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Jogo da Lila

Jogo da Lila

5.0
16 Capítulo
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Sinopse

Índice

Lila é um mistério vestido de ternura. Com aquele sorriso inocente e olhar doce, todos a subestimam... até que seja tarde demais. Há algo dentro dela que queima implacavelmente: uma necessidade selvagem de ser desejada, adorada, insubstituível. Ele não quer amor; quer devoção. Aroon e Thanom não poderiam ser mais diferentes, mas ambos giram em torno dela como se ela fosse o centro do universo deles. Aroon é fogo: impulsivo, intenso, impossível de ignorar. Thanom é uma sombra: silencioso, letal, com um desejo contido que ameaça destruí-lo por dentro. E Lila... Lila ama os dois. Isso os provoca. Ele os confronta. Acidentalmente? Talvez. Ou talvez não? Ele brinca com as emoções delas, com os corpos delas, com tudo o que elas não estão dispostas a admitir, nem mesmo diante do espelho. O que começou como um flerte inofensivo se transforma em algo mais sombrio e profundo. Um triângulo que não se fecha, que se aperta. Prazer, obsessão, dependência. E ninguém quer sair. Ninguém pode. Mas quando o desejo se transforma em posse, quando o amor começa a doer e o prazer se torna uma arma... Até onde eles irão antes de se destruírem completamente?

Capítulo 1 O começo do jogo

Lila contou as notas com as mãos trêmulas. Não era medo que eu sentia... era pura excitação. Seu pequeno tesouro, fruto de meses servindo café com um sorriso angelical e um olhar perigoso, estava finalmente completo. Ela mordeu o lábio inferior, saboreando a antecipação como alguém que toma o primeiro gole de um vinho forte.

Ela usava um vestido branco, leve como uma carícia. Caiu sobre sua pele com fingida inocência, revelando mais do que cobria. Cada movimento seu era uma bela contradição: ternura envolta em desejo, pecado disfarçado de pureza. Eu sabia o efeito que isso causava. Eu vi isso nos olhares que demoravam muito, nos silêncios que provocava. E embora às vezes jogasse com indiferença, a verdade é que ele adorava.

Ela sorriu para o dono da pequena loja naquela rua estreita e empoeirada de Cebu e entregou-lhe a velha lata de biscoitos que ela estava usando como cofrinho.

"Aqui está", ele disse com aquela mistura de doçura e promessa que lhe era típica. Quando posso começar as reformas?

O velho pegou a lata com uma leve reverência, como se entendesse que não estava diante de qualquer cliente.

-Você pode começar esta semana, mas primeiro...

O tilintar do sino acima da porta o interrompeu. Lila mal conseguiu se virar quando um jovem encapuzado invadiu a loja. Sem hesitar, ele arrancou a lata das mãos do velho e saiu correndo.

-Não! -Lila gritou, mas seu grito era mais instinto do que medo. O que a atingiu naquele momento não foi pânico... foi adrenalina. Puro, brilhante, inebriante. Seu coração estava batendo forte; seus sentidos, mais aguçados do que nunca. O ladrão passou por entre os vendedores do mercado, empurrando corpos como se eles não existissem. Lila saiu atrás dele. Ela sabia que não o alcançaria, mas algo nela precisava correr.

A poucos metros de distância, Aroon e Thanom a viram. Da barraca de milho cozido, seus olhares se encontraram por um segundo, e nada precisou ser dito.

-É o dinheiro da Lila! -Aroon berrou, já em movimento.

Thanom não respondeu. Ele apenas correu. Seu corpo esguio deslizava com precisão felina, enquanto o mais corpulento Aroon o seguia com o ímpeto de uma tempestade.

A perseguição foi um caos. Pessoas gritando, frutas caindo no chão, um emaranhado de passos ecoando pelos becos. O ladrão entrou em uma passagem particularmente estreita, onde a luz mal arranhava as paredes sujas. Ele escorregou. Só um segundo. Mas foi o suficiente.

Aroon atacou-o como um animal selvagem. Eles rolaram pelo lixo, poças escuras e gritos. Thanom chegou logo depois, direto e letal, desferindo um golpe forte na lateral do ladrão. A lata disparou e rolou pelo chão até se abrir, cuspindo notas molhadas e amassadas.

Lila parecia ofegante. Seu peito subia e descia sob o vestido fino, sua pele pressionada contra seu corpo por causa do calor, do esforço... da tensão. Ela se ajoelhou imediatamente, não por medo de perder o dinheiro, mas por causa da visão diante de seus olhos: dois homens brigando por ela. Por causa dele. Por sua vontade.

O ladrão não desistiu. Ele se separou de Aroon e empurrou Thanom com força, mas era tarde demais.

"Dessa vez não", Aroon rosnou, pegando uma caixa de madeira e jogando-a sem pensar.

O golpe o fez cair. Alguns vendedores correram para contê-lo. Aroon e Thanom recuperaram a lata com mãos firmes e olhos ardentes.

Lila pegou. Suas mãos tremiam, sim, mas não por causa do que ele havia perdido... mas por causa do que ele havia acabado de ganhar. Algumas notas estavam sujas, outras molhadas, mas ainda estavam lá. Seus olhos se encheram de lágrimas. Não por tristeza. De algo mais íntimo. Mais escuro.

"Obrigado..." ele sussurrou.

Sua voz era um feitiço. Um vínculo invisível. Um começo sem retorno.

Aroon e Thanom não responderam. Eles se entreolharam, cientes do que tinham feito. E o que tinha acabado de começar.

FLASHBACK: O Primeiro Encontro

A primeira vez que Lila os viu, o calor a envolveu como uma segunda pele. Recém-chegada a Cebu, cansada e faminta, ela parou em frente a uma pequena barraca de milho. Ela usava uma saia curta e uma blusa larga, clara demais para esconder sua presença. Suas clavículas brilhavam com o suor da viagem. Seus olhos, porém, não conheciam cansaço.

Aroon foi o primeiro a se aproximar. Sempre foi.

-Primeira vez em Cebu? - disse ele, com aquele seu sorriso que prometia mais do que dizia.

Ele lhe ofereceu um milho coberto com queijo derretido. Lila aceitou com um sorriso torto, quase perigoso.

-Sim. Vim para recomeçar.

Thanom, a poucos passos de distância, a observava. Ele não disse nada. Ele nunca disse muita coisa. Mas seu olhar não era silencioso. Foi profundo, lento, como se ele já a estivesse despindo.

-E o que você planeja fazer aqui? -Aroon insistiu.

Lila soprou o milho quente, lambendo os lábios antes de morder. Seus lábios brilhavam.

-Abrir meu próprio café.

Aroon assobiou, impressionado.

-Isso parece ambicioso.

-Por que aqui e não em Manila? "Thanom perguntou finalmente, com a voz baixa e firme.

Lila olhou para baixo, mas antes deu-lhes um sorriso suave, daqueles que escondem mais do que revelam.

-Porque às vezes é preciso deixar tudo para trás... para começar bem.

Naquele dia, algo se acendeu entre os três. Invisível, sim. Mas inevitável.

PRESENTE

Parada em frente a Aroon e Thanom, ainda ofegantes, Lila os encarou atentamente. Essa sua intensidade que parecia uma carícia... e uma frase.

Ele sabia o que fazia com eles. Eu sabia disso desde o primeiro dia. O que eu adorei foi que ninguém disse isso em voz alta. Mas ambos sentiam isso na maneira como olhavam para ela quando pensavam que ela não estava olhando.

Aroon era fogo. Paixão crua. Desejo que não pode esperar.

Thanom era sombra. Silêncio contido. Escuridão faminta.

E ela estava bem no meio. E ele gostou. Ele gostou muito.

Quem eu iria escolher? Talvez nenhuma. Talvez ambos.

Só uma coisa ficou clara para mim:

Eu não queria ser o motivo que os separasse.

O que eu ainda não sabia...

Já era isso.

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