Grady abraçou Holly, nâo contendo mais a paixão que quase o enlouquecia. Precisava vencer-lhes a resistência, fazê-la de novo provar o doce sabor dos sonhos e restituir-lhe a esperança no futuro. No entanto, mesmo com os olhos nublados de desejo, Holly fugiu de suas carícias... Por quê? perguntou-se ele desesperado. Que tormentos essa mulher fascinante trazia na alma, impedindo-a de amar e ser feliz? Que passado cruel negava-lhe a confiança no futuro, obrigando-a a manter-se distante de quem lhe despertava emoções mais fortes.
A casa erguia-se solitária no meio de um amplo terreno abandonado onde o mato atingia mais de um metro de altura. A pintura branca, gasta pela contínua exposição ao tempo, descascava em toda a extensão das paredes, e a porta de tela, solta das dobradiças, encontrava-se caída na varanda.
A madeira envelhecida dos batentes das janelas revelava restos de tinta verde e, de frente para a rua, um vidro quebrado brilhava como uma teia de aranha prateada sob o sol de fim de tarde.
Apesar do mato, era possível distinguir uma calçada de cimento em torno da residência, com plantas crescendo pelas rachaduras e revelando os vários meses de total negligência. Apenas as quatro grandes árvores que se alinhavam no fundo do terreno salvavam-se da atmosfera de destruição e descaso que permeava todo o local.
Holly Simpson apertou as mãos úmidas e respirou fundo. Em seguida, desceu do caminhão, tentando disfarçar uma profunda decepção. Por um breve instante, uma onda de pânico quase a dominou, mas ela conseguiu controlar-se apesar de estar vendo sua última esperança evaporar-se diante dos olhos.
- É aqui, mamãe? É esta a casa que a sua avó lhe deixou?
Ela forçou um sorriso e virou-se para o filho de nove anos.
Trevor, apoiado na janela do velho caminhão, examinava com ar de surpresa a casa abandonada.
- É querido.
- Você disse que era bonita e que nós íamos gostar muito. - Havia um tom de acusação na voz dele.
- Ela era bonita, mas fazia muito tempo que eu não vinha aqui - Holly respondeu; sem saber como conseguia manter o sorriso nos lábios. - Nós vamos reformá-la.
Agitada por uma nova sensação de medo, Holly desviou o olhar. Não queria que os filhos percebessem como ela estava abalada. Tinha contado tanto com aquela casa e, no fim, tudo acabara se mostrando como mais uma tentativa inútil. Agora se encontrava realmente num beco sem saída.
Três filhos pequenos, uns poucos milhares de dólares que haviam sobrado do seguro, nenhum emprego e tudo que possuía para recomeçar a vida era uma casa caindo aos pedaços.
Holly respirou fundo mais uma vez e encarou outro aspecto da fria realidade: se as coisas piorassem muito, teria de vender o caminhão. Tornou a fitar as crianças e viu Ryan apertando-se ao lado do irmão para também apoiar-se na janela e observar a casa.
- É bem feia, não é, mamãe? Parece mal-assombrada! Vai ver tem uma bruxa morando lá.
Holly segurou a maçaneta da porta e lançou um olhar de repreensão ao filho de oito anos.
- Chega Ryan. Você vai deixar Megan assustada com essas bobagens.
Ele olhou para a irmãzinha e sorriu.
- Não, mamãe, ela ainda está dormindo.
- Ótimo, então desçam do caminhão. Eu vou pegá-la. - Os meninos saíram do veículo e Holly sacudiu gentilmente a filha. - Meg querida; chegamos. - A menina espreguiçou-se e Holly a levantou nos braços. Depois tirou um chaveiro do bolso da calça e o entregou a Trevor. - Vá à frente e abra a porta, está bem? Ryan, você poderia apanhar minha bolsa? - Tentando mostrar-se forte, ela ajeitou Megan no colo e
encaminhou-se à velha residência de sua avó. Rezava fervorosamente para que o interior não estivesse tão ruim quanto à aparência do lado de fora mostrava.
Seus filhos precisavam de um lugar para morar!
Sentia a ansiedade sufocá-la ao ver o filho abrir a porta! Não tinha outro lugar para ir e ninguém a quem recorrer. Nada.
- Venha, mamãe - Ryan chamou, aproximando-se. - O que está olhando? Vamos entrar.
Holly apertou Megan com mais força e subiu os degraus da varanda. Contornou a porta de tela caída no chão, parou por um instante para que seus olhos se adaptassem à penumbra e entrou.
O lugar era tão pequeno! Dez vezes menor do que se recordava. Havia poeira por toda parte, mas tudo encontrava-se exatamente como a avó deixara. Os móveis velhos, os enfeites de porcelana, as cortinas bege, os quadros de flores nas paredes, a lareira num dos cantos.
A casa cheirava a mofo e umidade, mas Holly mal atentou para o fato enquanto se recostava ao batente da porta com um suspiro de alívio. O interior não se encontrava num estado tão deplorável quanto o lado externo. Poderia transformar a casa numa moradia decente, compensando os meses de abandono e negligência com uma boa arrumação geral. Sabia que iria ter trabalho, mas isso não a incomodava. O importante era que possuíam um lar.
- Chegamos? - Megan perguntou, esfregando os olhinhos sonolentos.
- Sim, querida. Estamos em casa.
- Eu quero ver.
A menina agitou-se nos braços da mãe, desejando ir para o chão. Holly a abaixou e, vendo-a afastar-se correndo, esticou o corpo para dissipar a tensão que se acumulara nas costas e pescoço.
Olhou em volta com mais cuidado e reparou que nada havia mudado. O aposento à esquerda da entrada servia como sala de jantar, com seu pequeno espaço sobrecarregado de móveis pesados e antigos. Para a direita ficava a sala de estar e, no fundo desta, uma porta levava a um dos dois quartos. O lugar ficaria agradável quando ela removesse parte da mobília e limpasse tudo.
Afastando o cabelo do rosto com ambas as mãos, caminhou até o quarto da avó. Controlando a emoção, reviu a cama antiquada junto a uma das paredes. Apenas um plástico transparente cobria o colchão de aparência relativamente nova. Havia um pequeno criado-mudo ao lado da cama, uma penteadeira com espelho e um grande armário ainda repleto de roupas. Holly sentiu os olhos molhados de lágrimas ao perceber os velhos vestidos pendurados em cabides de madeira, mas não tardou a fechar a porta do guarda-roupa e sair do cômodo. Precisava concentrar-se na situação presente e avaliar as possibilidades. A única mobília que possuía eram as camas das crianças, mas o quarto era tão pequeno que não havia espaço sequer para o berço de Megan.
A cozinha mostrava sinais de mudanças recentes, que incluíam dois armários novos e uma lavadora de pratos. O chão, contudo, conservava o mesmo piso escurecido que ela observara em sua última visita, havia dez anos. Abriu a torneira da pia por mero acaso e surpreendeu-se ao ouvir um ruído nos canos e, em seguida, deparar-se com um jato de água límpida. Experimentou o interruptor de luz e as lâmpadas fluorescentes piscaram e encheram o ambiente com sua luz clara. Fechou a torneira e franziu a testa, intrigada. Talvez o advogado que cuidara do patrimônio de sua avó houvesse providenciado para que a água e a luz fossem ligadas novamente ao receber o comunicado de que Holly não queria mais vender a casa, mas pretendia ir morar lá. Nem pensara em indagar sobre esses detalhes quando fora buscar as chaves com a secretária dele.
Holly virou-se para a geladeira, esperando pelo pior. Porém, a porta entreaberta mostrava que o interior parecia ter sido limpo. Talvez tivessem cuidado disso também, ela pensou.
O segundo quarto, que se situava além da cozinha, encontrava-se vazio, exceto por uma velha máquina de costura, uma enorme penteadeira, uma cadeira e a estrutura de uma cama de campanha.
O aposento era pequeno, mas, por sorte, os meninos dormiam em beliche e seria possível acomodá-los bem. Afinal, o tamanho da casa era um problema irrelevante; pelo menos agora tinham um lar.
Holly deu uma olhada rápida no banheiro antes de retornar à cozinha e abrir a porta dos fundos, curiosa por saber por onde as crianças andariam. Reparou no pequeno galpão que fora construído havia poucos anos e que agora servia como depósito para móveis velhos. Entre as peças ali armazenadas havia um fogão a lenha que devia ter mais de cem anos.
Ela examinou a relíquia com cuidado. Antes de se casar, trabalhava para um comerciante de móveis usados que se interessava imensamente por antigüidades. Com certeza ele adoraria aquela peça. O fogão estava em excelentes condições e poderia valer uma pequena fortuna se fosse vendido para a pessoa certa. De repente, possuir tal preciosidade em sua própria casa a fez sentir-se mais segura e, pela primeira vez em muitos dias, respirou aliviada.
Holly levantou os olhos na direção da garagem e viu uma mulher baixa e roliça aparecer junto ao portão. Observou o rosto sorridente e sardento, o andar apressado, e deduziu que aquela só poderia ser Liz Crawford. Sua avó descrevera a vizinha em suas cartas e sempre se referia a ela com grande afeição.
A recém-chegada acenou e abriu um sorriso ainda maior ao se aproximar de Holly.
- Oi! Sei que você é Holly; eu a vi nas fotografias de sua avó. Estava esperando desde cedo e pensei que nem vinham mais! - Quando chegou suficientemente perto, ela estendeu a mão. O rosto alegre revelava sua natureza extrovertida. - Sou Liz Crawford. Moro a duas casas daqui, rua abaixo. Bem vinda a Jennings.
- Obrigada - Holly respondeu, sorrindo. - Eu também achei que não chegaria mais. Foi uma longa viagem.
- Ainda mais com crianças junto, não é? - Liz comentou, rindo. - Os meus brigam, discutem e reclamam até estarmos a dez quilômetros do nosso destino. Então, encostam a cabeça no banco e dormem.
- Bem, os meus passaram os últimos mil e duzentos quilômetros brigando pela janelinha.
- E as pessoas não sabem por que as mães logo ficam grisalhas. - Liz afastou o cabelo loiro e curto do rosto e fitou Holly com uma expressão subitamente séria. Havia emoção em sua voz quando voltou a falar: - Sua avó era muito especial para mim. As coisas não são as mesmas por aqui sem Cora.
- Vovó falava sempre de você nas cartas - Holly respondeu, comovida. - Era como se você fosse parte da família.
- Bem, ela certamente fazia parte da nossa família. Era como uma outra avó para meus filhos.
Holly engoliu em seco e afundou as mãos nos bolsos da calça.
- Eu gostaria de ter podido vir antes de ela morrer. Detesto pensar que ela ficou sozinha.
- Mas ela não ficou sozinha - Liz assegurou, sorrindo para Holly com uma expressão carinhosa. - Cora tinha muitos amigos e compreendeu que você não podia vir, mas pensava nela.
Holly desviou o olhar, tentando disfarçar a dor; a sensação a invadia de forma quase insuportável. Fora horrível saber que a avó estava morrendo e não poder juntar dinheiro suficiente para vir fazer-lhe companhia. Não tivera nem a chance de considerar tal idéia. Mal conseguia alimentar as crianças, quanto mais viajar mais de mil quilômetros para visitar a avó doente. Nunca houvera dinheiro extra em sua casa, a não ser quando chegava a ocasião dos rodeios, pois Derek sempre dava um jeito de arrumar alguns dólares para comprar o ingresso. Enfim, Derek sempre cuidara só de si próprio.
- Ela o compreendia de fato - Liz reforçou, abraçando Holly. - Cora percebia tudo o que se passava à sua volta.
Holly fitou a mulher por um breve instante, sentindo-se subitamente exposta. Então sua avó fora capaz de ler nas entrelinhas, embora escrevesse as cartas com tanto cuidado! Não era de admirar que Liz mencionasse a morte de Cora, que ocorrera há mais de cinco meses, e nem ao menos lembrasse da de seu marido, que fora morto há menos de doze semanas. Holly conteve as lágrimas, sentindo uma imensa saudade da avó.
Apenas Cora enxergara o verdadeiro Derek desde o princípio. Ela não se iludira com o charme e a boa aparência e percebera nele um homem que nunca iria crescer, que passaria o resto da vida sonhando, incapaz de assumir qualquer responsabilidade. A velha senhora tentara chamar Holly à razão mesmo quando descobrira que a neta de dezessete anos ficara grávida. Procurara convencê-la a desistir do casamento com Derek, mas Holly, apaixonada, recusara-se a ouvir qualquer conselho. Sentia-se tão segura quanto a seus sentimentos, quanto a Derek... E, no fim, acabara descobrindo que nunca estivera tão enganada.
- Você já teve oportunidade de examinar a casa?
Holly respirou fundo antes de responder à futura vizinha:
- Só dei uma olhada rápida. Não me lembrava que ela era tão pequena.
- É; eu sei o que você deve estar pensando. Vão ficar apertados aí dentro, não é?
Holly ia responder que pelo menos agora tinham um teto, mas resolveu ficar quieta. O passado estava morto. Aquela mudança era uma chance de um novo começo para ela e as crianças e não queria transmitir aos outros uma impressão de autopiedade. Passara os últimos cinco anos tendo de aceitar doações e caridades para poder alimentar e vestir a família; isso ferira demais o seu orgulho.
Mas agora tinha a oportunidade de mudar tudo. Ali ninguém iria sacudir a cabeça de desgosto toda vez que seu marido aparecia bêbado na cidade, tentando arrumar dinheiro emprestado para assistir a mais outro rodeio em algum município vizinho. Ali poderia recomeçar sem a humilhação de aceitar esmolas de quem quer que fosse. Talvez ela e as crianças tivessem sempre o dinheiro contado, mas trabalharia em qualquer emprego que aparecesse para ser capaz de sustentar a família.
Ela era a única responsável pelo bem-estar dos filhos... E isso a deixava apavorada.
O som estridente de vozes infantis trouxe seus pensamentos de volta ao presente e, forçando um sorriso, olhou para a vizinha.
- Vamos ter trabalho para limpar este pátio.
Liz sentou-se no degrau de cimento que levava à cozinha e deu uma olhada em volta.
- Não devia estar tão ruim assim. Quando Ned Brown nos avisou de que você viria morar aqui, Eric, o meu marido, decidiu que daria um jeito nesta floresta, mas teve tanto trabalho durante a primavera que mal parou em casa. Eu tenho sorte quando o vejo antes de ir para a cama.
- Ned Brown é o advogado que cuidou da herança de minha avó, não é? - Holly indagou, sentando-se ao lado de Liz.
- É. Ele nos telefonou para contar que você viria com as crianças.
- Então deve ter sido você que limpou a geladeira e tratou da ligação da água e da luz.
- Bem, eu achei que poderia pelo menos melhorar a aparência da cozinha. Foi Eric que providenciou a ligação da luz e da água. Quando soubemos que você vinha, ele
conseguiu convencer as companhias de fornecimento de que era apenas um restabelecimento do serviço e não uma nova instalação, senão você teria de pagar uma taxa enorme. O custo é astronômico quando uma pessoa vem de mudança de outro Estado.
Holly tinha até medo da próxima pergunta. Desviou o olhar, preparando-se para o pior.
- Em quanto ficou? - indagou, tentando não demonstrar ansiedade.
- Não tenho a menor idéia. Eric entregou os recibos a Ned e imagino que deve ter sido reembolsado, mas é melhor você verificar com ele.
Holly soltou a respiração devagar. Não esperava por despesas tão imediatas. Era preciso arrumar um meio de ganhar dinheiro antes de começar a gastar ou iria à falência. Franzindo a testa, ela inclinou-se e mexeu com o sapato nos pedregulhos do chão.
- Sabe de algum emprego na cidade?
- Não há muita coisa - Liz respondeu, lançando um olhar rápido e intrigado para Holly. - O hotel sempre precisa de funcionários e há também o lar para idosos. A cidade é pequena e tem um campo de trabalho restrito. O que você gostaria de fazer?
- Qualquer coisa, por enquanto - Holly murmurou, sem levantar os olhos.
Liz ficou em silêncio por um instante, examinando o perfil de Holly. A moça precisava de ajuda.
- Sei que a Sra. Propowski está procurando alguém para trabalhar na casa dela algumas horas por semana. Ela é uma viúva de setenta e poucos anos e não consegue mais fazer os serviços domésticos sozinha. Deve haver outros casos assim na cidade. Talvez Ned saiba de alguma coisa.
- Onde mora a Sra. Propowski?
- É minha vizinha. Mais tarde eu a levo até lá e apresento você a ela. - Liz levantou-se e limpou o short batendo-o com as mãos. - Melhor ainda, venha tomar um café comigo e eu convidarei a Sra. Propowski também. Fiz uns bolinhos que devem estar para sair do forno. Deixe a casa para depois.
- Se eu pudesse, acho que adiaria esta tarefa para sempre. - Holly suspirou, levantando-se devagar. - Não sei nem por onde começar. Há tanta coisa para fazer aqui!
- Siga o conselho de sua avó: ela dizia que nenhuma tarefa era difícil demais quando iniciada com uma boa xícara de café quente e uma grande dose de determinação.
Holly sorriu, hesitante. Iria precisar de mais do que uma xícara de café e determinação para enfrentar o que tinha pela frente. Necessitava mesmo era de um milagre.
Durante os dois dias seguintes, Holly trabalhou desde as primeiras horas da manhã até o entardecer para limpar o pó e o mofo acumulados há meses sobre o excesso de mobília envelhecida e encontrou até uma família de ratos instalada no galpão. Cada vez que mexia nas coisas descobria uma nova preciosidade: uma caixa com velhas fotografias de família; um porta-jóias forrado de veludo e cheio de peças antigas; alguns móveis belíssimos e valiosos para colecionadores; um relógio de pêndulo feito à mão.
Porém, o tesouro mais inacreditável foi o armário na pequena sala de jantar. Lá, encontrou um aparelho de jantar completo de porcelana antiga, algumas lindas peças de cristal, um aparelho de chá de prata e, na última gaveta, escondidas sob uma toalha de linho, todas as cartas que ela escrevera para a avó. Holly sentou-se no chão com a pilha de envelopes sobre o colo, enquanto as lágrimas deslizavam-lhe pela face. Daria qualquer coisa para ter tido a oportunidade de, ao menos uma vez antes que a avó morresse, dizer frente a frente o quanto a amava. Agora, só lhe restava acreditar que Cora sabia disso, mesmo sem o auxílio das palavras.
Apesar do cansaço e dor nas costas causadas pela arrumação da casa, o que mais preocupava Holly era o rápido consumo de sua reserva de dinheiro. A Sra. Propowski a contratara para trabalhar duas vezes por semana e ela conseguira inscrever-se para
serviços ocasionais no hotel, mas o que ganharia não seria suficiente nem para as compras na mercearia. Precisava de outro emprego. Todas as vezes que pensava nisso, o que ocorria com uma freqüência desesperadora, experimentava uma sensação de pânico.
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