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Um senador poderoso e influente, marcado por um escândalo do passado, está concorrendo à presidência do país. Para manter as aparências, ele precisa de uma esposa, mas está determinado a não se envolver emocionalmente. A solução? Um casamento por contrato, onde ele pretende manter uma relação fria e distante. Do outro lado, uma jovem mulher luta para cuidar de sua irmãzinha com um problema cardíaco delicado, enquanto enfrenta a falência iminente de sua família. Forçada por seu pai e madrasta, ela aceita se casar com o senador, sem saber que será usada em um plano cruel contra ele. À medida que os dois começam a conviver, a atração entre eles cresce inesperadamente. O que começou como um acordo de conveniência se transforma em um sentimento avassalador. No entanto, quando segredos são revelados, o senador descobre que ela está aliada a um inimigo inesperado e passa a desprezá-la. O que ele não sabe é que ela guarda um segredo capaz de mudar tudo: a existência de um herdeiro. Será que o amor deles será forte o suficiente para sobreviver e se curar, mesmo diante de tantas adversidades e revelações sombrias?
- Senador Walker? Uma palavrinha, por favor.
Passei pelos repórteres como um furacão, sendo seguido por
dois seguranças, que tentavam afastá-los a todo custo.
De outro lado, meu assessor, Kenneth Bridges, surgiu, depois
de saltar do carro correndo, como se precisasse me resgatar no
meio de um furacão.
Mas era mais ou menos isso.
- Senador? Por favor, gostaríamos de uma posição sua a
respeito da Sra. Walker.
O uso do meu sobrenome em referência à minha ex-esposa
me fez parar no meio do caminho e me girar na direção do repórter
com o cenho franzido, quase transtornado.
- Ela não é a Sra. Walker há mais de um ano - joguei com
muito pouca paciência, porque eles sabiam disso. O que queriam
era a minha reação. As câmeras apontadas na minha direção
estavam prontas para pegar qualquer deslize que pudesse me
comprometer.
Tiana, minha ex-esposa, escolhera a pior hora para anunciar
seu casamento exatamente com o homem com quem me traíra.
De fato, ela provavelmente tinha feito tudo de caso pensado.
Aquela mulher fora o maior erro da minha vida.
Pior de tudo: Kenneth me avisara. Ele sempre tinha razão,
mas na maior parte das vezes eu não o ouvia. Era teimoso,
costumava me sentir o dono da verdade, e caí em muitas
armadilhas por causa disso.
As melhores coisas que tinham acontecido comigo foram sob
orientações daquele cara. Minha promessa a partir do momento em
que tudo virou de cabeça para baixo foi que iria ouvi-lo. Fora ele que
me ajudara a me eleger e que iria, sem dúvidas, me levar à Casa
Branca.
- Seja mais polido. Lembre-se de quem você é - Ken
sussurrou no meu ouvido, fazendo sua voz funcionar como uma
corda que me puxava de volta à consciência.
Respirando fundo, sabendo que precisaria engolir sapo,
empertiguei-me e sorri, parando e acenando para os repórteres.
- Gostaria de dizer que estou muito feliz por Tiana. Não há
ressentimentos entre nós. - A política nos ensinava a arte de
mentir. Claro que havia mágoas, claro que eu não queria ver aquela
mulher nem pintada, mas para a imprensa, nosso término foi
pacífico, porque era a melhor forma de abafar o escândalo.
Na época, Tiana fora flagrada saindo de um evento ao qual
ela participou, como ativista, acompanhada de um ator de
Hollywood que se envolvia em todas essas causas. Sempre fora um
bálsamo para a minha imagem que minha esposa fosse tão
preocupada com meio ambiente e com as minorias, com trabalho
voluntário. Tínhamos muita fé que ela se tornaria uma peça crucial
para a minha candidatura à presidência, porque seria uma excelente
primeira-dama.
Modelo que largara a carreira para se dedicar às causas que
eu defendia – embora nunca tivesse sido um pedido meu –, linda,
um ícone fashion, além de uma pessoa que todos amavam.
Só que a minha paixão por ela me fez ficar cego para seus
problemas com bebidas e para o quanto isso também fora uma
imagem criada para seduzir seu público. Eles eram tão apaixonados
por ela, que chegaram a inventar mil fanfics em suas cabeças a
respeito da traição, mesmo que houvesse filmagens de Tiana com o
amante aos beijos, que saíram em diversos sites de fofocas, além
de outras fotos comprometedoras deles dois em outros lugares, até
mesmo em uma viagem que ela deveria ter feito sozinha, por causa
de um trabalho.
Eu me tornei literalmente o corno para a mídia, mas
surpreendentemente isso também veio ao meu favor. Minha
popularidade cresceu, principalmente pela forma como lidei com a
situação. Era meio absurdo que achassem cavalheiresco da minha
parte que eu não tivesse simplesmente partido para a agressão. Eu
jamais faria isso.
Se bem que talvez essa imagem fosse associada a mim por
causa do meu pai, que não era nem um pouco lisonjeiro com sua
esposa – minha madrasta, muitos anos mais jovem do que ele.
- O senhor está feliz por ela, mesmo depois de ter sido
traído? - uma jornalista mais ousada perguntou, e eu voltei minha
cabeça na direção dela como um chicote, erguendo uma
sobrancelha.
Eu poderia ter dado um milhão de respostas mal-educadas,
embora não fosse chegar tão longe levando em consideração que
se tratava de uma mulher. Ainda assim, eu ergui a cabeça, muito
sério, pronto para responder.
- Isso aconteceu há algum tempo. Estamos em paz um com
o outro.
Mentira novamente. Nunca mais tinha falado com Tiana, e
nem queria. Não a amava mais, e talvez nunca tivesse amado, mas
o que me doía era a deslealdade e o fato de ela ter deixado uma
mancha nos meus sentimentos. Não me sentia pronto para confiar
novamente e passei a ter pouquíssima tolerância para quem tentava
me enganar.
Tentei voltar a andar, mas outro jornalista se apressou e veio
correndo ao meu lado, apontando o microfone para a minha boca,
quase o batendo contra meus dentes.
- Não acha que foi um pouco de falta de consideração ela
ter anunciado esse casamento poucos dias depois do anúncio de
sua candidatura à presidência? Talvez ela queira os holofotes para
si mesma...
Eu sabia que o que ele estava dizendo era verdade. Tiana
não fazia nada que não fosse de caso pensado. Quando nosso
relacionamento terminou, ela perdeu muito do status que
conseguira, então fazia um enorme esforço para continuar na mídia.
- Cada um de nós trilhou um caminho. Repito que quero que
ela seja feliz, mas eu tenho mais coisas nas quais pensar. Agradeço
a todos pelas perguntas.
Essa era a minha deixa. Os seguranças se colocaram
novamente ao meu lado, assim como Ken, que foi tentando acalmar
os ânimos.
Eu já tinha falado até de mais, sido o máximo simpático
possível e sorri mais do que poderia aguentar.
Aceleramos o passo e subimos as escadas que levavam ao
prédio do meu gabinete, em Nova Iorque, estado para o qual eu
tinha sido eleito senador. Normalmente eu passava bastante tempo
em Washington, trabalhando no Congresso, especialmente depois
que me divorciei, mas aquele assunto que iria tratar na reunião
daquele dia requeria total descrição.
- Rick, está tudo bem? - Kenneth perguntou, enquanto
parávamos diante dos elevadores, esperando-os.
- Por que não estaria? Por que não só o fato de eu ser
corno foi divulgado para todo o país, mas também porque estou
prestes a ter que escolher uma noiva que nem conheço?
- Não fale isso em voz alta até estarmos em uma sala,
fechados - Kenneth afirmou, novamente aos sussurros, olhando de
um lado para o outro, como se estivéssemos fugindo da polícia.
Fiquei quieto e só respirei fundo, pensando na merda em que
estava me metendo.
Quando me candidatei a senador, eu sabia que estar casado
imporia um respeito que jamais conseguiria sendo solteiro. Mas
naquela época foi fácil, porque eu estava namorando e
completamente apaixonado. O pedido de casamento foi simples, e a
cerimônia aconteceu alguns meses antes das eleições.
O divórcio veio exatamente um ano depois, com o anúncio da
traição.
Aquela facada nas costas, com a notícia do casamento,
surgira dias antes, pouco após o anúncio de que eu começaria
minha campanha para a presidência.
Não que eu tivesse qualquer esperança de que me
deixassem escapar ileso, mas a relembrança de um casamento
resgatara a questão de eu estar novamente solteiro. Para um
presidente, isso era quase inconcebível. Eu poderia concorrer, mas
nunca chegaria lá.
Os eleitores eram conservadores a este ponto, por mais que
eu fizesse parte de um partido – o Union Party – que tinha ideais
modernas.
Entramos na sala, na companhia de uma assessora de
imprensa que tinha assinado um contrato de confidencialidade, e
trancamos a porta, deixando um segurança do lado de fora.
Ninguém poderia sequer se aproximar sem autorização.
Eu e a assessora de imprensa, que se chamava Daisy, nos
sentamos, e Ken jogou uma pasta à minha frente, porque
aparentemente não tínhamos tempo a perder.
- O que é isso? - perguntei, erguendo os olhos para ele,
com o cenho franzido.
- Abra a pasta e verá.
Fiz o que ele pediu, mas tive um pouco de dificuldade para
entender. Eram fotos e fichas de mulheres, como se eu fosse o dono
de uma agência, pronto para escolher uma modelo para estrelar
uma campanha de publicidade.
- Isso não pode ser o que penso que seja... - cuspi as
palavras. - Não vai querer que eu escolha minha futura esposa
assim, vai?
Kenneth não respondeu nada, o que me obrigou a dar uma
risada de escárnio e fechar a pasta com raiva.
- Isso é ridículo! - exclamei, me sentindo amargo.
- Fazemos muitas coisas ridículas para chegar aonde
queremos chegar. Rick. O que você teve que dizer lá fora também
foi. Nossa vontade era xingar aquela traidora e não desejar
felicidades em um casamento que está fadado ao fracasso.
- Eu entendo, e já acho que essa história de casamento por
conveniência é um absurdo, mas um arquivo com fotos das
mulheres? Como se fosse só uma questão de aparência...
Tiana era uma mulher lindíssima. O tipo perfeito de modelo,
quase uma Barbie, mas isso não queria dizer nada.
- Nenhuma delas foi escolhida só pela aparência, mas você
há de convir que uma mulher bonita chama atenção. Pessoas
gostam de coisas belas! - Kenneth sempre defendia suas opiniões
com paixão. - Não coloquei apenas a foto delas. É quase um
currículo, com atribuições, histórico, personalidade.
- Vou me casar, Ken. Não jogar RPG.
Daisy chegou a rir. Ela estava calada desde o início, e eu
ainda não sabia se podia confiar cem por cento em sua discrição,
mas Kenneth a tinha em alta conta.
- Não importa a forma como elas estão sendo
apresentadas, Rick. Infelizmente vai ser um casamento às cegas.
Temos muito pouco tempo e uma história para contar. Temos que
conversar com as moças ainda e convencê-las. Por isso precisamos
que seja tudo feito em um piscar de olhos, inclusive a cerimônia.
Você vai viajar semana que vem, não temos muito tempo.
Tínhamos combinado que assim que encontrássemos a
candidata ideal, o casamento seria feito logo em seguida, porque se
ela desistisse, não poderíamos arriscar contar todo o plano para
mais gente. Além disso, havia muito dinheiro em jogo e todo um
público para convencer de que se tratava de uma história de amor
inevitável, algo que só acontecia nos livros.
Kenneth e Daisy pareciam ter tudo sob controle, só dependia
de mim.
E eu queria chegar à Casa Branca. Queria a qualquer custo o
que meu pai um dia tivera. O fato de eu ser filho de um expresidente contava e muito, mas não era suficiente.
Sabendo disso, bufei e abri a pasta, começando a folheá-la
para escolher minha futura esposa.
Se não era a coisa mais patética que já tinha feito na minha
vida, eu não saberia qual poderia ser.
O problema era que a política, para mim, era quase uma
imposição. Era isso ou nada, porque cresci no meio dela e a respirei
desde que me entendia por gente. Só que a cada jogo que eu
entrava, eu queria sair como vencedor. Se fui arrastado àquele
mundo, eu não iria ser só mais um.
Se precisasse me casar para ser mais respeitado e ter mais
chances de chegar ao topo, era isso que eu faria. Não importava
que não soubesse o nome da noiva, que não conhecesse
absolutamente nada sobre ela.
Ela sacrificaria tudo pela família, até mesmo a própria liberdade. Ele, uma fera mascarada de homem, viu nela mais do que uma simples presa. Desesperada para salvar sua mãe e evitar perder o lar que foi conquistado com tanto esforço, uma jovem ousa entrar no obscuro mundo dos acompanhantes de luxo. Ela não esperava ser escolhida, ainda mais por alguém tão perigoso. Ele é uma criatura de outro mundo - dois metros de pura tentação, com olhos que prometem segredos sombrios e um desejo animalesco que a coloca no centro de sua vingança. O acordo deveria ser simples, mas ela descobre que está lidando com mais do que um bad boy: ele é o caos personificado. Agora, presa em um pacto que mistura prazer, perigo e obsessão, ela precisa decidir se sobreviverá a essa conexão devastadora... ou se será consumida por ela. "No limite entre o desejo e a destruição, cada escolha pode ser fatal - ou deliciosamente inevitável."
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