seu nome de verdade, sequer conheciam seu rosto, ele era um completo mistério e aquilo somente o tornava ainda mais famoso e conhecido.
Ele surgiu na indústria do rock do nada cantando com uma voz rouca e sensual que logo encheu os ouvidos de todos que gostavam de um bom galã e, em poucos dias, ele já ocupava as paradas e estava entre os mais ouvidos no ranking Billboard.
Todos o conheciam e Psiquê não era diferente. Já sabia de cor os maiores sucessos e não pode evitar a expressão de curiosidade ao saber que sua chefe parecia tão curiosa quanto ela.
- Todos estão atrás desse cara, mas parece que a mídia só sabe dele o que ele quiser! Isso é tão frustrante! - reclamou, mais uma vez, Clio.
- Bem, talvez devesse tentar meios diferentes, já que os convencionais não estão funcionando - ela falou, tentando soar despretensiosa, enquanto se afastava da mesa.
Clio pensou um pouco, erguendo o olhar para a loira e a observando por alguns instantes. Lembrava-se vagamente da presença da estagiária, sabia que ela nunca havia feito nada de realmente produtivo, no entanto, diferente do que imaginava, também tinha a noção de que Pollux não facilitava a vida da pobre moça.
Erguendo uma das sobrancelhas grossas enquanto descia os olhos castanhos pela loira a sua frente, Clio sorriu, talvez aquele fosse o meio não convencional que ela precisava. Apesar das poucas informações, era de conhecimento geral que Eros atraía-se muito por belas moças e que, normalmente, cedia entrevistas apenas para quem lhe agradasse os olhos, o que ainda não havia acontecido com as jornalistas da Clio, para o desgosto da chefe.
- Sabe garota... você tem razão, eu deveria apostar nos meios não convencionais - ela falou, com um tom sugestivo que fez Psiquê ver diversas bandeiras vermelhas tremulando a frente, avisando que aquela conversa poderia dar em algo que não seria tão favorável. - Você tem compromisso no sábado?
A pergunta era somente uma mera formalidade, afinal, Clio sabia que ela jamais diria que sim, pelo contrário, o brilho ambicioso no olhar da garota que estava a sua frente dizia claramente que estaria mais que disposta para fazer qualquer coisa que ela pedisse por um furo, por um pouco de fama e, talvez, uma promoção.
- Nenhum, senhora - respondeu Psiquê, sentindo o coração acelerado.
Jamais imaginou que a conversa seria aquela, nunca cogitaria que de uma hora para outra, sua chefe mostraria interesse em lhe oferecer proposta alguma e, enquanto a encarava pelo que pareceu uma eternidade, a loira rezou para qualquer divindade que a ouvisse para que aquele fosse o impulso que ela precisava.
E foi.
- Agora você tem - Clio decretou, com um sorriso malicioso nos lábios. - Acho que, com os reparos certos, você vai chamar atenção o bastante e, se for esperta como eu acredito que é, fará bom uso da oportunidade.
Psiquê uniu as sobrancelhas, certamente, aquela não era a frase que ela esperava.
"O que ela quer dizer com isso?", ela se perguntou, não conseguindo refrear a expressão de surpresa que dominou seu rosto, fazendo suas sobrancelhas se unirem e os olhos se estreitarem.
Clio percebeu a confusão no olhar da loira e revirou os olhos, suspirando pesadamente antes de se levantar, pondo a xícara em sua mesa e caminhando até sua estagiária, que encolheu os ombros diante da mulher a sua frente, que tinha uns bons centímetros a mais que ela em altura.
- Você vai ganhar a passagem vip da revista para o próximo show dele e, eu espero, que saiba usar essa sua carinha bonita para conseguir respostas - ela falou, se aproximando o suficiente para fazer a loira prender a respiração de nervosismo. - Se fizer direito, isso pode te levar ao topo, garota!
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