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Apaixonado pelo Meu Quase Irmão

Apaixonado pelo Meu Quase Irmão

5.0
2 Capítulo
7 Leituras
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Sinopse

Índice

Peter está no último ano do ensino médio quando sua vida vira de cabeça para baixo: ele é forçado a se mudar para a casa do novo noivo da mãe - e, junto com a nova casa, vem Logan. Logan é tudo que Peter detesta: arrogante, agressivo, misterioso e... absurdamente atraente. Eles deveriam ser como irmãos. É isso que suas famílias esperam. Mas a convivência entre eles se transforma em uma dança perigosa entre provocações, silêncios carregados e olhares que dizem mais do que deveriam. A tensão cresce a cada dia, assim como a atração proibida que os dois lutam para negar. Eles dividem o mesmo teto. Mas o que realmente os separa... é o que não pode ser dito. Afinal... irmãos não se olham assim. E, definitivamente, irmãos não se beijam.

Capítulo 1 Olá, Califórnia!

Peter

Março de 2022. Foi quando tudo virou de cabeça pra baixo - não de um jeito trágico, mas também longe de ser perfeito.

Minha mãe diria que foi pra melhor. E talvez pra ela tenha sido mesmo. Mas, pra mim? Não. Definitivamente, não.

Era meu último ano do ensino médio. Eu deveria estar contando os dias pra formatura com meus amigos, planejando a viagem de fim de ano e me despedindo do colégio onde cresci. Mas, ao invés disso, estava empacotando minha vida e me mudando pra outra cidade, outro estado. Outro mundo, basicamente.

A Califórnia.

Não importa o quanto minha mãe tentasse dourar a pílula, aquilo nunca pareceu uma boa ideia. E o mais frustrante é que ela sabia. Sempre soube ler meus silêncios, mesmo quando eu achava que estava escondendo bem. Mas, dessa vez, a distância entre a gente começou a pesar. E, ainda assim, ela insistia naquele otimismo irritante, como se o tempo fosse dar um jeito em tudo.

Eu, como sempre, obediente. O filho bonzinho. O que não dá trabalho.

Até agora.

Desde que ela anunciou o noivado com o tal do Mark e decidiu que nos mudaríamos pra San Diego, alguma coisa em mim... rachou. Como se eu tivesse virado um convidado de honra na própria vida.

Naquele dia, eu estava parado ao lado do caminhão de mudanças, com o Liam, meu melhor amigo, ao meu lado. Nós dois com a cara de quem vai ser enterrado vivo. Ele tentava parecer forte. Eu nem isso.

Minha mãe se aproximou com um sorriso triste e a mão no meu ombro.

- Está na hora, meninos.

Eu não consegui nem olhar pra ela. Só me virei e abracei o Liam com força, tentando disfarçar o aperto no peito.

- Assim que chegar, me mostra tudo, okay? - ele pediu, tentando soar animado, mas a voz saiu embargada.

- Te vejo em julho - prometi, forçando um sorriso.

No carro, encostei a testa no vidro e fiquei vendo ele ficar pra trás enquanto o caminhão dava partida. A sensação era de estar indo embora de mim mesmo.

- Mãe, cadê minha mochila? - perguntei, sentindo falta dos fones de ouvido.

- No porta-malas.

- Pode parar o carro? Quero pegar meus fones.

Ela fez que não com a cabeça.

- Só na próxima parada.

- Ótimo - resmunguei. - Vamos ficar em silêncio até lá, então.

Sim, foi infantil. Mas era o que eu conseguia dar no momento.

- Entendo que esteja chateado, mas isso não te dá o direito de ser grosseiro. Olha pra mim - ela pediu.

Eu respirei fundo e finalmente virei o rosto.

- Eu sei que você não queria isso - ela continuou, com aquele tom firme e calmo que usava quando sabia que estava certa. - Mas espero que, com o tempo, a gente consiga encontrar equilíbrio. Eu continuo sendo sua mãe. E você sabe que eu nunca faria algo pra te prejudicar.

A culpa me bateu forte. Eu odiava quando ela fazia isso - jogava a verdade na minha cara com tanto amor que era impossível brigar de volta.

- Desculpa, mãe.

Ela sorriu e tirou um par de fones do porta-luvas.

- Obrigado - murmurei, e afundei nos sons da minha playlist favorita.

Música era meu abrigo, minha armadura. Com os olhos fechados e fones no ouvido, eu podia fingir que não estava a caminho de uma nova vida que eu não pedi.

Quando finalmente chegamos à nova casa - depois de quase nove horas de estrada, paradas desconfortáveis e silêncios pesados - eu não esperava sentir absolutamente nada.

Mas senti.

Porque a casa era... linda.

Grande, elegante, cheia de janelas enormes e jardim perfeitamente cuidado. Eu nunca tinha vivido em um lugar assim. Minha mãe tinha se virado sozinha uma boa parte da minha adolescência, e agora tudo parecia tirado de uma revista.

E tudo isso porque o Mark, o novo noivo, era um empresário de sucesso.

Ela parou o carro na entrada e buzinou. Logo ele apareceu na porta com um sorriso de comercial de pasta de dente.

Eu já o conhecia - de vista. Eles namoraram à distância por meses. Nunca tive tempo de formar uma opinião concreta, mas sabia que ela não se entregaria a qualquer um. Mark devia valer a pena. Só que, naquele momento, eu não conseguia enxergar nada além do desconforto de ser o estranho na equação.

- Seja bem-vindo, Peter! - ele disse, animado, colocando as mãos nos meus ombros.

- Obrigado por me receber - respondi, sem saber onde enfiar as mãos.

- Agora essa casa também é sua.

Minha mãe sorria, mas seus olhos procuravam alguém.

- Onde está o Logan? - ela perguntou antes que eu pudesse.

Mark hesitou. Franziu a testa, desconfortável.

- Saiu com amigos. Me desculpem... não achei que ele fosse sumir logo hoje.

- Está tudo bem. Ele só precisa de um tempo - minha mãe respondeu, tentando amenizar.

Eu tentei quebrar o clima.

- A gente vai entrar ou vai passar a noite no jardim?

Risos educados. Mas, por dentro, eu já me preparava.

Logan. O filho dele. O verdadeiro problema.

A parte mais incômoda de toda essa mudança ainda nem tinha começado.

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