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Sob a Sombra do Poder

Sob a Sombra do Poder

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20 Capítulo
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Sinopse

Índice

Há dois anos, um implacável CEO, Alexander Cain, executou um plano mestre para destruir a terceira família mais poderosa da cidade, os Valtieri, garantindo a eliminação de toda a concorrência e consolidando seu domínio empresarial. No processo, apenas uma pessoa sobreviveu: Isabela Valtieri, a filha mais nova do patriarca. Sem lembranças claras do que aconteceu e sem saber a identidade do responsável, Isabela luta para reconstruir sua vida. No entanto, Alexander não deixou pontas soltas. Das sombras, designou um leal subordinado para vigiar cada passo de Isabela, garantindo que ela nunca descubra a verdade. Agora, dois anos depois, Isabela se candidata a um cargo de secretária na imponente corporação de Alexander Cain. Atraído por sua determinação e astúcia, Alexander decide contratá-la, sem revelar que foi ele quem destruiu o seu mundo. Mas, a cada interação, sua fachada de frieza começa a se desmoronar, enquanto Isabela sente que algo sombrio conecta seu novo chefe ao seu trágico passado. Uma história de segredos, poder e emoções proibidas, onde as linhas entre o bem e o mal se desfocam, e o destino de ambos pode mudar para sempre.

Capítulo 1 A Jogada Mestre

A imponente cidade de Velmont brilhava sob o manto da noite, com seus arranha-céus iluminados e o constante murmúrio dos carros que nunca cessava. No alto de um dos prédios mais altos, em um escritório de paredes de vidro e decorado com um minimalismo impecável, Alexander Cain observava a cidade com uma taça de uísque na mão. Para muitos, ele era um homem admirável: um visionário, um líder incontestável. Mas aqueles que o conheciam de perto sabiam que sua ascensão não tinha sido limpa.

O som da porta do escritório deslizando tirou-o de seus pensamentos. Era Dominic Graves, sua mão direita e o único homem em quem Alexander confiava plenamente.

-Tudo está pronto, senhor Cain -anunciou Dominic, com a eficiência de alguém que sabia que cada palavra deveria justificar sua existência.

Alexander virou-se lentamente, deixando a taça sobre a mesa de vidro.

-O que me diz sobre os Valtieri? -perguntou, sua voz grave e calculada.

Dominic assentiu.

-Eles estão na posição que o senhor esperava. A reunião de acionistas é amanhã. O patriarca, Massimo Valtieri, não desconfia de nada.

Alexander sorriu, um gesto frio e contido. Ele havia planejado esse momento durante anos, estudando cada fraqueza dos Valtieri, antecipando cada movimento. Os Valtieri eram uma das famílias mais poderosas da cidade, mas cometeram o erro de subestimá-lo. E Alexander não perdoava erros.

-Perfeito -disse, sentando-se na sua cadeira de couro negro-. Quero que tudo pareça uma casualidade. Uma combinação de más decisões financeiras, investimentos arriscados e uma perda de confiança no mercado. Não quero que ninguém consiga rastrear isso até mim.

Dominic inclinou a cabeça.

-Entendido, senhor.

Mas justo quando Dominic estava prestes a sair, Alexander o deteve.

-Espera. -Reclinou-se na cadeira, entrelaçando os dedos-. O que sabemos sobre a filha mais nova?

O rosto de Dominic se endureceu.

-Isabela Valtieri. Vinte e três anos, acaba de se formar em Administração de Empresas. Não parece envolvida nas operações familiares. Segundo nossas investigações, sua relação com o pai é distante.

Alexander assentiu, pensativo.

-Quero que alguém a vigie. Se as coisas se complicarem, não quero que isso se torne um problema.

Dominic hesitou por um instante.

-Não seria mais fácil... eliminá-la também?

Alexander olhou-o com uma mistura de irritação e firmeza.

-Não. -Fez uma pausa, seu tom glacial-. Não eliminamos inocentes, Dominic. Isso nos torna descuidados.

Dominic não discutiu. Era uma regra tácita nos métodos de Alexander: eliminar concorrentes, não peões.

Quando Dominic saiu, Alexander voltou a olhar pela janela. No horizonte, as luzes da mansão Valtieri piscavam. Em menos de vinte e quatro horas, aquela família seria história, e ele se consolidaria como o rei indiscutível do tabuleiro empresarial.

Do outro lado da cidade, na mansão Valtieri, o ambiente era completamente diferente. Uma festa privada estava em pleno auge. Massimo Valtieri, com sua figura imponente e seu sorriso de dentes perfeitos, apertava mãos e compartilhava risadas com seus convidados.

Isabela, por sua vez, estava longe da ação, sentada na varanda com uma taça de vinho na mão. Havia aprendido desde muito jovem que seu papel nas reuniões familiares era ser vista, não ouvida. Ao contrário de seus irmãos mais velhos, ela não tinha um lugar nas operações da família. Seu pai a via como uma menina, alguém muito ingênua para entender o mundo impiedoso dos negócios.

-Está fugindo da festa novamente? -perguntou uma voz familiar.

Isabela se virou e sorriu ao ver seu irmão Luca se aproximando com uma garrafa de champanhe.

-Alguém tem que manter a sanidade -respondeu, levantando sua taça.

Luca se sentou ao seu lado, servindo mais champanhe em seu copo. Era o único de seus irmãos com quem ela se sentia realmente conectada.

-Papai vai te procurar a qualquer momento. Já sabe como ele gosta de se gabar da sua "família perfeita".

Isabela suspirou.

-Família perfeita... Se ele soubesse que mal nos suportamos.

Luca soltou uma risada, mas não respondeu. Sabia que ela estava certa. A família Valtieri era um castelo de cartas, sustentado por aparências e um código de lealdade que, na verdade, não existia.

-Sabe o que é o pior? -disse Isabela, olhando para o horizonte-. Eu não quero isso. Não quero fazer parte desse mundo.

-Então não seja -disse Luca, dando de ombros-. Faça algo por você.

Isabela o olhou, surpresa. Luca nunca tinha sido tão direto com ela.

-E deixar que papai me deserdasse? -brincou.

-Talvez fosse a melhor coisa que poderia te acontecer.

As palavras de Luca a deixaram pensativa. Mas antes que ela pudesse responder, uma explosão de risos e aplausos vindos do interior interrompeu o momento. Luca se levantou, colocou uma mão sobre seu ombro e sorriu.

-Faça o que precisar, Isa. Eu sempre estarei aqui para você.

Na manhã seguinte, o caos explodiu.

As manchetes nos jornais falavam de uma queda abrupta no mercado, ligada às empresas dos Valtieri. Investidores-chave retiraram seu apoio, e uma série de auditorias surpresa revelou irregularidades nos balanços financeiros da família.

Massimo Valtieri entrou em seu escritório como uma tempestade, jogando papéis e gritando ordens. Mas era inútil. Tudo estava perdido.

Em poucas horas, as autoridades confiscaram propriedades, congelaram contas e prenderam vários executivos próximos ao patriarca. Luca, que tentara intervir em nome da família, foi encontrado morto em circunstâncias suspeitas.

Isabela ficou sozinha.

Da janela de seu escritório, Alexander observou como tudo se desenrolava conforme o planejado. Dominic entrou novamente, desta vez com uma expressão mais séria.

-Tudo foi feito, senhor. Os Valtieri estão acabados.

Alexander assentiu, mas não demonstrou satisfação. Para ele, isso não era uma vitória pessoal, mas um movimento necessário no seu tabuleiro de xadrez.

-E a filha? -perguntou, sua voz tranquila, mas firme.

Dominic vacilou por um segundo.

-Ela está devastada. Mudou-se para um pequeno apartamento na periferia. Designamos alguém para vigiá-la, como o senhor pediu.

Alexander permitiu-se um pequeno suspiro.

-Bem. Certifique-se de que ela não se torne um problema.

Enquanto Dominic saía, Alexander pegou um documento de sua mesa. Era uma foto de Isabela, tirada em algum evento familiar. Nos olhos dela, via-se uma mistura de tristeza e força.

Pela primeira vez em anos, Alexander sentiu uma pontada de dúvida. Mas logo a afastou. Não havia espaço para fraqueza em seu mundo.

Esta era sua jogada mestre, e ninguém iria arruiná-la.

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