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Em outra pele

Em outra pele

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Sinopse

Índice

Aletza nunca imaginou que sua vida daria uma reviravolta inesperada ao cruzar o caminho de Carlos Torres, um CEO milionário envolto em uma aura de mistério e um passado tormentoso que o levou a não acreditar no amor. Para o mundo, Carlos é um homem poderoso, implacável e reservado, mas por trás de sua fachada de aço, esconde-se uma alma ferida, marcada por cicatrizes profundas que o mantêm preso aos seus próprios demônios. Ele nunca planejou se apaixonar, muito menos por alguém como Aletza, uma mulher cuja força e calor iluminam até os cantos mais sombrios de sua vida. Desde o primeiro instante, a conexão entre eles é como um laço invisível que os atrai e, ao mesmo tempo, ameaça destruí-los. Aletza sente que, por trás do olhar intenso e dominante de Carlos, há algo além da arrogância: um homem vulnerável, lutando contra um passado que o impede de seguir em frente. Mas, à medida que descobre seus segredos, ela também enfrenta a força avassaladora de um desejo que desafia a lógica e coloca em risco não apenas seu coração, mas também sua segurança. Em um jogo onde o amor e o medo se misturam, Carlos e Aletza terão que decidir se estão dispostos a enfrentar as sombras do passado para lutar por um futuro juntos. Mas será que um amor tão profundo pode curar feridas tão antigas? Ou acabará consumindo-os como um fogo impossível de apagar? "Amar um homem como Carlos não será fácil, mas deixá-lo ir pode ser a batalha mais difícil de todas."

Capítulo 1 1

Era um dia quente e úmido, o tipo de clima que te faz repensar cada decisão que tomou antes de sair de casa. Danna e eu acabávamos de sair do exame final do semestre, ambas exaustas. Ela, como sempre, impecável e cheia de energia apesar do cansaço. Eu, por outro lado, sentia que meu cabelo e minhas roupas carregavam todo o peso do dia. Nunca me importei muito com minha aparência; minha prioridade era sobreviver ao dia a dia com as poucas moedas que conseguia esticar.

Danna, com sua bolsa de grife e otimismo inabalável, sorriu para mim do banco do copiloto.

Eu juro que passei! Mas o assunto das dinastias egípcias quase me matou.

Se você passou, eu mal consegui passar raspando. -Suspirei, tentando ignorar como o suor começava a colar minha camiseta no corpo.

Em casa, enquanto eu mal havia aberto um livro para me distrair, ela corria de um lado para o outro. Tinha um compromisso importante: entrevistar Carlos Torres, conhecido como "o Chino", o arqueólogo mais rico e famoso do mundo. Eu já tinha lido tanto sobre ele que parecia quase um mito: um homem que revolucionou a arqueologia com descobertas que qualquer outra pessoa consideraria impossíveis.

No entanto, o destino tem um senso de humor bastante cruel. Danna acordou com febre e sem forças nem para se levantar da cama. Ela me olhou com olhos desesperados enquanto segurava um questionário cuidadosamente preparado.

Você tem que ir, Aletxa. Por favor.

A ideia me aterrorizou.

Você está louca? Eu não sei nada sobre entrevistas, e muito menos com alguém como ele.

Só siga o questionário. -Ela tossiu e me lançou as chaves do seu carro. Um conversível vermelho brilhante. Algo que eu jamais imaginei dirigir.

Duas horas depois, nervosa como nunca, cheguei à cidade e encontrei o museu. Era um prédio imponente, uma mistura perfeita de arquitetura moderna e detalhes clássicos, como se o tempo não tivesse poder sobre ele. O interior era igualmente impressionante: pisos de mármore, vitrines iluminadas que protegiam tesouros históricos e um ar tão sofisticado que eu senti que cada passo meu estava fora de lugar.

A secretária me recebeu com um sorriso frio e profissional.

Senhorita Velázquez, não é? Por aqui. O senhor Torres está esperando.

Tentei não tropeçar nos meus próprios pés enquanto ela me conduzia até uma porta de madeira esculpida, tão grande e majestosa que parecia a entrada para um reino. Respirei fundo enquanto ela a abria.

Pode entrar.

A primeira coisa que vi foi sua figura. Ele estava de pé perto de uma grande janela com vista para o centro da cidade, a luz do pôr do sol delineando sua silhueta. Era um homem alto, de ombros largos, daqueles que te fazem pensar que os deuses estavam de bom humor ao moldá-lo. Ele usava um terno preto perfeitamente ajustado, com uma camisa branca que contrastava com sua pele bronzeada.

Quando ele se virou para me olhar, quase perdi o fôlego. Seu rosto era como uma obra de arte: mandíbula forte, lábios que pareciam esculpidos com precisão e olhos escuros e profundos que pareciam estudar cada canto da minha alma. Seu cabelo, negro e levemente bagunçado, caía de uma maneira perfeita, como se não se importasse com sua aparência, mas ao mesmo tempo estivesse impecável.

Senhorita Velázquez, presumo. -Sua voz era grave, envolvente, e me fez esquecer onde estava por um segundo. Estendeu a mão para mim.

Mas eu ainda estava na porta, imóvel, como se meus pés tivessem criado raízes. Nunca me senti tão deslocada, tão insignificante. Lá estava eu, com minhas calças jeans surradas e uma camiseta que mal disfarçava o calor da viagem, diante de um homem que parecia ter saído diretamente de um filme de ação.

Está tudo bem? -perguntou com uma sobrancelha levantada, e esse simples gesto me fez engolir em seco e dar um passo à frente, desajeitada.

Sim, desculpa... é só que... -Tentei me justificar enquanto lhe apertava a mão, notando que a dele estava quente e firme.

Acho que não esperava algo assim. -Ele sorriu de lado, mostrando dentes perfeitos que não ajudaram a me acalmar.

Não... quer dizer, sim... bem, não. -Senti que estava me afogando com minhas próprias palavras.

O sorriso dele se alargou, e de repente não soube se ele estava se divertindo ou simplesmente aproveitando minha vergonha.

Sente-se, por favor.

O escritório era tão impressionante quanto o resto do museu, com móveis de madeira escura, estantes cheias de livros antigos e artefatos que pareciam contar histórias de civilizações esquecidas. Mas o que mais me incomodava era ele: como cada movimento seu parecia calculado e elegante, como se o mundo inteiro girasse no ritmo dele.

Tentei me concentrar no questionário que Danna havia preparado, mas seus olhos não paravam de me observar, como se estivesse decifrando quem eu realmente era.

Então, senhorita Velázquez... como acabou aqui em vez de sua amiga?

E como eu explicaria que estava ali porque minha amiga rica e brilhante estava doente, e eu era apenas um substituto improvisado? Felizmente, ele parecia ter toda a paciência do mundo para ouvir minha explicação desajeitada.

Sentei na cadeira em frente à sua mesa, mas minhas mãos tremiam tanto que precisei pressioná-las contra minhas coxas para mantê-las firmes. Respirei profundamente, tentando me acalmar, mas seu olhar me atravessava como um raio. Carlos Torres não era apenas imponente fisicamente; havia algo na presença dele que parecia preencher cada canto do espaço, como se o próprio ar se curvasse diante dele.

Ele notou meu nervosismo, é claro.

Está bem, senhorita Velázquez? -perguntou com um tom que misturava curiosidade e paciência.

Assenti rapidamente, embora o tremor das minhas mãos tenha me traído. Para minha surpresa, ele se levantou da cadeira e deu a volta na mesa, sentando-se em uma cadeira à minha frente, a menos de um metro de distância. Essa proximidade fez minha respiração acelerar ainda mais.

Relaxe. Eu não mordo... pelo menos não sem permissão. -Ele sorriu levemente, e senti meu rosto ficar vermelho de vergonha.

Eu queria desaparecer naquele momento, mas sabia que precisava manter a compostura. Peguei a gravadora e o telefone, colocando ambos sobre a mesa.

Desculpe, estou um pouco nervosa. Nunca faço isso.

Então, por que está aqui?

Fiquei em silêncio por um momento. Não queria parecer pouco profissional, mas também não podia mentir para ele.

Minha amiga Danna estava muito doente para vir. Ela é a jornalista, não eu. Só estou aqui para ajudá-la.

Ele assentiu, como se minha resposta fosse suficiente.

Tudo bem. Vamos fazer simples. Comece quando estiver pronta.

Peguei o questionário com as mãos trêmulas e tentei focar nas palavras. A primeira pergunta era uma introdução típica sobre sua trajetória na arqueologia. Ele respondeu com precisão, embora seu tom deixasse claro que esse tipo de entrevista não o empolgava muito. As próximas perguntas eram semelhantes: conquistas, descobertas importantes, sua motivação para seguir essa profissão. Ele respondia sem entusiasmo, como se já tivesse feito aquilo um milhão de vezes.

Cada resposta dele me fazia me sentir menor, como se estivesse na presença de alguém de outro mundo, completamente fora do meu alcance. Mas continuei, tentando não tropeçar com minhas próprias palavras.

Tudo estava indo relativamente bem até que cheguei à pergunta número dez. Li em voz alta antes de perceber o que estava dizendo.

Tem namorada, esposa... ou simplesmente não se interessa por essas coisas?

O silêncio que seguiu foi ensurdecedor. Meu coração batia tão forte que pensei que ele pudesse ouvi-lo. Senti meu rosto ficar vermelho de vergonha e levantei o olhar apenas para me deparar com seus olhos escuros fixos em mim, avaliando-me.

Desculpe... essa pergunta não é minha. -Levantei rapidamente as mãos, como se tentasse me defender. Apontei para o questionário. - Minha amiga pode ser um pouco intrometida.

Ele inclinou a cabeça, um sorriso ligeiro apareceu nos lábios.

Intrometida? Eu diria que mais... curiosa.

Eu não sabia como responder, então desviei o olhar, fingindo revisar a próxima pergunta. Mas ele não havia terminado.

Então, você se interessa pela resposta?

Minha cabeça se virou rapidamente para ele.

O quê? Não... bem, não é que eu não me interesse... é só que... -As palavras se amontoaram na minha garganta, e o sorriso dele se alargou ao me ver gaguejando como uma idiota.

Não tenho esposa nem namorada. -Seu tom foi casual, mas o jeito que seus olhos se fixaram nos meus fez meu coração dar um salto. - O trabalho ocupa muito tempo, e os relacionamentos exigem algo que eu não posso oferecer.

Assenti rapidamente, sem ousar olhar diretamente para ele. Tentei mudar de assunto, focando na próxima pergunta, mas não conseguia tirar a resposta dele da minha cabeça. Como alguém como ele poderia não ter alguém em sua vida? Ou será que ele preferia não se prender a ninguém?

Tentei continuar com as perguntas, mas toda vez que levantava os olhos para ver sua expressão, sentia que meu nervosismo voltava com mais força. Ele parecia se divertir com o meu desconforto, como se fosse um jogo para ele.

Está pulando uma. - Sua voz interrompeu meus pensamentos.

O quê?

A pergunta onze. Você não leu.

Olhei o questionário e percebi que estava tentando evitar outra pergunta pessoal.

Oh... sim. - Respirei fundo. - O que você busca em um parceiro?

Ele riu, um som baixo e caloroso que fez meu estômago se contorcer.

Definitivamente, isso foi sua amiga que escreveu.

Sim... definitivamente. - Minhas bochechas queimavam, e eu queria desaparecer naquele momento.

Quer a resposta?

Não sabia o que dizer. Era um sim? Era um não?

Finalmente, me limitei a assentar, incapaz de encontrar as palavras. Ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos, e seus olhos encontraram os meus novamente.

Procuro alguém autêntico, que não se impressione pelo que eu tenho, mas por quem eu sou.

Sua resposta me surpreendeu. Eu esperava algo superficial ou genérico, mas, em vez disso, suas palavras ressoaram no meu peito. Durante alguns segundos, esqueci completamente onde estava ou por quê. Só conseguia pensar em como aquele homem que parecia ter tudo também procurava algo tão simples e humano.

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Mais Novo: Capítulo 33 33   03-04 10:04
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