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Resgatando Corações

Resgatando Corações

5.0
5 Capítulo
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Sinopse

Índice

Ethan Bennett é um CEO arrogante e bem-sucedido de uma corporação multimilionária. Após um acidente de carro causado pelo esgotamento e pelo estresse, ele é obrigado a passar vários meses em um centro de reabilitação em uma pequena cidade. Lá, ele conhece Lily, uma fisioterapeuta gentil, mas reservada, que perdeu o marido em um acidente provocado por decisões empresariais irresponsáveis. No início, Lily desconfia de Ethan, mas, à medida que sua relação profissional avança, ela descobre que o homem frio e distante possui uma vulnerabilidade inesperada. Enquanto Ethan luta para superar sua dor física e emocional, Lily também enfrenta o desafio de curar as feridas de seu coração. Entre os dois, começa a florescer um amor inesperado que desafia seus passados.

Capítulo 1 A Chegada de Ethan Bennett

O sol subia lentamente sobre as montanhas, tingindo de laranja os picos e lançando uma luz suave sobre o centro de reabilitação. Ethan Bennett observava a paisagem pela janela do carro, seu rosto impassível enquanto o veículo avançava lentamente pela estrada de pedras. As fachadas rústicas das casas da cidade deslizavam em seu campo de visão, mas nada naquele cenário parecia atraente. O que ele estava fazendo ali?

Aos 34 anos, Ethan tinha tudo. Era o CEO da Bennett Enterprises, uma das empresas mais poderosas do país. Sua vida era regida por uma rotina inabalável: reuniões, negociações, viagens de negócios. Não havia espaço para descanso, tranquilidade ou, muito menos, para vulnerabilidade. E, no entanto, ali estava ele, preso naquele lugar afastado da agitação da cidade. Um acidente de carro o havia levado à sala de emergência, e agora, forçado pelos médicos e, pior ainda, por sua mãe, encontrava-se em um centro de reabilitação isolado, com a esperança de que seu corpo e mente pudessem se curar.

Ethan odiava estar ali. Como ele podia perder tempo em um lugar como esse? A fisioterapia seria apenas uma formalidade, pensava ele. Assim que se sentisse melhor, voltaria ao trabalho. Sempre fora um homem forte e bem-sucedido, e não pretendia deixar que algumas semanas em um centro rural o mudassem.

O carro parou em frente a uma construção elegante de pedra, antiga, mas bem cuidada. O edifício estava rodeado por jardins bem cuidados, e o ar fresco das montanhas o recebeu ao chegar. Seu olhar percorreu o local com desaprovação. Isso não era um hotel de luxo. Isso era um centro de reabilitação.

Quando desceu do carro, a perna direita doeu mais do que ele esperava. Ainda arrastava uma leve claudicação devido ao acidente, mas seu orgulho não lhe permitiria mostrar fraqueza. Caminhou com passos firmes, mas seus músculos tensos e doloridos o lembravam de que não podia continuar ignorando sua condição. Isso seria mais difícil do que ele pensava.

Ao entrar, foi recebido por uma enfermeira de cabelo preso, de olhar amável, mas distante. A mulher lhe entregou uma pasta com informações básicas e o acompanhou até a recepção.

- Senhor Bennett, vamos lhe designar uma fisioterapeuta que ficará responsável pela sua recuperação. A senhorita Hayes é muito boa no que faz - disse a enfermeira, com um sorriso que tentava ser reconfortante, mas ao qual Ethan mal deu atenção.

- Perfeito - respondeu ele, pegando a pasta com indiferença. Sua mente já estava longe dali. Via-se de volta à cidade em pouco tempo, tocando os negócios da empresa com a mesma rapidez e eficiência com que sempre o fizera.

- A senhorita Hayes estará esperando por você em seu quarto - acrescentou a enfermeira, enquanto apontava para o corredor.

O centro estava rodeado de natureza, em um ambiente distante de tudo o que Ethan conhecia: prédios altos, carros, a vida urbana. Tudo ali parecia seguir o ritmo do vento e o murmúrio das árvores. Enquanto caminhava pelo corredor do centro, as paredes de pedra e os quadros de paisagens nas paredes lhe davam uma sensação de calma que ele não estava disposto a aceitar. Ele não precisava de paz. Precisava recuperar sua vida.

Quando chegou ao seu quarto, a porta se fechou atrás dele com um suave rangido. Olhou ao redor: um quarto simples, com uma cama queen-size, uma pequena mesa de cabeceira e uma janela que deixava entrar a luz do sol da manhã. Não era sua suíte de luxo, mas ao menos o lugar estava limpo e arrumado.

Sentou-se na cama, tirando os sapatos cuidadosamente, e deixou seu corpo cair contra o encosto. Seus pensamentos giravam em torno da empresa, das decisões que precisaria tomar para não perder o controle de tudo o que havia conquistado. Isso seria apenas um parêntese temporário.

Ao longe, ouviu o som dos passos se aproximando. Sabia que sua fisioterapeuta havia chegado. Como seria ela? Pensou que talvez fosse outra mulher mais velha, com cara de compadecida, que não teria mais do que palavras vazias para lhe oferecer. Mas, quando a porta se abriu, o que encontrou foi algo completamente diferente.

Uma mulher jovem, com cabelo castanho preso em um simples rabo de cavalo, entrou com passos firmes. Seu uniforme de fisioterapeuta era simples, mas sua postura ereta e seu olhar confiante mostravam que não era uma pessoa fácil de intimidar.

- Bom dia, sou Lily Hayes - disse com um sorriso profissional, mas que não chegava a ser caloroso. Sua voz era firme, clara, quase desafiadora. - Serei sua fisioterapeuta nas próximas semanas. Está pronto para começar?

Ethan a observou com uma sobrancelha levantada. Era evidente que ela não o reconhecia, e isso lhe causou uma estranha sensação de desconforto. Ela era jovem, quase jovem demais para ser responsável pela sua recuperação, pensou ele.

- Claro. Apenas me diga o que devo fazer - respondeu ele, tentando soar neutro, embora a irritação começasse a transparecer em seu tom. Não tinha tempo para isso, mas, enfim, se via obrigado a seguir as orientações.

Lily o olhou fixamente, sem se abalar com sua atitude. Em vez de ceder ao desafio implícito em suas palavras, ela assentiu e começou a preparar as ferramentas para a sessão. Fez isso com calma, com uma destreza que só os profissionais eram capazes de mostrar, sem perder a compostura diante da clara hostilidade de Ethan.

- Vamos começar com algo simples. Preciso que deite na maca. Hoje vamos trabalhar na mobilidade da sua perna. - Seu tom era profissional, quase distante, como se estivesse lidando com qualquer outro paciente.

Ethan, acostumado a que todos lhe mostrassem respeito imediato, se sentiu irritado. Quem ela pensava que era? Mas decidiu seguir o jogo por enquanto. Deitou-se na maca e, embora tentasse relaxar, não pôde evitar se tensar toda vez que ela tocava sua perna, como se seu corpo se rebelasse contra a ideia de ser tão vulnerável.

- Sabia que não sou do tipo de pessoa que ficaria aqui mais do que o necessário? - perguntou Ethan, quebrando o silêncio. Seu tom não era uma pergunta, mas uma afirmação, como se quisesse impor uma advertência.

Lily, que estava ajustando com delicadeza o ângulo da perna dele, não levantou os olhos. Suas mãos moviam os músculos com precisão, sem pressa ou sinais de desconforto.

- Imagino. Mas aqui, o tempo e o processo não dependem do que você quer. Dependem do que seu corpo e sua mente precisam. E isso... senhor Bennett, não pode ser apressado.

Ethan a observou em silêncio por um momento. Ninguém lhe falava dessa maneira. A maioria das pessoas teria se encolhido diante de seu olhar desafiador, mas Lily simplesmente continuou seu trabalho, alheia à sua irritação. Isso o desconcertava mais do que qualquer outra coisa.

Ele ficou em silêncio, refletindo sobre suas palavras. Não estava acostumado a ser desafiado daquela maneira, e muito menos a alguém com tão pouca relevância em sua vida ter tanto controle sobre sua atitude. Isso não seria fácil.

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