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Lia Scussel acaba de levar um pé na bunda do namorado, que terminou o romance por telefone. Determinada a superá-lo, a jovem universitária se arruma e vai para uma noite de balada com sua melhor amiga. É nesta noite que conhece um homem mais velho, sedutor e que a trata como mulher, não uma garotinha. E ela adora isso. Ela ama isso! O que Lia não esperava, no entanto, é que após se entregar ao homem perfeito, ele fosse desaparecer e não mais responder suas mensagens. Como se não fosse o bastante, ao iniciar mais um semestre na faculdade, ela descobre que o amante fujão é seu mais novo professor de filosofia... mas este é apenas o início de uma história cheia de reviravoltas! Consumida por uma paixão voraz, Lia não consegue lidar com a rejeição e se fecha completamente para o amor... mas durante um intercâmbio na Austrália ela conhece um diplomata encantador e mais do que disposto a ter sua chance de conquistá-la. Será que Lia está pronta para se render a um novo amor, ou ser rejeitada pelo professor teria deixado cicatrizes irrecuperáveis em seu coração?
DIAS ATUAIS
Um dia minha mãe me disse:
"A vida é cheia de amores e um deles será o certo, aquele que vai se
encaixar perfeitamente no seu coração."
Dez anos se passaram desde que ouvi essas palavras.
Levou algum tempo até eu entender o que ela quis dizer.
Já tive alguns amores nesta vida, alguns deles me deixaram boas
lembranças, outros nem tanto, mas todos me serviram de aprendizado.
Nenhum dos meus amores foi desperdiçado, de cada um deles eu tirei uma
lição, mas a principal delas, a que levo até hoje como um mantra e que
costumo dizer em voz alta todos os dias ao me olhar no espelho, antes de sair
do quarto e viver o meu dia é:
- Simplifique, não complique!
Foi assim que nasceu Talia Price, meu novo eu.
Quando me casei com Richard e nos mudamos para Londres, eu sabia
que seria definitivo.
Foi amor à primeira vista.
Estou falando de Londres, não do meu marido.
Com Richard as coisas foram um pouco mais devagar, mas de qualquer
forma era definitivo. Estávamos casados há quatro anos e não me imaginava
vivendo de outra forma a não ser em sua companhia. Ele foi se encaixando
perfeitamente no meu coração e finalmente aceitei que era a pessoa certa e
que me faria feliz.
- Oi, amor. - Richard me deu um beijo na testa assim que saiu do
banheiro.
Estava lindo em seu terno azul-marinho. O cabelo castanho com um leve
tom dourado contrastava com a pele alva e os olhos de um leve azulacinzentado.
Meu marido era tão lindo como quando nos casamos.
Percebendo que o estava analisando, Richard semicerrou os olhos e fez
seu típico beicinho sedutor.
Ah, sim!, meu marido sabia ser sexy propositalmente, mas em grande
parte do tempo ele nem sequer se esforçava, era tão natural quanto respirar.
Sua elegância com certeza foi herdada do pai inglês, mas, a sua sensualidade
foi da mãe brasileira.
Meu James Bond particular não era um superagente secreto, mas suas
missões diplomáticas para a embaixada brasileira o afastavam de mim por
bastante tempo. Por isso eu o admirava sempre que estávamos a sós, era
como se tentasse capturar sua imagem para minhas lembranças, seu sorriso
torto e seu olhar penetrante me seduziam todos os dias.
Eu sabia que era uma mulher de muita sorte.
- Se ficar me olhando desse jeito, vou levar um belo esporro do
embaixador, porque eu estou prestes a tirar toda a minha roupa - disse
fazendo um gesto dramático para si mesmo, em seguida apontou para mim
com o semblante sério, mas totalmente falso. - E a sua roupa.
Sorri ternamente.
- Proposta tentadora, mas vou ter que recusar - desconversei.
Meu marido era sério demais, profissional demais e eu jamais o faria
sujar sua imagem diante do embaixador.
- Tenho que terminar meu relatório para a loja de antiguidades do Sr.
Smith.
- Aquela da Church Street?
- Uhum.
Ele deu um sorriso debochado.
- Você pode me trazer um souvenir?
- Que tal um queijo? - Pisquei para ele.
- Do mercado de laticínios? - Fez uma careta. - Dispenso! Pode ser
um relógio de bolso, de algum famoso da realeza antepassada.
- Ei, não brinque com isso - repreendi. - A loja do Sr. Smith é
pequena, mas ele tem itens realmente valiosos lá. Avaliar as peças e traçar
um perfil histórico para elas aumenta a possibilidade de venda e a
valorização, já que torna as peças ainda mais interessantes.
- Tudo bem, você é minha contadora de histórias favorita. Mas eu
preciso ir trabalhar.
Fomos até a sala, onde o desjejum estava servido. Marie iniciava seus
serviços bem cedo, para que tudo estivesse pronto assim que levantássemos.
Richard serviu-se de uma xícara de chá e nem sentou para tomá-la.
- Ei bonitão, senta aí e beba esse chá direito. - Empurrei seus ombros
para baixo, fazendo-o se sentar. - Ainda tem cinco minutos antes de sair de
casa.
- Você acordou mandona demais! - Brincou com um sorriso
malicioso no rosto. - Sempre que eu te deixo ficar por cima você acorda
assim, toda dominadora.
- Pare com isso, a Marie pode ouvir!
- Não está mais aqui quem falou.
Tomamos o desjejum em silêncio, Richard se despediu assim que o
motorista o chamou, indo para a embaixada. Continuei tomando meu café,
devagar, deliciando-me com o croissant de chocolate que Marie tinha
preparado.
Aquela mulher tinha mãos de fada na cozinha.
Richard não gostava de dirigir, por isso tínhamos Donald, o motorista,
que era companhia constante de Richard e o acompanhava durante o
expediente na embaixada. Por outro lado, eu amava dirigir e tinha meu
próprio carro.
Meu trabalho como freelancer exigia que eu me locomovesse para
qualquer lugar, a qualquer hora, portanto não queria usar dos serviços de
Donald e tirá-lo de Richard. Além disso, preferia ir sozinha.
Cheguei à loja do Sr. Smith eram quase oito horas, antes disso, enrolei
um pouco pelo Alfies, uma antiga loja de departamento com mais de setenta
comerciantes, espalhados por quatro andares. Como boa historiadora que era,
eu me encantava com tudo que lembrasse o antigo, passear por aquelas
lojinhas poderia não ser um grande desafio, mas me animava e gostava de
perambular por ali antes de iniciar um dia de trabalho.
O Sr. Smith estava atendendo um cliente quando entrei no
estabelecimento.
- Bom dia - cumprimentei os senhores com um gesto rápido de
cabeça.
- É com essa moça que você deveria conversar. - Ouvi o Sr. Smith se
referindo a mim para o homem à sua frente.
Observei-o com atenção para ver se o reconhecia, mas não. Nunca o
tinha visto na vida.
Franzi a testa e aguardei que me chamassem.
- Sra. Price, este homem está procurando uma especialista para ajudálo na organização de uma grande exposição.
Meus sentidos ficaram em alerta.
Organizar uma exposição?
Seria um sonho!
- Olá. - Aproximei-me do homem que aparentava uns sessenta anos.
- Sou Talia Price. No que eu poderia ser útil, senhor...
- Lewis, meu nome é Charles Lewis - Apresentou-se cordialmente,
exibindo um sorriso simpático que me deixou aliviada.
Eu odiava apresentações formais, nunca sabia o que dizer.
Todavia aquele nome...
- Espere aí, o senhor é diretor do Museu Britânico, estou certa? -
perguntei com expectativa.
- Sim, o próprio - confirmou o que eu já imaginava.
Meu sorriso não poderia ter sido mais radiante. O famoso "de orelha a
orelha".
- Sou grande admiradora do seu trabalho, a exposição daquelas oito
múmias do Egito e Sudão foi estupenda! - Eu parecia uma adolescente
diante de seu ídolo teen do momento. - Superou aquela sobre a Dinastia
Ming, mas fiquei igualmente impressionada com a riqueza do material
histórico. A curadoria dessas exposições temporárias é realmente impecável.
Parabéns.
- Vejo que a senhorita é apaixonada por história - Observou bastante
satisfeito. - As exposições têm sido um sucesso, temos recebido mais de
doze milhões de visitantes por ano. Não estou entre os curadores dessas
exposições temporárias, mas sou quem os seleciono, portanto, aceito o elogio
e repassarei aos verdadeiros responsáveis.
- Desculpe o meu entusiasmo - disse corando -, mas tenho visitado
o museu desde que me mudei para Londres e nunca tive a oportunidade de
conhecê-lo, Sr. Lewis. É um grande privilégio para mim.
- O privilégio é meu. Paul estava me falando sobre o seu trabalho, ele
me deu ótimas referências suas.
Paul, o Sr. Smith, nunca havia mencionado que conhecia o diretor
Lewis. De certa forma, ser lembrada por alguém como referência seria ótimo
para o meu currículo.
- Nunca trabalhei em um grande museu, mas me envolvi bastante em
trabalhos freelancer para colecionadores, casas de leilões e lojas de
antiguidades.
- Qual exatamente é a sua especialidade?
- História Antiga e Medieval.
Ele pareceu ficar feliz com a minha revelação.
- Talvez a senhorita seja quem eu esteja procurando.
- Senhora. Sou casada.
- Ah, sim!, perdão. Mas como eu disse anteriormente, Sra. Price, talvez
seja a pessoa ideal para o trabalho.
Um frio na barriga tomou conta de mim ao ouvir a palavra trabalho.
- Que trabalho?
- Estou em busca de uma nova curadoria, responsável para a próxima
exposição temporária no museu.
Meus olhos brilharam com a possibilidade.
- O senhor está falando sério?
Charles Lewis franziu o cenho, parecendo um pouco confuso.
- Por que eu não estaria?
- Ah, desculpe. É que nunca ouvi falar de uma curadora mulher
trabalhando no Museu Britânico.
- Realmente, tivemos poucas mulheres trabalhando como curadoras no
museu, principalmente nas últimas exposições. Isso não significa que temos
alguma restrição quanto à contratação de profissionais do sexo feminino,
apenas que homens tenham se destacado para a vaga, com um currículo mais
rico. Antes que a senhora me entenda mal, venho a esclarecer que esse fato se
dá pelas candidatas terem família constituída, portanto os filhos e marido são
sempre a prioridade, já os homens, na ocasião, tinham um currículo mais
extenso por serem solteiros e se dedicarem inteiramente aos estudos e ao
trabalho.
- Entendi. Sou uma mulher casada, mas acredito que meu currículo
acadêmico e profissional seja bem amplo para minha idade.
- Posso perguntar quantos anos a senhora tem, com todo o respeito do
mundo, é claro.
Essa coisa de que mulheres não gostavam de revelar sua idade era um
pouco ultrapassada. Ao menos, eu nunca me importei em dizer a minha, mas
talvez fosse porque ela ainda não era avançada demais.
- Vinte e nove anos, desde a semana passada.
O senhor Lewis retirou a carteira do bolso e, abrindo-a, sacou um cartão
e o estendeu em minha direção.
- Encaminhe-me um currículo seu, para o museu. Se possível, entregue
pessoalmente à minha secretária, no setor administrativo. Diga-lhe que eu
pedi que levasse. Irei analisar as referências e em breve entro em contato com
você para uma entrevista formal. Tudo bem?
Se estava tudo bem para mim?
Estava ótimo!
Richard nem acreditaria quando eu lhe contasse.
- Claro, seria um sonho poder fazer parte de uma exposição no Museu
Britânico.
- Não está nada concretizado, mas há grandes possibilidades. Agora,
preciso ir.
- Foi um prazer conhecê-lo, Sr. Lewis.
- O prazer foi todo meu, Sra. Price.
Despedindo-se em seguida do Sr. Smith, o Sr. Lewis saiu pela porta do
antiquário enquanto eu permanecia de queixo caído, mas acreditando que
aquilo realmente estava acontecendo comigo.
- Vamos ao trabalho, Sra. Price? - O Sr. Smith me tirou dos
devaneios e acordei para a realidade.
- Mas é claro! - Eu não conseguia tirar o sorriso do rosto. - Muito
obrigada por me recomendar, Paul Smith.
Passei a manhã toda redigindo os documentos necessários para as peças
que o Sr. Smith havia solicitado. Assim que assinei e carimbei as páginas,
expliquei a ele algumas dicas para seduzir os clientes e fazê-los se interessar
ainda mais pelas peças.
Encerrando o trabalho no pequeno antiquário, recebi meu pagamento em
dinheiro, conforme o combinado, e fui embora da Church Street.
****
Um emprego como curadora honorária do Museu Britânico seria um
sonho se realizando.
Jamais me imaginei com um cargo de tamanha responsabilidade.
Sabia que era muito competente, que meu currículo era bem extenso e
minhas especializações bastante significativas, mas nunca me candidatei a
uma vaga tão conceituada, mesmo que meu sonho de juventude universitária
tenha sido trabalhar lá.
De todos os museus de Londres, o Britânico era meu favorito.
Foi o primeiro museu nacional público do mundo, em funcionamento
desde 1753, com entrada gratuita aos visitantes. O Museu Britânico possuía
um arsenal com mais de oito milhões de artefatos históricos. Embora nem
todas as peças estivessem em exibição, já que muitas delas ficavam
guardadas em depósitos, elas pertenciam a diversas fases da história cultural
da humanidade, desde o início dos tempos até os dias atuais, o que
significava mais de dois milhões de anos. Ter acesso a alguns dos artefatos
guardados seria no mínimo excitante. Imaginar-me pesquisando e
descrevendo as peças, elaborando uma exposição, era mais do que eu
ambicionaria para minha carreira como historiadora.
Cheguei em casa a tempo para Marie preparar um almoço rápido. Queria
contar ao Richard sobre o encontro com o Sr. Lewis, pois sabia que ele
ficaria extasiado com a possibilidade tanto quanto eu.
Desde que nos mudamos para Londres e obtive meu grau de mestre na
universidade de Aberdeen, Richard me incentivou a procurar emprego ou
algum estágio em museus renomados da capital britânica.
Sempre fui afiada para correr atrás dos meus estudos e ambicionei ser
uma grande profissional, com um currículo invejável, mas quando se tratava
de dar a cara a tapa e me aventurar em um museu renomado, eu era a
primeira a desistir da ideia. Sentia-me tão insegura e o medo de ser recusada
acabava falando mais alto.
Quando o Sr. Lewis disse que existia uma grande possibilidade, algo
dentro de mim despertou para que todo aquele medo e insegurança fossem
por água abaixo. Era uma grande oportunidade, quase nenhuma mulher tinha
conseguido o cargo de tamanha importância.
Eu seria uma dama em meio aos cavalheiros, o que era bastante
desafiador.
Não quis incomodar Richard no trabalho, optei por contar a novidade
assim que ele estivesse em casa. Pedi à Marie que preparasse um jantar
especial para nós e deixasse a mesa posta.
Redigi meu currículo e como tinha a tarde livre, aproveitei para ir até o
Museu Britânico a fim de entregá-lo no setor administrativo. Não queria
parecer afobada demais, mas também não queria ser esquecida e preferi ir o
quanto antes para que Charles Lewis pudesse se impressionar comigo e me
contratar.
****
Chegando ao museu, admirei a praça coberta. Sempre me impressionava
a beleza daquele lugar, as paredes todas em tons claros, com pilares gigantes
e o teto de vidro.
Eu moraria naquele lugar, mesmo que para isso precisasse dividir o
espaço com múmias.
Assim que entrei no setor administrativo, pedi para ser encaminhada até
a secretária do diretor Lewis. Um senhor gentil, com uniforme da segurança,
encaminhou-me até uma moça chamada Lane.
- Boa tarde, sou Talia Price. Estive nessa manhã com o diretor Charles
Lewis, ele pediu que eu viesse pessoalmente trazer meu currículo e que o
entregasse em suas mãos, aos cuidados dele.
A moça me observou por um pequeno período, mas continuou sorrindo
quando aceitou o meu envelope.
- Deixarei imediatamente na mesa do Sr. Lewis.
- Obrigada.
Não querendo interromper o trabalho de Lane, despedi-me cordialmente
e saí da área administrativa. Aproveitei que já estava por ali e fiz um pequeno
tour por algumas galerias do museu, das quais estavam algumas exposições
temporárias.
Passeando e observando tudo, peguei-me imaginando como seria
perfeito se eu finalmente conseguisse o emprego dos meus sonhos.
Já em casa, despedi-me de Marie que havia deixado tudo pronto para o
jantar.
Tomei um banho e me arrumei para esperar por Richard.
Não aguentando de ansiedade, enviei uma mensagem para o celular
dele, pedindo que chegasse cedo, pois eu tinha uma novidade para dividir.
Conhecendo Richard, ele já estava maquinando as possibilidades e
chegaria assim que pudesse.
Não demorou muito para que eu ouvisse o barulho da porta do hall se
abrindo. Corri até meu marido e joguei-me em seus braços, deixando-o
surpreso e todo sorridente.
- O que significa isso, mulher? - perguntou em meio aos beijos que
eu depositava por todo o seu rosto. - Saudade?
Richard me segurava no colo enquanto eu firmava minhas pernas,
enlaçadas em torno de sua cintura. Ao chegarmos na sala ele se sentou no
sofá, mantendo-me em seu colo. Apertando minha bunda com um pouco mais
de força, colou sua boca na minha em um beijo quente e avassalador.
Não havia como descrever seus beijos.
Tudo em Richard era intenso e sensual, sem meio termo.
Desde que nos conhecemos foi assim.
Atração imediata, a necessidade do toque, da pele contra a pele.
Enquanto nossas línguas dançavam na mesma sintonia, Richard passava
suas mãos por todo o meu corpo, puxando-me contra si.
- Te amo... Te amo... Te amo... - sussurrou ao pé do meu ouvido,
mordendo o lóbulo da minha orelha, assoprando meu pescoço, causando-me
arrepios na espinha, fazendo-me fechar os olhos e me entregar ao prazer do
seu toque.
- Também te amo...
Richard sempre foi o mais carinhoso de nós dois. Aquele que não tinha
medo de demonstrar os sentimentos, eu sempre fui mais travada, reservada
com as três palavrinhas. No momento que me senti pronta, quando finalmente
entendi que ele era o homem com quem eu passaria o resto da minha vida,
não tive medo de dizê-las, de fazê-lo ouvi-las e saber que vinham direto do
meu coração.
Fizemos amor ali mesmo, no chão da sala.
Lento.
Sem pressa.
Desfrutando um do outro.
Estávamos deitados, abraçados e nos olhando sem dizer nada.
Richard sorria feito bobo e eu retribuía.
- Por favor, me diga que vamos ter um bebê...
Meu corpo se retesou e em um gesto involuntário me sentei
apressadamente, encarando-o perplexa, como se ao invés de perguntar se eu
estava grávida ele tivesse pedido o divórcio.
- Por que você acha que estou grávida? - perguntei com calma,
recuperando-me do susto.
Richard continuou sorrindo, achando graça da situação.
Sentando-se ao meu lado ele alisou meus ombros, suas mãos quentes me
faziam querer derreter em seus braços.
- Você disse que tinha uma surpresa, assim que cheguei se atirou em
mim e então aqui estamos, no chão da sala. Enquanto eu te observava,
pensava em como seria ter uma menininha com as suas feições. Por alguns
segundos pude fantasiar estar segurando um filho nosso nos braços, e em
como você seria uma mãe maravilhosa.
Impossível não me emocionar com aquelas palavras.
Acariciei o rosto do meu marido que em momento algum parou de me
fitar com um sorriso.
- Não estou grávida - contei em um sussurro. Não queria decepcionálo. - Nem sabia que você queria ter um bebê.
- Ei, não estou te pressionando. Apenas me antecipei em perguntar. É
claro que quero ter um filho seu, mas não precisa ser agora se não quiser.
Temos tempo.
Respirei aliviada.
No fundo tive medo de que o desejo de ser pai se tornasse um problema
entre nós, havia muitas coisas que eu queria fazer antes de ser mãe, não me
sentia preparada, ainda queria realizar outros sonhos antes da maternidade.
- Tudo bem, me assustei um pouco. Também quero ter um filho seu,
mas por que não um menino com esses olhos azul-acinzentados? - Brinquei
para descontrair.
- Seja menina ou menino, será um pedaço nosso e eu vou amá-lo mais
que tudo na vida.
Richard recomeçou seus beijos e se aprofundou novamente nas carícias,
pude sentir que ele estava mais do que pronto para o segundo round, mas o
jantar iria esfriar, se já não o tivesse.
- Amor... podemos continuar isso mais tarde, na nossa cama. Marie
preparou um jantar especial e, além disso, quero conversar com você.
Diminuindo as carícias pelo meu corpo, Richard fez seu biquinho
sedutor e não resisti meus impulsos de mordê-lo.
- Ai! Você é uma vampira. - Fez-se de ofendido.
- Sabe que tenho fetiche pelos seus lábios carnudos. Principalmente
quando faz esse biquinho lindo.
- É assim que você quer deixar para mais tarde? Provocando-me desse
jeito?
Levantei, fugindo de seu toque, e comecei a vestir minhas roupas.
Que se demorasse ele me faria mudar de ideia.
- Vamos jantar e conversar, depois poderemos tomar um banho juntos,
o que você acha?
Levantando-se também, começou a se vestir com pressa.
- Estou faminto e curioso.
Jantamos em silêncio, saboreando o delicioso risoto e um vinho da
adega de Richard.
Após o jantar, deitamos no sofá e assistimos um pouco de televisão, meu
marido era expectador do telejornal noturno e só desligou o aparelho ao final
do programa.
- Você vai me contar como foi seu dia hoje?
- Terminei meu trabalho na loja do Sr. Smith.
- Ele deve ter ficado muito satisfeito com o resultado.
- Ficou sim, inclusive, quando cheguei à loja, ele estava me
recomendando para Charles Lewis.
Richard franziu a testa, tentando se lembrar de algo, ou alguém.
- Esse Charles é o diretor do Museu Britânico, você praticamente
endeusa o cara.
- Eu não faço isso! - retruquei. - Mas ele é brilhante. Tive a
oportunidade de conhecê-lo nesta manhã e adivinha? O Sr. Lewis pediu que
eu enviasse um currículo através de sua secretária, pois estava bastante
interessado nos meus serviços e havia recebido boas recomendações,
inclusive do Sr. Smith.
- Isso é maravilhoso! - Seu semblante não deixava dúvidas do quanto
ele se sentia orgulhoso de mim. - Pode ser a oportunidade que você tanto
desejava.
- Não é? Nem acreditei quando o vi, quase me belisquei para ver se
estava sonhando.
Richard soltou uma gargalhada gostosa.
- Eu gostaria de ter visto essa cena, caso acontecesse.
- Sem piadinhas, amor. Deixe-me terminar: hoje à tarde fui até o
museu e deixei meu currículo com a secretária. Só preciso aguardar que entre
em contato.
- Mantenha a calma e não fique ansiosa demais. Você é uma
profissional muito competente e tenho certeza que essa vaga será sua. Assim
que receber a resposta, que será positiva, iremos comemorar.
- E que tal eu dar um banho em você agora? - sugeri dando a ele um
olhar cheio de promessas.
- Excelente ideia.
Ela sacrificaria tudo pela família, até mesmo a própria liberdade. Ele, uma fera mascarada de homem, viu nela mais do que uma simples presa. Desesperada para salvar sua mãe e evitar perder o lar que foi conquistado com tanto esforço, uma jovem ousa entrar no obscuro mundo dos acompanhantes de luxo. Ela não esperava ser escolhida, ainda mais por alguém tão perigoso. Ele é uma criatura de outro mundo - dois metros de pura tentação, com olhos que prometem segredos sombrios e um desejo animalesco que a coloca no centro de sua vingança. O acordo deveria ser simples, mas ela descobre que está lidando com mais do que um bad boy: ele é o caos personificado. Agora, presa em um pacto que mistura prazer, perigo e obsessão, ela precisa decidir se sobreviverá a essa conexão devastadora... ou se será consumida por ela. "No limite entre o desejo e a destruição, cada escolha pode ser fatal - ou deliciosamente inevitável."
Fornicação é pecado. Como se lê, devemos fugir da imoralidade sexual. Qualquer outro pecado que uma pessoa comete é fora do corpo, mas a pessoa sexualmente imoral peca contra o seu próprio corpo. Eles nos ensinam que esses pensamentos, essas ações, são imorais. Mas aquele lado obscuro que vive dentro de todos nós, a verdadeira natureza do homem, nos leva a buscar a necessidade que queima por dentro, exigindo ser libertada. No fundo de nossos ossos está aquela necessidade intrínseca, desesperada para escapar. Um comportamento inato, aparentemente fora de nosso controle. Aquele que grita pelos pecados que eles nos dizem que estão condenando. Aero é a garganta de onde eu grito. As partes sombrias de mim que quero esconder deste mundo são tudo o que ele vê quando me olha por baixo de outra máscara. Ele é o demônio me afogando em meus próprios desejos ocultos. Ele pode nunca parar. Não até eu sucumbir às minhas verdades, ou morrer sob o peso de seu aperto implacável. Porque, segundo ele, a vida que tenho levado é um inferno muito pior do que a morte.
Na sombria paisagem do submundo dos Estados Unidos, uma jovem herdeira de uma poderosa família da máfia é forçada a seguir três regras rigorosas para garantir sua liberdade: não se apaixonar, não se casar e evitar chamar a atenção. Quando um ataque violento coloca sua vida em perigo e sua família não pode resgatá-la, surge uma proposta inesperada de um poderoso líder rival: ele oferece proteção em troca de um casamento forçado. Enquanto luta para proteger os segredos perigosos de sua família, ela se vê cativada pelo charme sombrio de seu novo noivo. Conforme eles tentam construir uma relação em meio a segredos, sedução e perigos constantes, ela percebe que ele esconde mais do que revela. Enquanto os inimigos continuam a caçá-la, ele está determinado a destruir qualquer um que ameace o que considera seu.
Um senador poderoso e influente, marcado por um escândalo do passado, está concorrendo à presidência do país. Para manter as aparências, ele precisa de uma esposa, mas está determinado a não se envolver emocionalmente. A solução? Um casamento por contrato, onde ele pretende manter uma relação fria e distante. Do outro lado, uma jovem mulher luta para cuidar de sua irmãzinha com um problema cardíaco delicado, enquanto enfrenta a falência iminente de sua família. Forçada por seu pai e madrasta, ela aceita se casar com o senador, sem saber que será usada em um plano cruel contra ele. À medida que os dois começam a conviver, a atração entre eles cresce inesperadamente. O que começou como um acordo de conveniência se transforma em um sentimento avassalador. No entanto, quando segredos são revelados, o senador descobre que ela está aliada a um inimigo inesperado e passa a desprezá-la. O que ele não sabe é que ela guarda um segredo capaz de mudar tudo: a existência de um herdeiro. Será que o amor deles será forte o suficiente para sobreviver e se curar, mesmo diante de tantas adversidades e revelações sombrias?
Maria Eduarda nunca teve a vida fácil. Bolsista em uma faculdade dominada pela elite, ela usa sua beleza e inteligência para navegar em um mundo cheio de privilégios que não lhe pertencem. Embora esteja cercada por playboys e patricinhas, ela mantém uma postura indiferente às vantagens superficiais que sua aparência oferece. Mas tudo muda quando Angela chega à faculdade. Nova, muda, parcialmente surda e com uma deficiência física, Angela logo se torna alvo de bullying, mas Maria Eduarda não hesita em se tornar sua protetora e amiga. A amizade entre as duas se fortalece até o dia em que Maria Eduarda conhece os quatro irmãos de Angela — excêntricos e imprevisíveis, cada um com suas peculiaridades e charmes inegáveis. O primeiro encontro é desastroso, gerando uma antipatia instantânea e profunda entre Maria Eduarda e os irmãos. Contudo, a convivência forçada e as circunstâncias peculiares começam a borrar as linhas entre o ódio e uma atração inexplicável. Em um turbilhão de emoções, descobertas e desafios, Maria Eduarda aprende mais sobre a verdadeira amizade, o valor da família e a complexidade dos sentimentos humanos. Mas a pergunta que permanece é: poderia realmente o ódio dar lugar ao desejo e, talvez, ao amor? "Encontros Improváveis" é uma jornada de autodescoberta, preconceitos desfeitos e a prova de que os encontros mais improváveis podem levar aos destinos mais extraordinários.
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Liam é um CEO talentoso, mas completamente avesso a responsabilidades pessoais. Aos 30 anos, começa a sentir a pressão dos pais para se casar e assumir um papel mais tradicional em sua vida. Determinado a evitar um relacionamento real, ele encontra a solução perfeita em Ashley, uma de suas funcionárias, que está enfrentando dificuldades financeiras e emocionais. Vendo uma oportunidade, Liam propõe a Ashley um contrato inusitado: um casamento de conveniência que atende aos interesses de ambos. Mas o que começa como um acordo estritamente profissional pode acabar desafiando tudo o que Liam acredita sobre o amor, o compromisso e o destino.
Ela foi presa em seu olhar perigoso. Ele se encantou com sua beleza. Mas ambos queriam apenas uma noite...
A família de Sheila queria que ela se casasse com um velho horrível. Furiosa, ela contratou um gigolô para atuar como seu marido. Ela não tinha ideia de quem ele era e só achava que ele precisava de dinheiro para viver. Um dia, quando ele tirou a máscara, ela descobriu que ele era um magnata. A partir daí, a história de amor deles começou oficialmente. Ele dava a ela tudo o que ela queria e eles viviam felizes. No entanto, algo inesperado aconteceu, colocando o amor deles à prova. Sheila e seu marido conseguiriam vencer essa tempestade? Venha descobrir!