Sem amor e com dor

Meu nome é Manuela, tenho 1,72 de altura, 25 anos e quando tudo começou eu era nova, não tinha amor de mãe e achava que o problema estava em mim, por anos e anos pensei que eu era insuportável, impossível de amar e irritante. Tive problemas com automutilação e mudanças de humor desde meus 12 anos, com 14 eu fui chamada para trabalhar como modelo para uma loja, fiquei bem conhecida e tinha meus contatos, até pararem de me chamar para trabalhar porque acharam outra menina.

Nesta época eu passei na prova do Instituto Federal de Goiás, para fazer o ensino médio com técnico, passei para informática. Eu era boa no que fazia, conseguia lidar bem com a programação, mas eu não gostava, pedi para ser transferida e minha mãe disse que não, pensei em reprovar por pirraça, mas a única que sairia prejudicada seria eu. Então resolvi concluir. Mas eu me tornei um pouco rebelde, furei a orelha em mais dois lugares, deixei parte do meu cabelo loiro, parte eu colori de roxo e usei alargador.

Com 16 anos eu comecei a namorar um conhecido de longa data, a gente sempre saía e ele sempre me pedia em namoro e eu dizia não. Mas sempre rolava uns beijos. Um certo dia, resolvi dar uma chance a ele e aceitei. Seu nome era Samael, ele era 7 anos mais velho que eu, nos conhecíamos a muitos anos, ele não era magro e nem gordo, era mais baixo do que eu, cabelo curto quase rapado e olhos verdes. Nós saiamos com frequência, certo dia combinamos de ir ao cinema, assistir um filme, o que estava em cartaz era Guardiões da Galáxia. Ele comprou a pipoca, refrigerante

Um bom tempo depois, ja namorávamos 7 meses e ele me convidou pra ir na casa de um amigos dele, o Gabriel. Eu nunca tinha visto e nem ouvido falar dele, mas tudo bem vamos lá, chegamos lá e ele era casado, moreno, tinha mais ou menos a minha altura, olhos escuros e magro.

- Gente, eu estava pensando em pedir uma pizza pra gente comer, o que vocês acham? - Gabriel perguntou.

- Acho que tudo bem. (Todos concordamos)

Enquanto a pizza não chegava fui conversar com a mulher do Gabriel que se chamava Alice e uma outra menina que era amiga deles e mulher de outro rapaz. (Um rolo né?)

- Qual seu nome? - Alice perguntou.

- Manuela, prazer te conhecer. - Eu respondi sorrindo.

- Você e o Samael estão juntos a quanto tempo? - Perguntou curiosa.

- A uns 8 meses ainda.

- Nossa, tem muito tempo pela frente então. Seu cabelo ta com um loiro tão bonito, onde você fez?

- Eu fiz com a mulher de um salão que fica ali perto do shopping.

- Deve ter sido caro, porque está tão bonito.

- Foi nada menina, paguei barato, a moça é super atenciosa. - Respondi de maneira simpática.

A pizza chega com uns 30 minutos, mas quase não conversamos mesmo, então vamos todos nos sentar na mesa para comer. Quando o meu pedaço de pizza acabava o Gabriel fazia questão de colocar mais pizza no meu prato, fiquei sem graça por estar recebendo tanta atenção, nem o meu namorado reparava.

- Gabriel, quando os cocos estiverem bons pra pegar, eu quero uns, adoro tomar agua de coco. - Eu disse animada.

- A vontade, quando quiser é só vim buscar.

- Vou ver com o Samael pra gente vim dai.

Eu queria lavar a louça suja, mas a Alice não queria aceitar, eu não me sentiria bem deixando a conta e a sujeira para eles, então pelo menos eu tinha que lavar a louça, ela ficou emburrada comigo e não foi com a minha cara porque eu quis ajudar a lavar a louça. Depois disso tudo ainda conversarmos um pouco e depois a gente foi embora, o Samael me leva pra minha casa. Fomos mais algumas vezes ainda pra casa desse amigo dele, e um dia fomos para a fazenda dos parentes do Gabriel.

Quando eu já tinha 17 anos descobri que o Samael estava me traindo com uma menina que tinha o mesmo sobrenome de uma colega, fui perguntar a ela, e disse que não eram parentes, mas ela conhecia a menina um pouco, ela me contou pouca coisa sobre a menina e eu tive certeza que eles estavam se pegando, mas as fontes vieram da minha cabeça, mandei mensagem pra ele para saber da história.

- Que história é essa de você estar pegando a Rossi? - Perguntei nervosa.

- Ta louca? Ela é só minha amiga. - Se fazendo de sonso.

- Eu vi mesmo que ela curte todas as suas fotos no Instagram e você curte as dela. - Já ficando histérica.

- O Instagram funciona assim, alguém curte as suas fotos e você curte de volta.

- Vou começar a fazer o mesmo então. - Falando debochada.

- Não faz sentido o que você esta falando.

- Eu acabei de conversar com uma conhecida dela e realmente, vocês andam se encontrando sem eu saber. (Jogando verde)

- A gente só foi no shopping esses dias pra lanchar e nada mais. (Colhendo maduro)

- Aaaaaaah é, então quer dizer que teve mesmo saída, e você não me falou e nem me convidou. Bom saber senhor Samael, então não quero mais falar com você. - Comecei a ficar indiferente.

- Não aconteceu nada Manuela.

Ele ficou no vácuo, não respondi mais, por fim eu acabei descobrindo que ele me traiu mesmo e foi conversar com a minha melhor amiga a Júlia sobre o que aconteceu.

- Hoje a noite tem uma festa, você poderia ir comigo, lá você se diverte e esquece esse traste e quem sabe acha um gatinho. - Disse a Júlia querendo me consolar.

- Eu vou com você sim, mas não quero ninguém. De certo modo ainda não terminamos.

- Ta bom. - Fez cara de nojo.

Resolvi mandar uma mensagem pra ele convidando pra ir pra festa, porque eu sou uma idiota.

- Vamos na festa conosco? Vai eu, a Júlia e uns amigos dela. - Perguntei toda animada.

- Eu não, não quero ir e você também não é pra ir.

- Eu vou sim, quando é pra você ficar de rolo com essas "amiguinhas" suas, você sai né. - Falei irritada já.

Começamos a nos ignorar e fui me arrumar, pois eu iria sim na festa, nem que fosse pra chorar por se corna mansa. A noite, aconteceu alguns rolos na hora de ir, como nós iriamos de carona, passamos na casa de não sei quem e atrasamos um pouco, dai tinha que esperar não sei quem e nos atrasamos mais. Mas chegando lá eu e minha amiga tiramos uma foto linda.

Nesse dia eu chorei, eu bebi, eu falei de ex, dancei, chorei mais e nada de pegar ninguém.

- Oi, tudo bem? - Carinha da festa.

- Oi, to indo e você?

- To bem.

Ele nem perguntou nada, só chegou chegando e querendo me beijar, eu quase cai no chão pra evitar o beijo, eu consegui.

- Não posso te beijar não? - Perguntou parecendo que eu fiz algo de errado.

- Não, eu não to afim. - Respondi indiferente.

- Tudo bem então, até mais. - Saiu sem nem olhar para trás.